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ANP mantém suspensão, e Copape segue impedida de atuar no mercado de combustíveis

A ANP decidiu há pouco, numa posição unânime, manter suspensa a autorização da Copape Produtos de Petróleo para atuar no mercado de combustíveis. A empresa está na mira da agência desde o ano passado, sob suspeita de associação ao crime organizado. Também pesam indícios de irregularidades técnicas, além de falta de qualidade ao produto repassado ao setor. O placar do colegiado teve cinco votos contrários a um recurso da formuladora, cuja retomada já havia sido barrada em novembro. Hoje mais cedo, numa mudança de estratégia, os advogados da firma paulista enviaram à ANP um documento de 17 páginas relativo somente aos aspectos técnicos que emperram as operações. As investigações sobre ligações com grupos criminosos ficou de fora da defesa. Em outra frente de esforços, ontem, representantes da companhia estiveram com a diretora-geral interina da agência, Patrícia Baran. Nada disso surtiu efeito e, por enquanto, tudo fica como está. De acordo com o MP de São Paulo, a Copape (assim como a Aster) estaria envolvida em esquemas de lavagem de dinheiro e infrações econômicas. O órgão denunciou ambas por sonegarem R$ 1 bilhão.

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Petróleo fecha em queda com plano de cessar-fogo na Ucrânia no radar

Os contratos futuros do petróleo fecharem em queda nesta quinta-feira (6), em meio a catalisadores conflitantes. Por um lado, a commodity foi pressionada pelo vazamento de um suposto plano de paz de Donald Trump para encerrar a guerra na Ucrânia. Por outro, as perdas foram limitadas com o anúncio do Tesouro americano de mais sanções ao Irã. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em queda de 0,59% (US$ 0,42), a US$ 70,61 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,42% (US$ 0,32), a US$ 74,29 o barril. Em tarde volátil para a commodity, o Tesouro dos EUA anunciou mais uma rodada de sanções contra o Irã, tendo como alvo uma rede facilitadora de transporte do petróleo e energia do país. Além disso, segundo um relatório vazado pelo The Daily Mail, Trump tentará pressionar Volodymyr Zelensky a aceitar um cessar-fogo com a Rússia até a Páscoa endash; um acordo que inclui o congelamento do avanço russo, a proibição da adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a aceitação da soberania russa sobre terras anexadas. O mercado continua a ponderar também o impacto das tarifas comerciais. eldquo;A maioria dos traders acha que as ameaças tarifárias dos EUA à China são reais e podem prejudicar ainda mais sua economia, e com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pronta para aumentar a produção em breve, os preços do WTI podem ter ventos contrários mais fortes no futuroerdquo;, diz Dennis Kissler, do BOK Financial. O Citi prevê o petróleo Brent na faixa entre US$ 60 a US$65 o barril até o segundo semestre de 2025. O crescimento da oferta de países que não fazem parte da Opep+ ainda deve superar o fraco crescimento da demanda global, impactado pelas tarifas, acrescenta o banco. *Com informações da Dow Jones Newswires

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Lewandowski determina instauração de inquérito para investigar organizações criminosas

