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Vendas de diesel no Brasil caem 1,2% em agosto, mostra ANP

As vendas de diesel B (com mistura de biodiesel) no Brasil pelas distribuidoras caíram cerca de 1,2% em agosto em relação ao mesmo período de 2024, com o fim do período de colheita do milho safrinha influenciando em uma redução do transporte de grãos dos campos para outros destinos, segundo dados da reguladora ANP e análise da consultoria StoneX nesta terça-feira. No total, as vendas de diesel no país somaram 6,04 bilhões de litros em agosto, contra 6,12 bilhões no mesmo mês do ano passado, mostraram os dados da ANP. No acumulado de janeiro a agosto, as vendas de diesel B somaram 45,73 bilhões de litros, alta de 2,3% ante o mesmo período do ano passado. "Para os próximos meses, a demanda pelo combustível tende a se manter aquecida, respondendo à preparação para a safra de soja, cujo plantio já foi iniciado em algumas regiões do Brasil", disse Bruno Cordeiro, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, em nota. "Nesse sentido, a maior chegada de insumos agrícolas e o envio desses produtos aos campos acaba afetando positivamente o consumo de diesel B." A StoneX prevê uma demanda ao redor de 23,4 bilhões de litros entre setembro e dezembro, com o consumo total em 2025 de cerca de 69,1 bilhões de litros -- alta de 2,7% frente ao registrado no ano passado. GASOLINA As vendas de gasolina C (misturada com etanol anidro), por sua vez, tiveram alta de aproximadamente 1,57% em agosto, atingindo 3,87 bilhões de litros, mostraram os dados da ANP, diante de uma maior competitividade ante o etanol hidratado, seu concorrente direto nas bombas. "Em geral, o aumento dos preços do etanol hidratado diante do início da mistura do E30 tornou o biocombustível menos atrativo em algumas regiões importantes para o consumo de Ciclo Otto, o que favoreceu a demanda por gasolina C", afirmou Isabela Garcia, analista de Inteligência de Mercado da StoneX. Dessa forma, as vendas de etanol hidratado recuaram cerca de 4,73% em agosto, a 1,7 bilhão de litros. Considerando o acumulado entre janeiro e agosto, as vendas de gasolina C somaram 30,07 bilhões de litros, o que representa uma alta de 3,8% na comparação anual. Em contraste, a demanda pelo etanol hidratado no acumulado do ano recuou 2% frente ao ano passado, com essa tendência devendo se aprofundar nos próximos meses diante da relação de preços menos favorável para o biocombustível, segundo Garcia.

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Metanol: o "coringa" dos falsificadores de combustíveis e bebidas

