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Copersucar se prepara para comercializar e distribuir biometano

A Copersucar está estruturando a criação de um negócio dedicado a atuar na comercialização e distribuição de biometano, assim como já atua na venda de outros produtos do setor sucroenergético. eldquo;A Copersucar começa a se preparar para ser um operador relevante no mercado de biometano, que virá através da produção do gás nas nossas usinas cooperadas e também de atividades de compra e venda de biometano que a Copersucar pretende fazererdquo;, afirmou o CEO da companhia, Tomas Manzano, em coletiva. Para o executivo, o mercado de biometano tende a ganhar dinamismo nos próximos anos dado o potencial de ganhos para as usinas e clientes no mercado. eldquo;Além de representar uma redução de custo [para as usinas], substituindo o diesel [na frota própria], que é relevante no custeio das usinas, [o biometano] também representa uma oportunidade de melhorar a redução de intensidade de carbono do etanol. Isso mais à frente tende a ter um valor relevante percebido pelo mercadoerdquo;, avaliou. No Brasil, o programa RenovaBio já permite que os produtores de biocombustíveis que usam mais biometano em seus processos produtivos no lugar de combustíveis fósseis gerem e vendam mais créditos de descarbonização (CBios). A partir de 2026, os produtores e importadores de gás natural deverão começar a cumprir com metas de consumo de biometano para diminuir a pegada de carbono de seus produtos, de acordo com previsão da lei do Combustível do Futuro. A Petrobras já fez uma chamada pública para comprar biometano para o ano que vem e está, no momento, em negociação com os produtores que apresentaram propostas. Dentre as associadas da Copersucar, atualmente apenas a Cocal possui uma planta de produção de biometano, mas Manzano adiantou que, neste ano, deverá haver anúncios de construção de mais três plantas de biometano por suas cooperadas. O plano, segundo ele, é que todas as 38 unidades processadoras de cana tenham anexo às instalações plantas de produção de biometano. Resultado e perspectivas A Copersucar encerrou a safra 2024/25 com o terceiro maior lucro de sua história, marcando sua atuação nas exportações de açúcar do Brasil e de seu avanço no mercado americano de etanol para recuperar sua rentabilidade. A companhia registrou na temporada um lucro líquido de R$ 402 milhões, um crescimento de 43,1% ante a safra anterior. A receita líquida cresceu 15,3% e alcançou R$ 62,3 bilhões. A maior contribuição para esse crescimento partiu da Eco-Energy, comercializadora de etanol e gás natural nos Estados Unidos. Embora a empresa tenha diminuído o volume de gás natural comercializado no país na comparação com o exercício anterior, o negócio beneficiou-se da alta de 40% nos preços do gás natural no mercado americano. Além disso, a Eco-Energy ampliou sua base de clientes de 17 para 26 destilarias de etanol de milho, além de ter avançado na assinatura de contratos exclusivos de longo prazo, que permitiram a empresa alcançar 15% de participação no mercado local. O volume de etanol vendido no país teve incremento de 23,4%, para 9,5 bilhões de litros. A contribuição da companhia no resultado da Copersucar ainda foi favorecido pelo real mais depreciado. Outro destaque foi o forte aumento do volume de açúcar comercializado, puxado pelas exportações brasileiras feitas pela Alvean. O volume de açúcar vendido ao mercado externo cresceu 21,4%, a 13,7 milhões de toneladas. eldquo;A Alvean encerrou a safra com o maior volume da [sua] história, com um avanço importante no livro de comercialização e um ótimo desempenho nas operações de tradingerdquo;, disse o CEO da Copersucar. O aumento dos volumes de produtos vendidos ocorreu mesmo em uma safra com forte quebra na moagem de cana na média da indústria. Para as usinas associadas da Copersucar, porém, a redução da moagem foi em menor proporção que a média endash; enquanto a queda na moagem das unidades associadas foi de 2,7%, para 107 milhões de toneladas de cana, a redução do volume processado pelo Centro-Sul foi de 4,9%. O crescimento da receita e a melhora da rentabilidade fizeram com que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subisse 13,8%, para R$ 1,1 bilhão. Já a dívida líquida ajustada (líquido de estoques, capital de giro e derivativos) ficou positiva em R$ 301 milhões endash; após encerrar a safra anterior com um caixa R$ 69 milhões maior do que a dívida bruta endash;, em decorrência da compra de 50% da Newcom, joint venture de venda de energia elétrica renovável com a Comerc. Porém, o diretor financeiro da Copersucar, Thiago Struminski, ressaltou que, assim como o caixa líquido, a dívida bruta também foi reduzida para evitar exposição aos juros altos. eldquo;Conseguimos alocar essas dívidas e diluir os vencimentos em diferentes anos, de forma a evitar uma concentração de risco. E diminuímos o custo das novas contrataçõeserdquo;, afirmou. Para a safra em curso, Manzano estima que as usinas associadas da Copersucar vão continuar com um desempenho melhor que a média do Centro-Sul. Ele projeta que a região terá uma safra entre 590 milhões e 600 milhões de toneladas de cana, enquanto as 38 unidades no eldquo;ecossistemaerdquo; Copersucar terão uma moagem estável, senão maior. eldquo;Isso é fruto de uma expansão de investimentos [das usinas associadas], principalmente em aumento de áreaerdquo;, acredita. O executivo disse ainda que o momento de baixa dos preços do açúcar não encontra justificativa nos fundamentos. eldquo;O mercado de açúcar viveu os últimos sete anos com redução de estoques. Ainda estamos em um patamar baixíssimo de estoque frente o consumoerdquo;, afirmou. Para ele, o Brasil deve voltar a ter produção de açúcar próxima do recorde, entre 40 milhões e 41 milhões de toneladas, com um mix açucareiro de mais de 51%. Manzano disse também que sua expectativa para o mercado de etanol é de aumento da demanda no Brasil e nos Estados Unidos. eldquo;A economia brasileira está mais aquecida e devemos continuar vendo incremento de [consumo de] combustíveis e incremento da participação do hidratado na matrizerdquo;, disse, citando ainda a perspectiva de aumento da mistura do anidro para 30% neste ano.

