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Mistura de etanol pode gerar excedente de 700 milhões de litros para exportação

O aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina pode contribuir para a elevação da soberania energética do Brasil ao diminuir a necessidade de importação de diesel, além de gerar um excedente exportável de cerca de 700 milhões de litros de gasolina por ano. A avaliação foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), realizada nesta quarta-feira (25). No encontro, o CNPE aprovou o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina de 27% para 30%, conhecido como E30, e de biodiesel no diesel de 14% para 15%, o B15. A medida entrará em vigor a partir do dia 1º de agosto e, na visão de Silveira, vai permitir que o Brasil avance na autossuficiência. Para o governo, a adoção do E30 e do B15 fortalece a segurança energética ao reduzir a dependência de combustíveis fósseis e a necessidade de importações, especialmente em um cenário de instabilidade no mercado internacional. O anúncio ocorre poucos dias após o cessar-fogo entre Israel e Irã, que chegou a ameaçar o fechamento do estreito de Ormuz emdash;rota estratégica por onde é transportado cerca de 20% do petróleo global. A deliberação da mistura foi anunciado pela pasta durante o seminário "Gás para Empregar: Construindo uma estrutura justa e sustentável de preços", organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O aumento na mistura foi possibilitado pela lei do Combustível do Futuro (lei nº 14.993/2024), que flexibilizou os limites entre 22% e 35%. Em março deste ano, Silveira declarou que aguardaria os preços dos alimentos estarem mais controlados para propor o aumento da mistura de etanol na gasolina. Segundo o MME, a mudança pode levar a mais de R$ 10 bilhões em investimentos e criar mais de 50 mil postos de trabalho. A pasta também aponta que a redução do preço da gasolina nos postos pode chegar a R$ 0,20 para o consumidor. Ainda são esperados mais de R$ 5 bilhões em investimentos em novas usinas e unidades de esmagamento de soja, além da criação de mais de 4.000 novos postos de trabalho, incluindo atividades de esmagamento e refino de óleo vegetal.

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Conta de luz pode ficar mais barata em julho em razão das chuvas no Sul, dizem especialistas