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou, nesta quarta-feira (5), que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar a atuação do crime organizado no setor de distribuição de combustíveis. A investigação terá foco na formação de cartéis e na infiltração criminosa no setor. O anúncio foi feito durante a primeira reunião do Núcleo de Combate ao Crime Organizado, criado em janeiro. A investigação busca não apenas desarticular essa infiltração criminosa, mas também fortalecer os mecanismos de fiscalização e garantir que o mercado de combustíveis opere de maneira justa e transparente. eldquo;O crime organizado tem utilizado postos de combustíveis como fachada para lavagem de dinheiro e outras práticas ilícitas. Estima-se que mais de mil postos já estejam sob controle dessas organizações, o que afeta diretamente a concorrência, distorce os preços e compromete a segurança econômica do setorerdquo;, afirmou Lewandowski. O ministro também anunciou a criação de um subgrupo permanente, destinado a fornecer informações estratégicas para as autoridades competentes, promovendo a troca de dados entre os órgãos envolvidos. Composto por diversas agências e servidores da casa, incluindo os secretários das áreas envolvidas, esse subgrupo terá como missão apoiar a Polícia Federal (PF) no aprofundamento das investigações. eldquo;O crime organizado infiltrado no setor de combustíveis tem gerado grandes prejuízos à economia nacional, não só pela sonegação de bilhões em impostos, mas também pela prática de lavagem de dinheiro, adulteração de produtos e formação de cartéis. A participação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica [Cade] nesta reunião foi essencial para tratarmos esse problema de forma integradaerdquo;, afirmou o ministro. Ele destacou, ainda, que, com a união de esforços entre os órgãos públicos e o setor privado, que já havia identificado essa infiltração criminosa e demonstrado grande preocupação, agora há uma base sólida para um enfrentamento mais efetivo. Plano Amas Na ocasião, o ministro também anunciou a criação de um sistema de segurança integrado no âmbito do Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas), que envolve todos os nove estados da Amazônia Legal. Coordenado em parceria com a PF, o projeto visa fortalecer as ações de combate ao crime organizado na região. Cada estado, em colaboração com a PF, elaborou planos táticos específicos para lidar com os desafios locais, considerando as diferentes realidades e biomas amazônicos. O projeto é estruturado em torno de um planejamento estratégico central, que já está em vigor e serve como base para as ações subsequentes de combate ao crime na região. Neste momento, o foco está na elaboração dos planejamentos operacionais, com ênfase na prevenção e repressão ao crime ambiental. A iniciativa visa intensificar fiscalizações em áreas sensíveis, como os rios, e combater práticas criminosas que prejudicam tanto o meio ambiente quanto a segurança pública. Além disso, o projeto tem atraído grande interesse internacional, com apoio de organizações como Interpol e Europol, além de países da região que já manifestaram o desejo de colaborar com o sistema de segurança sendo estruturado para a Amazônia. Essa colaboração ampliada busca fortalecer a cooperação internacional no enfrentamento do crime organizado na região. Núcleo Instituído em janeiro de 2025, o Núcleo de Combate ao Crime Organizado foi criado para integrar e desenvolver estratégias conjuntas entre os órgãos do MJSP. Suas principais funções incluem mapear, sistematizar e analisar informações sobre grupos criminosos, suas estruturas, atividades econômicas e vínculos externos. Além disso, os integrantes do ministério vão simplificar e dar agilidade aos processos de identificação e confisco de bens ilícitos para, dessa maneira, garantir que esses recursos sejam direcionados ao fortalecimento das ações de segurança pública. A estrutura também permite a promoção de parcerias com universidades, órgãos públicos e entidades da sociedade civil e a proposição de novas regras e regulamentos para dificultar sua atuação e financiamento. Entre as atividades do núcleo estão o acompanhamento dos resultados e a avaliação contínua da efetividade das ações. Com base nos indicadores, as estratégias serão aprimoradas periodicamente. Lideram o núcleo a Secretaria-Executiva do MJSP, responsável pela coordenação das ações; a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que atua na integração e no fortalecimento das forças policiais; e a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), voltada para a gestão do sistema prisional. Integrantes Participaram da primeira reunião do Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado o secretário-executivo, Manoel Carlos de Almeida Neto; o secretário Nacional de Justiça, Jean Keiji Uema; a secretária Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Marta Machado; o secretário Nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubo; o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia; o secretário de Assuntos Legislativos, Marivaldo Pereira; o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues; o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Oliveira; o diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Senasp, Rodney da Silva; a diretora de Gestão de Ativos da Senad, Tatiane da Costa Almeida; o diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Senajus, Rodrigo Sagastume; o diretor de Inteligência Penitenciária, Antônio Glautter de Azevedo Morais; o diretor do Sistema Penitenciário Federal, Marcelo Stona; o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF, Ricardo Saadi; e o coordenador-geral de Combate ao Crime da PRF, Allyson Simensato. Também integraram o grupo o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo; o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas; o presidente do Coaf, Ricardo Liáo; o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes; o subsecretário de Administração Aduaneira da Receita Federal, Fabiano Coelho; o coordenador-geral de Combate ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal, Raphael Eugênio de Souza; o delegado da Alfândega de Guarulhos da Receita Federal, Mário de Marco; o diretor de Inteligência Financeira do Coaf, Marcelo Henrique de Ávila; e o coordenador-geral de Operações Especiais do Coaf, Fernando César da Mata Reis.

