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Petróleo fecha em queda com possível aumento da produção pela Opep+ no radar

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira (30), enquanto o mercado segue mudando seu foco para outros fatores para além da escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio. A possibilidade de aumento da produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), uma possibilidade para a reunião de agosto do grupo, é um dos destaques do mercado. Além disso, sinalizações da demanda, especialmente com a atividade chinesa, são destaque. Ao final do semestre, as cotações acabaram apresentando um recuo na comparação com o fim de 2024. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em baixa de 0,62% (US$ 0,41), a US$ 65,11 o barril. O WTI caiu 9,22% no semestre. Já o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,09% (US$ 0,06), a US$ 66,74 o barril. O Brent teve queda de 10,70% no semestre. Os acordos para redução de tensões entre Israel e Irã deram eldquo;algum espaço para as expectativas de inflação e permitiu que os investidores se concentrassem nos fundamentos em vez dos riscos geopolíticos extremoserdquo;, disse o estrategista-chefe de investimentos da Saxo, Charu Chanana. Por sua vez, o Irã diz ter eldquo;sérias dúvidaserdquo; sobre o compromisso de Israel com o cessar-fogo, segundo afirmou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, Abdolrahim Mousavi. De acordo com ele, o país respondeu ao ataque que sofreu e, caso o cessar-fogo não seja cumprido, responderão novamente. Enquanto isso, a atividade manufatureira na China endash; o maior importador de petróleo bruto do mundo endash; encolheu pelo terceiro mês em junho. Os últimos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficiais da China sugerem que a segunda maior economia do mundo reconquistou algum ímpeto em junho, graças a uma recuperação na manufatura e no setor de construção, avalia a Capital Economics. A consultoria britânica, no entanto, segue cautelosa em relação à perspectiva do país, uma vez que o avanço mais fraco das exportações e o menor impulso fiscal provavelmente desacelerarão a atividade no segundo semestre deste ano.

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Brasil pode voltar a ser importador de petróleo até 2035, diz Shell

Sem a exploração de novas reservas, o Brasil deve voltar à condição de importador líquido de petróleo até 2035, conforme projeções da Shell. "É um cenário que me preocupa", resume o presidente da multinacional britânica no país, Cristiano Pinto da Costa, alertando que as bacias de Santos e de Campos já são sinais de exaustão. O executivo afirma que, na década de 2000, o Brasil chegou a perfurar mais de 150 poços por ano. Em 2024, foram apenas seis novas perfurações. "Se não revertermos esse declínio, a tendência é de esgotamento", diz Costa. Para isso, segundo ele, há necessidade de abrir novas fronteiras exploratórias e de fazer "um ou dois" leilões por ano da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Costa afirma que, apesar do frisson sobre o fim do uso de combustíveis fósseis por causa das mudanças climáticas, a perspectiva mais provável é de aumento do consumo de petróleo. Isso ocorre, de acordo com o executivo, por três razões: Em 2050, haverá 2 bilhões a mais de pessoas habitando o planeta do que em 2020; O consumo per capita de energia do Hemisfério Sul ainda equivale a um terço do consumo do Hemisfério Norte, mas o padrão de vida melhora gradualmente -- uma vida melhor implica mais energia; 3) A demanda proveniente da inteligência artificial. Costa afirma que tem tido interlocução frequente com "big techs" -- como Meta, Opean AI e Alphabet -- que procuram a Shell em busca de fornecimento. "Antes, elas perguntavam se tínhamos energia renovável para fornecer. Depois, passaram a perguntar se tínhamos energia segura. Hoje, perguntam apenas se temos energia. Qualquer que seja." Para o CEO da Shell, isso não diminui os esforços para a transição energética e nem significa um mundo com menos emissões de gases-estufa. Ele enfatiza, porém, que o mercado de créditos de carbono deve ser valorizado e se mostra otimista com o desenvolvimento de projetos de captura/armazenamento de CO2.

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Petrobras (PETR4) eleva preço do querosene de aviação a partir de hoje

A Petrobras (PETR3; PETR4) aumentou o preço do querosene de aviação (QAV) em suas refinarias em 2,8%, em média, dependendo do mercado, após ter reduzido o combustível em 7,9% no mês passado. O aumento reflete a volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional, que chegou a bater os US$ 77 o barril do tipo Brent em meados de junho. Os reajustes do QAV são feitos sempre no primeiro dia do mês, por contrato, ao contrário do diesel e da gasolina, que são reajustados de acordo com a estratégia comercial da estatal. A gasolina não é reajustada pela Petrobras (PETR3; PETR4) há 28 dias e está 4% mais cara do que no mercado internacional e o diesel registra defasagem de 10% na mesma comparação, sendo o último movimento feito há 56 dias, uma queda de R$ 0,17 por litro.

