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CPAT e Recap fazem parceria para empregos em postos de combustíveis

O Centro Público de Apoio ao Trabalhador de Campinas (CPAT) e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região (Recap) realizam uma parceria para fazer a intermediação entre os trabalhadores e os postos de combustíveis, oferecendo diversas vagas de emprego na região. Postos de Campinas, Hortolândia, Monte Mor, Paulínia, Sumaré, Valinhos e Vinhedo vão anunciar vagas de emprego no CPAT, que fará a triagem o encaminhamento dos interessados para os processos seletivos. Entre as vagas disponíveis no setor estão de frentista, trocador(a) de óleo, atendente de loja de conveniência, além de serviços administrativos. De acordo com o Recap, cerca de 20% das vagas na área têm maior rotatividade. Por isso, os postos geralmente têm vagas abertas para quem busca uma oportunidade. No CPAT, o empregador descreve todas as informações para a equipe de captação. O trabalhador que se encaixar no perfil da vaga já recebe na hora a carta de encaminhamento, com a data da entrevista para participar da seleção. No local, também ficam disponíveis salas que as empresas podem utilizar gratuitamente para fazer entrevistas, dinâmicas de grupo ou outros serviços necessários para o recrutamento. Para anunciar vagas de emprego no CPAT as empresas podem entrar em contato pelo telefone (19) 3733 7362 ou pelo chat no site cpat.campinas.sp.gov.br. A inscrição dos candidatos é gratuita.

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Refinaria de Manaus é investigada por não entregar dados de produção de combustíveis

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo e Derivados do Estado do Amazonas (Sindipetro) entrou, na quarta-feira (8/5), com uma ação civil pública contra o grupo Atem, que controla a Refinaria da Amazônia (Ream), por não ter divulgado informações obrigatórias sobre a produção de combustíveis. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) também abriu autos de infração sobre o caso, que ainda estão em curso. A companhia enviou com atraso à agência informações referente aos meses de junho a dezembro de 2023 e ainda não entregou os dados de janeiro a março de 2024. O Sindipetro argumenta que o cenário gera dúvidas sobre a continuidade do refino na unidade, além de levar a incertezas sobre o fornecimento local e a riscos de desabastecimento. A entidade suspeita que a refinaria tenha interrompido o processamento e que hoje atue apenas como estrutura de apoio logístico para a distribuição de derivados importados, diz o advogado Ângelo Remédio, da Advocacia Garcez, que representa o Sindipetro no caso. eldquo;O judiciário tem a capacidade de ordenar a produção de provas, nesse sentido, e também de eventualmente gerar responsabilizaçõeserdquo;, diz Segundo o advogado, o refino é uma atividade de caráter de interesse público, por isso, a empresa precisa informar aos órgãos públicos caso interrompa a produção. eldquo;Se a empresa deixar de refinar, diminui empregos, arrecadação de imposto, de investimentoerdquo;, afirma. Pelo menos dois processos internos sobre o caso já foram abertos pela ANP, em julho e outubro de 2023. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a ANP afirmou ao Sindipetro-AM que não foram realizadas fiscalizações presenciais na Reman durante o período de setembro a dezembro de 2023. Em defesa enviada à agência, a refinaria afirma que está em processo de eldquo;transição macroestruturalerdquo; e que ainda está organizando os processos operacionais e sistêmicos depois que foi privatizada. Argumenta ainda que o segundo semestre de 2023 foi o primeiro em que operou totalmente desvinculada ao sistema Petrobras, o que explicaria as dificuldades na consolidação dos dados. A Ream é a antiga Refinaria Isaac Sabbá (Reman), vendida no processo de desinvestimentos da Petrobras. A venda foi fechada por US$ 257,2 milhões e incluiu um terminal aquaviário. A refinaria tem capacidade de processamento de 46 mil barris/dia e atende sobretudo ao mercado da região Norte. Durante a análise da transação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2022, diversas distribuidoras da região manifestaram receios sobre possíveis problemas concorrenciais para acesso às bases de distribuição da região caso a refinaria fosse vendida junto com o terminal aquaviário. O grupo Atem já controlava um dos principais terminais de importação de combustíveis da região antes da compra da refinaria. Uma das críticas ao desinvestimento na época era a possibilidade de ser mais lucrativo para a empresa interromper o refino e passar a usar a estrutura na região apenas para importação e distribuição. A venda da refinaria amazonense foi parte do termo de cessação de conduta (TCC) assinado pela Petrobras com o Cade em 2019 com o objetivo de ampliar a competição no mercado de refino brasileiro. A estatal assumiu o compromisso de vender oito refinarias em troca da suspensão de inquéritos administrativos que apuravam a possibilidade de abuso de posição dominante. Ao todo, apenas três ativos tiveram o desinvestimento concluído. No momento, a Petrobras renegocia os termos do acordo com o órgão. A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) protocolou este mês um pedido do Cade para o fim do TCC. O pedido foi assessorado pela Advocacia Garcez, que também representa o Sindipetro no caso da Reman. eldquo;Hoje a gestão da Petrobras não tem perspectiva de privatizar as refinarias, então esses processos foram paralisados. Mas o TCC está em vigência, então em tese, eventualmente, a Petrobras pode ser cobrada ou até punida pelo Cade se não cumprir as determinações. A Anapetro pede essa definição, para resguardar a própria Petrobras e para de maneira mais definitiva mudar a perspectiva dessa política, de ter essa definiçãoerdquo;, disse Remédio. Procurada pela agência epbr, a Atem não se manifestou até o fechamento desta matéria. O espaço seguirá aberto.

