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Estudo mostra que interesse por carros elétricos avança no Brasil

A edição mais recente da pesquisa Ipsos Drives, realizada em março, mostra que 16,1% dos entrevistados consideram como muito provável a aquisição de um carro 100% elétrico em um futuro próximo. Em 2023, o índice de pessoas muito interessadas em um veículo dessa categoria ficou em 14%. Pode parecer pouco, mas, com base nas vendas de veículos leves em 2023, o público disposto a investir nos carros a bateria poderia levar à venda de 350 mil unidades por ano. O estudo mostra ainda que 55,5% das 1.200 pessoas consultadas citam que a maior influência positiva para a compra de um veículo desse tipo é o fato de não emitir poluentes no uso. Já a principal barreira está nos preços praticados, considerados altos para 48,3% dos ouvidos. A escassez de infraestrutura foi considerada um problema para 34,8%. A pesquisa mostra que 18,9% dos entrevistados acreditam que os carros elétricos serão maioria nas ruas em um prazo de cinco anos. Em 2022, esse percentual era 14%. Na outra ponta, o ceticismo diminuiu. Em 2022, 32,7% dos pesquisados acreditavam que os elétricos só seriam predominantes em um intervalo entre 15 e 20 anos. Hoje, esse percentual caiu para 15,7%. Para ajudar a conhecer melhor esses modelos, a Folha reúne testes feitos em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia. Os dados de consumo de energia permitem calcular o gasto de acordo com a tarifa vigente. A depender da região do país, recarregar um carro elétrico em casa custa bem menos que abastecer um modelo a combustão. Esse é um dos fatores que tem feito esses veículos ganharem mercado. Em 2023, 19.310 carros 100% elétricos foram comercializados no Brasil. O número divulgado pela ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) representa alta de 128,3% na comparação com 2022. O interesse por esses automóveis deve continuar crescendo, mas as atenções tendem a se diluir com a chegada dos modelos híbridos flex (capazes de rodar com etanol, gasolina e eletricidade). Ainda assim, caso a intenção manifestada no estudo Ipsos Drives seja convertida em compra, o volume de elétricos puros tende a aumentar de forma significativa nos próximos anos. COMO SÃO FEITOS OS TESTES Para aferir o desempenho dos carros, o Instituto Mauá de Tecnologia utiliza o V-Box, equipamento que usa sinal de GPS. Os testes de aceleração e retomada são feitos na pista da empresa ZF, em Limeira (interior de São Paulo). A etapa que verifica o consumo na cidade tem 27 km. Para simular um percurso rodoviário a 90 km/h, os pilotos de teste dirigem por 31 km. Ambos os trajetos ficam em São Caetano do Sul (ABC), onde está a sede do instituto. O consumo de modelos elétricos é medido por meio do carregador instalado no IMT. O teste calcula o gasto para rodar 100 km nos modos urbano e rodoviário.

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Petrobras diz que Brasil já descobriu 'filé-mignon' do Sudeste e precisa de margem equator

