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ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 13 unidades da Federação (10 a 14/11/25)

Entre os dias 10 e 14/11, a ANP fiscalizou o mercado de abastecimento em 13 unidades da Federação. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis e lubrificantes. No período, destacou-se a continuidade das ações da ANP na operação de desintrusão na Terra Yanomami, em Roraima. Confira a tabela completa de todos os agentes econômicos fiscalizados no período. Agentes econômicos fiscalizados em operações que ainda estão em andamento não foram incluídos na planilha, de forma a preservar o sigilo das ações. Nesses casos, a planilha será atualizada com a inclusão dos dados após o término da respectiva operação. Veja abaixo mais informações sobre as principais ações realizadas nas unidades federativas do país: Roraima A ANP participou de ações em conjunto com a Força Nacional e as Polícias Civil e Federal, nas cidades de Alto Alegre, Boa Vista e Rorainópolis (nas duas últimas, em continuidade à operação nas terras Ianomami). Foram vistoriados 11 postos de combustíveis e um ponto de abastecimento, com a lavratura de três autos de infração e um de interdição. Foram coletadas duas amostras de combustíveis para análise em laboratório. Amazonas Os fiscais estiveram nas cidades de Manaus, Manacapuru e Presidente Figueiredo (em ação conjunta com o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal). Foram fiscalizados dois postos flutuantes de combustíveis, um posto de combustíveis e dois transportadores-revendedores-retalhistas (TRR), com a lavratura de dois autos de infração. Três amostras de combustíveis foram coletadas para análise em laboratório. Bahia Houve vistoria em 34 postos de combustíveis em Salvador, Jaguaquara, Itaquara, São Miguel das Matas, Lauro de Freitas, Conceição do Jacuípe, Feira de Santana, Maracas, Jequié e Amargosa. Foram lavrados seis autos de infração e um de interdição. Cinco amostras de combustíveis foram coletadas para análise em laboratório. Espírito Santo Seis postos de combustíveis foram fiscalizados em Serra e Vila Velha, por meio de acordo de cooperação técnica com o Procon-ES, com a lavratura de um auto de infração e um auto de interdição parcial. Foram coletadas três amostras de combustíveis para análise em laboratório. Goiás Os fiscais estiveram em 20 postos de combustíveis e em uma revenda de GLP, nos municípios de Rio Verde, Água Fria de Goiás, São João Dersquo;Aliança, Itumbiara (em parceria com o Procon Municipal), Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Flores de Goiás, Nova Roma, Sidrolândia e Vila Boa. Não foram encontradas irregularidades. Foram coletadas 30 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Mato Grosso As operações aconteceram em Várzea Grande (em parceria com o Procon Municipal), Sinop, Peixoto de Azevedo e Guarantã do Norte, em seis postos de combustíveis, cinco distribuidoras de combustíveis e uma revenda de GLP. Foi lavrado um auto de infração e foram coletadas 14 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Mato Grosso do Sul Foram fiscalizados sete postos de combustíveis e três transportadores-revendedores-retalhistas (TRR), em Campo Grande, Terrenos e São Gabriel do Norte. Foram lavrados três autos de infração e coletadas sete amostras de combustíveis para análise em laboratório. Minas Gerais Foram vistoriados 25 postos de combustíveis e um agente não regulado, nos municípios de Santo Antônio do Amparo, Governador Valadares, Ituiutaba, Lagoa da Prata, Candeias, Campo Belo, Cláudio, Nepomuceno, Divinópolis, Carmo do Cajuru e Uberlândia, nessa última localidade em ação conjunta com o Procon Municipal. Foram lavrados nove autos de infração e um de interdição, e coletadas 11 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Paraná As ações aconteceram em Curitiba, Colombo e São José dos Pinhais, em parceria com a Polícia Civil e a Receita Estadual do Paraná nas duas últimas localidades. Foram vistoriados 14 postos de combustíveis, sem registro de irregularidades. Três amostras de combustíveis foram coletadas para análise em laboratório. Rio de Janeiro Foram fiscalizados 29 postos de combustíveis, nas cidades do Rio de Janeiro, Araruama, Niterói, São Gonçalo, Iguaba Grande, São João de Meriti, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Maricá e Itaboraí. A ANP participou de operações com a Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor (SEDCON), o Procon-RJ, o Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ) e o Comando de Polícia Ambiental (CPAM) da Polícia Militar Ambiental em Niterói e Cabo Frio. Em São Gonçalo, a ação foi em conjunto com Procon-RJ, o Detran-RJ, o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Rio de Janeiro (IPEM/RJ), a SEDCON, a Polícia Militar Ambiental e 7º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Na capital fluminense, em Maricá e em Itaboraí, a ANP participou da Operação Foco, com a Secretaria de Fazenda (Sefaz-RJ) e a Polícia Civil. Ainda na capital fluminense, foi realizada uma ação com o Ipem-RJ e outra com a Naturgy e a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio de Janeiro (Agenersa) No total, foram lavrados nove autos de infração e sete de interdição, coletadas 13 amostras de combustíveis para análise em laboratório e apreendidos 35.094 litros de etanol e 2.375 litros de gasolina. Rio Grande do Sul Oito postos de combustíveis, duas revendas de GLP, um ponto de abastecimento e um transportador-revendedor-retalhista (TRR) foram fiscalizados nos municípios de São Lourenço do Sul, Arroio Grande, Imbé, Torres, Bagé e Viamão. Não foram encontradas irregularidades. Foram lavrados cinco autos de infração e um de interdição, e coletadas sete amostras de combustíveis para análise em laboratório. Santa Catarina As ações aconteceram em sete postos de combustíveis, três pontos de abastecimento, uma revenda de GLP, um consumidor de solventes e uma planta de armazenagem de óleo lubrificante acabado, em Itajaí, Navegantes, Jaraguá do Sul, Jaraguão, Indaial (em parceria com o Inmetro e o Procon Estadual), Tijucas, Pomerode e Blumenau. Foram lavrados três autos de infração e dois de interdição, e apreendidas 102 embalagens de óleo lubrificante. São Paulo Houve vistoria em 58 postos de combustíveis. Foram coletadas 26 amostras de combustíveis para análise em laboratório, lavrados 13 autos de infração e dois de interdição. As ações aconteceram na capital e nos municípios de Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema, São Caetano do Sul, Jacareí, Serrana, Guarulhos, Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba, Mauá e São José dos Campos. Em Jacareí, São José dos Campos, Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba, as ações foram realizadas pelo Procon Estadual, por meio de acordo de cooperação técnica com a ANP. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, além de penas de suspensão e revogação de sua autorização. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Já a interdição é uma medida cautelar, aplicada para proteger o consumidor, evitando a comercialização de combustíveis fora das especificações, fornecimento de combustível em quantidade diferente da marcada na bomba, entre outras irregularidades. Caso o posto comprove à ANP que o problema foi sanado, a Agência realiza a desinterdição, sem prejuízo do processo administrativo e possíveis penalidades. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita) ou do FalaBR, plataforma integrada de ouvidoria e acesso à informação da Controladoria-Geral da União (CGU).

