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Haddad se reúne com encarregado de negócios dos EUA e entrega documentos sobre operação contra Refit

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a reunião com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, foi pedida pelos americanos, mas a partir da provocação da carta que o governo brasileiro enviou, depois do telefonema dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, na terça-feira, 2. eldquo;Eles (Lula e Trump) conversaram, o presidente (Lula) ficou de mandar um documento, nós mandamos o documento e como consequência, a embaixada (dos EUA) fez contato para nós avançarmos e com muito boas notícias, de que o interesse na proposta brasileira é muito grande, de cooperaçãoerdquo;, afirmou Haddad a jornalistas. Ministro apontou que crime organizado estaria usando o Estado americano de Delaware como espécie de paraíso fiscal O chefe da equipe econômica entregou a Escobar, em reunião ocorrida na sede da pasta, documentos sobre as investigações da Operação Poço do Lobato, deflagrada pela Receita Federal no fim de novembro, que investiga sonegação fiscal e lavagem de dinheiro do grupo Refit, dono da Refinaria de Manguinhos (RJ). No dia em que a operação foi deflagrada, o ministro apontou que o crime organizado estaria usando o Estado americano de Delaware como uma espécie de paraíso fiscal, em operações de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. eldquo;São dezenas de empresas e fundos que são abertos fora do Brasil. É uma operação de triangulação internacional gravíssimaerdquo;, apontou o ministro. Questionado se a autoridade americana já tinha algum conhecimento sobre operações com empresas abertas nos Estados Unidos, Haddad respondeu: eldquo;Se ele sabia, ele não revelouerdquo;. Escobar apresentou parcerias em andamento com o México, e Haddad falou que a situação do Brasil é muito diferente da mexicana e que não há comparação. eldquo;Mas falei que nós tínhamos condição de fazer uma parceria adequadaerdquo;, pontuou. eldquo;A sensação que dá é de que eles vão correr com o assuntoerdquo;, prosseguiu o ministro, dizendo que o encarregado de negócios disse estar se preparando para responder o mais rapidamente possível à proposta brasileira. Segundo o ministro, após a tradução dos documentos, será verificado com o Ministério da Justiça qual é o canal competente para fazer chegar as informações aos americanos. eldquo;Ele (Escobar) ficou de elaborar uma resposta para a provocação brasileira, que ele considerou muito viável. Falou com um certo entusiasmo das condições que estão dadas e do pedido que foi feito pelo presidente Trump de estreitar os laços com o Brasilerdquo;, completou. O ministro disse ter adiantado eldquo;alguns detalheserdquo; das investigações que estão sendo feitas no Brasil e que envolvem fundos constituídos nos EUA. eldquo;Disse que nós estamos traduzindo material. Nós temos que ter toda a cautela de como encaminhar esse material para as autoridades americanas, para que seja pelos canais competentes, para que não haja nenhum risco de nulidade, de questionamentoerdquo;, prosseguiu, frisando que sua equipe terá eldquo;todo o cuidado formal de fazer com que os canais competentes se comuniquemerdquo;. Haddad ainda relatou ter comunicado das eldquo;grandes possibilidadeserdquo; com a integração, no Brasil, da Polícia Federal, Receita Federal e Coaf e com os Ministérios Públicos Estaduais. eldquo;A integração está acontecendo de maneira satisfatória e, se eles se integrarem a nós nesse contexto, eu penso que nós poderíamos potencializar a ação de combate, não apenas a lavagem de dinheiro, mas como esse dinheiro acaba chegando nas facções, que é uma preocupação muito grande deles (americanos).erdquo;

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Petróleo fecha em alta, com possível distensão entre Rússia e Ucrânia no radar

Os contratos futuros do petróleo encerraram a sessão desta quinta-feira, 4, em alta, enquanto investidores seguem monitorando desdobramentos das negociações para encerrar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O petróleo WTI para janeiro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em alta de 1,22% (US$ 0,72), a US$ 59,67 o barril. Já o Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), teve avanço de 0,94% (US$ 0,59), a US$ 63,26 o barril. Após uma reunião de mais de cinco horas na quarta-feira com representantes dos EUA, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou as conversas como eldquo;necessáriaserdquo; e eldquo;úteiserdquo;, mas também ressaltou o eldquo;trabalho difícilerdquo; em torno da proposta de cessar-fogo, diante de alguns pontos eldquo;inaceitáveiserdquo; para o Kremlin. Os comentários aconteceram antes do encontro desta quinta-feira do enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, e de Jared Kushner, que é genro do presidente dos EUA, Donald Trump, com o principal negociador da Ucrânia, Rustem Umerov. Enquanto um acordo entre as partes ainda parece distante, analistas da Ritterbusch acreditam que os preços do petróleo podem continuar subindo nos próximos dias devido à eldquo;possibilidade de novos ataques com drones contra refinarias, oleodutos, navios-tanque clandestinos russoserdquo;. A consultoria avalia que a guerra eldquo;pode se arrastar até o próximo ano, exigindo um prêmio de risco suficiente para compensarerdquo; os potenciais aumentos na oferta. No mesmo sentido, a corretora Kpler destaca que o conflito no Leste Europeu pode alterar o apetite ao risco. eldquo;Se os ataques continuarem, os navios-tanque que carregam no Mar Negro exigirão fretes mais altos, especialmente porque as rotas fora da Rússia registraram aumentos acentuados nas taxas após o crescimento da produção de petróleo bruto no Oriente Médioerdquo;, acrescenta. Diante das pressões de Trump para minar as vendas russas de petróleo, Putin iniciou nesta quinta uma visita à Índia. A expectativa é que ele se encontre com o primeiro-ministro Narendra Modi e ofereça petróleo barato e armamentos para reforçar laços históricos. *Com informações da Dow Jones Newswires (Estadão Conteúdo)