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Lula defende exploração na Foz do Amazonas e diz que país precisa de petróleo para transição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quarta-feira (5), a exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas, na margem equatorial do país, e disse que isso pode ser feito sem prejuízos ao meio ambiente. "Queremos o petróleo, porque ele ainda via existir muito tempo. Temos que utilizar o petróleo para fazer a nossa transição energética, que vai precisar de muito dinheiro. A gente tem perto de nós a Guiana e o Suriname pesquisando o petróleo muito próximo a nossa margem equatorial", disse Lula, durante entrevista a rádios de Minas Gerais. "Precisamos fazer um acordo e encontrar uma solução em que a gente dê garantia ao país, ao mundo e ao povo da margem equatorial que a gente não vai detonar nenhuma árvore, nada do rio Amazonas, nada do oceano Atlântico". O governo tem a expectativa de que o Ibama conceda a autorização para exploração ainda no primeiro semestre deste ano. Um dos argumentos do Palácio do Planalto para acelerar essa liberação é a proximidade da COP30, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas que acontece em novembro em Belém. O governo gostaria de evitar que a conferência, em que o país tenta se posicionar como um líder na luta contra as mudanças climáticas, seja contaminada pela imagem de uma nação que continua a ampliar a exploração de combustíveis fósseis. Em outubro do ano passado, técnicos do Ibama rejeitaram estudos complementares que já tinham sido apresentados pela Petrobras e recomendaram o arquivamento do pedido feito pela petroleira. O documento com a negativa foi assinado por 26 técnicos do órgão ambiental. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, no entanto, decidiu dar novo espaço para que a companhia apresentasse informações e medidas. Há duas semanas, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, disse que a estatal concluirá neste primeiro trimestre o que acredita ser a última exigência para a licença ambiental do poço no chamado bloco 59. Trata-se da construção de um centro de despetrolização de animais em Oiapoque (AP), cidade mais próxima ao poço que a estatal encara como prioritário para repor suas reservas de petróleo a partir da próxima década. A estrutura de resgate, que seria usada em caso de acidente, foi questionada no último parecer da área técnica do Ibama, que rejeitou a concessão de licença para o poço. A autorização para explorar petróleo na Foz do Amazonas é vista como etapa crucial pela Petrobras para ampliar suas reservas. O plano é defendido pessoalmente pelo presidente Lula, e ficou com Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, a missão de acelerar o processo. Ainda na entrevista desta quarta, Lula disse que há uma tentativa de jogar sobre a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) a responsabilidade pela demora na aprovação do plano de exploração. "A Marina não é a responsável", disse Lula. "Não é a companheira Marina. Vamos ter que encontrar uma solução para que a gente explore essa riqueza, se é que ela existe, em benefício do povo brasileiro", declarou. A região já teve 95 poços petrolíferos perfurados, com apenas uma descoberta comercial de gás natural e alto índice de abandono por dificuldades operacionais, que o setor diz serem reflexos da tecnologia ultrapassada quando a região teve seu pico de exploração, nos anos 1970. Ocupando uma área de cerca de 350 mil km², equivalente ao estado de Goiás, a bacia se estende entre a baía de Marajó, no Pará, e a fronteira com a Guiana Francesa, e teve seu primeiro poço petrolífero perfurado em 1970, sem a descoberta de petróleo. Dos 95 poços perfurados na região, 31 foram abandonados por dificuldades operacionais. Na última tentativa, em 2011, por exemplo, a Petrobras suspendeu a perfuração devido a fortes correntezas. Pelo comportamento agudo das marés na região e seu isolamento, ambientalistas temem que o tempo de resposta em caso de acidentes com vazamento de petróleo seria muito longo. A região, além de ambientalmente sensível, ainda foi pouco estudada, argumentam. Além da preocupação com espalhamento de óleo, ambientalistas apontam que o país não deveria abrir novas fronteiras de combustíveis fósseis, movimento que vai na contramão do consenso científico para o combate às mudanças climáticas.

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Atropelo no diesel

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que bateu o martelo sobre o reajuste do diesel na sexta-feira (31), mas a sequência de acontecimentos durante a semana não deixa dúvida de que o governo mais uma vez atropelou a governança da estatal. Já na segunda (3), fontes próximas vazaram para a imprensa que a estatal tinha um reajuste engatilhado. Depois, o governo iniciou uma estratégia de comunicação para reforçar que, mesmo com aumento, a estatal ainda venderia diesel mais barato do que sob Bolsonaro. A estratégia foi usada pelo presidente Lula e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevistas na quinta (30). Silveira chegou a entregar à Folha possíveis cifras para um aumento que ainda não havia sido anunciado pela estatal. A política comercial da Petrobras diz que os reajustes são definidos por um trio de executivos formado pela presidente da empresa e pelos diretores responsáveis pela área financeira e de comercialização de combustíveis emdash;hoje, Magda Chambriard, Fernando Melgarejo e Claudio Schlosser. Esse grupo tem autonomia para tomar as decisões, sem necessidade de aval do Conselho de Administração. Os anúncios de reajustes costumam ser feitos em comunicados ao mercado no fim da manhã do dia anterior ao início da vigência. O sigilo é importante para evitar especulações de mercado emdash;tanto o financeiro, negociando ações da empresa com informação privilegiada, quanto o de combustíveis, que poderia antecipar movimentos com estoques para lucrar mais com os novos preços. Na ânsia de se desculpar antecipadamente pelo aumento, o governo desconsiderou o rito. Não foi a primeira vez: a crise dos dividendos em 2024, que culminou com a demissão do ex-presidente Jean Paul Prates, foi pródiga em declarações antecipadas sobre assuntos estratégicos da empresa. As ações da Petrobras ainda não se recuperaram totalmente do tombo daquela ocasião. E seu Conselho de Administração, domesticado pela maioria aliada ao governo, vem se mantendo calado diante dos atropelos. (Coluna por Nicola Pamplona)