O metanol acabou se tornando uma sustância "coringa" dos criminosos que atuam na adulteração de combustíveis e também de bebidas alcóolicas. O Portal iG consultou especialistas para entender os motivos. Entre eles, estão o custo de produção da substância, que é mais baixo que o do etanol; e a acessibilidade, já que é produzido em grande escala e utilizado para fins industriais. Parecido com o etanol O metanol (CHe#8323;OH) e o etanol (Ce#8322;He#8326;O), segundo químicos ouvidos nesta terça-feira (30) pelo iG, são parecidos estruturalmente. A utilização de metanol em bebidas adulteradas voltou a ter destaque no cenário nacional em razão dos casos de mortes e internações registradas a partir do fim de semana, na Grande São Paulo. As ocorrências motivaram a criação de um gabinete de crise e evidenciou, novamente, os riscos gravíssimos do consumo de metanol. As investigações seguem. Segundo a química Beatriz Freitas, do Projeto Lagoa Viva, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o metanol e etanol são dois compostos orgânicos da mesma categoria química. São álcoois, o que lhes conferem propriedades parecidas, como serem líquidos incolores, voláteis e solúveis em água. "O etanol é o álcool presente nas bebidas alcoólicas e também é utilizado como combustível. Em contrapartida, o metanol é um álcool mais simples, que se mistura facilmente à gasolina e ao etanol. Ele pode manter o funcionamento do motor, o que costuma disfarçar a adulteração a curto prazo. Já nas bebidas clandestinas, ele pode ser adicionado intencionalmente para aumentar o volume do produto falsificado, uma vez que apresenta custo de produção inferior ao do etanol", afirma. O grande perigo, conforme adverte a especialista, é que, embora parecidos, o organismo humano não metaboliza metanol da mesma forma que o etanol. "Quando ingerido, o metanol é convertido em formaldeído e ácido fórmico, compostos altamente tóxicos que atacam o sistema nervoso central e o nervo óptico, podendo causar cegueira e até a morte", aponta. Já quando misturado aos combustíveis, o metanol pode causar corrosão em motores e componentes do sistema de alimentação, diminuindo o desempenho e a durabilidade dos veículos a longo prazo, segundo ela. "E na saúde humana, o risco não se limita à ingestão: a inalação de vapores também pode causar sintomas como tontura, náusea, fraqueza e alterações no sistema nervoso central. Por isso, a presença de metanol fora de usos controlados é extremamente perigosa", enfatiza Beatriz. Custo menor O professor Wagner Fellipe, do Departamento de Química Analítica da Universidade Federal Flumineses (UFF), ressalta também a similaridade química do metanol e do etanol. "Eles têm a mesma classificação; são álcoois. Mas sempre que nós pensamos em álcool para consumo humano, nós estamos pensando em etanol, independente do tipo de bebida que esteja sendo consumida: cerveja, vinho, cachaça, uísque, qualquer outra bebida" , exemplifica. O professor da UFF aponta algumas características das duas substâncias que facilitam a utilização de metanol como coringa em adulterações. Segundo ele, ambos são solúveis, possuem a mesma cor e são miscíveis, ou seja, se misturam completamente em todas as proporções, formando uma solução homogênea e sem a formação de fases distintas. "Então, sempre quando se faz uma mistura de metanol em etanol, não se vê a diferença. O aspecto é o mesmo, a solução fica totalmente misturada. No caso da bebida, eles utilizam, porque é mais barato que o etanol e não causa um estranhamento no gosto tão grande quanto se fosse utilizada água na mistura, por exemplo. Uma bebida com muita água causa diferença no paladar" , contextualiza.

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Audiência expõe problemas na fiscalização e avanço do crime organizado no setor de combustíveis

Representantes do governo, de sindicatos e da indústria, em audiência pública na Câmara dos Deputados, trouxeram alertas sobre a vulnerabilidade da fiscalização e a crescente presença do crime organizado no setor de combustíveis, com riscos para a qualidade e o preço dos produtos comercializados no país. O debate foi promovido nesta terça-feira (30) pela Comissão de Defesa do Consumidor, a pedido dos deputados Daniel Almeida (PCdoB-BA) e Paulão (PT-AL). Crime organizado De um lado, os debatedores demonstraram preocupação com a atuação do crime organizado na adulteração e na comercialização de combustíveis. O diretor-executivo do Instituto Livre Mercado, Rodrigo Marinho, explicou que a cadeia de atuação criminal é ampla, indo desde a prospecção de petróleo até a distribuição e a ponta final nos postos de combustíveis. eldquo;O crime organizado descobriu uma oportunidade de mercado imensa no setor de combustíveiserdquo;, afirmou Marinho. eldquo;Descobriram que o volume de dinheiro do posto é baixo. É melhor chegar à distribuidora. Mas ainda é baixo: chegaram à refinaria. Se não combatermos isso, esse mercado será todo perdido para o crime organizado e mesmo a Petrobras não vai conseguir concorrererdquo;, afirmou. O deputado Paulão reforçou a gravidade da situação. eldquo;O crime organizado está tendo capilaridade em tudo: Poder Executivo, Judiciário, Legislativo, Ministério Público Federal, estaduais, Forças Armadas. Eles criaram estrutura de inteligência na década de 80 e essa capilaridade hoje é internacionalerdquo;, disse. Controle Outra preocupação dos debatedores é com o controle da qualidade dos combustíveis vendidos no Brasil. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é responsável por esse controle, principalmente por meio do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), realizado a partir de coletas e análises laboratoriais em todo o país. Superintendente adjunto de Biocombustíveis e de Qualidade de Produtos da ANP, Fabio da Silva Vinhado relatou que a qualidade da gasolina apresentou melhora significativa desde o fim dos anos 90. Contudo, o PMQC tem sido prejudicado por cortes orçamentários, tendo sido suspenso no fim de 2024 e em julho deste ano, sendo retomado em agosto. eldquo;Foram mais de 3,4 mil municípios monitorados em 2025 em 20 unidades da Federaçãoerdquo;, listou o superintendente. eldquo;Para este mês de agosto, que é o mês da retomada, já foram mais de 700 municípios visitados, mais de 2 mil postos de revendas com amostras coletadaserdquo;, informou. Fabio Vinhado disse ainda que um novo modelo do programa já está em execução em Goiás e no Distrito Federal, com adaptações para situações de restrição orçamentária. Entre outros pontos, no novo modelo, são os agentes econômicos que devem contratar o laboratório credenciado pela ANP, em vez de a própria agência contratar. Preços O preço dos combustíveis emdash; incluindo o gás de cozinha, a gasolina e o diesel emdash; foi outro ponto discutido na audiência. No caso da gasolina comum, o preço médio do litro no Brasil está custando R$ 6,19. Conforme lembrou Luis Eduardo Esteves, Superintendente de Defesa da Concorrência da ANP, o Brasil adota o regime de liberdade de preços desde 2002, não havendo tabelamento ou intervenção governamental na formação de valores. A ANP monitora os preços, mas também esse controle sofreu com o contingenciamento, o que levou à redução na quantidade de amostras na pesquisa semanal de preços. Diversos participantes apontaram a alta carga tributária como fator determinante do custo final, com mais da metade do preço na bomba sendo composta por tributos. Também foi mencionada a alta concentração do setor de distribuição, onde três grandes companhias detêm 60% do mercado. E ainda a crescente proporção de biocombustíveis, que deve ser de 15% no caso do diesel, por exemplo, como peso relevante no custo do combustível vendido no Brasil.

