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Fecombustíveis alerta revenda sobre providência contábil urgente para garantir benefício no Imposto

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) informa uma importante mudança na tabela de isenção Imposto de Renda Retido na Fonte, conforme a Lei 1.087/2025. A partir de 1º de janeiro de 2026, as retiradas de lucros isentas de Imposto de Renda estarão limitadas a R$ 600.000,00 anuais (ou R$ 50.000,00 mensais). De acordo com a Plumas Contábil, para que a revenda obtenha o benefício da regra anterior à nova lei, com isenção da tributação dos saldos disponíveis, é necessário solicitar análise do escritório de contabilidade contratado em relação aos saldos acumulados e disponíveis até 31 de dezembro de 2025. Se o posto revendedor acumular lucros acima do limite atual estabelecido, será necessário elaborar uma Ata de Distribuição com registro na Junta Comercial, estabelecendo que os valores excedentes sejam retirados, de forma programada, em um prazo máximo de 30 meses. Vale destacar que, em 2 de dezembro, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou o Projeto de Lei nº 5.473/2025, que traz alteração da Lei nº 15.270/2025, que estabelece que os lucros apurados até o ano-calendário de 2025, com distribuição seja aprovada até 30 de abril de 2026, estarão isentos do imposto de renda. Este projeto ainda será apreciado na Câmara dos Deputados. Portanto, para garantir a isenção do Imposto de Renda, a recomendação é aprovar a distribuição dos lucros até o final deste ano.

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Copom deve manter Selic em 15% apesar de PIB fraco, mas abrir espaço para corte em 2026

