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Etanol/Cepea: Com demanda aquecida, Indicadores têm novas altas

O mercado spot de etanol continua aquecido em São Paulo, com preços em alta, conforme apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, distribuidoras estiveram ativas na semana passada, adquirindo novos e maiores volumes. Do lado vendedor, a postura segue firme. Assim, entre 13 e 17 de janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou em R$ 2,7901/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), elevação de 1,9% frente ao período anterior. Para o anidro, o aumento foi de 1,15% em igual comparativo, com o Indicador CEPEA/ESALQ a R$ 3,1360/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins). (Cepea)

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Brasil acredita em pressão de Trump por etanol com tarifa zero

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acredita que haverá pressão dos Estados Unidos, agora novamente com Donald Trump na Casa Branca, para zerar as tarifas de importação sobre o etanol. A redução da alíquota para zero foi adotada em diversos momentos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diante de um quadro de aumento dos preços, beneficiando principalmente a entrada no país de etanol de milho americano. No início de 2023, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) restabeleceu a alíquota de importação sobre o biocombustível, que hoje é de 18%. Para o governo brasileiro, embora pedidos por um corte das tarifas nunca tenham desaparecido com Joe Biden na Casa Branca, eles eram concentrados pelo Departamento de Agricultura e tinham menos peso político. Na avaliação de autoridades em Brasília, Trump deve elevar pressões sobre esse tema, já que o eldquo;Corn Belterdquo; (Cinturão do Milho) endash; principal região produtora de etanol nos Estados Unidos endash; tem base eleitoral trumpista. Dos seis estados que compõem o cinturão, cinco deram vitória para o republicano nas eleições presidenciais: Iowa, Nebraska, Missouri, Indiana e Kansas. A democrata Kamala Harris venceu apenas em Illinois. O governo Lula espera um engajamento maior de Washington nesse pedido, mas se prepara para barganhar. Em contrapartida a qualquer eventual movimento para o etanol, exigirá maior abertura do mercado americano para o açúcar e a carne bovina. As discussões podem ser retomadas no momento em que o Brasil estuda elevar, de 27% para 30%, a mistura de etanol anidro na gasolina. O aumento do teor foi permitido pela Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2024, e as montadoras iniciaram testes endash; que deverão ser concluídos nos próximos meses endash; para verificar a capacidade de adaptação dos motores na frota de automóveis. Se não forem constatados impactos relevantes, uma decisão pode ser tomada ainda no primeiro trimestre. A eventual elevação da mistura de etanol na gasolina geraria demanda adicional pelo anidro de 1,2 bilhão a 1,4 bilhão de litros por ano.

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Aeroporto de Congonhas usará novo biocombustível brasileiro para substituir diesel

