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IPCA-15 fica em 0,43% em abril com alta de alimentos e remédios

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) fechou abril em 0,43%, puxado por aumentos nos preços dos alimentos e de gastos com saúde, informou nesta sexta-feira (25) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em março, o indicador havia ficado em 0,64%. Foi o segundo mês seguido de desaceleração após o pico de 1,23% em fevereiro. O IPCA-15 sinaliza tendências para o IPCA, que mede a inflação oficial do país e serve de referência para a condução da política monetária do BC (Banco Central). No acumulado de 12 meses, porém, o IPCA-15 segue em alta. Em abril, somou 5,49%, contra os os 5,26% registrados no mês anterior, disse o IBGE. Isso ocorre porque os resultados dos últimos meses têm sido superiores aos do início de 2024. O IBGE diz que o IPCA-15 de abril foi influenciado, principalmente, pelos grupos de Alimentação e bebidas e Saúde e cuidados pessoais, com altas de 1,14% e 0,96%, respectivamente. Juntos, os dois grupos respondem por 88% do índice do mês, segundo o instituto. Entre os alimentos, os preços que mais subiram em abril foram tomate (32,67%), café moído (6,73%) e leite longa vida (2,44%). A alimentação fora do domicílio (0,77%) acelerou em relação ao mês de março (0,66%) em virtude da alta do lanche (1,23%) e da refeição (0,50%). No grupo Saúde e cuidados pessoais, tiveram grande contribuição os itens higiene pessoal (1,51%), produtos farmacêuticos (1,04%) e planos de saúde (0,57%). Os produtos farmacêuticos foram pressionados pela autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março. Por outro lado, o grupo Transportes puxou para baixo o índice de inflação, com queda de 0,44% no mês. O resultado reflete, principalmente, queda de 14,88% no preço das passagens aéreas. Os preços dos combustíveis também contribuíram, com queda de 0,38%. No início da semana, economistas consultados pelo BC (Banco Central) reduziram suas projeções para a inflação em 2025 para 5,57%. A previsão para 2026 se manteve em 4,5%. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, explica que o cenário baixista é ajudado por fatores como queda no preço da carne, valorização do real frente ao dólar e a perspectiva de corte no preço da gasolina, com a queda nos preços do petróleo. Por outro lado, há fatores que podem pressionar para cima, como risco de bandeira amarela na conta de luz em dezembro, e efeitos na atividade econômica do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e do crédito consignado. Para Cláudia Moreno, o resultado mostra que o cenário permanece "bastante desafiador" e deve levar o Copom (Comitê de Política Monetária) a elevar os juros em 0,5 ponto percentual em maio. "Mantemos nossa projeção de que o ciclo de ajuste monetário seguirá até junho, quando a Selic deve chegar a 15%, mas reconhecemos que as incertezas no cenário externo podem antecipar o fim desse movimento", afirmou.

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Empresas com energias renováveis no portfólio se valorizaram mais no Brasil do que as com fósseis