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Greve dos caminhoneiros não afeta base de combustíveis do DF, diz sindicato

A convocação para uma nova greve de caminhoneiros nesta quinta-feira (4/12) não impactou o abastecimento de combustíveis no Distrito Federal. Segundo o Sindicombustíveis-DF, a base localizada no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) opera normalmente, sem registro de adesão de transportadores ou interrupção nas entregas. eldquo;A chamada greve dos caminhoneiros iniciada hoje (4/12), até o momento não afetou nenhuma das bases de distribuição de combustíveis em todo território nacional, segundo a Fecombustíveis Nacional. No Distrito Federal, a base localizada no SIA está funcionando normalmente, sem nenhuma adesão pelos atuais transportadores e com todas as entregas realizadaserdquo;, afirmou Paulo Tavares, presidente do Sindicombustíveis-DF. A manifestação, convocada por grupos minoritários, não ganhou corpo nas estradas do país. Rodovias federais e estaduais amanheceram livres, com trânsito normal e ausência de bloqueios. Parte da categoria teme que o movimento seja usado politicamente. No Distrito Federal, além da base operando sem restrições, postos não registraram aumento atípico de demanda nem filas. O sindicato reforça que não há previsão de impacto no abastecimento caso o cenário se mantenha, já que a rotina de carregamento e distribuição permanece dentro da normalidade. Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular No plano nacional, levantamentos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e de entidades do setor confirmam que a mobilização não avançou. Nem mesmo pontos usualmente sensíveis, como acessos portuários e corredores logísticos de grãos, registraram adesão. A categoria também destaca desgaste acumulado desde 2022, quando paralisações convocadas por grupos bolsonaristas provocaram prejuízos e resultaram em multas. Desde então, motoristas autônomos e empresas transportadoras têm mostrado maior resistência a mobilizações sem reivindicações objetivas e negociações prévias com o governo federal. Segundo a PRF, por ora, o cenário tanto no DF quanto no restante do país é de plena normalidade no transporte de combustíveis e no fluxo viário.

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Após adiamentos, Banco Central desiste de regular Pix Parcelado