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Tarifaço de Trump: 'Estamos trabalhando para reduzir mais as tarifas dos EUA', diz Alckmin

O vice-presidente brasileiro e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, voltou a dizer nesta segunda-feira, 17, que está confiante sobre as negociações com os Estados Unidos para a redução ou retirada de tarifas de 40% sobre parte da pauta exportadora do Brasil. Ele falou sobre a necessidade de eldquo;corrigir distorçõeserdquo; e reforçou que os EUA têm superávit comercial com o Brasil. Ele participa de coletiva de imprensa em Belém (PA). Na semana passada, o governo dos EUA anunciou a redução de tarifas para a carne bovina de alta qualidade, café, castanhas-do-pará, caju, coco, laranja, tomate, banana e outras frutas, ao retirar a taxa recíproca de 10%. O governo dos Estados Unidos confirmou no mesmo dia ao governo brasileiro que, apesar do alívio tarifário anunciado sobre produtos agrícolas, a tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros está mantida. eldquo;Estamos trabalhando para reduzir mais as tarifas dos EUAerdquo;, declarou Alckmin. Sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), Alckmin falou hoje que 118 países apresentaram as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). As informações estão sendo atualizadas diariamente, após atraso nas apresentações. O vice-presidente classificou a Conferência em Belém (PA) como eldquo;um sucessoerdquo;. Mercosul-UE Alckmin voltou a mostrar confiança para a assinatura do texto final do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já havia informado que as negociações do acordo comercial estavam concluídas e que a assinatura virá quando o debate sobre o tema no Conselho Europeu for finalizado. O vice-presidente comentou sobre diversos temas, incluindo os resultados alcançados pelo Brasil no desenvolvimento de novas fontes renováveis de energia. eldquo;Vamos ser os grandes protagonistas do SAF [Combustível Sustentável de Aviação]erdquo;, disse. Sobre o tema da transição para o fim da dependência em relação aos combustíveis fósseis, o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, reforçou que Lula sugeriu uma eldquo;mapa do caminhoerdquo; para fim da dependência na Cúpula de Líderes, realizada antes da COP30. Ele ressaltou que a COP já está marcada pela diretriz do presidente sobre transição energética e a decisão sobre o tema foi tomada em Dubai, na COP28.