O Copom (Comitê de Política Monetária) deve encerrar 2025 com a taxa básica de juros parada em 15% ao ano, apesar do fraco desempenho do PIB (Produto Interno Bruto), mas flexibilizar o discurso e abrir espaço para queda da Selic em 2026. Essa é a expectativa dos economistas ouvidos pela Folha às vésperas da última reunião do ano. Enquanto a manutenção da taxa no atual patamar é a projeção unânime dos agentes econômicos para a decisão da próxima quarta-feira (10), as apostas para o início do ciclo de cortes de juros estão divididas entre janeiro e março do próximo ano. Se as expectativas se confirmarem, novas críticas de membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de empresários devem atingir o BC. Para o ministro Fernando Haddad (Fazenda), o patamar da Selic hoje emdash;maior nível em quase duas décadasemdash; é insustentável e o momento atual permitiria a redução da taxa básica. O discurso de Haddad ecoa a pressão feita por Lula emdash;responsável pela indicação de Gabriel Galípolo ao comando da autarquia. Para Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e presidente do conselho da Jive Investments, o cenário mais provável hoje é que a redução da Selic comece na largada de 2026. A tendência, segundo ele, é que a comunicação desta reunião já aponte nessa direção. Um dos principais fatores para essa estratégia, na visão do economista, é o cenário de desaceleração da atividade econômica. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB do Brasil avançou 0,1% no terceiro trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores. Ele aponta que, ao segurar a Selic em 15% ao ano ao longo do segundo semestre, a autoridade monetária tentou esfriar a atividade econômica para controlar a inflação, visto que a demanda mais contida tende a reduzir a pressão sobre os preços. "De fato, estamos com a economia, principalmente a parte mais sensível a taxa de juros, mais comedida", diz Figueiredo, ressaltando que o setor de serviços mostrou estabilidade. O ex-diretor do BC vê espaço para cortes de juros até meados do próximo ano. "Perto de eleição, o ideal é o Banco Central não ter que fazer nada. Assim, ele provoca menos turbulência ou qualquer tipo de interpretação sobre estar ajudando ou atrapalhando [o candidato governista]", diz. Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter, considera que chegou o momento de o Copom suavizar o tom e parar de adiar a discussão sobre corte de juros. Na avaliação dela, houve uma melhora expressiva nas últimas semanas no cenário para a inflação, o que dará espaço para o colegiado do BC iniciar o processo de flexibilização em janeiro. Desde a reunião anterior, em novembro, a projeção para a inflação coletada pelo boletim Focus para este ano recuou para dentro do teto da meta, a 4,43%. Para 2026, a estimativa caiu ligeiramente, de 4,2% para 4,17%, e, para 2027, se manteve em 3,8%. Devido aos efeitos defasados da política de juros sobre a economia, o BC toma suas decisões olhando para o segundo trimestre de 2027. O objetivo perseguido pelo BC é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No modelo de meta contínua, o alvo é considerado descumprido quando a inflação acumulada permanece por seis meses seguidos fora dessa margem, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). O primeiro estouro no novo formato ocorreu em junho. "A gente viu um recuo das expectativas para 2025 e não tanto para 2026. Acho que existe um conservadorismo para essas revisões com receio da situação fiscal", afirma Vitória. "Isso, para nós, mostra que tem espaço para as expectativas caírem mais." No mercado, há um debate sobre a aparente contradição do uso da expressão "bastante prolongado" em referência ao período que o Copom pretende manter os juros no nível atual e a possibilidade de cortar a Selic a partir de janeiro. Para jogar luz à discussão, Galípolo afirmou recentemente que essa contagem de tempo não zera a cada reunião do colegiado. "Mesmo que ele [Copom] comece os cortes de juros, você ainda vai ter restrição monetária [juros em um patamar suficiente para contrair a economia]. Então esse prazo prolongado de restrição monetária vai continuar", diz a economista-chefe do Inter. Para ela, a janela ideal para flexibilização de juros é no primeiro semestre de 2026. "Vamos entrar num cenário de eleição, com mais volatilidade. Hoje [sexta, 5], é um bom exemplo, com o câmbio subindo. Podemos ter algum estresse em um momento próximo de uma reunião do Copom. Isso pode dificultar cortes", diz. O dólar fechou na sexta em disparada de 2,33%, cotado a R$ 5,434, após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ter anunciado ter sido o escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como candidato para disputar a Presidência da República nas eleições do ano que vem. Para Sergio Werlang, ex-diretor do BC e professor de economia da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV EPGE), o episódio antecipou um risco que previa para 2026 ao desencadear uma desvalorização cambial. Como consequência, ele espera uma postura mais conservadora do Copom. "Isso atrasa muito a queda de juros. Eles [membros do Copom] vão atrasar, com mais tranquilidade, para janeiro. Não teria jeito de baixar os juros agora. E, mesmo com a economia desacelerando, isso vai fazer o Banco Central ser mais cauteloso", afirma. Antes disso, Werlang dizia que, se fosse membro do Copom, provavelmente votaria por uma queda de juros em dezembro, visto os efeitos já sentidos na atividade econômica. O ex-diretor do BC, contudo, pondera que, se o comitê atrasar demais o início do ciclo de queda da Selic, será necessário ser mais agressivo nos cortes depois. "Se deixarem esse corte para março, eles [membros do Copom] vão ter que cortar 0,5 [ponto percentual] ou 0,75 [p.p.]", afirma. "Eles podiam preparar agora o terreno para, na próxima reunião, fazer um corte de 0,25 [p.p.l] ou 0,5 [p.p.], dependendo de como estiver a atividade econômica. Se estiver desacelerando muito, seria recomendável cortar mais do que 0,25 [p.p.]", acrescenta. O economista Gustavo Rostelato, da Armor Capital, está entre os que defendem maior conservadorismo e projeta queda de juros a partir de março de 2026. Isso porque ele considera que as expectativas de inflação ficarão mais estagnadas na reta final do ano e que a piora sazonal do dólar não irá favorecer as estimativas do Copom no curto prazo. O resultado mais fraco do PIB é visto, por ele, como um "sinal amarelo" para a condução da política de juros, mas Rostelato defende que o Copom considere um conjunto mais amplo de informações e não reaja a um único dado. Como exemplo, ele cita a taxa de desemprego do Brasil, que ficou em 5,4% no trimestre encerrado em outubro, menor nível da série histórica iniciada em 2012. "Há espaço para que exista resiliência dessa atividade econômica, embora o dado do PIB tenha sido, de fato, mais fraco", diz.