Em junho, está vigente a bandeira vermelha patamar 1, com custo de R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 kW/h consumidos. A maior parte dos especialistas consultados pelo Estadão/Broadcast aponta tendência de acionamento da bandeira amarela, com cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh. Mas há analistas que ainda trabalham com a manutenção da bandeira vermelha. O cenário é diferente do previsto no início de junho, quando o mercado trabalhava com a perspectiva de uma cobrança ainda mais elevada a partir do mês que vem, com acionamento da bandeira vermelha patamar 2, o que elevaria a cobrança adicional para a R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulga oficialmente nesta sexta-feira, 27, a bandeira tarifária de julho. Se confirmada a bandeira amarela para julho, acarretaria um alívio de R$ 2,58 por 100 KWh no bolso do consumidor, como também no índice inflação do próximo mês. Nos cálculos do Banco BMG, se a coloração se confirmar, o impacto médio no IPCA do mês será de 0,14 ponto porcentual. A diretora de Preços e Estudos de Mercado na Thymos, Mayra Guimarães, está entre os especialistas que atualizaram a projeção de bandeira de vermelha para amarela. eldquo;O principal fator para a redução foi o volume de chuvas registrado no Sul do País no final do mês, somado às previsões de continuidade das precipitações nos próximos diaserdquo;, disse, explicando que isso contribui para um preço spot da energia (Preço de Liquidação das Diferenças, PLD) mais baixo na abertura de julho. Esse preço é um dos gatilhos considerados na decisão de acionamento da bandeira. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam que o nível dos reservatórios no subsistema Sul subiu 20,2 pontos porcentuais, tendo atingido 64,85% da sua capacidade na quarta-feira, 25. eldquo;Somente de 15 a 20 de junho, o volume de precipitação nas bacias dos rios Jacuí e Uruguai superou a média mensalerdquo;, destacou o diretor de Planejamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Alexandre Zucarato. Ele também salientou que, preocupado com a perspectiva de baixa intensa dos níveis armazenados, o operador também atuou para economizar água nas usinas, mesmo que a custo de geração termelétrica, o que colaborou para a melhora nos níveis dos reservatórios. Ele explicou que as hidrelétricas do Sul são importantes para apoiar o atendimento à carga no horário de pico, especialmente no fim do período úmido, por isso foi necessária a medida preventiva. O resultado foi uma melhora dos níveis de armazenamento e a perspectiva de alguma elevação à frente, diante da previsão de chuvas nos próximos dias, o que ajudaria a manter os preços da energia em patamares mais baixos. O gerente de Inteligência de Mercado da Electra Energy, Gabriel Apoena, calcula que o fechamento do PLD de julho deve ficar entre R$ 120 e R$ 170 por megawatt-hora (MWh), eldquo;devido principalmente à entrega favorável de hidrologia no Sul de junho para julhoerdquo;. Com isso, ele também antecipa bandeira amarela em julho. Outra empresa que projeta bandeira amarela é a Armor Energia. O diretor de Trading da empresa, Fred Meneses, cita que há possibilidade até mesmo de bandeira verde, sem cobrança adicional, a depender das projeções incorporadas pelo ONS para o volume de chuvas e condição de armazenamento no próximo mês. eldquo;Desde o início do ano, o modelo [que calcula os preços de referência da energia] está mais sensível, e estamos num limiar que, se a premissa de reservatório for melhor, o preço caierdquo;, disse. A Ampere Consultoria também trabalha com a perspectiva de bandeira amarela, tendo em vista as chuvas observadas e previstas na região Sul. No entanto, alerta que os efeitos favoráveis das chuvas aos consumidores não devem durar muito, o que podem levar a um retorno à bandeira vermelha no mês seguinte. eldquo;Em agosto, as projeções da consultoria já indicam a possibilidade de acionamento da bandeira vermelha 2, em meio à perspectiva de retorno do PLD a valores elevados após a recessão da cheia de julho na região Sul e da boa expectativa de geração eólica e solar em agostoerdquo;, disse o sócio consultor da Ampere, Guilherme Ramalho de Oliveira, explicando que a forte geração renovável prejudica o desempenho da geração hidrelétrica, influenciando no chamado risco hidrológico (GSF, no jargão setorial), outro fator de gatilho para a bandeira. Manutenção da bandeira vermelha É justamente o GSF que faz a consultoria PSR Energy projetar a manutenção da bandeira vermelha 1 em julho, discordando de outras casas. Para o líder de inteligência de mercado da empresa, Mateus Cavaliere, a despeito da boa evolução da hidrologia no Sul em junho, o fato de o País estar no chamado período seco, em que o volume de precipitações é menor, faz com que a geração hidrelétrica fique reduzida. eldquo;O preço tende a ser mais leve em julho do que junho, mas o GSF tende a pesar maiserdquo;, afirmou. A previsão de bandeira vermelha 1 é compartilhada por outras empresas do setor, como a Comerc Energia e a Bolt Energy. O líder comercial da unidade varejista da Bolt, Luiz Madeira, também cita que a manutenção está relacionada ao período seco, que compromete os níveis dos reservatórios e exige maior uso de termelétricas. eldquo;Isso eleva o custo de geração de energia no Paíserdquo;. Segundo ele, enquanto não houver uma reversão desse quadro hidrológico, a sinalização de bandeira vermelha tende a persistir.

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Governo do RJ estimula gás natural em usinas termoelétricas e regulamenta uso do biometano no Estado

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), assinou dois decretos voltados ao setor de energia na noite desta quinta-feira, 26, no encerramento do Energy Summit 2025, evento em parceria com o Estadão. O foco é estimular o uso de gás natural e de biometano. eldquo;O Rio de Janeiro, mesmo sendo o Estado com a maior produção fóssil, quer liderar essa discussão sobre transição, transformação e até complementação energética, já que precisaremos de todas as fontes renováveis de energia para atender o mundoerdquo;, declarou no evento. O primeiro decreto regulamenta a Lei Estadual nº 10.456, de 16 de julho de 2024, que incentiva o uso de gás natural em usinas termoelétricas por meio de benefícios fiscais no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), vinculados a investimentos das empresas em eficiência e transição energética. O tratamento tributário especial é restrito a empreendimentos novos de empresas ou consórcios responsáveis pelas usinas e se aplica à importação de máquinas, equipamentos, peças, partes e acessórios destinados à instalação do empreendimento, desde que essas mercadorias sejam desembaraçadas em portos ou aeroportos fluminenses. Também estão previstas isenções na aquisição interna e interestadual dos mesmos produtos. Na avaliação de Castro, o decreto busca estimular o setor a reduzir o uso do gás natural para reinjeção nos campos de petróleo. eldquo;É algo que venho conversando com o setor há algum tempo. Está comprovado que a reinjeção está acima do necessário, o que representa jogar fora uma preciosidade natural, e a melhora do ambiente tributário mostra que o governo entende que tem de ser um facilitador da atividade econômica da energia.erdquo; O Ministério de Minas e Energia (MME) aponta que a reinjeção do gás, tanto para a gestão dos reservatórios quanto para elevar a produção de petróleo, tende a levar ao aumento de custos no futuro em razão da necessidade de investimentos crescentes para separação dos fluidos. Já o segundo decreto, que regulamenta a Lei Estadual nº 6.361, de 18 de dezembro de 2012, autoriza o uso de biometano integrado à atual malha de gás natural do Estado, o que deve estimular o crescimento de iniciativas voltadas à geração desse combustível renovável. A assinatura do decreto foi acompanhada por Sérgio Coelho, subsecretário de Energia (Seenemar/RJ), que destacou o biometano como ativo estratégico para o Rio de Janeiro.