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Investigação expõe guerra pelo mercado de combustíveis em SP e no RJ

A Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal em conjunto com outros órgãos, expôs uma disputa que há dez anos opõe empresas de combustíveis no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os dois lados são investigados por supostas ligações com o crime organizado. De um lado estão Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco", e Mohamad Hussein Mourad, o "Primo", suspeitos de ligação com o PCC e donos da Copape e da Aster, formuladora e distribuidora de combustíveis, respectivamente, em São Paulo. Ambos estão foragidos. Suas defesas negam qualquer relação com a facção criminosa ou com lavagem de dinheiro ligada ao tráfico. Do outro, aparece o grupo Refit, comandado pelo empresário Ricardo Magro, que enriqueceu com a refinaria de Manguinhos, no Rio, e desde 2016 administra suas empresas de Miami. Ele também nega envolvimento com o crime organizado. Lavagem de dinheiro O setor de combustíveis é formado por produtores (extração), refinarias ou formuladoras, distribuidoras e, por fim, os postos, onde a gasolina, etanol e diesel são comercializados. As grandes empresas, como Petrobras, e Shell, têm acordos de exclusividade nas distribuidoras e nos postos com bandeiras. Por isso, o mercado de bandeira branca, em que os postos são livres para comprar de quem quiserem, é aquele disputado entre empresas independentes, sem relação com grandes produtoras de petróleo. Em São Paulo, o PCC já usava postos de gasolina para lavar dinheiro, segundo o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), mas queria controlar também as distribuidoras. Para isso, Beto Louco e Mohamad teriam adquirido a Copape e a Aster em 2020. Embora pequena na época, a Copape rapidamente alcançou 12% do mercado paulista, aumentando a produção em 150 vezes. Investigações posteriores esclareceram parte do e Shell, têm acordos de exclusividade nas distribuidoras e nos postos com bandeiras. Por isso, o mercado de bandeira branca, em que os postos são livres para comprar de quem quiserem, é aquele disputado entre empresas independentes, sem relação com grandes produtoras de petróleo. Em São Paulo, o PCC já usava postos de gasolina para lavar dinheiro, segundo o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), mas queria controlar também as distribuidoras. Para isso, Beto Louco e Mohamad teriam adquirido a Copape e a Aster em 2020. Embora pequena na época, a Copape rapidamente alcançou 12% do mercado paulista, aumentando a produção em 150 vezes. Investigações posteriores esclareceram parte do motivo: a adulteração de etanol com metanol, substância tóxica e barata. Para continuar a leitura, clique aqui.

