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COP-30: 'Se mundo usar etanol na gasolina, queda de carbono será significativa', diz Renan

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou nesta segunda-feira, 10, que se o mundo utilizasse etanol misturado na gasolina, como faz o Brasil, as emissões de carbono teriam uma redução significativa. Segundo ele, que conversou com o Estadão/Broadcast ao chegar na abertura da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30) em Belém (PA), o setor de transportes do Brasil é um exemplo de transição energética. "Nós somos o País que mais usa etanol, que emite muito menos carbono do que a gasolina. Mesmo na gasolina tem um porcentual grande de etanol, isso reduz emissão. Se o mundo fizesse isso, colocasse um pequeno porcentual de etanol na gasolina, já seria significativa a redução de emissões, mas eles [os outros países] também não desejam isso, não fazem", afirmou. Para o ministro, o Brasil é referência na transição energética e não o contrário quando comparado ao resto do mundo. Ele foi a Belém em um caminhão do ministério para ouvir a população e avaliar a qualidade das estradas. Segundo ele, o formato foi aprovado e deve ser repetido. "O Brasil ele tem grandes exemplos, a gente é referência, não o contrário, a gente emite muito menos do que as grandes potências. Além disso, a gente tem uma matriz energética praticamente 100% limpa hoje", completou.

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Cresce número de brasileiros a favor da exploração de petróleo na Foz do Amazonas, diz pesquisa

Enquanto líderes do mundo todo discutem a questão ambiental na COP30, cresce o número de brasileiros que aprova a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Pesquisa Quaest publicada nesta terça-feira (11) mostra que 42% da população diz concordar com a decisão do governo Lula de autorizar a perfuração de poços na margem equatorial para estudar a viabilidade da exploração de petróleo emdash;49% desaprovam. Entre os entrevistados, 9% disseram não saber opinar ou não responderam. A pesquisa registra agora um aumento de 16 pontos percentuais no grupo que aprova a exploração. Em outubro, apenas 26% se diziam a favor, e 70%, contra furar a margem equatorial. Naquela altura, 4% disseram não saber ou não responderam. No mês passado, a Petrobras anunciou a autorização do Ibama para o início dos testes na região onde fica a Foz do Amazonas, a 175 km da costa amapaense. O pedido anteriormente chegou a ser negado mais de uma vez por técnicos. Ambientalistas criticam a perfuração por abrir novas fronteiras de exploração de combustíveis fósseis e pelo risco de vazamentos, o que prejudicaria a biodiversidade local. A Quaest também mostrou recortes de acordo com a preferência política dos entrevistados. Tanto o campo lulista (51% de aprovação a 41% de reprovação) e quanto a direita não bolsonarista (48% a 47%) têm maioria númerica para os que concordam com o início dos trabalhos na região. Os demais grupos aferidos foram a esquerda não lulista, os independentes e os bolsonaristas, parcelas da sociedade que resistem ao projeto apoiado pelo governo. Entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 58% se dizem contrários à perfuração, enquanto 36% afirmam apoiá-la. Houve ainda um recorte por região. O Nordeste foi a única em que a maioria numérica disse concordar com o início dos testes (46% contra 44%). Segundo a classificação da Quaest, a porção Norte/Centro-Oeste desaprova (51% ante 42%). A pesquisa Quaest também perguntou às pessoas o nível de conhecimento delas sobre a COP30, com a pergunta "você sabia que a COP30 será em Belém do Pará?". A maioria, 51%, respondeu que ficou sabendo naquele momento emdash;48% responderam que já sabiam e 1% não soube ou não respondeu. O levantamento foi realizado entre os dias 6 e 9 de novembro com 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais e foi encomendado pela Genial Investimentos. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. Na semana passada, Lula disse, em entrevista a jornalistas estrangeiros em Belém, que teria sido um líder falso se tivesse esperado o final da COP30 para anunciar o início da perfuração. "Temos autorização para fazer o teste. Se a gente encontrar o petróleo que se pensa que tem, vai ter que começar tudo outra vez para dar licença", afirmou.