O aeroporto de Congonhas vai começar a testar o uso de um novo biocombustível brasileiro em suas operações internas. A Aena, concessionária que administra o aeroporto, acertou um contrato de fornecimento do BeVant, um combustível desenvolvido e patenteado pela Be8 a partir do biodiesel e que pode ser usado diretamente nos motores a diesel. O biocombustível, um metil éster bidestilado, é produzido a partir do biodiesel feito de óleo de soja e de gorduras animais e passa por processos físico-químicos e pela bidestilação. Os testes vão começar a ser realizados em 20% da frota de veículos e máquinas que rodam no aeroporto. Segundo Kleber Meira, CEO do Aeroporto de Congonhas, a Aena quer descarbonizar suas operações com as tecnologias mais novas que existem e está buscando diferentes soluções. Além de testar o BeVant, o aeroporto também vai substituir dez dos 25 ônibus de transporte de passageiros com motor a diesel por motores elétricos, e ainda está buscando fontes de energia renováveis para atender suas operações. Ao longo deste ano, a Aena quer comparar os resultados das diferentes rotas de descarbonização. "Vamos poder mensurar a rentabilidade e a performance para poder até o fim do ano ter uma conclusão", afirmou Meira. Segundo o executivo, a empresa está apostando no BeVant "justamente porque entendemos que vai ter um custo, ainda um pouco acima do diesel, mas muito abaixo do que outras tecnologias que tivemos acesso". O executivo não informa o preço a ser pago pelo BeVant, mas garante que será a "preço de mercado". A única opção existente hoje para substituir o diesel fóssil por uma solução renovável drop-in (que não precisa de adaptação nos motores) é o diesel verde (HVO, na sigla em inglês), mas sua produção ainda não é feita em nenhum país da América Latina e seu custo é o dobro do BeVant, afirma Erasmo Carlos Batistella, dono e CEO da Be8. A produtora do biocombustível já acertou outros contratos de fornecimento do BeVant com outros clientes, mas o acordo com o Aeroporto de Congonhas foi o "mais importante até agora", garante Batistella. O aeroporto "vai usar um volume importante de produto. Para a Be8, o que mais importa aqui é o que vai significar. Demosntra que os biocombustíveis brasileiros têm a capacidade de ajudar imediatamente a fazer a descarbonização no escopo 3 [relacionadas às cadeias de fornecimento e transporte de pessoas ligadas às organizações]", afirma o empresário. Se a Anea considerar o resultado com o BeVant positivo, Meia afirmou que a Aena expandirá o uso do biocombustível da Be8 para todos os veículos a diesel do Aeroporto de Congonhas até o fim do ano e, posteriormente para os outros 16 aeroportos que tem no país. "Podemos até exportar a tecnologia, porque operamos também em outros países, como na Espanha, no México, na Inglaterra", afirmou. Segundo o executivo, o plano agora é tornar a Aena uma "referência no setor aeroportuário em sustentabilidade, e nada melhor do que fazer [os testes] em Congonhas para dar exposição". Perfil do BeVant Batistella ressaltou que o BeVant é tanto solução imediata de descarbonização como uma solução com "DNA brasileiro", já que utiliza matéria-prima brasileira e a tecnologia de produção desenvolvida no Brasil - o processo de produção do biocombustível também foi patenteado pela Be8. O BeVant é produzido na unidade industrial da Be8 em Passo Fundo (RS), que já fabrica biodiesel. O biocombustível tem baixo índice de acidez, é livre de contaminantes e tem baixo teor de enxofre. Seu consumo emite 50% menos monóxido de carbono do que o diesel de origem fóssil, 85% menos material particulado e 90% menos fumaça preta.

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Etanol é mais competitivo em relação à gasolina em 7 estados e no DF, afirma ANP

O etanol mostrou-se mais competitivo em relação à gasolina em 7 estados e no Distrito Federal (DF) na semana de 12 a 18 de janeiro. Na média dos postos pesquisados no país, o etanol tinha paridade de 67,8% ante a gasolina no período, portanto, favorável em comparação com o derivado do petróleo, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. O etanol era mais competitivo em relação à gasolina nos seguintes estados: Acre (68,49%), Mato Grosso (64,94%); Mato Grosso do Sul (65,61%); Minas Gerais (69,62%); Paraíba (69,84%); Paraná (69,43%) e São Paulo (66,56%), além do Distrito Federal (66,78%). Nas capitais, o comportamento foi semelhante, onde o destaque também ficou por conta da elevação de R$ 0,03 no preço médio do etanol hidratado (proporcionalmente, +0,62%) e de R$ 0,01 no caso do diesel S-10 (que correspondeu ao acréscimo proporcional de +0,12%). Em contraste, o preço médio da gasolina comum apresentou um recuo marginal de R$ 0,01 nas capitais, o que correspondeu a um ajuste de menos 0,09% em relação ao valor médio apurado pelo levantamento ao final de dezembro. Petrobras evita repassar volatilidade A Petrobras reiterou na segunda-feira (13/1), ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que evita o repasse da volatilidade externa para os preços internos de combustíveis, conferindo assim períodos de estabilidade para os clientes. O preço médio da gasolina ficou estável na primeira quinzena de janeiro, registrando uma ligeira queda de 0,02% na comparação com a última semana de dezembro, segundo o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Já o etanol registrou alta de 0,71% e o diesel S-10 subiu 0,22%. eldquo;Os resultados evidenciam um cenário de relativa estabilidade nos preços cobrados nos postos brasileiros na abertura do anoerdquo;, avaliou o Veloe, hub de mobilidade e gestão de frota. O preço médio da gasolina na segunda semana de janeiro no território nacional ficou estável em R$ 6,24 o litro, o mesmo do fechamento de dezembro, enquanto o etanol registrou preço médio de R$ 4,21 o litro, e o diesel S-10, o menos poluente e mais vendido, foi encontrado a R$ 6,23 o litro. eldquo;Dessa forma, a companhia segue observando os fundamentos de mercado e, por questões concorrenciais, não pode antecipar suas decisõeserdquo;, disse a estatal, em resposta ao questionamento da reportagem sobre o impacto da alta do petróleo nos preços da gasolina e do diesel refinados pela empresa. A defasagem dos preços nas refinarias da Petrobras em relação ao mercado internacional atingiu 22% no diesel e 13% na gasolina na última sexta-feira (10/1), reabrindo a expectativa do mercado para reajustes por parte da estatal. Na segunda (13), a commodity continuava em alta, assim como o câmbio, o que aumentou a pressão nos preços. A empresa informou que, em 2024, o único reajuste no preço de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras ocorreu em julho, e foi equivalente a R$ 0,15 a cada litro vendido nas bombas. Atualmente, em média, a parcela do preço de venda da Petrobras para as distribuidoras é equivalente R$ 2,21 a cada litro abastecido nas bombas. Sobre o diesel, o último aumento nos preços de venda da Petrobras para as distribuidoras ocorreu em outubro de 2023. Depois disso, a Petrobras ainda fez duas reduções de preços em dezembro de 2023. E, em 2024, não fez nenhum reajuste nos seus preços de venda para as distribuidoras. Hoje, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor é, em média, R$ 3,03 a cada litro vendido na bomba, informou.

