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Brasil volta à Bolívia apostando em gás natural mais barato

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Bolívia terminou com promessas de investimento brasileiro na produção de gás natural e grande otimismo da indústria nacional com a possibilidade de comprar o insumo mais barato. Petrobras e Fluxus, dos irmãos Batista, anunciaram planos de investimento em exploração e produção na Bolívia, após anos sem aporte de capital brasileiro. Em outra frente, grandes consumidores iniciaram conversas para negociar fornecimento direto da estatal local. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, informou que a empresa pretende perfurar em 2025 um poço exploratório na área de San Telmo Norte, no estado de Tarija. O investimento estimado em US$ 40 milhões, porém, depende ainda de licença ambiental. Segundo ela, o combustível pode ajudar a viabilizar as indústrias petroquímica e de fertilizantes no Brasil, caso a produção tenha preços competitivos. "Apostamos muito nessa sinergia entre Brasil, Bolívia e também a Argentina, países interligados pelo gasoduto", declarou. O gás boliviano foi fundamental para o desenvolvimento do mercado brasileiro após a inauguração do Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil), em 1999. Mas a nacionalização dos ativos petrolíferos pelo ex-presidente Evo Morales afastou investimentos e reduziu a produção local. A Petrobras já chegou a produzir 30 milhões de metros cúbicos por dia no país vizinho, mesma capacidade de transporte pelo Gasbol, mas hoje produz apenas 9 milhões de metros cúbicos por dia, destacou Magda. "Hoje o mercado consumidor brasileiro demanda 50 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Acreditamos que esse mercado pode ser triplicado, alcançando 150 milhões de metros cúbicos diários", prosseguiu a executiva, segundo nota distribuída pela estatal. Parte dessa nova demanda será atendida pela produção do pré-sal, mas a indústria aposta na Bolívia e na Argentina como fontes de gás mais barato. A subsidiária de petróleo e gás do grupo Jeamp;F, Fluxus, anunciou nesta terça-feira (9) US$ 100 milhões em três campos que passou a operar no país vizinho após a compra da Pluspetrol Bolivia, em junho "Com este passo, a Fluxus aproveita a reserva disponível e a posição estratégica da Bolívia para atender a demanda por gás na região, inclusive dos outros negócios do grupo Jeamp;F", disse o presidente da companhia, Ricardo Savini, em nota. A empresa anunciou recentemente a compra de 12 térmicas a gás da Eletrobras, por meio de sua controlada Âmbar Energia, e tem ainda negócios nos setores de celulose, mineração, finanças e higiene e cosméticos. A comitiva de Lula contou ainda com representantes de outros setores dependentes do gás como as indústrias de vidro, cerâmica e química. Eles saíram com a promessa de negociações para compra do insumo diretamente da estatal YPFB, sem intermediação da Petrobras. Em nota, disseram que as conversas representaram "um passo histórico para a ampliação do mercado de gás natural, através da maior competição e redução de custos, com impactos para a descarbonização da indústria nacional e o aumento da atividade econômica brasileira". A expectativa é que os primeiros contratos sejam fechados ainda este ano. Ainda não há detalhes, porém, sobre preços e volumes, que devem ser pequenos neste primeiro momento, segundo fontes. A redução dos custos de transporte é outro pleito da indústria. A indústria de fertilizantes, por exemplo, espera preços finais na casa dos US$ 6 a US$ 7 por milhão de BTU (unidade de poder calorífico), enquanto a Petrobras pratica hoje preços em torno de US$ 11 por milhão de BTU. A Bolívia produz hoje cerca de 33 milhões de metros cúbicos de gás natural em 54 concessões exploratórias. O vice-presidente da YPFB, Ariel Montaño, afirmou que espera ultrapassar a casa dos 40 milhões em 2028 com os novos investimentos, segundo a agência de notícias estatal ABI. De sua produção, 13 milhões são enviados ao Brasil, o que deixa o Gasbol com capacidade ociosa não só para o gás boliviano, mas também para a produção argentina, outra grande aposta da indústria em busca de preços mais competitivos.