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Mistura de biocombustíveis na gasolina e no diesel não ameaça motor, mas exige mais cuidado

Em meio aos esforços do Brasil para reduzir as emissões de gases que agravam o efeito estufa do setor de transportes, cresce nos postos a oferta de combustíveis de fontes renováveis, bem como a mistura deles nos produtos tradicionais, que têm origem no petróleo. Em agosto o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidou aumentar o teor do etanol anidro na gasolina de 27% para 30% e do biodiesel no diesel de 14% para 15%. No projeto de lei do programa Combustível do Futuro, em tramitação no Congresso, há ainda a previsão de aumentos anuais até 2030. Em paralelo, a Petrobras vem ampliando a produção do chamado diesel R5, que contém 5% de conteúdo renovável (como de óleo de soja) na composição final apenas da parte do diesel fóssil. A estatal já trabalha no desenvolvimento do R7, elevando essa fatia para 7% . Neste ano, a companhia testou também o coprocessamento de 5% de resíduos florestais em produtos como a gasolina. Esse avanço tem levantado dúvidas entre motoristas sobre o impacto dessas mudanças na eficiência energética e no desempenho dos veículos, mas reguladores, agentes do setor e especialistas apontam vantagens no aprofundamento desse aspecto da transição energética. Muitas matérias-primas usadas na produção de biocombustíveis vêm da agropecuária. O biodiesel é produzido principalmente de óleo de soja e gordura animal no país, mas pode ser de óleos de algodão, milho e de palma (dendê). O etanol brasileiro é majoritariamente de cana-de-açucar, mas a produção a partir do milho vem crescendo. Viabilidade técnica Com o avanço dos combustíveis verdes no país, a Vibra vem testando diferentes frotas e motores com produtos com teores mais elevados de componentes renováveis para antecipar cenários regulatórios e entregar segurança operacional aos clientes, conta Mariana Santarém, vice-presidente de Produtos e Experiência do Cliente da empresa, que tem origem na privatizada BR Distribuidora. Ela diz que não há o que temer, já que a tecnologia já está pronta para lidar com alterações provocadas por esses novos produtos em carros, ônibus e caminhões: emdash; Com o aumento do etanol anidro na gasolina comum e o avanço do biodiesel no diesel, podem surgir impactos no consumo ou na durabilidade de filtros e sistemas de injeção. Mas, hoje, já existe tecnologia para contornar esses desafios, com pacotes avançados de aditivos para gerar maior performance sem exigir ajustes nos motores emdash; diz a executiva. emdash; Por isso, dizemos que o combustível renovável, além da pauta ambiental, passou a integrar a de performance das empresas. Quando formulado com tecnologia adequada e dentro de padrões técnicos bem definidos, mantém ou pode até melhorar a eficiência operacional dos motores que já circulam nas ruas. Ela cita ainda parcerias da Vibra como a estabelecida com a Volkswagen, na qual a empresa forneceu para testes diesel renovável sem necessidade de adaptação dos motores atuais. Menciona também a gasolina aditivada Petrobras Podium, com baixo teor de enxofre e alta estabilidade oxidativa (maior duração). Segundo Mariana, essa combinação se traduz em melhor aproveitamento da potência, respostas mais rápidas e emissões reduzidas. emdash; Os combustíveis renováveis não comprometem a eficiência veicular e, em alguns casos, podem até ampliá-la. Os avanços recentes na indústria têm buscado justamente conciliar eficiência energética, redução de emissões e estabilidade operacional, sem necessidade de adaptações nos motores já existentes. Júlio Sattamini, vice-presidente de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Ipiranga, lembra que os percentuais de mistura de biocombustíveis só são elevados e entram em vigor após testes comprovarem a viabilidade técnica: emdash; Do ponto de vista de eficiência, os motores foram projetados para operar com essas misturas, portanto não há perda significativa de desempenho quando o combustível está dentro das especificações da ANP. No entanto, a presença de componentes renováveis aumenta a tendência à oxidação e à formação de borra, especialmente no diesel. Por isso, ele explica que, para garantir rendimento, proteção e sistema limpo, a empresa desenvolveu o diesel Ipimax, que utiliza aditivos e dispersantes para postergar a oxidação (retardando o processo natural de degradação que ocorre quando