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BYD festeja avançar por Brasil e Europa, mas diz que 'não é fácil' contra gigantes globais

Em evento semelhante a um programa de auditório, em Xian, na China, a BYD festejou nesta segunda-feira (30) a produção de um milhão de unidades do Dolphin Mini, com a presença de seus principais executivos --e tendo como atração a entrada em vídeo de sua vice-presidente, Stella Li, do Brasil. A fábrica da montadora chinesa em Camaçari, na Bahia, será aberta nesta terça (1º). Como é comum na primeira fase de um processo produtivo, os automóveis irão para o Brasil praticamente prontos, no regime conhecido por SKD, sigla em inglês para semidesmontado. Li enfatizou que o Dolphin Mini "já abriu suas asas ao redor do mundo", antes mesmo da produção no Brasil e na Europa, esta na fábrica húngara prevista por ela para inauguração até dezembro. Vendeu 103 mil unidades fora da China e virou "best-seller no Brasil, Tailândia, Singapura e outros". Destacou ainda a entrada recente em 15 países europeus. "A jornada para levar os carros chineses para o palco global não tem sido fácil", disse, citando a "dura competição com gigantes globais estabelecidos", sem nomear quais. Sobre alcançar um milhão de unidades, completadas nesta segunda, na fábrica de Xian, a maior da BYD, Li sublinhou que o resultado veio "em apenas 17 meses", estabelecendo "um recorde na história automotiva global". Segundo ela, "é parte da missão [da montadora] ajudar a resfriar o planeta em 1ºC", o que cada comprador do modelo estaria ajudando a alcançar. Agradeceu em especial a "nossos 120 mil engenheiros, que tornaram a jornada global possível". Em entrevista coletiva concedida antes de viajar ao Brasil, em Shenzhen, sede da BYD, Li havia afirmado que o objetivo para a Europa é que o primeiro carro, chamado no mercado de Dolphin Surf, saia da linha de produção até o final ano. "E então, ao longo de vários meses, vamos aumentar", disse. Quanto às pressões da União Europeia, comentou que "o princípio da BYD é sempre produzir localmente, sempre produzir naquele mercado". Descreveu a montadora como tendo "paciência de longo prazo, não toma decisões baseadas em curto prazo, como razões geopolíticas ou tarifas". Acrescentou: "Se for sustentável, então nós esperamos" o mercado amadurecer, ressaltando ser uma empresa privada. A cerimônia em Xian, que precisou ser transferida para um salão interno devido à chuva, contou com intervenções semelhantes de diretores da BYD, além de testemunhos de usuários, influenciadores e até duas nadadoras vencedoras na última Olímpiada. Elas ficaram com o milionésio Dolphin Mini ou Seagull, como é chamado na China. O evento teve dois animadores e distribuição de presentes para a plateia, inclusive bonecos Labubu, uma febre chinesa, da fábrica de brinquedos Pop Mart. Também uma banda de rock em mandarim e jovens em demonstrações de "street dance". Sob aplausos, foi anunciada mais uma redução de preço para o Seagull no mercado chinês, assim como uma quilometragem maior entre recargas da bateria. Na entrada, influenciadores e jornalistas gravaram vídeos ao lado de versões coloridas do veículo e testaram sua ferramenta de estacionamento automático --que pode ser adquirida na China, apesar do desenvolvimento ainda parcial, mas não está disponível para outros mercados. Também foi possível acompanhar veículos demonstrando a direção autônoma desenvolvida para rodovias. No carro em que estava o jornalista brasileiro, uma mudança de pista em velocidade precisou ser abortada pelo motorista da BYD, para evitar bater em outro que também mudava de pista, em meio à chuva forte.

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ANP divulga dados consolidados do setor regulado em 2024