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Petrobras vê sucesso exploratório em descoberta de petróleo e quer acelerar produção de baixo custo

A descoberta no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde, no pós-sal na bacia de Campos, anunciada nesta segunda-feira, 17, pela Petrobras, está sendo considerada um grande sucesso exploratório, e deverá ter sua produção acelerada com a utilização de plataforma e materiais já existentes para reduzir custos, disseram pessoas próximas ao assunto. Além de óleo de excelente qualidade, leve, a descoberta foi realizada a uma profundidade considerada favorável, de 734 metros, bem longe dos milhares de metros dos campos do pré-sal. Segundo pessoas a par do assunto, um grupo de trabalho vai ser criado para desenvolver o projeto do Sudoeste de Tartaruga Verde, que deverá produzir por meio de tie-back (conexão de campos de petróleo e gás offshore a instalações de produção já existentes por meio de oleodutos e outras estruturas). Para isso, estão sendo estudadas plataformas próximas com capacidade ociosa e equipamentos já adquiridos pela companhia. Segundo essas pessoas, a descoberta consolida os planos da atual gestão da empresa para a bacia de Campos, que já foi a principal bacia do País e hoje produz apenas 20% do total de petróleo. A expectativa é que a bacia volte a produzir cerca de 1 milhão de barris de óleo equivalente por dia. Uma pessoa com conhecimento do assunto que pediu anonimato afirmou que a descoberta demonstra o sucesso exploratório da Petrobras, que tem uma presidente (Magda Chambriard) que foi gerente de reservatório e uma diretora (Sylvia Anjos) geóloga.

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Vendas no varejo devem subir até janeiro de 2026, aponta IDV