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, diz que é preciso "desmistificar" a relação entre a atividade petrolífera no litoral do Amapá e potenciais impactos ambientais na amazônia. A estatal iniciará nova ofensiva para reverter negativa de licença para um poço no bloco 59, que completa um ano este mês, e defende que eventual produção de petróleo na área teria impacto mínimo, sem necessidade de infraestrutura em terra. "Em que um poço a 170 km de Oiapoque, ou uma produção que vem a ser robusta, afeta [a floresta amazônica]?", questiona. "Você gosta de Búzios, Ipanema, Leblon? Tem muito mais plataforma [de petróleo] lá." Em abril, a Petrobras anunciou uma descoberta em águas profundas na bacia Potiguar, que confirma expectativas de que há petróleo na margem equatorial brasileira e reforça o esforço pela liberação da atividade. Mendes rebate ambientalistas e diz que o Brasil não tem alternativas no pré-sal para repor reservas e evitar voltar a ser importador de combustíveis na próxima década. "Já achamos todo o filé-mignon." O que representa a recente descoberta de petróleo no Rio Grande do Norte e que efeitos terá no esforço para exploração da margem equatorial? É uma boa notícia ao confirmar que há hidrocarbonetos naquela profundidade naquela bacia, como imaginavam nossos geocientistas. Mas ainda não temos elementos suficientes para dimensionar essa descoberta. Teve gente, ex-empregada da empresa, que disse que é maravilhoso, mas a gente prefere ficar mais contido. A gente precisa fazer uma campanha exploratória na margem equatorial. Supúnhamos que tinha hidrocarboneto naquela região e agora temos certeza. Há similaridade entre a descoberta e reservatórios gigantes da Guiana e do Suriname. Isso aumenta as chances de descobertas na margem equatorial? Em águas profundas, a gente só tinha feito um poço lá em 2014, 2015. Então, a gente comprovou aquilo que a gente imaginava. Mas a margem equatorial são várias bacias. É uma região muito extensa. A gente precisa realmente fazer uma pesquisa mais robusta. O sucesso na Guiana e no Suriname e a comprovação da presença de hidrocarboneto na bacia Potiguar nos leva a crer que, em algum momento, em alguma dessas bacias, a gente vai ter alguma descoberta relevante. Essa é a nossa expectativa. Desde que a licença para o bloco 59 foi negada, a Petrobras diz ter apresentado ajustes que cumprem os requisitos questionados. A partir daí não teve notícia nenhuma mais? Não teve. Todos os questionamentos envolvem coisas pequenas perto de uma campanha desse tipo. O tempo de resgate do animal, no caso de um grande vazamento, é de 44 horas e o Ibama quer 24 horas? A gente bota a embarcação no meio do caminho. A base de Belém é muito longe? A gente faz uma base lá em Oiapoque. A gente destinou a esse projeto recursos, embarcações, em volume maior do que temos na bacia de Campos. Para atender a todos os desejos, para demonstrar que a gente vai fazer tudo o que tiver que ser feito. A rota do helicóptero está próxima lá da terra indígena? Isso tudo se resolve. Se forem coisas factíveis dentro do processo legal, não tem dificuldade técnica. A gente pode botar a melhor sonda do mundo, a gente pode botar as melhores embarcações, os melhores helicópteros, as melhores pessoas que nós já temos. Agora, se não quiser que haja exploração de petróleo na margem equatorial brasileira, aí não cabe ao Ibama. Não cabe ao ministro A ou B, cabe ao Conselho Nacional de Política Energética. E o fato é que, para fazer o leilão dessa área, em 2013, foi necessário um ok do ministro do Meio Ambiente. Não há outras oportunidades para descobrir petróleo no Brasil além da margem equatorial? Não. Eu até vi uma reportagem da Folha [publicada em 20 de abril], com um viés de dizer: "Temos muitas reservas, a reserva está crescendo, não precisamos mais de petróleo". Isso não foi dito, mas eu li dessa forma. É um grande equívoco. Eu não quero ser indelicado contigo, mas aquele tipo de reportagem acaba sendo um desserviço, porque induz a dizer que os ambientalistas estão certos, que o Brasil não precisa explorar mais petróleo. E isso não é verdade. O crescimento da produção vai até 2030, 2032. Depois a produção começa a decair. Se a gente não agregar novas reservas, a partir de 2035, a gente estará produzindo menos que hoje. Teremos novas plataformas nos próximos anos, mas, só para manter a produção, temos que botar 300 mil barris por dia de óleo novo. Mas há ao menos 28 áreas exploratórias na bacia de Santos, a maior do país, ainda sem perfuração. Não é possível encontrar petróleo novo lá? Não. A gente tem muita área exploratória e vamos investir US$ 2,5 bilhões nas bacias de Campos e Santos. Então nós continuaremos fazendo poços lá. Mas a gente já achou o "filé-mignon". A gente não vai mais descobrir nas bacias de Santos e de Campos nenhum campo gigante como Marlim, Roncador, Tupi... Por que apostar inicialmente em uma área ainda sem nenhuma estrutura para a indústria de petróleo, com litoral preservado? A gente herdou aquele processo de licenciamento da [empresa] BP extremamente adiantado. Então, contratamos uma sonda para fazer esses três poços: o bloco 59 e os dois poços da Potiguar. Era essa sequência. Estava adiantado o processo de licenciamento. Simples assim. Mas não é uma atividade que necessita de muita estrutura. Quando a gente começou na bacia de Campos, a gente começou em águas rasas. E tudo vinha para a terra através de dutos e através de gasodutos. Hoje não. Hoje o óleo sai de um FPSO [navio-plataforma] e vai para o mundo. O gás pode ser reinjetado nos poços. Se for muito gás e o Ibama não quiser autorizar gasoduto, pode sair por GNL [gás natural liquefeito]. Mas tem estrutura de apoio, que demanda porto, aeroporto, retroárea... Estrutura de apoio são embarcações, hoje em dia extremamente modernas, e helicópteros. Hoje, em Belém, você tem tudo isso. Dá para fazer de Belém. Para deslocar pessoas quando a sonda esteve lá, a gente fez de Oiapoque. Mas isso vai antropizar o mínimo. O que mais pesou em lugares como Macaé foi ter o escoamento de petróleo, o escoamento de gás... Tudo concentrado ali. A gente consegue fazer tudo aquilo que a gente está pretendendo com o mínimo de impacto. E, quando você olha o consumo energético por pessoa no Brasil, ele é quatro vezes menor do que nos Estados Unidos. E no Norte, no Nordeste, ele é menor do que a média brasileira. Você tem ali, literalmente, uma pobreza energética. Está sendo tirada daquela região do país a hipótese de verificar se dá para ser menos pobre energeticamente, se dá para ter um desenvolvimento bom naquela região. Em 2023, a Petrobras arrematou algumas áreas na bacia de Pelotas, no sul do país. Qual o potencial? A gente ficou animado. E o leilão foi um sucesso. A Petrobras teve que ganhar de outro concorrente ali. Porque está todo mundo olhando para o sucesso do oeste da África e pode haver similaridades geológicas com o oeste da África. Mas aí também teremos uma questão de licenciamento, também é uma nova fronteira. Mas é uma área menos sensível do que o Amapá, não? Qual é a questão da amazônia? É floresta. Em que um poço a 170 quilômetros de Oiapoque, ou uma produção que vem a ser robusta, afeta? Demos um grande azar de um dia terem colocado naquela bacia o nome da Foz do Amazonas. A marca registrada da Amazônia, isso é forte pra caramba, imagina colocar oito, dez plataformas lá. Mas o bloco 59 nada tem a ver com a Amazônia, só está na bacia sedimentar chamada Foz do Amazonas. Você gosta de Búzios, Ipanema, Leblon? Tem muito mais plataforma que isso lá. Entendeu? São crendices que a gente está tentando desmistificar.