o combustível entra em contato com o calor), reduzindo a formação de borra e permitindo um desempenho consistente. emdash; Assim, mesmo com maior teor renovável no diesel, o motor do carro preserva sua durabilidade e entrega de performance emdash; afirma. Elétrico requer atenção Gilberto Pose, especialista em combustíveis da Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, concorda que o avanço dos combustíveis com maior participação de conteúdo renovável é acompanhado por um alto rigor técnico, independentemente da composição: emdash; Gasolinas de menor emissão e diesel com misturas de biodiesel bem formuladas tendem a operar de maneira tão eficiente quanto suas versões tradicionais. No Brasil, os motores são desenvolvidos para operar com máxima eficiência nas misturas que já existem em nossa matriz energética. As dúvidas dos motoristas têm aumentado com a chegada dos veículos elétricos e híbridos, cada vez mais populares nas ruas. Os especialistas recomendam atenção redobrada aos que usam gasolina e energia elétrica. Segundo Pose, os veículos híbridos plug-in exigem uma gestão equilibrada entre o uso da bateria e do motor a combustão. Recarga limitada emdash; A dica para o dono de um veículo híbrido plug-in é não deixar o combustível fóssil envelhecer demais, tentando operar o motor a combustão periodicamente e, ao abastecer, priorizar um combustível aditivado de confiança emdash; lista. Segundo Sattamini, da Ipiranga, os veículos híbridos são muito procurados por consumidores que buscam máxima eficiência e rendimento, a partir da combinação de diferentes fontes de energia. Nesse sentido, ele afirma que, quanto maior a qualidade do combustível utilizado, maior a eficiência do ecossistema híbrido. emdash; Uma recomendação importante é alternar o uso entre o motor a combustão e o motor elétrico. Esse hábito evita problemas que poderiam surgir com o uso apenas do motor elétrico, ao mesmo tempo em que proporciona mais flexibilidade de autonomia. Linhas de combustíveis com melhores componentes também contribuem para tornar o uso dos híbridos plug-in ainda mais eficiente. Para especialistas, a preservação da vida útil da bateria de veículos híbridos e elétricos depende de manter o nível de carga entre 20% e 80% no dia a dia, já que recarregar até 100% só é indicado para viagens longas. Para o professor de energia da UFRJ Anderson Villela, não se deve deixar o carro parado com bateria muito baixa ou muito alta, pois isso pode prejudicar a saúde do sistema do veículo: emdash; É importante acionar o motor a combustão ao menos uma vez por semana. Combustível parado pode perder propriedades, engrossar, oxidar e gerar depósitos. Escolha certa na bomba Mariana Santarém explica que, nos híbridos plug-in, o motor a combustão trabalha de forma intermitente, ligando e desligando com frequência. Por isso, como o veículo exige maior estabilidade térmica e proteção contra desgaste, a executiva da Vibra reforça a importância da escolha adequada de lubrificantes e combustíveis de boa qualidade para manter a eficiência do veículo. Ela afirma que, quando o motorista escolhe os produtos corretos, ajuda a garantir menor consumo e preservação das características de eficiência do veículo ao longo da vida útil da motorização. emdash; O motor opera com cargas variáveis e entra rapidamente em temperaturas mais críticas. Assim, o lubrificante correto ajuda a manter o desempenho e protege o conjunto mecânico dos acionamentos constantes. A gasolina aditivada Grid promove limpeza gradativa do motor, reduzindo depósitos associados ao uso contínuo de gasolina comum. emdash; ela diz. emdash; A gasolina premium Podium, por sua vez, reúne elevada octanagem e alta estabilidade oxidativa, atributos fundamentais para veículos plug-in, nos quais o combustível pode permanecer por períodos prolongados no tanque. Para soluções híbrido-flex, o etanol Grid agrega a mesma lógica de aditivação avançada. Hora da verdade no posto Confira a seguir, em resumo, dicas para tornar o abastecimento do seu veículo mais sustentável, mas sem ameaçar o seu desempenho. Especialistas e empresas recomendam checar se o posto só vende combustíveis dentro das especificações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Dê preferência a combustíveis aditivados e premium para reduzir formação de borra e oxidação. Em carros híbridos, ligue o motor a combustão ao menos uma vez por semana e evite deixar combustível envelhecendo no tanque.