Após sucessivos adiamentos, a diretoria do Banco Central (BC) decidiu abandonar a criação de regras específicas para o Pix Parcelado. A decisão foi comunicada nesta quinta-feira (4), em Brasília, durante a reunião do Fórum Pix, comitê que reúne cerca de 300 participantes do sistema financeiro e da sociedade civil. Além de desistir da regulação, o BC proibiu as instituições financeiras de utilizarem o nome Pix Parcelado. No entanto, termos similares - como Pix no crédito ou Parcele no Pix - continuam permitidos. Inicialmente previstas para setembro, a obrigatoriedade do Pix Parcelado e a padronização das normas foram adiadas para o fim de outubro e posteriormente para novembro. A modalidade, que funciona como uma linha de crédito com juros oferecida pelos bancos, já está disponível no mercado e seria regulamentada para aumentar a transparência aos usuários. Falta de padronização O Pix parcelado permite que o consumidor parcele um pagamento instantâneo, recebendo o valor integral no ato, enquanto o cliente arca com juros. Cada banco define livremente taxas, prazos, forma de cobrança e apresentação do produto. A ausência de uniformização, segundo especialistas, aumenta o risco de endividamento. Apesar de nomes que sugerem semelhança com o parcelamento tradicional do cartão de crédito, a modalidade é um empréstimo que cobra juros desde o primeiro dia. As taxas têm girado em torno de 5% ao mês, enquanto o Custo Efetivo Total (CET) chega a aproximadamente 8% mensais. A contratação costuma mostrar os custos apenas na etapa final. As regras sobre atrasos nem sempre são claras. Em muitos casos, o pagamento das parcelas aparece na fatura do cartão, embora o produto não seja um parcelamento tradicional. Críticas Em nota, o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), que acompanhou a reunião do Fórum Pix, classificou como eldquo;inaceitávelerdquo; a decisão do BC de não estabelecer padrões para operações de crédito associadas ao Pix. A entidade afirma que a ausência de regras cria um ambiente de eldquo;desordem regulatóriaerdquo;, favorece abusos e amplia o risco de superendividamento. Segundo o Idec, mesmo com a proibição do nome Pix Parcelado, a mudança é meramente cosmética. eldquo;O consumidor continuará exposto a produtos de crédito heterogêneos, sem transparência mínima, sem salvaguardas obrigatórias e sem previsibilidade sobre juros ou procedimentos de cobrançaerdquo;, afirma o texto. O Idec avalia que o Banco Central eldquo;optou por não enfrentar um problema que já está em cursoerdquo;, delegando ao mercado a responsabilidade pela autorregulação. Segundo o Idec, a falta de regulação tende a deixar famílias ainda mais vulneráveis. O Idec destaca que, por estar associado à marca mais confiável do sistema financeiro brasileiro, o Pix parcelado tende a induzir decisões impulsivas. A entidade lembra que o Brasil já vive um cenário preocupante de superendividamento e que a modalidade pode agravar esse quadro ao misturar pagamento e crédito sem deixar claros os riscos. "O Pix nasceu para democratizar pagamentos. Transformá-lo em porta de entrada para crédito desregulado coloca essa conquista em riscoerdquo;, alerta a instituição, que promete continuar pressionando por regras que garantam padronização, segurança e transparência ao consumidor. Fiscalização incerta Embora o BC tenha vetado o uso das marcas Pix Parcelado e Pix Crédito, não há clareza sobre como o regulador fiscalizará a aplicação dessas diretrizes. Durante o Fórum Pix, representantes da autarquia informaram que acompanharão o desenvolvimento das soluções oferecidas pelos bancos, mas sem impor padrões específicos. Para entidades de proteção ao consumidor, essa postura abre espaço para que produtos semelhantes funcionem de formas completamente distintas entre instituições, dificultando a comparação e aumentando a probabilidade de contratações inadequadas. Ajustes Nos últimos meses, a expectativa era de que o Banco Central publicasse regras para harmonizar a oferta da modalidade, determinando informações obrigatórias - como juros, IOF e critérios de cobrança - e estabelecendo padrões mínimos de transparência. Os adiamentos na regulação refletiam um impasse entre o BC e os bancos, que defendiam mudanças na proposta original da área técnica. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) declarou ser favorável à existência de regras, mas negou ter pressionado o BC pela suspensão da regulamentação. A federação, entretanto, reconheceu ter pedido ajustes no texto em discussão e alegou que não havia urgência.

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Sem acordo com Petrobras, petroleiros iniciam deliberação sobre greve por tempo indeterminado

Os 14 sindicatos que integram a Federação Única dos Petroleiros (FUP) iniciaram, na terça-feira (2/12), assembleias para definir o início de uma greve nacional por tempo indeterminado, a partir do dia 15 de dezembro. As votações ocorrem após o fim do prazo dado à Petrobras e suas subsidiárias para apresentarem uma nova contraproposta ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2025 e soluções para outras questões dos sindicatos. A FUP defende a negociação de um ACT sem aplicação de ajustes fiscais sobre salários e carreiras. Na quinta-feira (27/11), a federação enviou à estatal a solicitação de uma proposta para a solução dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros. Procurada, a Petrobras não comentou até o fechamento desta nota. O espaço segue aberto.

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PIB do Brasil desacelera e sobe 0,1% no terceiro trimestre

A economia brasileira continuou em desaceleração no terceiro trimestre deste ano, com leve avanço de 0,1% em relação aos três meses imediatamente anteriores, apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta quinta (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado veio após elevação de 0,3% no segundo trimestre e de 1,5% no primeiro. Analistas do mercado financeiro esperavam variação positiva de 0,2%, de acordo com a mediana das projeções coletadas pela agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de -0,5% a 0,3%. A economia nacional abriu o ano de 2025 com o impulso da safra recorde de grãos, mas passou a dar sinais de desaceleração após esse empurrão do campo e com a permanência dos juros altos. A agropecuária teve variação positiva de 0,4% no terceiro trimestre, e a indústria, de 0,8%. O setor de serviços, que tem maior peso na economia, ficou praticamente estável (0,1%). A taxa básica de juros (Selic) atravessou o terceiro trimestre em 15% ao ano, o que tende a dificultar os investimentos produtivos e o consumo de parte dos bens e serviços. Ao manter a Selic no patamar de dois dígitos, o BC (Banco Central) tenta esfriar a atividade econômica para baixar a inflação. Isso porque uma demanda mais contida tende a reduzir a pressão sobre os preços. Se de um lado os juros desafiaram o PIB nos últimos meses, de outro o mercado de trabalho seguiu mostrando sinais de força no Brasil. O desemprego em queda e a renda em alta beneficiam o consumo.

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