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Petrobras prevê queda de 10% no preço do gás após aprovar novas modalidades de venda

A Petrobras aprovou nesta sexta-feira, 10, novas modalidades comerciais nas vendas de gás natural para distribuidoras estaduais e para os consumidores livres. Com este novo mecanismo, a depender dos contratos e volumes movimentados, as distribuidoras terão uma redução adicional de até 10% nos preços da molécula de gás, disse a companhia. O novo desconto amplia a queda já acumulada da ordem de 25% no preço médio da molécula desde o início de 2023, com potencial de atingir uma redução de até 35%, informou a companhia. Para as distribuidoras, a Petrobras ofertará mecanismo de redução de preço nos contratos de venda de gás natural atualmente vigentes, de acordo com seu desempenho. Já para os consumidores livres, a Petrobras oferecerá uma nova carteira de produtos de venda em condições mais customizadas e competitivas. eldquo;Desta forma, a Petrobras intensifica sua atuação no processo de abertura de mercado, contribuindo para expansão e fortalecimento de um mercado livre mais líquido, competitivo e diversificadoerdquo;, disse a Petrobras em nota. No dia 1º de maio, os preços do gás natural já haviam sido ajustados, com redução de, em média, 1,5% em reais por metro cúbico (R$/m³) da molécula vendida às distribuidoras, em relação ao início do trimestre fevereiro-março-abril de 2024. A queda de preços também refletiu a redução no preço do petróleo Brent e a apreciação do dólar, conforme indicadores de referência previstos nos contratos.