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Maersk testa combustível de navio com 50% de etanol

A Maersk iniciou a segunda fase de um projeto-piloto que avalia o uso de etanol em motores bicombustíveis a metanol, como parte de sua estratégia para ampliar as alternativas de descarbonização no transporte marítimo. Depois de um primeiro teste bem sucedido, realizado em outubro e novembro deste ano, quando uma mistura de 10% etanol e 90% e-metanol foi utilizada, a empresa agora avança para uma nova etapa com uma combinação 50% de etanol e 50% de metanol no navio Laura Mærsk. O teste inicial indicou que o etanol pode ser integrado com segurança à mistura e reforçou a possibilidade de ampliar a flexibilidade operacional da frota bicombustível da empresa. eldquo;Na Maersk, acreditamos que múltiplos caminhos de combustível são essenciais para que a indústria marítima atinja suas metas climáticas. Isso significa explorar conscientemente diferentes opções e tecnologiaserdquo;, afirma Emma Mazhari, Head de Mercados de Energia da companhia. A expectativa é que embarcações projetadas para operar com metanol possam se tornar, na prática, navios movidos a álcool em diferentes proporções. Por serem ambos álcoois, etanol e metanol compartilham características semelhantes. O Laura Mærsk, primeiro porta-contêineres bicombustível do mundo operando com metanol, foi construído para usar alternativas ao óleo marítimo. Rumo a 100% de etanol O primeiro teste avaliou se a mistura E10 teria desempenho comparável ao metanol puro, preservando parâmetros como ignição, lubrificação e corrosividade. Os resultados mostram que o etanol pode ser adicionado ao metanol sem perdas de desempenho, o que abriu caminho para misturas com maior teor do biocombustível. Além da etapa atual com E50, a empresa já planeja um teste com 100% etanol. eldquo;O etanol tem um histórico comprovado, com mercado estabelecido e infraestrutura existente, oferecendo um caminho adicional para a descarbonização. Ao aumentar gradualmente o teor de etanol, obtemos insights valiosos sobre desempenho do motor e impactos na combustão, informando o potencial de fornecimento de combustívelerdquo;, acrescenta Mazhari. O combustível usado nos testes é o etanol anidro, o mesmo aplicado em misturas com gasolina em diversos países. Hoje, os Estados Unidos e o Brasil são os maiores produtores globais e respondem juntos por 80% do mercado mundial. Segundo a empresa, a exploração do etanol como alternativa depende de colaboração com fabricantes de motores e outros parceiros da cadeia de valor. A companhia acredita que ao ter um mercado já consolidado, o etanol oferece flexibilidade para atingir as metas climáticas de descarbonização, desde que haja controle sobre a origem da biomassa. A avaliação inclui critérios de sustentabilidade relacionados ao ciclo de vida das emissões, rastreabilidade, certificação e práticas de fornecimento, para evitar impactos como conversão de terras, desmatamento ou competição com alimentos e rações. Desde 2021, a Maersk decidiu encomendar apenas navios com capacidade bicombustível. A expectativa é que, até o final de 2025, 19 embarcações desse tipo estejam em operação. O portfólio atual de combustíveis de baixa emissão utilizados pela empresa inclui bio e e-metanol, biodiesel e, a partir de 2027, biometano liquefeito e gás natural liquefeito emdash; este último como alternativa fóssil emdash; que serão incorporados com a chegada de navios afretados a GNL.

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Governo avalia aumentar Imposto de Importação em 2026 e projeta alta de R$ 14 bi na arrecadação