Os últimos dados do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo) nominal, que considera a participação das atividades no volume total de vendas do comércio varejista medido pelo IBGE, apresenta previsão de crescimento de 5,0% em novembro e 3,2% em dezembro deste ano e 2,3% em janeiro de 2026, sempre em relação aos mesmos meses do ano anterior. Em outubro, houve alta de 2,3%. Já os dados apresentados pelo IAV-IDV, ajustados pelo IPCA, apontam leve alta de 0,5% em novembro, queda de 1,3% em dezembro deste ano e nova queda de 2,5% em janeiro de 2026. Em outubro, houve queda de 2,4% em relação ao mesmo mês de 2024. eldquo;O resultado de outubro foi influenciado pela intenção de consumo das famílias, que caiu 0,5%, a terceira queda seguida. Segundo Pesquisa da Neotrust CONFI, o e-commerce brasileiro atingiu um faturamento de R$ 8,43 bilhões em função do Dia das Crianças, um crescimento nominal de 25% em relação ao mesmo período de 2024erdquo;, explica Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV. O cenário para os próximos meses ainda inspira atenção pois a expectativa é que o IPCA, índice oficial de inflação, feche 2025 com alta de 4,55%, acima do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Essa inflação mais alta pode afetar diretamente o bolso das famílias, reduzindo o poder de compra. Já a política monetária segue em campo contracionista, com a Selic em 15% ao ano. eldquo;Por mais que as explicações técnicas queiram justificar este patamar da Selic, que leva os juros reais a, aproximadamente, 10%, há o risco de gerar uma profunda retração no varejo, em especial para os médios e pequenos varejistas. O patamar elevado de juros encarece o crédito para famílias e empresas, dificultando a expansão do consumo e dos investimentos privados. Esse ambiente econômico pode influenciar o desempenho do varejo. A combinação entre inflação acima da meta, desaceleração da atividade e custo elevado do crédito pode afetar o ritmo efetivo dessas vendas à medida que a capacidade de consumo das famílias tende a ficar mais restritaerdquo;, analisa Jorge Gonçalves Filho As projeções são feitas a partir dos dados individuais que cada associado do IDV informa em relação à sua expectativa de faturamento para os próximos três meses. Esse conjunto de empresas que compõem o índice possui representantes em todos os setores do varejo e corresponde a, aproximadamente, 20% das vendas no varejo brasileiro. IAV Setorial Em outubro, quase todos os setores do índice apresentaram crescimento, com exceção de material de construção e móveis e eletrodomésticos. No setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, outubro teve alta de 1,1% em relação ao mesmo mês de 2024, abaixo do previsto no mês anterior. Para novembro e dezembro deste ano e janeiro de 2026, a previsão é de alta de 7,5%, 3,0% e 2,5%, respectivamente. No setor de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, outubro teve alta de 2,8% em relação ao mesmo mês de 2024, abaixo do previsto no mês anterior. Para novembro e dezembro deste ano e janeiro de 2026, a previsão é de alta de 4,8%, 3,1% e 3,5%, respectivamente. No setor de material de construção, outubro teve queda de 1,4% em relação ao mesmo mês de 2024, abaixo do previsto no mês anterior. Para novembro e dezembro deste ano e janeiro de 2026, a previsão é de alta de 1,0%, 3,6% e 1,6%, respectivamente. No setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, outubro teve alta de 10,9% em relação ao mesmo mês de 2024, abaixo do previsto no mês anterior. Para novembro e dezembro deste ano e janeiro de 2026, a previsão é de alta de 12,2%, 13,4% e 2,0%, respectivamente. No setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos, outubro teve alta de 16,1% em relação ao mesmo mês de 2024, abaixo do previsto no mês anterior. Para novembro e dezembro deste ano e janeiro de 2026, a previsão é de alta de 13,6%, 11,5% e 8,1%, respectivamente. No setor de móveis e eletrodomésticos, outubro teve queda de 3,2% em relação ao mesmo mês de 2024, abaixo do previsto no mês anterior. Para novembro e dezembro deste ano, a previsão é de alta de 3,0% e 1,0%, respectivamente, e de queda de 1,3% em janeiro de 2026. No setor de tecidos, vestuário e alçados, outubro teve alta de 6,9% em relação ao mesmo mês de 2024, abaixo do previsto no mês anterior. Para novembro e dezembro deste ano e janeiro de 2026, a previsão é de alta de 7,5%, 2,6% e 9,0%, respectivamente. (IDV)

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Semana decisiva da COP30 começa com proposta para acelerar afastamento de combustíveis fósseis