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Petróleo fecha em queda diante de preocupações com demanda global

O petróleo fechou em queda nesta sexta-feira (10), encerrando a semana com perdas, em meio a preocupações sobre a demanda global pela commodity apesar da continuidade de tensões geopolíticas. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho fechou em baixa de 1,26% (US$ 1,00), a US$ 78,26 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho caiu 1,30% (US$ 1,09), a US$ 82,79 por barril. Na semana, o WTI teve alta modesta de 0,19%, enquanto o Brent recuou 0,20%. Os preços do petróleo subiam nesta manhã, mas inverteram sinal após leitura preliminar da Universidade de Michigan apontar deterioração no sentimento do consumidor dos Estados Unidos e aumento nas expectativas de inflação. Economista do Jefferies, Thomas Simons observa que o pico dos preços do petróleo e da gasolina em abril pode ter contribuído para a piora nas expectativas de inflação dos consumidores americanos, mas projeta que as cotações devem continuar desacelerando nos próximos meses. Em relatório, o Commerzbank nota que os preços do petróleo foram particularmente pressionados nesta semana por preocupações com a demanda na China e nos Estados Unidos. O banco alemão destaca que as importações chinesas da commodity desapontaram, enquanto o potencial de exportações do país indica possibilidade de aumento na oferta do óleo. eldquo;Os preços do petróleo devem continuar sob pressão até a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+)erdquo;, projeta o Commerzbank. Ainda, o número de poços e plataformas de petróleo em operação nos EUA caiu para 496, segundo relatório da Baker Hughes. A contagem de plataformas eldquo;está ganhando maior atenção depois que a percepção de cortes na produção dos EUA colocou um alerta no mercadoerdquo; afirmou o Mizuho, em nota. Alguns especulam que a produção doméstica poderia cair sob pressão dos níveis de perfuração, acrescenta o banco. (E-Investidor)

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Vendas de gasolina e diesel no Rio Grande do Sul estão em 60% do normal

A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) retoma gradativamente a saída de combustíveis, que chegou a ser interrompida pelas inundações que afetam diversos municípios do Rio Grande do Sul. Atualmente, o volume de diesel e gasolina vendidos nos postos atinge entre 50% e 60% da capacidade normal, o que representa cerca de 5 milhões de litros diários de cada tipo de combustível. Em relação ao gás de cozinha, a oferta alcançou um nível adequado à demanda atual. Segundo informou a Petrobras, foram distribuídas 950 toneladas na última quarta-feira (8/5) e a expectativa é que esse volume aumente para 1.050 toneladas nesta quinta. Diante dos desafios técnicos para a adição de biodiesel ao diesel convencional, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) concedeu uma autorização para que a mistura do biocombustível possa ser reduzida temporariamente abaixo dos 14% habituais. Na segunda-feira (6/5), a ANP havia ajustado as misturas obrigatórias de combustíveis, temporariamente até o final de maio. Além disso, a agência dispensou a homologação prévia para cessão de espaço entre distribuidores nos municípios de Canoas e Esteio, visando ampliar a capacidade de armazenamento e distribuição de derivados líquidos. Transporte aéreo Paralelamente, estão sendo implementadas medidas para facilitar a reconexão aérea do Rio Grande do Sul com o restante do país. O movimento de passageiros que usualmente se concentrava no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), será redistribuído para terminais menores que estão em funcionamento, tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina. O reabastecimento prioritário de querosene de aviação (QAV) ocorrerá nos aeroportos das cidades gaúchas de Caxias do Sul, Santo Ângelo, Passo Fundo e Pelotas. Em Santa Catarina serão priorizados os aeroportos de Chapecó, Florianópolis e Jaguaruna. Aviões de grande porte irão pousar nessas localidades já abastecidos, de modo a evitar o uso do QAV nas regiões críticas, informou o Ministério de Minas e Energia (MME). A estratégia, que envolve a pasta, ANP, Anac e associações e empresas do setor, vai dar prioridade a aeronaves e helicópteros de pequeno porte, sobretudo os que estão sendo utilizados em resgates. Nível das águas De acordo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), subordinado ao MME, o nível do Rio Guaíba, que atravessa a capital Porto Alegre, ainda se encontra em patamares críticos e deve se manter acima da cota de inundação de 3 metros até a próxima semana. A situação impacta os municípios da região metropolitana, que estão entre os mais prejudicados pelos temporais. O número de municípios afetados subiu para 414, segundo informações oficiais do estado e prefeituras gaúchas, atualizadas na manhã de quarta (8). Desde o início das fortes chuvas, na segunda-feira (29/4), o Guaíba subiu mais de três metros e, no sábado (5/5), chegou à máxima histórica de 5,33 m, 58 cm acima do recorde anterior, de 4,75 m, observado em 1941. O SGB vem operando os Sistemas de Alerta Hidrológico das bacias dos rios Caí, Taquari e Uruguai e fornecendo dados contínuos sobre os níveis e previsões para as barragens locais. Além disso, a entidade viabilizou um mapeamento de áreas de risco para 62 municípios, incluindo mapas de inundação e estudos que podem auxiliar no planejamento da drenagem fluvial.