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Total de novas licenças despenca com paralisação no Ibama

Com a paralisação das atividades de campo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o número de licenças concedidas despencou de 180, no primeiro quadrimestre do ano passado, para 69 no mesmo período deste ano. O número é da Associação Nacional dos Servidores Especialistas em Meio Ambiente (Ascema Nacional). Apenas no setor elétrico, foram afetados quatro processos de termoelétricas, que somam 5.970 megawatts (MW) de capacidade, e três de eólicas, que poderiam gerar mais 934,8 MW de energia. Também tiveram análises e emissões de autorizações interrompidas projetos ligados à mineração. Mas, segundo o Ibram, que representa as mineradoras, ainda não houve reclamação dos associados. Já segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), há hoje 30 mil veículos aguardando liberação ambiental em portos. Além de atrasar entregas de carros no mercado nacional, principalmente vindos da Argentina e da China, o movimento tem afetado também parte das exportações. Para a entidade, as empresas do setor acabam se adaptando ao ritmo mais lento de liberação. O processo, que levava entre 15 e 20 dias, aumentou para 60 dias, segundo a Ascema Nacional. A paralisação acontece, porém, pouco antes do aumento de carga tributária para veículos híbridos e elétricos importados endash; previsto para julho. Montadoras, principalmente chinesas, haviam se organizado para trazer um volume maior de carros ao País antes da majoração da alíquota. OUTRAS CATEGORIAS. O impacto pode ser ainda maior caso movimentos de paralisações ganhem corpo e até se transformem em greves gerais, diz Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), que reúne 36 entidades, das quais 22 de âmbito federal. eldquo;Ainda não há acordo para os fiscais agropecuários, que respondem por toda a fiscalização sanitária do agronegócio, e cujo movimento pode escalar, por exemploerdquo;, diz Marques. eldquo;A situação no Tesouro também pode comprometer a vida do governo, já que em junho há transferência de emendas parlamentares a municípios no valor de R$ 8 bilhões.erdquo; Com isso, diz ele, fazer o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) em agosto se tornaria impraticável. Sem reajustes há seis anos, os servidores foram estimulados às paralisações pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diz Marques. eldquo;O reajuste emergencial de um terço dos salários que conseguimos nesta gestão foi completamente insuficiente para estancar as perdaserdquo;, afirma. eldquo;O presidente Lula disse para fazermos paralisações para pressionarmos por condições melhores, eé oque estamos fazendo.erdquo; Na semana passada, em entrevista ao programa eldquo;Bom Dia, Presidenteerdquo;, da EBC, Lula disse que queria eldquo;uma negociação o mais rápido possívelerdquo; com os professores e servidores das universidades federais, em greve desde abril por aumento de salários. eldquo;Vamos fazer um acordoerdquo;, disse ele, destacando, porém, a restrição orçamentária do governo. As negociações acontecem no momento em que a equipe econômica enfrenta críticas por ter alterado as metas fiscais de 2025 e de 2026, adiando o ajuste das contas públicas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também tem sido cobrado a apresentar propostas para o corte de despesas. Em entrevista na semana passada ao Estadão/Broadcast, Haddad disse que o pontapé inicial de uma reforma administrativa deveria ser dado por meio do combate aos supersalários. Ele defendeu colocar travas na Constituição para limitar o pagamento de auxílios que driblam o teto constitucional do salário do funcionalismo, hoje fixado em R$ 41,6 mil mensais .eldquo;Se ficar só no projeto de lei, amanhã alguém muda erdquo;, diss eH add ad, em referência ao projeto que tratado tema eque está há três anos parado no Senado .ebull;