Caberá aos ministros desbloquear ou travar ainda mais as discussões, focadas em tópicos como adaptação às mudanças climáticas, transição justa e equitativa para promover a queda das emissões de gases de efeito estufa, medidas unilaterais de comércio e o financiamento climático que os países ricos devem providenciar aos mais pobres. Os aportes de recursos são o tema transversal que acaba gerando os maiores embates nas salas de reuniões da conferência. As nações em desenvolvimento, lideradas pelo bloco africano, exigem clareza sobre os recursos que serão mobilizados antes de assinar novos compromissos, como a adoção de metas globais de adaptação. Os países desenvolvidos, por sua vez, querem o contrário: que os indicadores sejam adotados antes da discussão sobre os recursos. Neste domingo, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, divulgou o texto a ser analisado pelas delegações dos 195 participantes. O documento é a síntese de negociações diplomáticas iniciadas no primeiro dia do evento, há uma semana. Apelo de chefe climático da ONU "Não estamos mais falando sobre o que essa COP deve fazer. Estamos aqui para fazer", conclamou Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima), na abertura da plenária nesta manhã. "Eu exorto vocês a tomarem as decisões difíceis agora." Stiell afirmou que "uma nova economia" está surgindo mais rápido do que as previsões: em 2024, mais de US$ 2,2 trilhões foram investidos em energia renovável. "Isso é mais do que o PIB de mais de 180 países. Esse progresso no mundo real não é um mero luxo. É fundamental nesta nova era", disse o chefe da UNFCCC. "Muito dependerá de aproximarmos nosso processo da economia real para acelerar a implementação e disseminar seus vastos benefícios para bilhões de pessoas." Corrêa do Lago colocou na mesa a opção de os países acelerarem a transição para a saída progressiva dos combustíveis fósseis, apesar da forte oposição das potências petroleiras. Nas negociações, as nações do Golfo têm usado este tema como moeda de troca para obterem vitórias em outros temas em pauta. "O que poderia fazer esta COP realmente diferente e especial seria avançar nesta questão. É o principal ponto da agenda de clima, afinal, os combustíveis fósseis são responsáveis por três quartos da crise climática", salientou Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima e observador do processo. "É para esse tema que a gente precisa de uma resposta contundente de um acordo entre os países." 64 países apoiam mapa do caminho sobre petróleo Nesta segunda e terça, cada país tomará a palavra na plenária para se pronunciar sobre as opções apresentadas no documento da presidência, e o texto rascunho do acordo deve ser revelado na sequência. Até o momento, 64 já demonstraram apoio ao avanço em um mapa do caminho para o fim da dependência do petróleo, carvão e gás - entre eles, países europeus, como França e Alemanha, e a coalizão de pequenas ilhas, mas também Austrália e Quênia. Andreas Sieber, diretor-associado de Políticas e Campanhas da organização internacional 350.org, avalia que o sumário da presidência da COP30 "mostra um caminho para fechar a lacuna de descarbonização", apoiado em um roteiro de eliminação dos combustíveis fósseis e um pacote de financiamento climático. "O desafio daqui em diante é se o Brasil vai aproveitar esses dois pilares para conduzir um resultado robusto ou permitir que o processo caia no denominador comum mais baixo. Igualmente crítico é saber se a Europa e outros países desenvolvidos vão aumentar sua ambição em financiamento climático para viabilizar um acordo", frisou. Outro tema que está bloqueado é o relativo às medidas unilaterais de comércio baseadas em critérios ambientais, como a lei antidesmatamento da União Europeia. Os países em desenvolvimento, prejudicados por estas medidas, querem que a Convenção do Clima das Nações Unidas passe a incluir este assunto nas negociações, na medida em que a Organização Mundial do Comércio (OMC) permanece, na prática, paralisada desde o fracasso da Rodada de Doha sobre a liberalização do comércio global. Austrália x Turquia Enquanto isso, em paralelo, segue o embate entre Austrália e Turquia sobre a organização da próxima COP do Clima, em 2026. A organização da conferência é rotativa entre as zonas geográficas do globo. O primeiro-ministro australiano rejeitou nesta segunda-feira a oferta da Turquia para co-organizar a cúpula climática, que ele espera que seja realizada em Adelaide, no sul do país. "Não, não seremos co-anfitriões", afirmou Anthony Albanese. Como o país anfitrião deve ser escolhido por consenso, nenhum será selecionado a menos que um retire sua candidatura ou ambos cheguem a um acordo para compartilhar a responsabilidade. Se o impasse inédito persistir, a organização da próxima conferência poderá recair automaticamente em Bonn, a cidade alemã que abriga o secretariado climático da ONU. Uma fonte diplomática turca disse à AFP no domingo que seu país "continua a defender um modelo de copresidência" para a próxima COP de 2026. A de 2027, na África, já foi oficializada para ocorrer na Etiópia. (RFI)

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Novas tecnologias podem zerar pegada de carbono do etanol, apontam Embrapa e Unicamp

