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Produção de etanol de milho cresce, mas disputa por biomassa ameaça ritmo das usinas

Com a produção brasileira de etanol de milho projetada para alcançar 10 bilhões de litros até o final de 2025, segundo dados da Unem, o setor entra em uma fase de expansão que vem reconfigurando o mapa industrial do país. O avanço, porém, expõe um desafio que até pouco tempo era secundário e agora se torna decisivo para a competitividade das plantas: garantir energia térmica confiável, barata e sustentável para assegurar a operação crescente das usinas. A demanda por biomassa já dá sinais de pressão em polos importantes do Centro-Oeste, onde projetos de etanol, fertilizantes, processamento de grãos e indústrias madeireiras passaram a disputar o mesmo insumo. Em algumas regiões, agentes do setor já falam abertamente sobre o risco de eldquo;estreitamento de ofertaerdquo;, fenômeno equivalente a um possível apagão de biomassa em períodos de alta demanda. Um ponto sensível nesse contexto é a energia térmica, já que o vapor é o responsável por sustentar etapas críticas do processo industrial e responde por grande parte do custo operacional. Sem previsibilidade de preço e de suprimento, qualquer oscilação impacta diretamente margens e produtividade. A alternativa que começa a ganhar tração no setor é a adoção de soluções térmicas flexíveis, capazes de operar com múltiplas biomassas ao longo do ano, reduzindo o risco de escassez e garantindo a continuidade da operação. Em alguns projetos industriais, já existem caldeiras aptas a trabalhar com até 14 tipos diferentes de biomassa, incluindo cavaco de madeira, bagaço de culturas regionais e resíduos agrícolas. Nesse cenário, empresas especializadas na gestão de energia térmica passam a ocupar um espaço relevante. A ComBio, por exemplo, opera unidades dedicadas dentro de diferentes plantas industriais, assumindo integralmente a responsabilidade por suprimento, operação e desempenho das caldeiras. O modelo surgiu como alternativa para mitigar a volatilidade no mercado de biomassa e dar previsibilidade a setores que dependem de grandes volumes de vapor. Na prática, a empresa funciona como uma gestora térmica de longo prazo, capaz de adaptar a matriz de combustível conforme a disponibilidade regional e reduzir o impacto das oscilações do mercado. Segundo Ricardo Blandy, diretor comercial da ComBio, essa flexibilidade deixa de ser um diferencial e passa a ser condição básica de segurança energética: eldquo;Para o produtor de etanol de milho, a atenção ao suprimento de biomassa é vital, pois a usina simplesmente não funciona sem ela. Em várias regiões do país, já há um risco concreto de escassez desse insumo. Por isso, adotar caldeiras que operem com diferentes tipos de biomassa deixou de ser opção e se tornou uma exigência para garantir segurança e continuidade operacionalerdquo;. O consumo elevado do setor também exige novas formas de organizar a cadeia. Uma única usina pode demandar 300 mil a 400 mil toneladas de biomassa por ano, volume que pressionará ainda mais o mercado conforme novos projetos entrem em operação. Para garantir estabilidade, especialistas defendem o uso de contratos de longo prazo, rastreabilidade da origem da biomassa e desenvolvimento de novas cadeias regionais. A discussão energética também se conecta à pauta climática. Em 2024, soluções térmicas baseadas em biomassa evitaram a emissão de centenas de milhares de toneladas de COe#8322; no país, reforçando a narrativa de sustentabilidade que acompanha a expansão do etanol de milho. Para Blandy, o setor vive um momento de tomada de decisão estratégica. eldquo;Vale a pena pensar em flexibilidade e em desenvolver novas biomassas. A região que hoje não tem oferta pode ter daqui a cinco ou dez anos. E o projeto térmico precisa estar preparado para issoerdquo;, afirma. Com novos projetos prestes a sair do papel e a competição global por biocombustíveis de baixo carbono aumentando, a forma como o setor lidará com sua matriz térmica pode definir não apenas o ritmo de expansão, mas quem conseguirá manter competitividade em um mercado cada vez mais exigente. (ComBio)

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Postos de todo o Brasil já estão vendendo gasolina mais potente