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Petrobras divulga resultado do primeiro trimestre de 2024 nesta segunda

A Petrobras deve registrar um lucro líquido em torno de US$ 5,5 bilhões (cerca de R$ 28,3 bilhões com base no câmbio a R$ 5,15) nos primeiros três meses deste ano. Será um recuo em relação ao mesmo período do ano passado, quando o ganho chegou a R$ 38,1 bilhões. A estatal divulga seus resultados na noite desta segunda-feira, após o fechamento do mercado financeiro. Analistas projetam que a estatal deve distribuir ainda dividendos novamente. A estimativa do Citi prevê uma distribuição de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15,4 bilhões) aos acionistas. Para especialistas, um dos principais motivos para o recuo no ganho ocorre por conta da queda nas vendas dos derivados no mercado interno. Nos primeiros três meses deste ano, a estatal informou recuo de 2,9%, para 1,648 milhão de barris por dia na comparação anual. Segundo a estatal, a gasolina teve queda de 6,8% nas vendas entre janeiro e março, assim como o diesel, que caiu 3,4%. A redução ocorreu eldquo;em função da demanda de mercado e paradas programadaserdquo;, disse a estatal recentemente. A Petrobras afirmou ainda que houve um aumento no teor mínimo de mistura obrigatória de biodiesel, que passou de 12% para 14% em março de 2024. Na gasolina, explicou a estatal, houve perda de participação para o etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex. Especialistas lembram ainda da queda nas exportações com a instabilidade do conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio. Com menores vendas, a receita deve ficar em torno de US$ 24,4 bilhões (cerca de R$ 125, 6 bilhões) no primeiro trimestre. Será menor que os R$ 139 bilhões do primeiro trimestre de 2023. Especialistas lembram ainda que o lucro da estatal pode ser afetado pela decisão da 3ª Turma da Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que, em fevereiro, manteve duas cobranças de impostos à Petrobras, que juntas somam R$ 9,18 bilhões. Embora a estatal ainda possa recorrer, os analistas acreditam em algum tipo de impacto. Esses efeitos devem anular o impacto positivo do aumento do aumento do preço do petróleo no mercado internacional, que passou de US$ 77 parta US$ 87 no primeiro trimestre deste ano, e a alta de 3,2% na produção de petróleo, que passou de 2,352 milhões de barris de óleo equivalente (boe/dia) para 2,428 boe/d.