As empresas de energia no Brasil valorizaram-se 20% entre 2018 e 2022. A valorização, no entanto, foi ainda maior para aquelas que optaram pela oferta de produtos do segmento de energias renováveis emdash; elas passaram a valer 25% a mais do que as com portfólio focado apenas na matriz energética fóssil. O estudo eldquo;Industry Insights Energy eamp; Utilitieserdquo;, que mapeou os dados, é da consultoria e auditoria PwC. A pesquisa global ouviu e avaliou mais de 3 mil empresas, incluindo quase 150 no Brasil, que atuam nos segmentos de óleo e gás, energia, saneamento e distribuição. Além de mostrar o potencial da indústria de renováveis com dados concretos que poderão dar base para investidores interessados, especialmente os que visam resultados de longo prazo, a pesquisa teve como objetivo compreender as tendências setoriais de mercado e os principais fatores de sucesso no setor de energia. O mapeamento aponta que as companhias que trabalharam de forma integrada, tendo, por exemplo, petróleo, gás e renováveis em seu portfólio, tendem a manter uma maior resiliência frente às adversidades e crises econômicas e políticas. Esse ponto é ressaltado considerando o período dos dados analisados, que compreendeu o pré e pós-pandemia de covid-19 e o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Esse é um dos pontos que justificam essa maior valorização, explica o sócio-líder no setor de energia na PwC Brasil, Adriano Correia. eldquo;Quando olhamos períodos de maior estresse, percebemos que ter um portfólio balanceado traz mais estabilidade na geração de resultado. Há uma maior previsibilidade para o acionista sobre o comportamento da empresa, independentemente dos fatores externos.erdquo; Além desse aspecto, ele também destaca o interesse dos investidores pelos ativos da transição energética, que já estava em alta no período da pesquisa. eldquo;É um ponto que não podemos negligenciar. Com um apetite muito grande de investimentos em renováveis, anunciados em volumes bastante expressivos, existe um impacto muito positivo, especialmente no que chamamos de enterprise value (valor total de mercado de uma empresa).erdquo; Menor volatilidade O documento mostra que as empresas que ofertam renováveis apresentaram pontos positivos como menor volatilidade, mais previsibilidade e retorno, e Ebitda (sigla para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) 19% maior em média, frente às empresas especializadas em fósseis. Em contraste, as companhias focadas em fontes fósseis apresentaram um ligeiro crescimento maior de receita, de quase 1% em relação às pares renováveis. Segundo Correia, isso é explicado pelo impacto do crescimento do preço do barril de petróleo, em função de crises geopolíticas que pressionaram e demandaram esse mercado. Porém, isso não minimiza a valorização das concorrentes. eldquo;Embora as renováveis tenham tido uma receita menor, o valor dela de mercado cresceu mais. As empresas de óleo e gás cresceram bastante, mas o valor delas ficou mais estável. É uma correlação que mostra que há uma pressão do mercado para uma saída de óleo e gás e um movimento a favor de renováveis favorecendo isso.erdquo; O especialista ressalta que a tendência de valorização das renováveis já vem sendo observada pela PwC nos últimos anos e é eldquo;um caminho sem voltaerdquo;. A perspectiva é de um sinal verde para o financiamento das energias renováveis, independentemente de futuros fatores externos, como o recente tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos à cadeia global de suprimentos. eldquo;Com a chegada de 2025 e de algumas discussões de âmbito internacional, entramos em um período de incerteza. Mas olhando por um período mais longo, vejo que essa valorização continua. Vamos ter um aumento de demanda muito forte, e essa demanda vai ser suprida inevitavelmente pelos projetos de renováveis em primeiro plano.erdquo;

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Comitê RenovaBio define cronograma para metas de descarbonização até 2035

O Comitê da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) realizou nesta quarta-feira (23/4) sua primeira reunião de 2025 para avaliar o cumprimento das metas atuais e preparar as novas diretrizes de redução de emissões para o 8º Ciclo (2026-2035). O grupo, ligado ao Ministério de Minas e Energia (MME), analisou o mercado de créditos de carbono (CBIOs) e iniciou a regulamentação de novas regras de fiscalização, segundo a pasta em nota. Em 2024, o programa superou sua meta anual, com 42 milhões de CBIOs emitidos emdash; acima também dos 40,9 milhões previstos para este ano, apontou o MME durante apresentação técnica. Novas regras e multas O comitê avançou na discussão sobre o decreto nº 12.437/2025, regulamentado na semana passada (17/4), que ampliou as penas para distribuidoras inadimplentes com as metas individuais do RenovaBio e por descumprimento da mistura obrigatória de biodiesel. Entre as punições mais rigorosas estão a suspensão das atividades de importação e comercialização de combustíveis, aplicação de multas que podem alcançar R$ 500 milhões e o encaminhamento obrigatório dos casos de descumprimento ao Ibama, Ministério Público Federal (MPF) e Advocacia-Geral da União (AGU) para as devidas providências. eldquo;O RenovaBio é um instrumento estratégico para a transição energética brasileira. A atuação do comitê garante o alinhamento institucional necessário para a definição das metas com base em critérios técnicos e previsibilidade para o mercadoerdquo;, afirmou o diretor de Biocombustíveis do MME, Marlon Arraes, durante a reunião. Também participaram a Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e ministérios envolvidos na política de biocombustíveis. A reunião discutiu principalmente três pontos: avaliação do desempenho do mercado dos Créditos de Descarbonização (CBIOs), a elaboração da agenda de trabalho para o ano e o planejamento do cronograma que definirá as novas metas do programa. O cronograma para as metas do próximo ciclo (2026-2035) será definido nos próximos meses, em meio ao debate sobre o equilíbrio entre fiscalização e operação do mercado. Controvérsias Enquanto o comitê discutia a implementação das metas, a Associação Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (ANDC) criticou publicamente as novas regras de fiscalização e afirmou que decreto eldquo;reforça o cenário de instabilidade e de intervenção administrativa desprovida de racionalidade técnico-normativaerdquo;. A regulamentação prevê a proibição de vendas a distribuidoras inadimplentes, teto de R$ 500 milhões para multas, além da inclusão em lista pública de infratores. A entidade contesta principalmente a vedação de vendas a empresas com pendências anteriores a 2025. Desde 2020, a ANP abriu 172 processos e outros 61 entraram na fila em janeiro, envolvendo a aquisição frustrada de 22 milhões de CBIOs. Os casos saltaram de 35 no primeiro ano do programa para mais de 50 a partir de 2022. As multas somam R$ 344 milhões, dos quais R$ 2,2 milhões foram quitados ou parcelados. O controle e a aplicação das medidas caberá à agência.