Desde agosto, a nova gasolina com 30% de etanol na mistura, a chamada gasolina E30, começou a ser distribuída em vários postos do Brasil. A implementação tem sido comemorada, uma vez que se trata de um produto com um aumento de 3% do derivado de cana-de-açúcar na fórmula. Como resultado, a octanagem, ou seja, a medida da resistência do produto, aumenta. Diante do fato de que o combustível passou a deteriorar-se de forma mais lenta dentro da câmara de combustão, o motor ganhou um melhor funcionamento. Para os donos de veículos flex, a mudança de curso foi ainda mais aclamada, tendo em vista que o gerenciamento eletrônico ajusta automaticamente a ignição e a taxa de compressão de acordo com o material detectado. Segundo os especialistas, a atualização na octanagem da gasolina fará com que o preço seja elevado nos postos por todo o Brasil. Em resumo, com a nova mistura de 30% de etanol, que tem poder calorífico menor que o da gasolina tradicional, a tendência é que a autonomia geral de todos os carros do país tenha leve redução. Como um todo, os motores modernos, especialmente os turbinados e de alta compressão, passam a conseguir trabalhar com o ponto de ignição mais adiantado. Por consequência, o veículo entregará mais potência e torque de forma mais eficiente. Em contrapartida, motores modernos conseguem identificar a nova fórmula e ajustar o desempenho sem necessidade de qualquer intervenção do motorista. Gasolina vai aumentar em 2026 Apesar de o final de ano representar uma época de comemoração por parte da grande maioria dos brasileiros, é necessário ligar o sinal de alerta, especialmente quem é motorista. Isso porque a gasolina e o diesel vão ficar, respectivamente, R$ 0,10 e R$ 0,05 mais caros no Brasil a partir do dia 1º de janeiro de 2026. A motivação por detrás da variação está nos reajustes nos valores cobrados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no preço dos combustíveis, autorizado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Em suma, a entidade aprovou uma atualização das cobranças do imposto que incidem sobre os combustíveis, gás de cozinha e Gás Natural Liquefeito (GNL).

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Petróleo fecha em alta com bloqueio de Trump a petroleiros na Venezuela

O petróleo fechou em alta nesta quarta-feira, 17, recuperando parte das perdas recentes, em meio ao aumento das tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a Venezuela, após o presidente norte-americano, Donald Trump, bloquear petroleiros sancionado do país latino-americano. Nesta quarta, o petróleo WTI para fevereiro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em alta de 1,23% (US$ 0 68), a US$ 55,81 o barril. Já o Brent para mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), avançou 1,29% (US$ 0,76), a US$ 59,68 o barril. O petróleo inverteu sinal passou a subir já na noite de terça-feira, depois que Trump ordenou um bloqueio total de todos os petroleiros sancionados entrando e saindo da Venezuela. Segundo ele, o regime de Nicolás Maduro está usando petróleo de campos roubados para se financiar. Ainda na América Latina, o Departamento de Estado dos EUA designou o grupo colombiano Clan del Golfo como uma organização terrorista estrangeira por tráfico de drogas. Para a Capital Economics, o bloqueio ao óleo sancionado da Venezuela cristaliza um risco-chave que tem ofuscado o mercado da commodity nos últimos meses. Apesar disso, as apostas de alta nos preços são limitados, principalmente porque mesmo uma perda total das exportações venezuelanas ainda seria consistente com um grande excedente no mercado global no próximo ano, diz a consultoria. Investidores ainda monitoram possíveis novas sanções dos EUA contra a Rússia, caso Moscou rejeite avanços nas negociações de paz com a Ucrânia, ajudando a manter o prêmio de risco elevado nos mercados de energia. No radar, os estoques de petróleo nos EUA caíram 1,274 milhão de barris, a 424,417 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas projetavam baixa de 1,9 milhão de barris. (Estadão Conteúdo)

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Bloqueio total de Trump à Venezuela inverte queda do preço do petróleo