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"Navio terá multa se não descarbonizar combustível", alerta Mercadante

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, chamou a atenção, nessa quinta-feira (9/5), sobre mudanças nos combustíveis para a navegação e a aviação. As regras são definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que vem adotando medidas com o objetivo de reduzir as emissões de carbono, num esforço para mitigar os efeitos do aquecimento global. De acordo com Mercadante, o país precisa estar preparado, e o BNDES vem se debruçando sobre a questão. eldquo;A ONU é mandatária sobre navegação e espaço aéreo. No espaço aéreo, já estão dados a data e o volume do combustível renovável que terá que ser adotado a partir de 2027. Nós estamos financiando a produção de SAF, que é o combustível sustentável da aviaçãoerdquo;, disse Mercadante, durante apresentação do balanço financeiro do BNDES referente ao primeiro trimestre de 2024. Em sua visão, a maior preocupação envolve, no entanto, a navegação marítima. eldquo;Cerca de 90% de todo o transporte de mercadorias do planeta são feitos por navios. Eles terão multas se não descarbonizarem o combustível. E temos um problema logístico para chegar, por exemplo, à China. Nosso navio demora muito mais tempo do que, por exemplo, o da Austrália. Com isso, podemos perder competitividade. E o BNDES está debruçado sobre issoerdquo;, explicou. Uma das ferramentas que o país possui para fomentar essa transição energética é o Fundo da Marinha Mercante (FMM), que existe desde 1958 e é voltado para promover o desenvolvimento da marinha mercante e da indústria naval nacional. São vários gestores, mas o BNDES responde por 75%. Segundo Mercadante, por meio do fundo, estão em processo de contratação R$6,6 bilhões, envolvendo balsas, rebocadores, empurradores para transporte de grãos e minério, entre outras embarcações. Apesar dos desafios, ele vê uma oportunidade. eldquo;No curto prazo, para adaptar os navios, a melhor resposta é o etanol e o metanol, dos quais o Brasil é o segundo maior produtor. Nós temos a produção de etanol mais evoluída, que é o de segunda geração. É o mais eficiente, o que mais descarboniza. Podemos entrar nesse mercadoerdquo;. O presidente do BNDES afirmou que, para atender à demanda, será preciso dobrar a produção de etanol no Brasil. Subsídio à aviação O BNDES também está estudando uma forma de apoiar as empresas aéreas, tendo em vista que o setor ainda sente os prejuízos acumulados ao longo da pandemia de covid-19, quando as medidas de distanciamento social reduziram drasticamente a locomoção das pessoas, incluindo o transporte para negócios e turismo. A alternativa que vem sendo discutida envolve o Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC). Ele conta com recursos de contribuições provenientes das atividades ligadas ao próprio setor. eldquo;Esse fundo poderia ser acionado como garantidor para que possamos operar e oferecer crédito. Temos uma discussão em andamentoerdquo;, diz Mercadante. Segundo ele, as empresas vivem um bom momento. eldquo;Elas estão bem. O faturamento é crescente, os resultados são excelentes. Mas elas têm um passivo da pandemia. Os aviões ficaram no chão praticamente um ano e elas pagando leasing, tendo que manter equipes de profissionais, pagando taxas aeroportuárias. Foram custos muito pesados e as empresas sem faturamento. O Brasil não adotou nenhuma medida naquele períodoerdquo;. Mercadante também afirmou que, em diversos países, o setor recebeu apoio para suportar os prejuízos do período. eldquo;Depois da pandemia de covid-19, houve subsídios à aviação no mundo inteiro. Houve nos Estados Unidos, em quase todos os países europeus, na Índia e em outros. A China sempre fez isso. E é muito importante para um país do tamanho do Brasil ter o setor estruturado. A gente não chega em muitos locais importantes do território nacional se não tiver empresas que tenham uma visão sistêmica do país e que deem prioridade ao Brasil. A disposição do BNDES é contribuir para que essas empresas resolvam a situaçãoerdquo;. (Agência Brasil)

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