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Líder do maior bloco da Câmara quer incluir política de conteúdo local no Mover

Líder do maior bloco da Câmara, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) apresentou emenda ao projeto que cria o Mover, programa de Mobilidade Verde e Inovação, para incluir um capítulo dedicado à política de conteúdo local, defendida pelo presidente Lula (PT) em seus dois primeiros mandatos. Os índices foram flexibilizados pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). A emenda indica que o conteúdo local mínimo obrigatório exigido em licitações de blocos para a exploração e produção de petróleo e gás natural sob regime de partilha de produção será de 20% na fase de exploração e de 30% na construção de poço, por exemplo. Também estipula mínimos de conteúdo local obrigatório em licitações de blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural sob o regime de concessão. Em terra, na fase de exploração, esse patamar mínimo é de 50%, enquanto no mar seria de 18%. A emenda prevê ainda preferência à contratação de fornecedores brasileiros sempre que as ofertas tiverem condições de preço, prazo e qualidade mais favoráveis ou equivalentes às de fornecedores estrangeiros. Além disso, estabelece multa no caso de descumprimento dos índices mínimos de conteúdo local. "É oportunidade de emprego e renda para a população brasileira, garantindo ao Brasil assumir a posição que já ocupou na indústria naval no mundo", defende o parlamentar. "A gente está preparado, tem os nossos estaleiros, tem mão de obra preparada e qualificada para fazer essas plataformas, navios como plano de expansão da Transpetro, como plano de expansão da Petrobras. E a gente vai garantir renda para a população brasileira." Ele diz esperar apoio do governo à emenda. "Essa é uma matéria de defesa do governo Lula. Historicamente, o Lula sempre esteve nesse campo."

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Inflação acelera a 0,38% em abril e fica acima das projeções

