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Preços do petróleo caem após mídia estatal iraniana anunciar acordo de cessar-fogo

Os preços do petróleo estenderam sua queda na Ásia, durante as negociações desta terça-feira entre Israel e Irã, quando a mídia estatal iraniana anunciou um acordo de cessar-fogo, aliviando as preocupações dos investidores sobre interrupções no fornecimento. Por volta das 6h (hora de Brasília), o petróleo Brent, referência global, registrava queda de 3,18%, para US$ 69,21o barril para os contratos de agosto. Já o tipo Texas, referência nos Estados Unidos, caia 3,20%, sendo negociado a US$ 66,31por barril, atingindo seu nível mais baixo em quase duas semanas. Na Ásia, as bolsas fecharam em alta: Tóquio: + 1,14% Hong Kong: + 2,06% Shenzhen: + 1,20% Na Europa, os mercados também registravam alta por volta das 6h: Londres: + 0,36% Paris: + 1,39% Frankfurt: + 2,15% Já os índices futuros dos Estados Unidos subiar nesta terça-feira: Dow Jones: + 0,68% Seamp;P: + 0,78% Nasdaq: + 1,00% Na noite de segunda-feira, Trump anunciou o que chamou de cessar-fogo "completo e total" entre Israel e Irã em um post nas redes sociais, que ele disse esperar que se torne permanente. A mídia estatal iraniana anunciou na terça-feira que um cessar-fogo foi "imposto ao inimigo". Na segunda-feira, os preços do petróleo caíram mais de 7% depois que o Irã lançou mísseis direcionados e limitados contra bases dos EUA no Catar. O petróleo dos EUA caiu 7,2%, fechando em US$ 68,51 o barril, a maior queda em um dia desde o início de abril e um dos piores dias dos últimos três anos. O Brent fechou a US$ 71,48 o barril, queda de 7,2%, a mais acentuada desde agosto de 2022, segundo a Reuters.

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Gasolina e diesel atingem maior defasagem desde janeiro com alta do petróleo

A disparada da cotação do petróleo nos últimos dias elevou a defasagem no preço interno do diesel a níveis de janeiro de 2025, pouco antes do primeiro reajuste feito no ano pela Petrobras. O mercado, porém, não espera que a estatal eleve seus preços por enquanto. Na abertura do mercado desta segunda-feira (23), o preço do diesel no país estava R$ 0,58 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Nas refinarias da Petrobras, a defasagem era de R$ 0,61 por litro. São os maiores valores desde o dia 22 de janeiro, dez dias antes de aumento de R$ 0,22 por litro no preço do combustível vendido pelas refinarias da estatal. Foi o primeiro de quatro ajustes no ano emdash;os outros três foram reduções. No caso da gasolina, a defasagem é menor, de R$ 0,24 por litro, em média, e R$ 0,26 nas refinarias da Petrobras. Ainda assim, também é o maior valor desde o fim de janeiro. O produto costuma ficar mais caro no mercado internacional nesta época do ano, já que a demanda do mercado americano cresce nas férias de verão. Na semana passada, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a empresa esperaria antes de promover ajustes em seus preços, para evitar repassar ao consumidor volatilidades geradas pelo cenário geopolítico. "O cenário de petróleo alto tem cinco dias, é bem recente", disse ela na quarta (18). A Folha apurou que a avaliação da cúpula da empresa ainda é a mesma. A entrada dos Estados Unidos na guerra entre Israel e Irã, porém, elevou o risco de interrupção do fluxo de combustíveis no canal de Hormuz, que movimenta cerca de um quarto do consumo global de petróleo, jogando maior pressão sobre as cotações internacionais. A cotação do petróleo Brent chegou a atingir o maior valor em cinco meses na abertura do mercado desta segunda na Ásia, mas recuou um pouco. "Após os sinais da Casa Branca de que uma ofensiva não é iminente, o Brent devolveu parte dos ganhos na sexta-feira. Ainda assim, caminha para a terceira semana consecutiva de alta, reacendendo preocupações sobre o impacto do choque de energia na inflação", escreveu nesta segunda Étore Sanches, da corretora Ativa. Analistas do banco UBS dizem esperar que, mesmo ainda sem decisão do aiatolá Ali Khamenei sobre fechamento do canal de Hormuz, os mercados precifiquem um prêmio de risco para o petróleo no curto prazo. Por um lado, petróleo mais caro beneficia o Brasil, hoje um grande exportador, já que tem impacto positivo sobre a balança comercial e a arrecadação de impostos e taxas cobradas sobre a produção. Ajuda também as petroleiras com operação no país e pode garantir dividendos adicionais da Petrobras. "É um horror dizer que uma guerra é uma coisa positiva, mas é uma realidade. Hoje, o Brasil é um país que não tem nenhuma instabilidade geopolítica e produz bastante petróleo", comentou nesta segunda o presidente da petroleira independente Prio, Roberto Monteiro. Por outro lado, joga pressão sobre a política de preços da Petrobras. "Petróleo caro é definitivamente bom para a Petrobras, mas talvez preços e#39;muito carose#39; possam desafiar a execução da política de preços, o que preocupa alguns investidores", escreveram analistas do banco Itaú BBA.