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O retorno do fantasma da defasagem

* Adriano Pires - O ano de 2025 começa com a volta de um velho conhecido de planejadores e analistas do setor de energia: a alta defasagem dos combustíveis. Depois de um ano de calmaria, em que os preços de combustíveis no mercado doméstico ficaram praticamente inalterados, em função de um cenário externo favorável, o tom agora é outro. No fim de 2024, o mercado nacional viu a cotação do dólar alcançar recordes sucessivos e o preço do barril de petróleo no exterior apresentar sinais de um novo ciclo de alta. Desde maio de 2023, a estratégia comercial da Petrobras para a precificação do diesel e da gasolina em suas refinarias leva em conta 2 elementos centrais: o custo alternativo do cliente como prioridade; o valor marginal para a companhia. De acordo com o anúncio oficial da empresa, o custo alternativo do cliente contempla alternativas de suprimento por fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos. Já o custo marginal da Petrobras se baseia no custo das diversas alternativas para a empresa, dentre elas a produção, a importação e a exportação do produto. Quando a nova política de preços foi adotada, o objetivo principal declarado pelo então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, era eldquo;abrasileirarerdquo; os preços de combustíveis, sob a premissa de que o Brasil é autossuficiente no setor. Essa percepção, entretanto, não corresponde à realidade. O abastecimento da demanda doméstica por combustíveis depende da importação desses produtos, cerca de 30% no caso do diesel e 10% quando se trata da gasolina. Ao longo de 2024, essa pauta virou pano de fundo do setor graças à estabilidade da taxa de câmbio (R$/USS) e do barril de petróleo. No fim do ano, entretanto, uma crise de confiança do mercado em relação à atual gestão do governo federal levou a moeda norte-americana a quebrar recordes consecutivos, ultrapassando o patamar de R$ 6,00 pela 1ª vez na história. A maior influência para esse movimento veio da incerteza de agentes privados, quanto ao cumprimento dos compromissos fiscais e a efetividade do pacote de corte de gastos apresentado pela base governista. Nesse contexto, o dólar elevado se tornou uma fonte de pressão indireta, ao contribuir para uma defasagem mais acentuada entre o preço na refinaria nacional e a referência internacional. Quando a diferença entre o preço praticado pela Petrobras no mercado doméstico e aquele observado no mercado internacional, corrigido pelo câmbio, fica restritiva para a atividade de importadores privados, há inerentemente uma maior pressão para que a petroleira promova um reajuste de seus preços de refinaria. Outra importante influência se deu na 2ª quinzena de dezembro de 2024, quando o Tesouro dos EUA aprovou uma lista de 35 entidades e embarcações que serão embargadas em função de sua participação no transporte de óleo iraniano ilícito. Na época, a leitura de agentes do mercado foi de que a medida teria um reflexo imediato e significativo no nível da oferta global, alterando sua percepção quanto aos movimentos de curto prazo. Em 2025, logo nas primeiras semanas do ano, o preço do barril de petróleo sofre novo impacto por causa do anúncio de diversas sanções norte-americanas contra companhias de Oeamp;G (Óleo e Gás) da Rússia. O pacote deve mirar as atividades da Gazprom Neft e da Surgutneftegas, que, segundo análise do Barchart, empresa de acompanhamento de dados do setor, juntas exportaram cerca de 1 milhão de barris por dia (b/d) de óleo russo nos primeiros 10 meses de 2024, representando cerca de 30% do volume carregado por tanqueiros saindo do país. A expectativa do mercado é de que a medida tenha como consequência uma oferta mais restrita e uma maior competição por entregas na região, ao menos até que o volume embargado encontre demanda a preços mais baixos ou fora do eixo aliado aos EUA. Enquanto as dúvidas sobre o efeito das sanções pairam sobre as negociações da commodity, o risco associado a diversos conflitos em regiões estratégicas ao redor do mundo continuam faturando na avaliação de traders. A possibilidade de novos choques, de oferta ou demanda, vindos da esfera geopolítica continua alta, contribuindo para a predominância de uma avaliação mais pessimista quanto ao equilíbrio de curto prazo. Para ler esta notícia, clique aqui. *Sócio-fundador e diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura)