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Brasil assina acordo que exclui caminhões movidos a biocombustíveis a partir de 2040

O Brasil, por meio do Ministério dos Transportes, aderiu nesta terça-feira (11) a uma coalizão de 42 países que busca eletrificar todos os veículos médios e pesados até 2040, em direção contrária à defesa do próprio governo brasileiro ao uso de biocombustíveis para descarbonizar o setor de transportes. O anúncio foi feito durante a COP30, em Belém. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu na semana passada, durante a Cúpula do Clima, a adesão de países a um compromisso lançado pelo Brasil para o mundo quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis até 2035, incluindo os biocombustíveis. A agenda é estratégica para o agronegócio brasileiro, que vê oportunidade de alavancar suas exportações de etanol, biodiesel e biometano. O memorando de entendimento assinado nesta terça pelo Brasil diz que até 2040 todos os veículos médios e pesados vendidos no país, como ônibus e caminhões, precisarão ser totalmente livres de emissões. Em 2030, a meta é alcançar 30% das vendas. A contabilização da pegada de carbono feita pela iniciativa, no entanto, considera apenas os gases emitidos durante o uso dos veículos, o que favorece apenas a eletrificação e o hidrogênio verde endash;esta última indústria ainda engatinha. Os biocombustíveis são considerados limpos quando se analisa todo o seu ciclo de vida, incluindo a absorção de carbono das plantações das matérias-primas desses combustíveis. Assim, eles estão fora do escopo considerado pela coalizão que o governo brasileiro aderiu, a Drive to Zero, liderada pelo governo da Colômbia. A adesão do Brasil, além de ir em direção contrária ao pleito do próprio presidente Lula, contrasta com o interesse crescente da indústria brasileira pelo biometano como um substituto do diesel nas frotas de caminhão do país. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, é um dos maiores financiadores dessa indústria no país. Nos últimos meses, houve disparada nos emplacamentos de caminhões a gás no Brasil, que podem usar o biometano. No primeiro semestre, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), foram 356, mais do que o dobro do que o ano passado inteiro. Entre as empresas que já usam o biometano em sua frota estão a Natura e a Lersquo;oreal. Além disso, algumas fabricantes de caminhões no Brasil, como Scania e Iveco, também optaram por produzir veículos capazes de rodar com biometano. A tecnologia ainda é incipiente, mas é vista como promissora pela indústria, já que o combustível pode ser feito tanto por meio de resíduos orgânicos da agricultura quanto de aterros sanitários. Outros biocombustíveis também são defendidos pelo governo nesta indústria. No final de outubro, Lula, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participaram de uma cerimônia de lançamento do Bevan, um combustível feito a partir de gordura animal e óleo de soja e que pode substituir o diesel em caminhões e ônibus. O memorando de entendimento assinado não é deliberativo, mas aponta para os caminhos que os países assinantes querem adotar para descarbonizar seu setor de transportes. Apesar de o documento não citar biocombustíveis diretamente, a diretora global da Drive to Zero, Stephanie Kodish, foi categórica quanto ao objetivo da iniciativa. "Emissões zero significa zero emissões do escapamento. Portanto, não inclui basicamente nada, exceto baterias elétricas e hidrogênio", afirmou à Folha, durante cerimônia de adesão do Brasil na COP30, que também contou com a presença de executivos da Volkswagen no Brasil. "O memorando de entendimento é agnóstico em termos de tecnologia, mas o que não está aberto para discussão é que nenhuma poluição saia do escapamento; emissão zero significa emissão zero. Então não é uma certa porcentagem que te aproxima de zero, é zero", acrescentou quando questionada sobre os biocombustíveis. A Folha apurou que a decisão de aderir à iniciativa partiu do Ministério dos Transportes emdash;a presença do ministro Renan Filho na cerimônia era cogitada até segunda (10). Dentro do Itamaraty, que participa de discussões globais sobre o uso de combustíveis no setor rodoviário, técnicos desconheciam a iniciativa. A adesão também pegou de surpresa o próprio setor de biometano. "Eu vou conversar com o ministério, que sempre reconheceu a importância do biometano. Não consigo imaginar o ministério fazendo algo diferente do que ele sempre defendeu", diz Renata Isfer, presidente da Abiogás (Associação Brasileira do Biogás e Biometano). Questionado sobre a aparente contradição entre a adesão do Brasil à iniciativa e as políticas gerais do governo Lula, o secretário de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes, que participou da cerimônia, disse que a entrada do país é para promover o diálogo dentro da Drive to Zero. "O que o Ministério dos Transportes tem feito é dialogar com todos os segmentos, aderir a todas as estratégias e conciliar essas estratégias com a estratégia de transição energética brasileira", afirmou. "Nas ambições do memorando nossa contribuição est´á alinhada com todas as políticas que já estamos desenvolvendo."