Um estudo assinado por pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e publicado no veículo científico ScienceDirect mostra que a adoção de duas tecnologias que promovem a captura de carbono poderia reduzir a pegada do etanol brasileiro a níveis próximos de zero ou até negativos. A pesquisa avaliou como a integração de BECCS (Bioenergy with Carbon Capture and Storage, na sigla em inglês), tecnologia que captura o carbono emitido na produção de etanol e energia em usinas de cana-de-açúcar, junto com a aplicação de biocarvão (ou biochar) em áreas agrícolas, pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ampliar benefícios ambientais do programa brasileiro RenovaBio. Os pesquisadores observaram separadamente os efeitos da BECCS tanto na etapa de fermentação do caldo para produzir etanol quanto na queima do bagaço e da palha para gerar vapor e eletricidade. Em ambas as fases, há liberação de carbono que pode ser capturado e injetado em formações rochosas subterrâneas não porosas, onde ele permanece armazenado de forma segura. eldquo;A fermentação se mostra a opção mais promissora, já que o COe#8322; emitido nesse processo é relativamente puro e tecnicamente mais fácil de capturarerdquo;, explicou Nilza Patrícia Ramos, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, referindo-se ao armazenamento de carbono na fase de fermentação. eldquo;A captura na combustão, embora capaz de gerar emissões negativas em larga escala, esbarra em custos muito mais altos e em desafios de infraestruturaerdquo;, acrescentou ela. Os cientistas também avaliaram o efeito de utilizar biochar nas lavouras. O biochar é um material vegetal, como o bagaço da cana, submetido a um processo de aquecimento com pouco oxigênio chamado pirólise, que transforma o material em uma estrutura sólida de carbono. Aplicado ao solo, ele melhora suas propriedades físicas e atua como reservatório de carbono de longa duração. Comparação das emissões Tomando por base a metodologia adotada no programa RenovaBio, criado em 2017 para estimular a produção de biocombustíveis, a pesquisa da Embrapa e da Unicamp identificou que a implementação de BECCS na etapa de fermentação poderia reduzir a intensidade de carbono do etanol hidratado (vendido nas bombas sem mistura com a gasolina) para +10,4 gramas de dióxido de carbono equivalente por megajoule (gCOe#8322;e/MJ), de 32,8 gCOe#8322;e/MJ atualmente. Já considerando somente a aplicação de biochar nos canaviais, na proporção de uma tonelada por hectare, o valor cairia para +15,9 gCOe#8322;e/MJ. eldquo;Em cenários mais ambiciosos, a captura de carbono também durante a combustão da biomassa permitiria resultados negativos, alcançando endash;81,3 gCOe#8322;e/MJerdquo;, disse Lucas Pereira, pesquisador associado à equipe de Avaliação de Ciclo de Vida da Embrapa Meio Ambiente. O estudo também estima que a combinação de armazenamento de carbono (fermentação e combustão) e biochar em todas as usinas certificadas poderia resultar em até 197 MtCOe#8322;e em créditos de carbono, o equivalente a 12% de todas as emissões brasileiras em 2022. O cenário mais viável, com BECCS aplicado apenas na fermentação, capturaria cerca de 20 MtCOe#8322;e por ano. A título de comparação, o Brasil tem como meta reduzir suas emissões líquidas totais para 1.200 MtCOe#8322;e até 2030. O RenovaBio, criado em 2017, estabeleceu o comércio de um ativo ambiental chamado CBIO ou crédito de descarbonização, que equivale a uma tonelada de carbono não emitido. Os CBIOs são comercializados em bolsa e podem ser adquiridos por distribuidoras de combustíveis fósseis para compensar suas emissões, criando um mercado regulado. Hoje, nenhuma das mais de 300 usinas certificadas pelo RenovaBio adota as tecnologias citadas pela pequisa em virtude dos custos altos, de acordo com a Embrapa. Enquanto os CBIOs negociados em bolsa giram em torno de US$ 20 por tonelada de COe#8322;, os custos estimados de BECCS variam de US$ 100 a US$ 200 por tonelada. Já o biochar custa em média US$ 427 por tonelada. Gasolina e veículos elétricos Os pesquisadores compararam as emissões de veículos movidos a etanol, a gasolina e elétricos, usando dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) e do banco internacional ecoinvent. Mesmo sem tecnologias de emissão negativa, o etanol de cana apresenta menor intensidade de carbono que a gasolina, de origem fóssil. Com a adoção de BECCS e biochar, a diferença se amplia. Em alguns cenários, o etanol pode apresentar desempenho ambiental comparável ou superior ao de veículos elétricos carregados com eletricidade média do sistema brasileiro, segundo a pesquisa. Os cientistas sugerem que políticas complementares, linhas de financiamento e a participação no mercado voluntário de carbono (VCM) serão cruciais para destravar os investimentos. Em países como os Estados Unidos, por exemplo, o crédito tributário 45Q remunera projetos de captura de carbono com até US$ 180 por tonelada de carbono equivalente, muito acima da média praticada no Brasil. eldquo;O futuro do etanol dependerá menos da disponibilidade técnica e mais da capacidade de o Brasil articular incentivos econômicos que tornem o carbono negativo um ativo competitivo no mercado internacionalerdquo;, diz a Embrapa.

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