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Etanol/Cepea: Indicador do hidratado se estabiliza neste encerramento de mês

Segundo pesquisadores do Cepea, distribuidoras voltaram a ficar um pouco mais ativas no mercado spot do estado de São Paulo neste encerramento de setembro. No entanto, a maior parte desses demandantes ainda adquire volumes pontuais e insuficientes para causar reações nos preços de negociação. Do lado das usinas, a participação de vendedores também está limitada, com agentes atentos aos resultados finais do desempenho da safra 2025/26. Nesse cenário, entre 22 e 26 de setembro, os valores do hidratado ficaram praticamente estáveis. O Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,7416/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), ligeira desvalorização de 0,2% no comparativo ao período anterior.

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Etanol sobe mais de 1% em setembro e faz gasolina ser melhor opção

O preço do etanol subiu em média 1,15% nos postos de abastecimento em setembro, na comparação com agosto, chegando à média nacional de R$ 4,41 o litro, maior valor desde junho deste ano. Já a gasolina registrou estabilidade no mesmo período, mantendo o preço médio de R$ 6,34 registrado no mês anterior, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), que mede os preços de 21 mil postos brasileiros. eldquo;Enquanto a gasolina permaneceu estável em setembro, o etanol voltou a subir, refletindo tanto a pressão de demanda com a mudança regulatória, que elevou a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, quanto as condições de oferta no mercado internoerdquo;, explica o diretor de Rede Abastecimento da Edenred Mobilidade, Renato Mascarenhas, informando que, com a alta do etanol, a gasolina foi a melhor opção para o motorista este mês. Na análise por regiões, a maioria acompanhou a alta para o etanol, com exceção do Nordeste, a única a registrar queda para o biocombustível, de 0,20% (R$ 4,94). O Sudeste apresentou a maior alta do período, de 1,65%. Mesmo assim, a região segue com o etanol mais em conta: R$ 4,30. Já o etanol com média mais alta segue sendo registrado na Região Norte: R$ 5,20 (+0,19%). Em relação à gasolina, apesar da estabilidade na média nacional, a maioria das regiões registrou leves quedas, com destaque para o Nordeste, com redução de 0,47% (R$ 6,42). Na análise por regiões, a maioria acompanhou a alta para o etanol, com exceção do Nordeste, a única a registrar queda para o biocombustível, de 0,20% (R$ 4,94). O Sudeste apresentou a maior alta do período, de 1,65%. Mesmo assim, a região segue com o etanol mais em conta: R$ 4,30. Já o etanol com média mais alta segue sendo registrado na Região Norte: R$ 5,20 (+0,19%). Em relação à gasolina, apesar da estabilidade na média nacional, a maioria das regiões registrou leves quedas, com destaque para o Nordeste, com redução de 0,47% (R$ 6,42). Apenas o Sudeste teve alta para o combustível no período, de 0,32%, fazendo com que a média da região emdash; ainda a mais em conta do País emdash; chegasse a R$ 6,21. A gasolina mais cara entre regiões segue sendo a do Norte: R$ 6,83 (-0,15%). Na análise por Estados, o etanol apresentou sua maior alta do período em Rondônia, onde passou a custar R$ 5,26, após alta de 3,75%. O Estado com o etanol mais em conta para o motorista no período foi São Paulo, onde o preço médio registrado foi de R$ 4,18, mesmo após aumento de 2,20%. Alagoas apresentou a maior queda para o biocombustível em setembro, de 1,87%, recuando ao preço médio de R$ 5,25. O etanol mais caro em setembro foi o do Amazonas, com preço médio de R$ 5,47; o valor representa alta de 0,18% em relação a agosto. Já a gasolina teve o maior aumento no Espírito Santo, de 0,79%, chegando ao preço médio de R$ 6,41. A maior queda da gasolina, de 2,12%, ocorreu em Alagoas, que registrou média de R$ 6,46. O Rio de Janeiro teve a gasolina mais em conta: R$ 6,12 (estável). O Acre seguiu como Estado com a gasolina mais cara do Brasil em setembro, com preço médio de R$ 7,44 (-0,53%). eldquo;Em setembro, graças ao cenário de alta do etanol, a gasolina se destacou como a alternativa mais econômica para os motoristas na maior parte dos estados brasileiros, sobretudo os das regiões Nordeste, Sul e Norte. Ainda assim, vale lembrar que o etanol carrega uma vantagem ambiental relevante: por emitir menos poluentes, contribui para uma mobilidade mais limpa e alinhada às metas de descarbonizaçãoerdquo;, afirmou Mascarenhas.

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