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Petrobras tira mercado da distribuição e concorrentes pedem suspensão de venda direta

A Petrobras está comemorando a ampliação das vendas diretas de combustíveis para clientes corporativos, especialmente de diesel B15, com os 15% obrigatórios de biodiesel na mistura obrigatória. A modalidade, contudo, incomoda cada vez mais os concorrentes da estatal na distribuição de combustíveis, elo do mercado abandonado desde 2021 com a privatização da BR Distribuidora. Isso porque a estatal abocanha a demanda do agronegócio, mas sem os custos do Renovabio. Em resposta, seus concorrentes querem a suspensão cautelar da venda direta entre produtores e grandes consumidores. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) enviou um ofício à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirmando que há uma eldquo;grave assimetria concorrencialerdquo; em razão do RenovaBio. A legislação estabelece que as distribuidoras são obrigadas a comprar um volume de CBIO equivalente à participação de mercado de combustíveis fósseis. O crédito é negociado a R$ 35,00 nesta quarta (11/11) e movimento R$ 3,9 bilhões em 2024, a um preço médio de R$ 88,00. Uma forma de reduzir a obrigação, sem perder a fatia de mercado, é ampliar a parcela de biocombustíveis nas vendas endash; na prática, vender mais etanol hidratado no lugar de gasolina comum. Esbarra em gargalos na oferta e na própria preferência dos consumidores. Outra, é por meio das inúmeras liminares que isentam distribuidoras das obrigações e penalidades, como mostrou a eixos, em julho. Não para a Petrobras. Nas vendas business-to-business (B2B), sem estar na distribuição, ela fica isenta do custo da política de descarbonização do setor. Aliás, tampouco pode emitir CBIOs com seu diesel coprocessado com óleo vegetal. O Diesel R é produzido nas refinarias, enquanto a emissão dos créditos é privativa dos produtores de biocombustíveis, segundo o entendimento jurídico vigente. eldquo;O Sindicom apoia a adoção de medidas que reestabeleçam a isonomia competitiva, seja pela revisão do arcabouço legal e regulatório vigente, para atribuição de metas aos produtores, seja pela suspensão deste tipo de operaçãoerdquo;, diz o diretor-executivo do sindicato, Mozart Rodrigues. Ao cabo, o grupo defende que é preciso assegurar que eldquo;toda molécula de origem fóssil no território nacional gere a obrigação de descarbonização, independentemente do agente que a comercializeerdquo;, diz o ofício enviado à ANP. Veja o documento na íntegra em .pdf A entidade quer, ao menos, saber qual o histórico dos volumes de venda comercializados diretamente por produtores a grandes consumidores nos últimos cinco anos e os volumes de biodiesel adquiridos para esse fim, além de informações sobre gasolina comum. A comercialização do biocombustível para atendimento ao mandato é fiscalizada pela ANP, nas operações entre usinas e distribuidoras. Nestes casos, os dados são públicos. Atualmente, a Petrobras oferece venda direta para grandes consumidores em nove pontos nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste: Rondonópolis, Rio Verde, Senador Canedo, Uberlândia, Regap, Paulínia, Guarulhos, Repar e Guaramirim. eldquo;A venda direta representa uma nova forma de atuação no mercado, trazendo desafios, especificidades e oportunidades de aprendizado para nossos processoserdquo;, publicou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser, nas redes sociais. eldquo;Esse posicionamento estratégico reforça nosso compromisso de estar cada vez mais próximo do mercado, capturando sinergias comerciais e logísticas, especialmente em setores como o agronegócioerdquo;, disse. Procurada, a Petrobras não respondeu até o fechamento desta reportagem. Petrobras de fora da distribuição Desde a privatização da BR Distribuidora (atual Vibra Energia), em 2021, a Petrobras saiu do mercado de distribuição de combustíveis. O contrato de venda da companhia incluiu uma cláusula de não-competição que impede o retorno da Petrobras à atividade até 2029. O governo Lula (PT) é crítico à privatização e tem defendido o retorno da companhia ao segmento, sobretudo como uma maneira de manter o contato com o cliente final do mercado de combustíveis. Este ano, a Petrobras vem conseguindo inverter a tendência de queda nas vendas de diesel dos últimos três anos. De janeiro a setembro de 2025, a estatal vendeu ao todo 755 milhões de barris/dia de diesel, aumento de 4,4% na comparação com os mesmos meses do ano passado. É uma inversão do cenário de 2024, quando a estatal vendeu 265,3 bilhões de barris de diesel. O volume do ano passado representou uma redução em relação a 2023, quando as vendas totalizaram 272,3 bilhões, e uma queda também na comparação com 2022, quando foram comercializados 275,6 bilhões de barris de combustível.