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Petrobras fica com maioria de lotes em leilão

A Petrobras foi a maior vencedora do 5.º leilão de petróleo da União, realizado ontem pela Pré-Sal Petróleo (PPSA). A estatal ficou com três dos 7 lotes licitados, que totalizam 36,5 milhões de barris, dos 74,5 milhões ofertados. A empresa levou os lotes 1, 4 e 7. Ao todo, a disputa movimentou R$ 28 bilhões, montante R$ 3 bilhões acima do previsto pela PPSA. O valor ajudará a engordar os cofres públicos, mas entrará aos poucos, à medida que a carga de petróleo for entregue aos vencedores. A Petrochina, em parceria com a Refinaria de Mataripe, arrematou os lotes 5 e 6 endash; cerca de 10 milhões de barris de petróleo. A Galp, em parceria com a ExxonMobil, ficou com o lote 2 (14 milhões de barris), com lance de US$ 1,35 por barril. E a Equinor arrematou o lote 3, por US$ 1,11 por barril. ebull;

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Preço de alimentos cai pela primeira vez em 10 meses, e IPCA-15 fica em 0,26%

O IPCA-15, que representa a prévia da inflação, foi de 0,26% em junho, desacelerando pela quarta vez consecutiva, após registrar 0,36% em maio. O alívio nos alimentos, que já vinha sendo observado no mês anterior, se intensificou e chegou à primeira deflação após nove meses consecutivos de alta, com queda nos preços do tomate, ovo e do arroz. Esse movimento foi acompanhado por um recuo na gasolina, que também ajudou a puxar o índice para baixo. O resultado, divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira, veio abaixo do esperado pelos analistas de mercado, que projetavam 0,30%. Nos últimos 12 meses, o índice também teve desaceleração, registrando 5,27%, abaixo dos 5,40% observados em maio. O número segue acima da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) em 3%, com margem de tolerância para cima de até 4,5%. O Relatório de Política Monetária, publicado nesta quinta-feira, mostrou que as projeções oficiais de inflação do Banco Central ficam acima da meta até o fim de 2027. A expectativa é de que o índice feche 2025 em 4,9% e fique em 3,6% no fim de 2026. Economistas acreditam que, embora o IPCA-15 de junho indique um certo alívio, com sinais de que o período de pressões possa estar perto do fim, o cenário segue desafiador para a inflação, com uma economia que continua mais aquecida que o esperado. Em junho de 2024, a taxa foi de 0,39%, enquanto o acumulado no ano ficou em 3,06%. O resultado do índice do mês só não veio menor por conta da energia elétrica residencial, que teve aumento de 3,29% no preço. A alta acompanhou a mudança na bandeira tarifária e foi responsável pelo maior impacto positivo. Na alimentação no domicílio, que teve recuo de 0,24%, as principais quedas foram registradas nos preços do tomate (-7,24%) e do ovo de galinha (-6,95%), violões da inflação durante os meses de março e abril, mas que já vinham apresentando queda em maio, e do arroz (-3,44%). No entanto, o café ainda segue com o preço subindo 2,86%, embora tenha apresentado desaceleração em relação ao mês anterior. A gasolina, que apresentou recuo de 0,52%, foi um dos principais impactos individuais negativos do índice. Todos os outros combustíveis também apresentaram recuo, mas ainda assim o grupo de transportes acabou tendo leve alta.

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Gasolina volta a subir no Brasil e diesel mantém desconto

A virada do preço do petróleo nesta semana, após o recuo no conflito entre Israel e Irã, abriu novamente a janela da importação de gasolina no País, segundo a Associação Brasileiro dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O combustível está 5% mais caro no Brasil do que no mercado internacional, enquanto o diesel mantém defasagem de dois dígitos nas refinarias da Petrobras, ou preço 10% menor, e 9% abaixo do preço externo na média das refinarias brasileiras, que inclui a Refinaria de Mataripe, da Acelen, na Bahia. Mataripe reduziu o preço da gasolina em 0,4% hoje, mas manteve o preço do diesel inalterado. Já a Petrobras não mexeu no preço dos dois combustíveis em meio à disparada do petróleo nas últimas semanas, evitando trazer a volatilidade do mercado internacional para o País. O último reajuste da gasolina pela estatal foi uma queda de R$ 0,17 no dia 3 de junho, enquanto o diesel teve redução de R$ 0,16 em 6 de maio.

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