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou a 0,38% em abril, disse nesta sexta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice havia subido 0,16% em março. Remédios, alimentos e gasolina pressionaram a inflação de abril, que ficou acima da mediana das previsões do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 0,35%. Apesar da aceleração em abril, a taxa de 0,38% é a menor para o mês em três anos, desde 2021. À época, o IPCA havia subido 0,31%. No acumulado de 12 meses, a inflação brasileira perdeu força. O índice desacelerou a 3,69% até abril. É o menor patamar desde junho do ano passado (3,16%). Ainda assim, o novo resultado ficou acima da mediana das projeções, que era de 3,66%, segundo a Bloomberg. A inflação estava em 3,93% nos 12 meses até março. REMÉDIOS E ALIMENTOS EM ALTA Em abril, 7 dos 9 grupos de produtos e serviços do IPCA tiveram alta de preços. Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e alimentação e bebidas (0,70%) registraram os maiores impactos no índice mensal (0,15 ponto percentual cada). Em saúde e cuidados pessoais (1,16%), a principal pressão veio dos produtos farmacêuticos (2,84%). A carestia ocorreu após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março. Em alimentação e bebidas (0,70%), houve pressão de produtos tradicionais da mesa do brasileiro. A alimentação no domicílio acelerou de 0,59% em março para 0,81% em abril. Foram observadas altas nos preços de mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate (14,09%) e café moído (3,08%). André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA, disse que, de modo geral, os alimentos ainda são impactados por choques climáticos do início deste ano. Eventos como ondas de calor e chuvas intensas afetaram a oferta de mercadorias em regiões produtoras. "Tudo isso acabou prejudicando a produção de diversos alimentos, principalmente daqueles mais sensíveis ao clima. Isso acaba se refletindo nos preços", disse Almeida. POSSÍVEL IMPACTO DAS ENCHENTES NO RS Nos últimos dias, entrou no radar de analistas um novo fator que pode gerar alguma pressão inflacionária sobre os alimentos. Trata-se do possível impacto das enchentes que devastam municípios do Rio Grande do Sul. O temor é de que a catástrofe afete estoques, com repasses para os preços. Já há, inclusive, restrições a compras de itens como arroz em supermercados. O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção do cereal no Brasil. Com o receio do impacto na inflação, o governo federal anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz. A medida é contestada por produtores. Eles dizem que as lavouras gaúchas terão condições de alimentar a demanda nacional, mesmo com as perdas nas enchentes. De acordo com o IPCA, os preços do arroz tiveram queda de 1,93% em abril. Porém, no acumulado de 12 meses, o produto ainda acumula alta de 25,46%. O avanço registrado somente em 2024 foi de 7,21%. "O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz, mas também tem produção de soja e milho, que são importantes na produção de ração animal, por exemplo", afirmou Almeida. O custo da ração é um dos componentes dos preços de carnes e leite. "Essas chuvas podem acabar impactando a produção. Agora, como isso vai se refletir nos preços, a gente tem de aguardar", ponderou Almeida. O IBGE não faz projeções de preços. "É um grupo [alimentação] que deve seguir pressionando a inflação, por conta da tragédia no RS, que é um grande produtor de alimentos do país, principalmente no arroz", afirmou em relatório Andre Fernandes, chefe de renda variável e sócio da A7 Capital. GASOLINA PRESSIONA, PASSAGEM DE AVIÃO ALIVIA No grupo dos transportes, a alta dos preços foi de 0,14% em abril, segundo o IPCA. A gasolina avançou 1,50%. Assim, teve o maior impacto individual entre os subitens em alta no índice (0,08 ponto percentual). A passagem aérea, por outro lado, registrou queda de 12,09% em abril. Com isso, mostrou uma contribuição de -0,08 ponto percentual no IPCA. Foi o maior impacto individual do lado dos subitens em queda. META DE INFLAÇÃO E JUROS O IPCA serve como referência para a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central), cujo centro é de 3% em 2024. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Logo, a meta será cumprida se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) no acumulado do ano. Projeções do mercado apontam alta de 3,72% para o índice em 2024, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda (6) pelo BC. A estimativa está abaixo do teto da meta (4,5%). O principal instrumento do BC para o controle da inflação no Brasil é a taxa básica de juros (Selic). Na quarta (8), o Copom (Comitê de Política Monetária) da instituição decidiu mudar o ritmo de corte da Selic. Depois de promover seis reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual, a diretoria do BC anunciou uma queda de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, que passou de 10,75% para 10,50% ao ano. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, e outros quatro diretores votaram pelo corte menor. Já os quatro indicados pelo governo Lula (PT) desejavam uma redução de 0,50 ponto. A inflação de serviços medida no IPCA, um dos componentes avaliados pelo Copom, desacelerou de 0,10% em março para 0,05% em abril. Em 12 meses, a taxa atingiu 4,60%. É o menor patamar desde setembro de 2021, quando a variação era de 4,41%. A inflação de serviços, porém, ainda segue acima do índice geral (3,69%). "A demanda pode influenciar alguns segmentos [de serviços]", afirmou Almeida, do IBGE. "Existem outros fatores, como aumento de custos, reajustes de planos. Tivemos reajustes de planos de telefonia móvel", completou. Por ora, a Warren Investimentos projeta IPCA de 0,32% em maio e de 0,16% em junho. "Vamos fazer alguns ajustes pontuais, no entanto, vale lembrar que a inflação de curto prazo poderá se mostrar muito volátil, tendo em vista a difícil mensuração dos efeitos das enchentes no RS", disse em relatório Andréa Angelo, estrategista da Warren. A casa espera que o IPCA deste ano e de 2025 fique em 3,80%. O economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), avalia que, após a tragédia gaúcha, a inflação pode passar de 3,9% para 4,5% ao final de 2024, dependendo dos impactos. Ele, contudo, diz que essa é uma estimativa "muito preliminar". DESASTRE NO SUL GERA INCERTEZA NA COLETA DE DADOS Outro possível reflexo da catástrofe no Rio Grande do Sul é a dificuldade para o IBGE realizar a coleta de preços e outros levantamentos. A tragédia deixou um rastro de destruição na logística do estado, incluindo estragos em rodovias e derrubada de pontes. Até o momento, o IBGE diz que segue avaliando os impactos. O órgão promete se pronunciar quando tiver segurança técnica sobre possíveis medidas a serem adotadas, de acordo com cada pesquisa. A coleta dos preços do IPCA-15 de maio, por exemplo, vai do período de 16 de abril a 15 de maio. Esse intervalo já abrange os efeitos das enxurradas. O IPCA-15 é divulgado antes do IPCA, trazendo um panorama dos preços para o indicador oficial.

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