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Agenda regulatória vai crescer, mas ANP não tem condições de atender, diz Saboia

A cinco meses de deixar o cargo, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, diz que não será possível entregar, como gostaria, toda a regulamentação da Nova Lei do Gás ao mercado. Já há algum tempo, o executivo alerta que sem orçamento e quadro de pessoal adequados é impossível dar conta de tantos regulamentos. "Nós temos uma agenda regulatória de 82 ações, e vai crescer ainda mais com a aprovação do marco regulatório do hidrogênio. E ainda vai ter CCUS (captura de carbono), Combustível do Futuro, tudo isso passa pela agência. Achar que essa equação pode fechar desse jeito é contratar um problema para o desenvolvimento desses mercados, que eu espero que não aconteça", disse após participar de seminário sobre hidrogênio na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Ele explicou que o posicionamento não é crítica, mas apenas um alerta, e que tem falado sobre o problema com órgãos do governo, sem receber resposta. Segundo Saboia, o momento agora é de se preparar para finalizar o mandato, e disse que vai traçar algumas metas com a diretoria para tentar finalizar até o dia 22 de dezembro, quando deixa a ANP. "É importante alertar, eu tenho alertado isso aos órgãos do governo. Tenho conversado com os parlamentares que são importantes nas comissões que dizem a respeito à infraestrutura, tudo que tem relação com a ANP, para mostrar esse cenário, porque eu acho que é o papel da agência", afirmou. Saboia lembra que o orçamento da ANP atualmente é 18% do que era em 2014 e que o último concurso público foi realizado em 2015. Para ler esta notícia, clique aqui.

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CNC propõe duas emendas à Reforma Tributária

Um pequeno batalhão de 40 pessoas, entre representantes da Confederação Nacional do Comércio (CNC), de Fecomércios estaduais e federações setoriais, estará nesta terça-feira a tarde na Câmara com a missão de convencer os parlamentares a incluírem no texto de regulamentação da Reforma Tributária duas emendas. A primeira delas trata das garantias sociais, a proposta é permitir que seja concedido crédito ao empregador que oferecer benefícios como plano de saúde, vale transporte e educação aos funcionários que atuem em sua atividade fim. Segundo Gilberto Alvarenga, consultor tributário da CNC, dessa forma seria mantido o espírito original da norma, que era de que sócios e executivos não usassem indevidamente os créditos para benefícios pessoais. - Como está o texto as empresas são oneradas, principalmente as que fazem uso intensivo de mão de obra, como as de serviços, ainda há desincentivo a implementação de benefícios de bem estar para o trabalhador e ainda podem levar a aumento da pejotização em atividades que não seriam adequadas ou de informalidade - avalia Alvarenga. Para manter o espírito da lei, não seria possível obter créditos exclusivamente, frisaria o texto do artigo 39 da nova lei, dos itens listados de bens e serviços para uso e consumo pessoal de pessoas físicas listados no artigo 5º que são: "bem imóvel para habitação, bem como despesas relativas a sua manutenção; disponibilização de veículo, bem como despesas relativas a sua manutenção, seguro e abastecimento; de equipamento de comunicação; serviço de comunicação; e alimentação e bebidas". A outra emenda que está sendo apresentada pela CNC aos parlamentares busca garantir a manutenção do crédito concedido nas compras de empresas classificadas dentro do Simples Nacional. Segundo Alvarenga, com a Reforma Tributária quem compra de empresas enquadradas no Simples passará a receber metade do crédito ao qual tem direito pelo regime atual. Hoje, em média, essas empresas pagam 4,5% de PIS/Cofins e concedem 9% de crédito ao comprador de seus produtos e serviços. Pela nova regra, o crédito será justamente o do CBS recolhido. Ou seja, se for 4,5%, esse será o crédito concedido ao comprador. - Existe um preceito constitucional que determina o incentivo às pequenas empresas. Ao tratar as companhias do Simples de forma igualitária, na verdade, estamos prejudicando-as. Isso pode reduzir a competitividade das empresas do Simples. Afinal, o crédito entrará na conta de quem está avaliando a compra de um produto - explica o consultor. José Roberto Trados, presidente da CNC, diz que as mudanças propostas são essenciais para fomentar o empreendedorismo e proteger as empresas, especialmente do setor de serviços, que investem na qualidade de vida de seus funcionários, para que não sejam penalizadas com uma carga tributária excessiva: - Estamos comprometidos em trabalhar junto ao Congresso Nacional para implementar essas alterações importantes e, assim, fortalecer a competitividade das empresas brasileiras, promover o emprego formal e fomentar o desenvolvimento econômico do país.