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Inflação desacelera em outubro e fica em 0,09%, menor resultado para o mês desde 1998

Na esteira da redução na conta de luz, a inflação oficial no País desacelerou de uma alta de 0,48% em setembro para uma de 0,09% em outubro, o porcentual mais baixo para o mês desde 1998. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou praticamente no piso das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam um avanço entre 0,08% e 0,21%, com mediana positiva de 0,14%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses voltou a arrefecer, descendo a 4,68% em outubro, menor patamar desde janeiro. eldquo;A queda nos preços das commodities (matérias-primas cotadas em dólar) e a desvalorização do dólar frente ao real têm contribuído para aliviar a pressão sobre os alimentos e os bens industriaiserdquo;, avaliou Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário. Após a divulgação, o C6 Bank revisou a projeção para o IPCA de 2025, de 5% para 4,5%, ou seja, no teto de tolerância da meta de 3%. O banco reduziu ainda de 5,2% para 5% a previsão para a inflação de 2026. O banco UBS BB também cortou sua projeção para a taxa de inflação fechada em 2025, de 4,6% para 4,5%, seguida de alta de 3,8% em 2026. Em meio à melhora nas projeções, o estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, avalia que o IPCA de outubro veio sim um pouco melhor, mas mantém sinais que demandam cautela, como a inflação de serviços ainda elevada. eldquo;Fundamental aqui não é o IPCA de hoje, mas entender o cenário com o qual o BC se depara que é de inflação de serviços caindo lentamente e desancoragem das expectativas. Então o IPCA não muda o cenário (para o Comitê de Política Monetária do Banco Central), porque é como se tivesse olhando pelo retrovisor, mas claro que quando um número vem mais baixo e na medida que o BC vai acumulando informações, a gente vai criando confiança com o cenárioerdquo;, corroborou o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano. A inflação de outubro foi consideravelmente aliviada pela redução na energia elétrica residencial, avaliou Fernando Gonçalves, gerente de Índices de Preços no IBGE. A energia elétrica ficou 2,39% mais barata no mês, maior impacto individual negativo, -0,10 ponto porcentual no IPCA. Houve mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2, vigente em setembro, para a bandeira vermelha patamar 1 em outubro, reduzindo a cobrança adicional na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos. Sem a influência da energia elétrica, o IPCA teria sido de 0,20% em outubro, calculou o pesquisador do IBGE. Já os preços dos alimentos tiveram ligeira alta de 0,1% em outubro, após uma sequência de quatro meses de quedas. eldquo;O final do ano tem tradicionalmente pressão de preços de alimentos, um aumento sazonal de demanda de alimentos no fim de ano, e algumas safras já colhidaserdquo;, disse Fernando Gonçalves, do IBGE. eldquo;Pode ser que o momento de contribuição negativa (dos alimentos para a inflação) já tenha ficado para trás, conforme anos anteriores.erdquo; O custo da alimentação no domicílio caiu 0,16% em outubro, com destaque para as reduções no arroz (-2,49%) e no leite longa-vida (-1,88%). eldquo;Alguns alimentos estão com safra abundante ainda, outros já arrefeceramerdquo;, citou Gonçalves, acrescentando que, no geral, a oferta em alta tem garantido a trégua nos preços dos alimentos ao consumidor. eldquo;O clima mais favorável facilita o processo de cultivo. Teve chuvas caindo no local certo, na quantidade certa, tudo isso favorece a produtividade.erdquo; O café moído recuou 0,31% em outubro, acumulando uma queda de 3,52% em quatro meses consecutivos de redução de preços. Segundo Gonçalves, as tarifas afetaram as expectativas sobre a demanda e, consequentemente, os preços, mas as quedas recentes ainda são pequenas para repor tudo o que aumentou no ano. O produto ainda acumula uma alta de 37,88% no ano e elevação de 48,13% em 12 meses. Em maio de 2025, o café chegou a registrar um avanço de 82,24% no acumulado em 12 meses. No mês de outubro, os consumidores pagaram mais pela batata-inglesa (8,56%) e pelo óleo de soja (4,64%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%: o lanche aumentou 0,75%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,38%. Houve pressão também dos aumentos nos preços da passagem aérea, com alta de 4,48%, contribuindo sozinha com 0,03 ponto porcentual para o IPCA de outubro, subitem de maior pressão na inflação do mês, ao lado de aluguel residencial (0,93%). Quanto aos combustíveis, com exceção do óleo diesel, que caiu 0,46%, os demais aumentaram em outubro: etanol (0,85%), gás veicular (0,42%) e gasolina (0,29%). eldquo;A projeção para 2025 tem risco assimétrico para baixo, em função do comportamento benigno dos preços de alimentos e de itens industrializados, e dos níveis apreciados do real, em relação ao dólar, embora a persistência das pressões sobre serviços limite a magnitude da revisãoerdquo;, apontou Matheus Ferreira, analista da consultoria Tendências. eldquo;Para novembro, a expectativa é de aceleração moderada.erdquo; Ferreira estima uma deflação nos preços da gasolina, mas um aumento sazonal nos preços dos alimentos. eldquo;Como contraponto, a ocorrência da Black Friday acarretará redução dos preços dos itens industrializadoserdquo;, acrescentou.