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CNPE deve aumentar mistura do etanol na gasolina de 27% para 30%

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve aprovar, nesta quarta-feira (25), o aumento de 27% para 30% da mistura obrigatória do etanol anidro na gasolina e a elevação de 14% para 15% da mistura do biodiesel no diesel comum. A decisão está praticamente tomada do ponto de vista técnico e será ratificada pelos ministros que compõem o colegiado. Com a adoção do E30, o Ministério de Minas e Energia (MME) prevê uma redução de até R$ 0,13 por litro no preço da gasolina. Além disso, o aumento da mistura evitará a importação de 760 milhões de litros por ano do combustível e impulsionará a demanda por etanol. O ministério conduziu um estudo com o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) para comprovar a viabilidade técnica da mudança e se certificar de que não há danos potenciais para os veículos com a adoção da nova mistura. Os testes foram acompanhados por entidades como Anfavea (associação das montadoras) e Sindipeças (fabricantes de autopeças). A lei do Combustível do Futuro (14.993/24), sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro do ano passado, permite o aumento da mistura do etanol anidro na gasolina para até 35% e do biodiesel no diesel comum para até 25%. O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), que foi relator na Câmara do projeto do Combustível do Futuro, destaca os ganhos ambientais com a medida. Segundo ele, ao adotar o E30, pode-se reduzir em 1,7 milhão de toneladas a emissão anual de gases-estufa. Um carro movido a gasolina emite, em média, 148 gramas de dióxido de carbono (CO2) por quilômetro rodado. Com a nova mistura, essa emissão cai para 83 gramas. No caso do biodiesel, afirma Jardim, a safra recorde de soja reduzirá eventual pressão sobre os preços. E o B15, acrescenta o deputado, gerará um aumento do volume esmagado da leguminosa - serão 58 milhões de toneladas processadas - e maior oferta de farelo no mercado interno. Ademais, o farelo se transforma em ração animal e tende a diminuir, como consequência, o preço de carnes. Desde março de 2024, a mistura do biodiesel no diesel comum está em 14%. O setor tem pressionado pelo aumento.

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Petrobras consegue segurar preços de combustíveis com impactos da guerra?

A entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã e um possível fechamento do Estreito de Ormuz, que levou o preço do petróleo a um novo nível, podem fazer o valor do barril saltar para mais de US$ 100. Mas, segundo analistas, enquanto o petróleo se mantiver na casa dos US$ 80, a Petrobras consegue suportar a pressão externa por cerca de quatro semanas sem precisar repassar preços ao consumidor e, ainda assim, preservar a geração de caixa. No fim de semana, a commodity (matéria-prima em dólar) atingiu US$ 80 o barril, com o parlamento iraniano votando a favor de bloquear o Estreito de Ormuz, por onde passa de 20% a 25% do suprimento mundial de petróleo por via marítima e que serve de rota para exportações de diversos países do Golfo. Analistas internacionais, como do banco Barclays, sugerem que o petróleo poderia subir para mais de US$ 100 por barril. Entre os especialistas brasileiros, as projeções indicam a commodity em nível inferior a esse, o que permite à estatal brasileira continuar praticando preços abaixo do mercado internacional caso a decisão seja por fechar parcial ou totalmente Ormuz, avalia Flávio Conde, responsável pela área de pesquisa da Levante Investimentos. eldquo;Mesmo no caso do diesel, que é a maior preocupação do mercado, já que importamos 25% do que é consumido, a Petrobras aguenta até um mês e meio de defasagem de preços sem grandes impactos por ser uma empresa eficiente. Não será por isso que deixará de pagar dividendos.erdquo; Além disso, a política da estatal de não repassar a volatilidade, como a observada em tempos de guerra, eldquo;é apoiada pela decisão do governo de ter proximidade com a Rússia, o que garante a importação de produtos russos abaixo dos preços internacionaiserdquo;, complementa. Frederico Nobre, gestor de investimentos da Warren, também considera que a maior petroleira do País tem margem para suportar uma defasagem de preços de até quatro semanas. eldquo;Se por um lado o Brent faz pressão, por outro o câmbio ajuda, com a valorização do real em cerca de 12% no ano. A Petrobras continua sendo uma boa tese de investimentos de médio e longo prazo, dadas as perspectivas de produção, do baixo custo de extração e da resiliência no cenário de preços da commodity mais baixo (US$ 65-70/barril)erdquo;. Na quarta-feira, 18, durante coletiva para falar do primeiro ano de gestão à frente da estatal, a presidente da empresa, Magda Chambriard, comentou que o cenário (de petróleo em alta por conta do conflito Israel-Irã) é eldquo;bem recenteerdquo; e que, por enquanto, a empresa ainda não agirá sobre os preços. eldquo;Olhamos tendências e só fazemos movimentos quando enxergamos tendência e uma certa estabilidade. Vamos aguardar e continuar de olho no nosso mercadoerdquo;, disse. Entre as petroleiras menores, a Levante vê a Prio mais bem posicionada para capturar os ganhos do atual cenário de volatilidade, por vender petróleo perto dos preços do mercado internacional. eldquo;Brava e PetroRecôncavo vendem abaixo, por estarem mais expostas ao mercado interno, inclusive vendendo para Petrobraserdquo;, avalia Conde. A Warren também cita a Prio como preferência, independentemente da recente alta do petróleo. eldquo;O setor é um vetor de crescimento no Brasil, a empresa foca na exploração e produção de petróleo em campos maduros nos quais a Petrobras não se interessa mais. É uma empresa que cresce a produção e tem perspectivas muito boas para 2025 com baixo custo de produção.erdquo; Impacto do petróleo na inflação Na avaliação de Mônica Araújo, estrategista de Alocação da InvestSmart XP, ainda que a inflação de curto prazo possa refletir em alguma medida os preços praticados pelo mercado internacional desde o último dia 13 de junho aos países importadores, como é o caso do Brasil com petróleo e alguns derivados (diesel e querosene de aviação emdash; QAV), a expectativa é de manutenção das taxas de juros entre os bancos centrais até que haja maior clareza dos impactos do conflito. eldquo;Mesmo que haja um aumento dos riscos, se os produtores de petróleo estiverem conseguindo escoar a produção e os consumidores estiverem conseguindo receber o que precisam, a tendência é de que haja uma acomodação no preço do petróleo. E, na medida que o evento seja solucionado, é provável que haja uma queda forte, fazendo com que a commodity volte a flutuar de acordo com oferta e demandaerdquo;, afirma. Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, também avalia que, apesar da possibilidade de um escalonamento futuro do conflito, esse movimento não deve influenciar as decisões dos bancos centrais no curtíssimo prazo. eldquo;Um bloqueio total de Ormuz tem baixa probabilidade, mas se viesse a ocorrer, a China, que é importadora da região, seria diretamente afetada por qualquer interrupção. Por enquanto, os eventos recentes são choques de curtíssimo prazo. Os fundamentos do mercado no médio prazo continuam, com a ampla oferta liderada por países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+)erdquo;, avalia. No entanto, para Seema Shah, estrategista-chefe global da Principal Asset Management, que atua no Brasil como gestora de fundos, no cenário mais negativo emdash; uma interrupção completa do fornecimento de petróleo iraniano e o fechamento do Estreito de Ormuz emdash; as prováveis consequências de tal interrupção seriam muito difíceis de mitigar completamente, mesmo com a Opep+ com capacidade ociosa e a produção americana tendo flexibilidade para aumentar, o que pode compensar parte das pressões de alta nos preços. Além disso, Shah lembra outros exemplos. Nas duas Guerras do Golfo, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não aumentou juros, e o cenário econômico permaneceu sólido. Em outra. situação, os ataques de drones à petroleira Saudi Aramco em 2019, realizados pelo Irã e outros países, desencadearam apenas uma breve alta nos preços do petróleo. Os dois casos ilustram a dificuldade de prever a trajetória dos mercados de energia a médio prazo, mesmo diante de choques geopolíticos significativos, analisa Shah.