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Câmara aprova urgência para regulamentação da Reforma Tributária; texto será pautado nesta quarta

A Câmara dos Deputados aprovou a urgência para a votação da regulamentação da Reforma Tributária. A medida acelera o andamento do projeto e permite que ele seja analisado diretamente no plenário, sem passar por comissões. O mérito da proposta será votado nesta quarta-feira, de acordo com o presidente Arthur Lira (PP-AL). O relatório deve sofrer alterações até o momento da votação, com articulações políticas no plenário. Entre os trechos de maior polêmica está a inclusão ou não das carnes na cesta básica com imposto zero. Os deputados do grupo de trabalho que analisaram a proposta de regulamentação avaliam que ainda há possibilidade de as proteínas animais entrarem na isenção total, se for encontrada uma forma de compensação que evite o aumento da alíquota-padrão em 0,53 ponto percentual. Até agora, a estimativa é de uma alíquota de 26,5%. A elevação da alíquota ocorreria mesmo com a adição de novos itens no imposto seletivo, como carros elétricos, de acordo com o Ministério da Fazenda. O ministro Fernando Haddad sugeriu que o percentual de cashback para os mais pobres na compra de carnes seja maior do que 20%. Hoje as carnes já se enquadram em um cashback de 20% para CBS e IBS, quando o texto cita a devolução de impostos para "outros itens". Outro trecho que gerou incômodo de técnicos da Fazenda é a ampliação no desconto de alíquota para a construção civil, que subiu de 20% para 40% de redução em relação ao IVA cheio. Armas e o e#39;imposto do pecadoe#39; A inclusão ou não das armas entre os itens sujeitos ao Imposto Seletivo, o chamado "imposto do pecado" deve ser decidida por meio de votação de emenda em plenário. Isso porque o tema tem grande divergência política e os líderes. A expectativa é que partidos de esquerda ou centro apresentem o destaque para definir a questão. A retirada das armas da proposta ocorreu após um destaque do Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro. O tema novamente deve enfrentar resistência no plenário da Casa. O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS. O segundo texto traz os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios, e pode ser votado na quinta-feira.

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Maior petrolífera do mundo investe em motores a combustão e crê em demanda eterna