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Petrobras diversifica clientes ao exportar petróleo e reduz fatia da China

Há mais de uma década na posição de maior importador de petróleo da Petrobras, a China repetiu o feito em 2024, mas perdeu a posição para o conjunto de países europeus no quarto trimestre do ano. De outubro a dezembro, a estatal brasileira vendeu 508 mil barris de petróleo por dia ao exterior, dos quais 38% foram para a Europa e apenas 30% foram para a China. Como comparação, em todo o ano de 2019, o país asiático chegou a comprar 72% do total vendido pela Petrobras. A inversão, que pode se tornar mais frequente daqui para frente, só foi registrada no momento mais agudo da guerra da Ucrânia, no segundo trimestre de 2022 (Europa com 39% e China com 15%). Corre por fora a região chamada de eldquo;Ásia exceto Chinaerdquo;, que inclui Índia e Coreia do Sul, e das exportações da Petrobras no fim de 2024 respondeu por 17%, o maior porcentual desde que os volumes por país foram abertos em balanço, a partir de 2019. Estratégia Embora a guerra na Ucrânia ainda sustente o rearranjo global das cargas de petróleo emdash; com cargas russas indo à Ásia, enquanto o petróleo do Oriente Médio e de regiões como Brasil passaram a suprir mais a Europa emdash;, a mudança no topo da lista de compradores da Petrobras também se deve à estratégia de diversificação da base de clientes da companhia para maximização de margens, diz o diretor de comercialização e logística, Claudio Schlosser. eldquo;O que a gente tem feito muito na área internacional é ampliar a nossa base de clientes. Nossa cesta tem renovado praticamente 19 clientes de petróleo por ano, o que é uma evolução muito grande em relação aos níveis históricoserdquo;, diz Schlosser. Segundo o executivo, não se trata de reduzir a exposição à China, que vai seguir como destino forte do produto da Petrobras podendo retomar a primeira posição. eldquo;A estratégia é ter o maior grau de cobertura e clientes possível. Não trabalhamos observando dependência daqui ou dali. O objetivo é que a cesta de petróleos seja monetizada da melhor maneira possível, e isso acontece quando ampliamos o interesse e a briga pelo produto vemerdquo;, afirma. Com relação às refinarias europeias, mais exigentes quanto à qualidade do petróleo, a geopolítica de momento deu oportunidade para a Petrobras apresentar seu produto, um petróleo de densidade baixa ou média e com baixo teor de enxofre e carbono. eldquo;É um produto excepcional, com demanda, mas ainda pouco conhecido. Quando a janela se abriu, passamos a vender mais para Grécia, Itália e outros países que entraram na base de clientes com um apetite crescenteerdquo;, continua. Índia e África Além da Europa, Schlosser cita compradores asiáticos, sobretudo da Índia, e novos clientes africanos. Como o Estadão/Broadcast noticiou na terça-feira, 4, a Petrobras está em vias de assinar um contrato de 24 milhões de barris de óleo cru para a Bharat Petroleum Corporation, uma das quatro estatais indianas de refino. Já existem contratos com a Indian Oil Corporation (IOC) e a intenção de fornecer a outras empresas do país, que já é o terceiro maior importador de petróleo do mundo. O executivo da Petrobras cita, também, um potencial mais forte de entrada na África, citando o fornecimento à refinaria Dangote, inaugurada em maio de 2023 na Nigéria, com capacidade para 650 mil barris por dia. Em 2024, a Petrobras exportou uma média de 798 mil barris por dia de petróleo, 1% a menos do que em 2023. A frente de refino da própria companhia é um competidor das exportações, porque só é vendido ao exterior a parcela de óleo cru não aproveitada para fabricação de derivados pela estatal, em alta nos últimos anos. China Apesar da guinada à Europa, novas taxações dos Estados Unidos à China podem reforçar ainda mais o fluxo de petróleo brasileiro para a maior economia da Ásia. Até por isso, Schlosser define a redução do porcentual à China como conjuntural e não estrutural. Em 2024, as importações totais de petróleo da China encolheram 1,9% na comparação com 2023, no que foi o primeiro declínio anual em décadas, desconsiderando a pandemia. O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy, reconhece os efeitos da desaceleração da economia chinesa e do seu processo de eletrificação massiva na demanda pela commodity, mas minimiza a estatística. Ele explica que os chineses reduziram importações, mas não consumo de petróleo, porque usaram volumes estocados, comprados em momentos de cotação mais baixa, de anos anteriores. Ardenghy lembra que 43% da matriz energética da China ainda vem do carvão mineral e que, portanto, parte importante da transição não será direta, passando pelo petróleo. Isso deve garantir a China como protagonista da pauta de exportações por eldquo;bons anoserdquo;, afirma.

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