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MGI libera e associações já podem doar equipamentos para fiscalização de biodiesel pela ANP

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) emitiu uma parecer afirmando que não há conflito de interesses na doação de espectrofotômetros de modelo FTIR por parte de entidades representativas do setor de combustíveis, à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O equipamento permite que fiscais da agência verifiquem, durante as ações em campo, se a mistura obrigatória de biodiesel está sendo cumprida. A opinião do MGI foi necessária pois a doação será feita por empresas reguladas pela ANP e que também estão sujeitas ou têm histórico de autuações por descumprimento da mistura obrigatória. Para dar segurança jurídica às doações, o Ministério de Minas e Energia (MME) estabeleceu um protocolo junto ao MGI. Sem o espectrofotômetro, as amostras coletadas durante a fiscalização seguem para análise de laboratórios que identificam o percentual de mistura de biodiesel. O procedimento impossibilita, por exemplo, a apreensão do combustível fora das especificações no ato da fiscalização. Os ensaios laboratoriais continuarão a ser realizados, mas com o equipamento é possível identificar in loco se o diesel está sendo comercializado na forma pura, 100% fóssil emdash; um indicativo de fraude com dolo e não apenas problemas operacionais na mistura com o biodiesel. Atualmente, a agência dispõe de apenas um equipamento do tipo, fruto de uma doação realizada em janeiro pelo Ministério Público do Estado de Sergipe (MP-SE). Em fevereiro, o ICL (Instituto Combustível Legal) manifestou interesse em doar outras cinco unidades. No grupo de doadores, além do ICL, que é responsável pela compra por parte das distribuidoras associadas, estão o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), a Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), a Aprobio (Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil) e a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). O MGI entendeu que, como não cabe à ANP fiscalizar as entidades em si, não há impeditivos. eldquo;A situação retratada indica muito mais a existência de interesses comuns, e não conflito de interesseserdquo;, afirma nota técnica produzida pelo órgão. Em abril, o MGI e o Ministério de Minas e Energia definiram os procedimentos para a doação, mas a ANP ainda aguardava o aval da pasta comandada por Esther Dweck para dar andamento ao processo internamente. Reforço na fiscalização A manifestação de interesse por parte de entidades do setor de combustíveis na doação dos equipamentos à ANP se insere em um contexto de demanda pelo aumento da fiscalização em campo e combate às fraudes. Em março, o Sindicom chegou a pedir a suspensão, por 90 dias, da obrigatoriedade de adição de 14% de biodiesel ao diesel B, sob o argumento da disparada dos casos de fraudes. O pedido foi rejeitado pela diretoria da agência, que ainda proibiu a comercialização do biocombustível entre distribuidoras (congêneres) entre 1º de maio e 31 de dezembro deste ano.