A ANP publicou hoje (30/6) as informações consolidadas da evolução do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis no Brasil em 2024. Os quadros, tabelas, gráficos, cartogramas e textos podem ser consultados na página Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2025. As reservas totais de petróleo apresentaram em 2024 um incremento de 6% em relação a 2023, chegando a 29,2 bilhões de barris. Já as reservas provadas de petróleo somaram 16,8 bilhões de barris, um aumento de 6%. A produção nacional de petróleo caiu 1% em 2024 e atingiu 3,4 milhões de barris/dia. A produção de petróleo do pré-sal alcançou a média de 2,6 milhões de barris/dia no ano, cerca de 78,8% da produção do País. As exportações de petróleo alcançaram o volume de 1,7 milhão de barris/dia, já as importações de petróleo alcançaram 282 mil barris/dia. No ano passado, as reservas totais de gás natural cresceram 5,1%, alcançando 740,5 bilhões de m³. Já as reservas provadas atingiram 546 bilhões de m³, crescimento de 5,6% em relação ao ano anterior. A produção de gás natural teve acréscimo de 2,5%, pelo décimo quinto ano consecutivo de aumento, e atingiu 153,2 milhões de m³/dia. No pré-sal, a produção de gás natural também aumentou sua participação no total nacional e correspondeu a 76,7% em 2024. No setor de biocombustíveis, a produção de biodiesel, em 2024, foi 20,4% superior ao ano anterior em decorrência, principalmente, do aumento do teor de mistura no óleo diesel. Já a produção de etanol foi 4,2% superior ao período passado, atingindo a marca histórica de 37 bilhões de litros. O etanol hidratado apresentou maior competitividade dos preços em relação à gasolina C, o que resultou, no ano, num crescimento de 33,9% nas vendas deste combustível. A produção nacional de derivados cresceu 1,2% em 2024 e atingiu 2,2 milhões de barris/dia, o que correspondeu a 86,4% da capacidade instalada de refino. Já as vendas de derivados pelas distribuidoras registraram crescimento de 0,6%, com destaque para as vendas de querosene de aviação, que cresceram 6,8%. Em 2024, o volume de obrigações da cláusula dos contratos de concessão, partilha e cessão onerosa relativa aos investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDeamp;I) foi de R$ 4,2 bilhões, crescimento de 8,5 % em relação ao ano anterior. Já o montante gerado de participações governamentais atingiu R$ 98,9 bilhões, um crescimento de 2% em relação ao ano anterior. Os dados publicados hoje estão divididos em cinco seções: Indústria Nacional do Petróleo e Gás Natural; Comercialização; Biocombustíveis; Licitação de Blocos; e Resoluções da ANP. Os dados internacionais, que futuramente comporão o capítulo 1 do Anuário, serão divulgados em 31 de julho.

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Vendas de diesel B crescem em maio e têm maior volume em 7 meses, mostra ANP

As vendas de diesel B por distribuidoras no Brasil cresceram 3,6% em maio versus o mesmo período de 2024, para seu maior patamar em sete meses, apontaram dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta segunda-feira. A comercialização do diesel B (já com mistura de biodiesel) no quinto mês do ano somou 5,85 bilhões de litros, maior volume desde outubro de 2024, quando as vendas estabeleceram um recorde mensal de 6,27 bilhões de litros. O volume de maio é ainda 8,27% maior que o registrado em abril, mês em que as vendas recuaram. "A recuperação mensal acompanha tanto a maior chegada de fertilizantes no país -- com os produtores se preparando para o início do plantio de algumas culturas no segundo semestre -- como a proximidade do período de colheita do milho safrinha, que eleva a demanda por transporte de produtos", disse em nota o analista de Inteligência de Mercado da StoneX Bruno Cordeiro. No acumulado do ano até maio, a ANP apurou uma alta de 2,9% na comercialização do combustível mais vendido no país ante o mesmo período de 2024, a 27,61 bilhões de litros, com impulso de uma colheita recorde de soja. Cordeiro destacou ainda que, no período, o índice ABCR, que mede o fluxo de veículos nas principais rotas pedagiadas do Brasil, apresentou um crescimento de 5,2% no comparativo sazonal, "evidenciando o maior número de caminhões nas estradas". Para 2025, a StoneX estima um crescimento de 3% das vendas de diesel B no Brasil, totalizando 69,3 bilhões de litros. GASOLINA X ETANOL As vendas de gasolina C (já com mistura de etanol anidro), por sua vez, subiram 4,5% em maio ante o mesmo período do ano passado, para 3,81 bilhões de litros, com maior competitividade ante o etanol hidratado nas bombas e uma recuperação do fluxo de veículos leves entre abril e maio, segundo a StoneX. "Em geral, a maior competitividade do fóssil frente o etanol nos últimos meses garante uma maior participação da gasolina sobre o Ciclo Otto, mesmo no Estado de São Paulo, onde a paridade se mantém abaixo de 70%", disse em nota a analista de Inteligência de Mercado da StoneX Isabela Garcia. A especialista ressaltou ainda que espera-se uma manutenção do consumo maior de gasolina C, para os próximos meses, especialmente a partir de agosto, com o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, contribuindo para a manutenção de preços mais competitivos para o fóssil. Com o cenário, a StoneX revisou sua projeção de Ciclo Otto na semana passada, passando a prever uma alta no consumo de gasolina C de 4,9% em 2025 ante 2024 para um recorde de 46,5 bilhões de litros, enquanto etanol hidratado deve retrair 7,8% frente o ano anterior, para 20 bilhões de litros. "Assim, o indicador deve encontrar apoio tanto em meio ao crescimento do Ciclo Otto, quanto devido a condições mais competitivas frente o etanol, acentuado pela mistura de E30 e seus impactos sobre a oferta de hidratado ao longo do ciclo", disse Garcia. No acumulado do ano até maio, as vendas de gasolina por distribuidoras no país somaram 18,47 bilhões de litros, alta de 3,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da ANP. Já as vendas de etanol hidratado em maio somaram 1,78 bilhão de litros, queda de quase 4% na comparação com o mesmo mês de 2024 e leve alta de 0,2% ante abril. No acumulado do ano até maio, as vendas do biocombustível somaram 8,87 bilhões de litros, queda de 2,3%.

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