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Importadora de petróleo árabe, Petrobras avalia como improvável fechamento no Estreito

O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse que a Petrobras observa a situação no Oriente Médio, mas minimizou as chances de um bloqueio do Estreito de Ormuz na esteira de um agravamento da guerra entre Israel e Irã. O executivo falou a jornalistas em um café sobre o primeiro ano da gestão Magda Chambriard, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. Schlosser detalhou que a principal influência de Ormuz para a Petrobras está nas cargas de petróleo leve que a estatal importa do Oriente Médio para abastecer a Reduc (Refinaria Duque de Caxias), no Rio. eldquo;Historicamente é muito difícil o fechamento do Estreito de Ormuz. Pode haver uma restrição, redução, e o fluxo de navios acabar sendo menor. Isso influencia muito o seguro, aumentando um pouco o frete. Mas a expectativa é de que não haja um fechamento, mesmo porque isso afetaria outros países (fora da guerra), como Arábia Saudita e Kuwaiterdquo;, afirmou. O estreito liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e fica entre os territórios de Irã e Emirados Árabes. É o caminho de navios que transportam cerca de 25% do petróleo consumido no mundo. eldquo;Um navio saiu da região (Oriente Médio) na última sexta, com óleo árabe leve, que serve especificamente para a produção de lubrificantes na Reduc. Não estamos vendo como provável um problema para essa operaçãoerdquo;, disse Schlosser.

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Mercado vê juros em 15% até o fim do ano

Depois da indicação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de que pode manter inalterada a Selic na sua reunião de julho, a ampla maioria do mercado aposta que o juro básico da economia vai permanecer estacionado em 15% pelo menos até o fim deste ano. De acordo com levantamento do Projeções Broadcast, 40 das 47 instituições consultadas trabalham com a Selic parada no atual nível até dezembro. E uma parcela bem menor (7) de instituições, vê a possibilidade de início do afrouxamento monetário ainda neste ano, entre novembro e dezembro. Bancos como Barclays, BTG Pactual e Santander Brasil reforçaram, depois da divulgação do comunicado do Copom, a expectativa de que o juro ficará parado em 15% pelo menos até o fim do ano. Em relatório, a equipe de economistas do BTG Pactual escreveu que a elevação da Selic em junho veio em linha com o esperado, ante o cenário de inflação persistentemente acima da meta, de atividade econômica resiliente e das pressões vindas do mercado de trabalho. Segundo o banco, o comunicado também indica uma disposição do Copom em considerar novas altas na Selic, se necessário, mas o tom do documento eldquo;sugere um limiar elevado para um aperto adicionalerdquo;. O economista para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, observou que o foco da autoridade monetária no comunicado foi desencorajar os investidores a precificar cortes na Selic neste momento, antes que haja uma convergência adequada da inflação para a meta. As medianas do Projeções Broadcast para a Selic na próxima reunião do Copom, em julho, e nas reuniões subsequentes, de setembro, novembro e dezembro, subiram de 14,75% para 15% após a decisão da quarta-feira. JANELA PARA CORTE. Já o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, avalia que deve haver uma janela, ainda que curta, para a retomada do afrouxamento monetário neste ano. Ele considera que o cenário de inflação nos próximos meses deverá ser beneficiado pela apreciação cambial e a deflação nos alimentos, arrefecendo a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve encerrar o ano ao redor de 5%. eldquo;Na modelagem do IPCA, com os efeitos de juros e se não houver nenhuma grande mudança no caminho, teremos uma projeção de inflação para 2027 mais baixa, se aproximando da metaerdquo;, diz ele, que, por isso, considera que o período eldquo;bastante prolongadoerdquo; de Selic parada não parece ser uma indicação para ser levada eldquo;a ferro e fogoerdquo;. Secemski, do Barclays, tem visão diferente. eldquo;Como não acreditamos que o grau de desaceleração da atividade exceda o que o Copom incorpora em seus mo Indicação Na reunião da última quarta-feira, o Copom sinalizou a possibilidade de pausar a alta de juros delos, não esperaríamos um alívio significativo nas previsões de inflação do colegiado nos próximos meses, salvo uma apreciação cambial adicional (e sustentada)erdquo;, diz ele, que trabalha com cenário de retomada de cortes na Selic apenas no primeiro trimestre de 2026, com a taxa fechando o próximo ano em 12,75% endash; em linha com a mediana do Projeções Broadcast para o fim de 2026.