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ANP suspende monitoramento de qualidade dos combustíveis por falta de verba

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) anunciou nesta segunda-feira (23) que vai suspender por um mês o programa de monitoramento da qualidade dos combustíveis por falta de verba após contingenciamento de recursos pelo governo. A agência também decidiu reduzir a abrangência da pesquisa semanal de preços dos combustíveis, que estava sendo retomada após corte feito em 2024, também motivado por cortes no orçamento. A ideia era chegar a 459 municípios no segundo semestre, mas agora o número será limitado a 390. "A ANP vem sofrendo restrições orçamentárias recorrentes nos últimos anos", disse, em nota, a agência. Entre 2013 e 2024, afirma, a autorização para despesas discricionárias caiu 82%, em valores corrigidos pelo IPCA, de R$ 749 milhões para 134 milhões. Para 2025, o valor aprovado no orçamento era de R$ 140,6 milhões. Mas decreto de maio determinou bloqueio no valor de R$ 7,1 milhões em recursos autorizados para despesas discricionárias e contingenciamento de R$ 27,7 milhões. "A redução desses recursos afetará de forma geral o funcionamento da ANP e obrigará a agência a reduzir suas atividades", diz a nota, afirmando que o orçamento inicial aprovado já era inferior às demandas da autarquia para 2025. A agência informou ainda que o esforço para enfrentar os cortes inclui redução das despesas com diárias e passagens áreas, redução dos recursos destinados à fiscalização e realização de forma remota das reuniões de diretoria, audiências públicas, workhops e seminários. A ANP é responsável por regulamentar e fiscalizar os setores de petróleo, gás e biocombustíveis, da produção e importação aos postos de gasolina. É ela quem realiza os leilões de áreas para exploração e produção de petróleo no país. O programa de monitoramento da qualidade dos combustíveis, que será suspenso, tem como objetivo "oferecer à sociedade panorama da qualidade dos combustíveis (gasolina, etanol hidratado e óleo diesel) no Brasil, com a publicação de boletins que trazem os dados nacionais, por região e por estado". Os boletins indicam se o brasileiro está consumindo combustíveis dentro dos padrões e com os percentuais obrigatórios de mistura de biocombustíveis, hoje um dos principais fatores de preocupação no setor. No início do ano, distribuidoras de combustíveis chegaram a pedir a suspensão da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, alegando que o crescimento das fraudes gera concorrência desleal, uma vez que o biodiesel é mais caro do que o diesel de petróleo. A restrição de recursos para agências do setor de energia e mineração cresceu sob o terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que vem comprometendo atividades básicas, como a fiscalização. Todas têm fontes próprias de receita para custear as operações, mas parte significativa dos recursos é retida.

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Como revisão na tarifa de transporte de gás natural pode baratear conta

Um estudo feito pela CBIE Advisory, consultoria na área de infraestrutura, aponta que há hoje uma defasagem nas tarifas de transporte de gás natural, com impacto direto no preço pago pelos consumidores. Segundo o levantamento, uma revisão tarifária levaria a reduções de até 61,5% no preço pago pelo serviço. O estudo leva em conta os valores cobrados pelas empresas Transportadora Associada de Gás (TAG) e Nova Transportadora do Sudeste (NTS), duas das principais companhias que controlam a malha dutoviária para transporte de gás natural no Brasil. A TAG e a NTS possuem contratos com a Petrobras, firmados antes da implementação do modelo de contratação de entrada e saída estabelecido pela Lei do Gás de 2021, e que impõem receitas fixas para essas transportadoras. Segundo o levantamento, no caso da NTS, a revisão tarifária poderia levar a uma redução de 61,5% no valor cobrado, caindo de R$ 4,4677/MMBTU para R$ 1,7191/MMBTU. Para ler esta notícia, clique aqui.

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