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Combustíveis com viés de alta

Os preços dos combustíveis começaram 2025 com novos aumentos, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL). Na primeira quinzena de janeiro, a gasolina teve alta de 0,16% no preço médio nacional, em relação ao mesmo período de dezembro. Passou a ser vendida, em média, a R$ 6,30 por litro. O etanol, por sua vez, apresentou um aumento maior: 0,47%, alcançando o preço médio de R$ 4,28/litro. De acordo com Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil, os reajustes estão ligados a fatores econômicos e estruturais emdash; como a alta do dólar, que encarece a importação de combustíveis e insumos, e os custos logísticos, que variam conforme a infraestrutura e as distâncias percorridas em cada região. "Somados, todos esses fatores exercem pressão sobre os preços, consolidando a tendência de alta iniciada no fim do ano anterior", explicou. O Norte registrou os preços mais altos entre todas as regiões do país: o litro da gasolina chegou a R$ 6,81 e o do etanol alcançou R$ 5,00. Por outro lado, o Sudeste teve os valores mais baixos, com médias de R$ 6,16 para a gasolina e R$ 4,21 para o álcool, mesmo após altas de 0,16% e 0,72%, respectivamente. O Centro-Oeste liderou os aumentos: o preço do etanol subiu 1,20%, alcançando R$ 4,23, enquanto a gasolina teve reajuste de 0,96%, chegando a R$ 6,34. O Sul manteve-se estável nos preços, em comparação com a primeira quinzena de dezembro. A gasolina na região está custando, em média, R$ 6,21, ao passo que o etanol, R$ 4,48. Estados e DF Entre as unidades da Federação, a maior queda no preço médio da gasolina foi registrada em Alagoas emdash; redução de 0,61%, resultando em um valor médio de R$ 6,53. No entanto, o Distrito Federal liderou as altas, apresentando um aumento de 2,30%, que fez com que o combustível alcancasse R$ 6,24/litro. O preço mais baixo da gasolina no Brasil foi encontrado na Paraíba. No estado, o litro custa R$ 6,08, sem variação em relação a dezembro. O maior valor foi registrado no Acre emdash; R$ 7,44, após alta de 0,81%. No caso do etanol, a maior queda ocorreu na Paraíba, com redução de 1,43%, o que levou o preço do combustível a cair para R$ 4,15. Goiás teve o maior aumento, de 3,37%, com o valor médio atingindo R$ 4,30. O etanol mais caro é encontrado no Amapá e custa R$ 5,39. São Paulo, por sua vezs, apresenta o preço mais barato, de R$ 4,07, mesmo depois de um reajuste de 0,74%. Apesar das altas, o etanol continua sendo uma alternativa mais econômica em grande parte do Brasil. Além do custo-benefício, o combustível tem menor impacto ambiental, pois contribui para a redução das emissões de poluentes e para uma mobilidade mais sustentável. "Mesmo com os dois combustíveis em alta, o etanol atrai motoristas que estão em busca de economia e de vantagens ambientais", destaca Pina.

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