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Queda de vetos a 'jabutis' favorece setor de etanol e pequenas usinas

Empresários do setor de etanol e empresas que operam pequenas centrais hidrelétricas deverão ganhar com a derrubada dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos eldquo;jabutiserdquo; incluídos na lei de regulamentação da energia eólica em alto mar. Conta de luz deve ser onerada em R$ 197 bilhões nos próximos 25 anos. Nem todos perderam com a derrubada dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos eldquo;jabutiserdquo; incluídos na lei que regulamenta a energia eólica em alto mar, cujo custo, estimado em R$ 197 bilhões nos próximos 25 anos, deverá ser pago por todos os consumidores do País. Empresários do setor de biomassa e do etanol, principalmente do Nordeste, além das empresas que operam pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), como a Brasil PCH, do empresário Carlos Suarez, terão ganhos com a queda. O Estadão procurou Suarez e a Brasil PCH, mas não obteve retorno. A Unica (União da Indústria da Cana de Açúcar) também não quis se manifestar sobre o assunto. Em sessão do Congresso na última terça-feira, deputados e senadores decidiram preservar oito dos 24 eldquo;jabutiserdquo; inseridos no texto que define as regras para a exploração de energia eólica em alto-mar (offshore). Esses trechos foram inseridos durante a tramitação do projeto, em 2024, por força do lobby empresarial com parlamentares com o objetivo alterar parâmetros sobre a compra de energia que será repassada aos consumidores pelos próximos 25 anos. Segundo a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), todos os 24 eldquo;jabutiserdquo; custarão R$ 545 bilhões a preços de hoje, valor que incidirá sobre os encargos embutidos nas tarifas endash; o que tornaria as contas de luz até 9% mais caras. A votação da semana passada, portanto, foi apenas a primeira parte Reação O governo promete medida provisória para reduzir efeitos da queda dos vetos na conta de luz do encarecimento das tarifas, que podem subir ainda mais com a votação dos vetos restantes. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), minimizou o dano da queda dos vetos, e disse que o governo trabalha em uma medida provisória para reduzir os efeitos na conta de luz. eldquo;É razoável que a medida provisória seja editada concomitante à promulgação dos vetos, para que não tenha impacto na conta de luz dos brasileiros. É indispensável para que não se tenha nenhum impacto na conta de luz dos brasileiros.erdquo; Os vetos foram derrubados por ampla maioria na Câmara e no Senado, com 347 votos de deputados e 48 de senadores. O placar foi ainda maior para a prorrogação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). VOTOS ATÉ DO PT. Parlamentares do PT deram 70 votos para derrubar o veto de Lula, enquanto os do PL, partido de oposição, deram 62. Os lobbies vencedores desta primeira etapa foram os que, segundo parlamentares e membros do governo ouvidos pelo Estadão, representam os setores de energias renováveis e a biomassa derivada da cana-deaçúcar. O custo foi avaliado por governistas como eldquo;menorerdquo; do que os vetos que tratam de termelétricas a gás, cuja votação o governo conseguiu adiar. Os representantes de pequenas centrais hidrelétricas conseguiram emplacar a compra obrigatória de 4,9 GW de energia pelos próximos 25 anos, uma oferta que o próprio mercado hoje diz não conseguir entregar. Só esse eldquo;jabutierdquo; custará R$ 140 bilhões, segundo cálculos da consultoria PSR Energy. Em agosto, o governo fará o primeiro leilão desde 2022 de compra de energia nova de PCHs e outras hidrelétricas de pequena capacidade. A Empresa de Pesquisa Energética mapeou investimentos capazes de gerar até 2,99 GW, ou seja, menos do que o valor definido na lei (4,9 GW). O resultado prático esperado é que os produtores poderão cobrar preços mais altos pela energia, uma vez que o governo está obrigado a comprar mais do que eles são capazes de oferecer. Ou seja, além do mercado cativo, eles também vão ganhar no preço. elsquo;REI DO GÁSersquo;. Um dos empresários mais atuantes no segmento de PCHs no Brasil hoje é Carlos Suarez, apelidado de eldquo;Rei do Gáserdquo; pela participação que adquiriu nos últimos anos em distribuidoras estaduais de gás. A Brasil PCH, que é controlada pela BSB Energia e pela Eletroriver, empresas de Suarez, comanda 13 usinas em Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás. Mas não foi só neste ponto que as PCHs ganharam na derrubada dos vetos. Os parlamentares decidiram prorrogar por mais 20 anos as compras compulsórias de empresas do Proinfa endash; programa criado depois do apagão de 2001 para estimular a geração de novas fontes de energia com subsídio estatal. A energia vendida por esses produtores é três vezes mais cara que a praticada no mercado e a diferença de preço é cobrada dos consumidores por meio de mais um encargo que incide sobre as contas de luz. ebull; A derrubada dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos eldquo;jabutiserdquo; do setor de energia, que deve ter como consequência o aumento das contas de luz, abriu uma divergência entre os ministros palacianos, de Minas e Energia e a equipe política do governo. Nos bastidores, os auxiliares do presidente se desentenderam sobre o acordo que deu aval para que os vetos presidenciais fossem derrubados no Congresso. Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) não concordaram com o acordo que foi selado pela ministra Gleisi Hoffmann, de Relações Institucionais, segundo apurou o Estadão. Procurados, os três ministros não quiseram se manifestar. De um total de 24 vetos de Lula tratando do setor energético, oito foram colocados em votação na semana passada e todos foram derrubados. Os 16 demais tiveram a votação adiada. Todos os três líderes do governo no Congresso endash; Jaques Wagner (PT-BA), Randolfe Rodrigues (PT-AP) e José Guimarães (PT-CE) endash; foram favoráveis à derrubada dos vetos de Lula. Como mostrou o Estadão, o PT deu mais votos do que a oposição para a rejeição da decisão do presidente. Nas redes sociais, políticos do PT estão sendo cobrados pela votação, que atendeu a lobbies de setores econômicos e que terá como resultado um aumento de 3,5% nas contas de luz, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace). Na última quinta-feira, a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), que comanda a articulação política do governo, publicou uma nota nas redes sociais informando que houve acordo para a derrubada dos vetos. Segundo a SRI, o acordo era aceitar apenas a prorrogação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), considerado o eldquo;mais baratoerdquo; dos eldquo;jabutiserdquo; endash; avaliado em R$ 24 bilhões, segundo os cálculos da PSR Energy. Mas não foi só o eldquo;jabutierdquo; do Proinfa, e sim todos os outros sete que caíram receberam votos favoráveis de governistas no Congresso. Segundo relatos ouvidos pelo Estadão, até a hora da votação Rui Costa tentou segurar a apreciação dos vetos, sem êxito. A oferta do governo era aceitar a derrubada do veto do Proinfa, mas, em contrapartida, manter o dos demais endash; o que não aconteceu. PRESSÃO. A equipe política do Planalto já sabia, desde a véspera, que os políticos do Centrão na Câmara pressionavam para que fossem votados todos os vetos para atender ao lobby do setor privado. O governo cedeu, então, para uma negociação restrita aos setores de energias renováveis (etanol e biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e energia eólica) endash; um rombo de R$ 197 bilhões em 25 anos, segundo a Abrace. Em uma das conversas que teve com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UniãoAP), Gleisi Hoffmann e líderes da Casa, Rui Costa foi cobrado por uma medida provisória que poderia, segundo parlamentares, ter evitado a votação dos vetos. Há pelo menos três semanas, líderes do Senado relatavam, nos bastidores, que a pasta de Alexandre Silveira havia preparado uma medida provisória que salvaria alguns setores de energia e, assim, esvaziaria o interesse empresarial na votação dos vetos. Pequenas centrais hidrelétricas e investidores de termelétricas a carvão, além do etanol, seriam contemplados. A MP, no entanto, nunca saiu da Casa Civil. Costa foi informado por Alcolumbre, então, que não havia mais o que fazer, a não ser seguir o acordo de derrubada dos vetos para as energias renováveis. RESSENTIMENTO. O resultado da votação e a constatação de que o consumidor vai pagar mais caro pela conta de luz, no entanto, não ficou apenas sob a responsabilidade do Congresso, mas também respingou nos políticos do PT e nos aliados da base que seguiram a orientação da equipe política do Planalto. O ressentimento, neste caso, é de que o PT votou contra os eldquo;jabutiserdquo; na primeira rodada de votações, no ano passado, e agora saiu na foto como o seu maior defensor. No dia seguinte, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), informou que o governo vai apresentar, na semana que vem, uma medida provisória para mitigar os danos da derrubada dos vetos, informação que foi repetida na nota publicada pela Secretaria de Relações Institucionais. Técnicos do governo dizem ainda não ter recebido a missão de elaborar a medida provisória. O certo é que, se for resgatada a MP que estacionou na Casa Civil, mais setores, além dos já atendidos, poderão ser contemplados no que já se considera uma repescagem dos eldquo;jabutiserdquo; que ficaram de fora da votação da última semana. ebull;