Os preços do petróleo Brent no mercado futuro subiram mais de 1,4% por volta das 23h30 (Brasília), cotados a US$ 59,58, após o presidente dos EUA, Donaldo Trump, anunciar um eldquo;bloqueio totalerdquo; às frotas de navios-tanque que transportam petróleo da Venezuela. eldquo;A Venezuela está completamente cercada pela maior Armada já reunida na História da América do Sulerdquo;, escreveu Trump na sua rede social Truth Social. As ameaças do presidente americano reverteram a trajetória de queda dos preços do petróleo na terça (16/12), que chegaram a atingir o menor nível em cinco anos no fechamento das bolsas ocidentais. Os preços futuros do Brent e do WTI fecharam em US$ 58,92 (-2,71%) e US$ 55,27 (-2,73%), respectivamente, em razão dos avanços no acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. A percepção é de aumento de oferta, com a eventual retirada de sanções à Russia, em um cenário de sobra de petróleo no mercado internacional, agravado por dados econômicos fracos da China, com desaceleração da produção industrial e vendas no varejo. Analistas ouvidos pela Investing.com destacam que a fraqueza pode persistir até 2026, a menos que riscos geopolíticos ou mudanças de política alterem o cenário. Trump ordena bloqueio total navios sancionados na Venezuela Donald Trump anunciou novas medidas contra a Venezuela nesta terça (16/12), com a ordem de bloqueio total de todos os petroleiros sancionados que entram e saem do país. O republicano designou o regime de Nicolás Maduro de organização terrorista estrangeira. Trump afirmou que a Venezuela está cercada pela maior armada já reunida na América do Sul. Acusou Maduro de usar o petróleo de campos eldquo;roubadoserdquo; para financiar atividades como terrorismo de drogas, tráfico humano, assassinatos e sequestros. eldquo;A América não permitirá que Criminosos, Terroristas ou outros Países roubem, ameacem ou prejudiquem nossa Nação e, da mesma forma, não permitirá que um Regime Hostil tome nosso Petróleo, Terras ou quaisquer outros Ativos, todos os quais devem ser devolvidos IMEDIATAMENTEerdquo;, acrescentou. O republicano ainda disse que os imigrantes ilegais venezuelanos nos EUA estão sendo eldquo;devolvidos rapidamenteerdquo;. Petróleo no centro da crise entre EUA e Venezuela Há uma semana, a captura de um navio petroleiro pelos Estados Unidos na costa da Venezuela abriu um novo capítulo na crise entre Washington e Caracas. O próprio presidente dos EUA confirmou que a embarcação foi apreendida. Segundo agências internacionais, o navio Skipper transportava petróleo bruto para a estatal venezuelana PDVSA. A Venezuela denunciou a ação como um eldquo;ato de pirataria internacionalerdquo;. O navio atuava em países sancionados pelos EUA, como Irã e Rússia emdash; também grandes produtores de petróleo emdash;, e vinha divulgando localizações falsas para escapar dos rastreios, segundo a imprensa internacional. Com informações da Agência Estado e Investing.com

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Magda afirma que é fake news pressão para estatal reduzir preços ao consumidor em ano eleitoral