A Saudi Aramco está apostando que o motor de combustão continuará presente por um "muito, muito longo tempo" nos veículos e identificou uma oportunidade de negócio com o aumento dos carros elétricos. A maior empresa de petróleo do mundo, que faturou US$ 500 bilhões (R$ 2,73 trilhões) em receitas no ano passado principalmente produzindo e vendendo petróleo bruto, adquiriu no mês passado uma participação de 10% de 740 milhões de euros (R$ 4,3 bilhões) na Horse Powertrain, empresa dedicada à construção de motores a combustível. A estimativa da Saudi Aramco e dos outros acionistas da Horse emdash;a fabricante chinesa de automóveis Geely e sua colega francesa Renaultemdash; é que à medida que a indústria deixe de projetar e desenvolver seus próprios motores de combustão, começará a comprá-los de terceiros. "Será muito caro para o mundo eliminar completamente, ou prescindir, dos motores de combustão", disse Yasser Mufti, vice-presidente executivo da Saudi Aramco responsável pelo acordo. "Se considerarmos a acessibilidade e vários outros fatores, eu acredito que eles estarão por aí por um muito, muito tempo." Quando questionado se achava que os motores de combustão existiriam para sempre, Mufti disse que sim. A Saudi Aramco já afirmou anteriormente que acredita que mesmo em 2050, mais da metade de todos os carros funcionarão com algum tipo de combustível. Em 2021, o fim do motor de combustão parecia garantido depois que fabricantes de automóveis, incluindo Ford, General Motors, Mercedes-Benz, e governos, como o Reino Unido, se comprometeram a encerrar as vendas de novos motores a gasolina e diesel entre 2035 e 2040. Mas com a desaceleração das vendas de veículos elétricos nos últimos meses e o protecionismo comercial aumentando, o futuro dos motores de combustão parece menos sombrio. "Acreditamos que até 2035, 2040 e mesmo além de 2040 ainda veremos um número significativo de veículos com motor de combustão", disse Matias Giannini, CEO da Horse. "Com certeza mais da metade, e até 60% da população ainda terá algum tipo de motor, seja apenas de combustão, híbrido completo ou plug-in híbrido." Essa perspectiva apresenta uma oportunidade para consolidar a produção. Giannini disse que a Horse já garantiu "alguns contratos" e está em negociações com várias fabricantes de automóveis para fornecer motores a elas. "Temos uma variedade de novos motores sendo desenvolvidos, por exemplo, para atender à legislação", afirmou Giannini, acrescentando que a empresa manteve o investimento, enquanto outras automotivas decidiram parar de investir ou desenvolver motores em resposta aos novos padrões da UE. A joint venture foi criada há um ano, depois que a Geely e a Renault transferiram suas divisões de motores e transmissões e juntaram-nas na Horse. A nova empresa de 7,4 bilhões de euros (R$ 43,5 bilhões), com 19 mil funcionários e 17 fábricas em todo o mundo, tem capacidade para produzir 3,2 milhões de unidades por ano e pretende atingir 5 milhões, colocando-a próximo do patamar da Stellantis, proprietária da Chrysler, Fiat e Citroën. "Não há ninguém fazendo o que propomos fazer", disse Giannini. Philippe Houchois, analista automotivo na Jefferies, disse que faz sentido para a Geely e a Renault tentar alcançar escala combinando sua fabricação. "A transição para veículo elétrico é mais lenta do que alguns pensavam, e existem híbridos, que alguns pensavam que desapareceriam, então o caminho é mais longo", disse Houchois, acrescentando que montadoras menores como Honda e Nissan poderiam ser clientes em potencial para a Horse. Ele também previu que o alvo da Horse para seus motores estaria na Europa. "No mundo de hoje, apenas a Europa quer acabar com os carros a combustão. Nem os chineses nem os americanos estão trabalhando nessa direção." Com as vendas crescendo de híbridos, a Toyota recentemente desenvolveu uma nova geração de motores menores com maior eficiência de combustível que também poderiam ser vendidos para outros fabricantes de automóveis. A Stellantis também investiu pesadamente no futuro de longo prazo de veículos a motor de combustão que funcionam com e-fuels sintéticos. Enquanto isso, a Saudi Aramco intensificou recentemente seus esforços para construir uma rede global de postos de abastecimento. No ano passado, disse ter 17,2 mil postos de serviço, quase todos nos EUA, China e Japão. Este ano, comprou mercados em desenvolvimento como o Chile e o Paquistão. O gigante do petróleo saudita também investiu em laboratórios de pesquisa em Paris, Detroit (EUA) e Xangai (China), onde está tentando desenvolver combustíveis de baixo carbono e sintéticos. "Nossa pesquisa com empresas automotivas e competições automobilísticas reforçou nossa visão de que No ano passado, a Saudi Aramco comprou a marca americana de lubrificantes Valvoline por US$ 2,65 bilhões, e todos os motores produzidos pela Horse terão seu "primeiro enchimento" com produtos Valvoline. Mufti acredita que os motores de combustão ainda podem ter "melhorias significativas" que os tornariam competitivos contra os carros elétricos não apenas no custo, mas também na sustentabilidade, levando em consideração as emissões e o impacto ambiental da construção de veículos. (Financial Times)

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Procon da cidade de SP fará operações contra fraude em combustíveis

A Secretaria de Justiça da cidade de São Paulo e o Procon municipal planejam dar início em breve a blitze em postos de combustíveis da capital. O objetivo é coibir venda de combustíveis adulterados e fraudes em bombas que marcam de maneira imprecisa a quantidade vendida, entre outros delitos. Segundo o secretário da pasta, Fernando José da Costa, haverá apoio logístico da Polícia Civil nas operações, a exemplo do que ocorria quando ele ocupava cargo equivalente no governo estadual, nas gestões João Doria e Rodrigo Garcia.

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