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Haddad diz que que projeto de Derrite abre as portas para o crime organizado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 11, que as mudanças propostas pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP) no projeto de lei antifacção abrem caminho para permitir a consolidação do crime organizado no País, ao enfraquecer o trabalho de órgãos como a Receita Federal. eldquo;Estão abrindo um caminho para a consolidação do crime organizado no País, com enfraquecimento da Receita Federal e da Polícia Federalerdquo;, disse Haddad a jornalistas, na sede da Fazenda. eldquo;Isso é um contrassenso que está fazendo. Agora que nós começamos a combater o andar de cima do crime organizado, você vai fazer uma lei protegendo o andar de cima do crime organizado?erdquo;, questionou. Segundo o ministro, a aprovação do relatório colocaria em xeque operações como a Cadeia de Carbono, deflagrada pela Receita contra a máfia de combustíveis no Rio. Ele afirmou que o Fisco está eldquo;incomodadoerdquo; com o texto, por causa da perda de prerrogativas. eldquo;Você está esvaziando os órgãos federais que combatem o crime organizado no País, na minha opinião, para fortalecer quem? O próprio crime organizadoerdquo;, disse Haddad. Ele afirmou que o relatório pode repercutir na operação, mesmo que já iniciada, porque exige o trânsito em julgado para crimes que a Receita Federal normalmente já autua e aplica pena de perdimento, como no caso de contrabando. Isso, segundo o ministro, coloca em risco mecanismos eficazes usados para combater o crime organizado. Haddad disse, ainda, que Derrite, que está licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública do governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), não conversou com os ministérios da Fazenda ou da Justiça antes de apresentar seu relatório. Ele afirmou que vai fazer as preocupações chegarem aos deputados.

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