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prevê aumentar a alíquota do Imposto de Importação para setores da economia em 2026 e passou a projetar aumento de R$ 14 bilhões na estimativa de arrecadação com o tributo no próximo ano. As medidas visam evitar a necessidade de corte de gastos no ano eleitoral. A informação foi antecipada pelo jornal Valor Econômico. A Folha apurou que entre os produtos que podem ser afetados estão aço, químicos e carros elétricos. Integrantes do Executivo afirmam que há muitos procedimentos de defesa comercial em andamento e que o imposto será reavaliado em alguns setores. Ainda não há confirmação de quais itens serão atingidos e quais serão os percentuais. A projeção consta no relatório de receita do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2026, apresentado pela senadora Dorinha Rezende (União Brasil-TO) e aprovado na CMO (Comissão Mista de Orçamento) na quarta-feira (3). O aumento da alíquota do Imposto de Importação não foi detalhado no texto da congressista. Cabe ao Executivo definir qual será a elevação. Segundo o relatório da senadora, a mudança se deu considerando iniciativas "de defesa comercial pleiteadas por setores produtivos nacionais". "As medidas estão em consonância com análise realizada acerca da melhoria de condições de concorrência de alguns dos setores estudados", diz. Com isso, a estimativa de receita com o Imposto de Importação subiu 13,59%. Passou de R$ 103 bilhões para R$ 117 bilhões. As receitas primárias líquidas foram reajustadas para R$ 13,23 bilhões, enquanto as brutas foram elevadas para R$ 12,30 bilhões. O relatório também indica que derrubar o veto presidencial ao texto que muda as regras do preço de referência do barril de petróleo usado no cálculo dos royalties terá impacto de R$ 3,7 bilhões na arrecadação de 2026. O valor foi incluído no relatório, mas o veto ainda será debatido pelo Congresso. Os royalties são valores pagos ao governo por empresas que fazem a extração do óleo. No Brasil, são divididos entre União, estados e municípios, com o objetivo de compensar a sociedade pelo uso do bem público, financiar investimentos em áreas como educação e saúde e mitigar os impactos ambientais. Entre outras estimativas presentes no relatório estão a lei aprovada pelo Congresso com o endurecimento das compensações tributárias do PIS/Cofins, que aumentará as receitas em R$ 10 bilhões, e o projeto de lei que aumenta a taxação de casas de apostas, as chamadas bets, e de fintechs, que deve elevar a arrecadação em R$ 3,99 bilhões, caso aprovado. Elas compensarão parcialmente a derrubada da MP (Medida Provisória) que fazia compensação ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), cuja rejeição pela Câmara dos Deputados causou frustração de receita de R$ 20,9 bilhões. Além disso, a lei que deu benefícios tributários à indústria química foi estimada renúncia de R$ 434,2 milhões. A previsão é que a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2026 seja votada a partir de 15 de dezembro, antes do recesso parlamentar. Já a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, com as diretrizes que precisam ser seguidas na elaboração do Orçamento, foi aprovada com atraso, apenas nesta quinta-feira (4), depois de impasses entre o Executivo e o Legislativo sobre as medidas de aumento da arrecadação e o pagamento das emendas parlamentares.

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Petrobras inicia entregas de combustível sustentável de aviação com produção inédita no país

A Petrobras realizou suas primeiras entregas do SAF (combustível sustentável de aviação) no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, após ter se tornado a primeira com produção integral do combustível no país. Foram comercializados pela petroleira 3.000 metros cúbicos de SAF com distribuidoras que atuam no aeroporto, o equivalente a um dia de consumo nos aeroportos do estado do Rio de Janeiro, informou a companhia nesta sexta-feira (5). O anúncio ocorre após a Vibra Energia (ex-BR Distribuidora), ter anunciado em novembro que começou a abastecer com SAF importado dois voos diários partindo de Salvador, transformando o aeroporto da capital baiana no primeiro do Brasil a utilizar o combustível sustentável de aviação em operações comerciais. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou em nota nesta sexta-feira que a iniciativa da petroleira busca antecipar o atendimento a regras globais e domésticas que passam a valer em 2027, quando companhias aéreas no Brasil serão obrigadas a usar esse tipo de combustível. O SAF das primeiras entregas foi produzido por meio de coprocessamento na Reduc (Refinaria Duque de Caxias), no Rio de Janeiro, certificada para produzir e comercializar o combustível. A unidade tem autorização da reguladora ANP para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na produção de SAF por essa rota. A Petrobras afirmou que está certificada para o uso de óleo técnico de milho (TCO), uma matéria-prima residual, ou óleo de soja, com uma redução prevista nas emissões líquidas de CO2 de até 87% na parcela renovável. O produto obtido, segundo a empresa, é quimicamente idêntico ao combustível mineral, mas com uma parcela derivada de matéria-prima sustentável. A Revap (Refinaria Henrique Lage), em São José dos Campos (SP), já realizou testes para a produção de SAF pela rota de coprocessamento de óleo vegetal com correntes tradicionais de petróleo. Além disso, a previsão é que, ainda em 2026, a Replan (Refinaria de Paulínia), no estado de São Paulo, e a Regap (Refinaria Gabriel Passos), em Minas Gerais, também passem a produzir e comercializar o combustível. (Reuters)

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