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Petróleo fecha misto, com adiamento de decisão sobre EUA no Oriente Médio

Os contratos futuros de petróleo fecharam sem sinal único nesta sexta-feira (20/6), encerrando uma semana de ganhos para a commodity marcada pela atenção aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã. A decisão sobre um envolvimento dos Estados Unidos foi adiada, o que ofereceu às cotações, no entanto, a possibilidade de bloqueio do Estreito de Ormuz em caso de acirramento de conflito segue no radar, o que poderia disparar os preços da matéria-prima. Em Nova York, o petróleo operou em alta na volta do feriado de ontem que manteve os mercados fechados. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto avançou 2,33% (US$ 1,84), a US$ 77,01 o barril, enquanto o petróleo WTI para o mesmo mês, negociado na Nymex, fechou em alta de 0,46% (US$ 0,34), a US$ 73,84 o barril. No acumulado da semana, o Brent subiu 2,5% e o WTI, 3%. eldquo;O cenário mais favorável seria se o conflito se acalmasse após algumas semanas. Isso poderia levar à rápida dissipação dos prêmios de risco e ao retorno dos preços do petróleo aos níveis pré-conflito, que é a nossa hipótese atualerdquo;, aponta a Capital Economics. No entanto, existe um risco claro de que uma nova escalada possa, de forma viável, levar os preços do petróleo a subir para algo em torno de US$ 130-150 por barril, pondera. Ontem (19/6), houve a ameaça de que o Irã fechará o Estreito de Ormuz se os Estados Unidos e aliados ocidentais se juntarem a Israel no conflito contra o país persa, de acordo com o parlamentar iraniano Seyyed Ali Yazdi Khah. eldquo;Crucialmente, o tempo em que os preços do petróleo permanecerão elevados dependerá de como o conflito para (ou não) ser resolvido. Um cenário possível é que um regime reformista assuma o controle e busque uma reaproximação com o Ocidente, o que poderia até mesmo fazer com que os preços da energia se estabilizassem mais baixos do que anteserdquo;, cogita a consultoria. No entanto, existem muitos resultados menos desenvolvidos, em que um conflito duradouro, com riscos prolongados para o transporte marítimo e o comércio de energia, poderiam levar os preços do petróleo a atingir os três dígitos por algum tempo, conclui. O número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA caiu uma unidade na semana, para 438, de acordo com informações da Baker Hughes, empresa que presta serviços ao setor.

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Câmara do Irã aprova fechamento do Estreito de Hormuz; decisão final cabe ao Conselho Supremo

O Parlamento do Irã aprovou neste domingo (22/06) uma medida que prevê o fechamento do Estreito de Ormuz, rota estratégica para o transporte global de petróleo e gás natural, em resposta aos bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas no dia anterior. O anúncio, feito por meio de um veículo de imprensa local, diz que a decisão final, contudo, cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional, e ainda não foi informado um prazo para que ela seja tomada. Em entrevista à emissora Press TV, o general Esmaeil Kousari, integrante da Comissão de Segurança Nacional do Parlamento, afirmou que os deputados iranianos concluíram eldquo;que o Estreito de Ormuz deve ser fechado, mas a decisão final a esse respeito cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacionalerdquo;. Se confirmado, o bloqueio pode pressionar os preços do petróleo e do gás no mercado internacional, além de provocar atrasos no abastecimento global dessas commodities.

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