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Petróleo cai até 1,5% na semana com tom mais ameno da guerra comercial

Em meio ao vai e vem causado pelas incertezas na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, os preços do petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira (25) após terem começado o dia no negativo. Mesmo sem as conversas terem iniciado de fato, a diminuição na tensão entre os países no decorrer dos últimos dias foi suficiente, por enquanto, para compensar as preocupações sobre um eventual aumento de produção da commodity pela Opep+. No fechamento, os contratos futuros de petróleo Brent (referência mundial) para junho subiram 0,48%, a US$ 66,87 por barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O WTI (referência dos Estados Unidos) com vencimento para o mesmo mês avançou 0,37%, a US$ 63,02 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semana, a queda foi de 1,56% e 1,47%, respectivamente. eldquo;Sinais conflitantes estão mantendo o petróleo preso em uma faixa de negociação. Definitivamente, parece haver muitas preocupações de que, se o preço ultrapassar US$ 65 o barril, isso será um problema para a economia e, claro, com rumores de um potencial aumento na produção da Opep+, isso dará ao mercado um teto entre US$ 65 e US$ 70erdquo;, disse Phil Flynn, do Price Futures Group. As incertezas com relação à guerra comercial entre China e EUA pautaram os mercados hoje. Donald Trump disse à revista Time, ontem, que o presidente chinês Xi Jinping ligou para ele para discutir tarifas. Pequim, no entanto, contestou a informação e reiterou na manhã de hoje que não está em negociações com o país. Os ruídos de comunicação sobre o patamar das negociações se somam a uma reportagem da Bloomberg, que noticiou que a China pode suspender sua tarifa de 125% sobre certos produtos americanos.

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Etanol mais barato que a gasolina ajuda a segurar preços, diz Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), disse neste domingo (27/4) que o preço baixo do etanol ajuda a segurar o valor dos outros combustíveis, como a gasolina. A declaração foi dada durante a feira Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). eldquo;O etanol, também não tem nenhum lugar do mundo que tenha 27% de álcool anidro na gasolina. E além do combustível do futuro, possibilita, numa primeira etapa, chegarmos a 30%, e os testes foram positivos nos motores. Aliás, o etanol, nesse momento, está mais barato que a gasolina. Então, não tem nenhum aumento no preço endash; pode até ajudar a segurar um pouco -, e depois a 35%erdquo;, indicou o vice-presidente. Em março, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que a pasta estuda aumentar a mistura de etanol anidro na gasolina, saindo dos atuais 27% para 30%. A proposta ainda precisa ser analisada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Caso seja ampliada a mistura de etanol anidro à gasolina, a expectativa é de que o preço do combustível fique mais barato. Uma vez que o etanol possui um valor mais acessível. Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre 13 e 19 de abril, indica que o valor médio da gasolina comum no Brasil é de R$ 6,33, podendo ser encontrada por até R$ 8,79. Biodiesel Geraldo Alckmin também destacou que o Brasil tem ampliado o biodiesel, o que faz com que o país evite importar o combustível dos Estados Unidos, que têm adotado medidas cada vez mais protecionistas. eldquo;O Brasil é o grande ecologista da segurança alimentar e da segurança energética. Então, não tem nenhum país no mundo que tenha 14% de bio no diesel, só o Brasil. Era 10%, o presidente Lula aumentou para 12%, 13%, agora 14%. Isso agrega valor, gera emprego, agroindústria, que é o que mais cresce, e evita a gente importar diesel dos Estados Unidoserdquo;, completou o vice-presidente. Alckmin ainda enfatizou que espera uma redução nos preços dos alimentos, uma vez que o agronegócio dispõe de um clima mais favorável para plantação de lavouras e o dólar tem apresentado uma redução. eldquo;Quando você pega a inflação de alimentos, foi muito dólar, seca e calor. O clima melhorou e o dólar caiu. Deveremos ter uma queda de inflaçãoerdquo;, afirmou. Na sexta-feira (25/4), o dólar fechou cotado a R$ 6,68, acumulando a 6ª queda consecutiva.

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