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reclama que o consumidor final não tem sentido no bolso cortes feitos pela estatal nos preços dos combustíveis. Ela voltou a acusar distribuidoras e postos de elevar margens quando os preços são reduzidos e disse que é "fake news" afirmar que cortes nas refinarias beneficiam o consumidor. "Independente de a Petrobras baixar ou subir o preço na refinaria, essa coisa só chega no consumidor final quando aumenta", disse a presidente da Petrobras ao C-Level Entrevista, videocast semanal da Folha. "A última redução de preço que nós fizemos da gasolina foi de pouquinho mais de 5%. O que chegou no consumidor final não chegou a 1% de queda." Questionada pela reportagem sobre possível pressão por cortes adicionais nos preços em 2026, ano eleitoral, ela disse que o argumento sobre o benefício ao consumidor "não é razoável". "Essa pressão sobre a Petrobras para reduzir preços com o objetivo atender ao consumidor final, isso é fake news", afirmou. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o preço médio da gasolina caiu R$ 0,02 por litro desde o corte de R$ 0,14 por litro promovido nas refinarias da Petrobras no fim de outubro. "O que a gente tem visto é que toda vez que a gente [Petrobras] abaixa o preço, a distribuidora ou a revendedora aumentam suas margens, maculando a queda que chega ao consumidor final. Isso é fato", afirmou Magda. O questionamento a distribuidoras e postos reforça crítica já feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reclamou da venda da BR Distribuidora pelo governo Jair Bolsonaro, retirando da estatal poder regulador de mercado. Lula quer a Petrobras de volta à distribuição de combustíveis, mas a empresa tem que respeitar acordo de não competição com a Vibra até 2029. Com a queda das cotações internacionais do petróleo, a Petrobras já vende gasolina acima das cotações internacionais. Na abertura do mercado desta segunda, o litro do combustível nas refinarias da estatal custava R$ 0,28 acima da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). A presidente da Petrobras disse que a empresa seguirá cumprindo sua política de preços que considera as variações do mercado internacional, o custo de produção no Brasil e a concorrência por participação no mercado nacional. Essa política foi implementada em 2023 para cumprir promessa feita por Lula para "abrasileirar" os preços dos combustíveis. "Com tudo isso, depois de abrasileirar os preços dos combustíveis, nós temos, considerando a inflação, diesel 35% mais barato que em 31 de dezembro de 2022. Gasolina 22,5% mais barata que em 31 de dezembro de 2022. GLP 25% a 26% mais barato que em 31 de dezembro de 2022 e QAV 37% mais barato que 31 de dezembro de 2022", completou.

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ICL: Aprovação do PLP 108 é vitória contra a sonegação e fortalece a segurança jurídica no setor

O Instituto Combustível Legal (ICL) considera a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024 pela Câmara dos Deputados como mais um passo fundamental para o saneamento do mercado brasileiro de combustíveis. A medida, que integra a regulamentação da Reforma Tributária e institui o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), traz avanços decisivos, especialmente ao consolidar a monofasia tributária para a importação de derivados de petróleo, como a nafta. A aprovação deste projeto é essencial para corrigir distorções históricas e fechar brechas utilizadas por agentes mal-intencionados. A inclusão da nafta no regime monofásico de ICMS emdash; onde a cobrança do imposto é concentrada em um único elo da cadeia equiparando ao valor cobrado de impostos da gasolina emdash; é uma ferramenta estratégica para fortalecer a segurança jurídica das operações de importação e combater manobras de evasão fiscal. A medida visa prevenir práticas irregulares onde a nafta é utilizada como insumo para a produção de gasolina sem o recolhimento adequado de tributos, o que compromete severamente a arrecadação e a concorrência leal no país. A aprovação do PLP 108/2024 traz uma série de benefícios para a sociedade e o mercado: Combate eficaz à sonegação e ao crime organizado: Estudos apontam que as fraudes no setor de combustíveis geram perdas superiores a R$ 14 bilhões por ano em arrecadação no Brasil. A implementação da monofasia da nafta dificulta a vida de sonegadores que recolhem propositalmente tributos irreais e do crime organizado que atua no setor, tornando o mercado mais ético, justo e transparente. Modernização dos processos de fiscalização e equilíbrio concorrencial: A tributação monofásica da nafta representa um marco na modernização tributária nacional. Ao simplificar a cobrança e concentrá-la na origem, a lei contribui para facilitar os processos de fiscalização equilibrando as condições de mercado, impedindo que empresas que operam à margem da lei obtenham vantagens competitivas desleais sobre aquelas que cumprem suas obrigações. Proteção ao consumidor: Ao sanear o mercado e combater a evasão fiscal, a medida protege o consumidor final, garantindo que o produto comercializado siga padrões regulatórios de qualidade e legais, além de assegurar que os recursos dos impostos sejam devidamente recolhidos para investimento em áreas essenciais como saúde, educação e segurança. O ICL reafirma que tais mudanças preventivas são necessárias e urgentes. A inclusão da nafta na monofasia e a aprovação da lei que caracteriza e pune severamente o devedor contumaz, aprovada pela Câmara dos Deputados na última semana, ampliam o cerco contra a ilegalidade.

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