Ano:
Mês:
article

BC permite pagamento de boleto via Pix e cria boleto dinâmico

O Banco Central aprovou nesta quinta-feira (12) uma resolução que possibilita o pagamento de boletos via Pix e estabelece a criação de uma nova modalidade de cobrança, o chamado boleto dinâmico. Segundo a autarquia, o pagamento de boletos via Pix será feito por meio de QR Code específico inserido no próprio boleto. A resolução entra em vigor em 3 de fevereiro de 2025. O BC informou que a regulamentação do novo modelo será aprofundada a partir de 2025, mas instituições já ofertam, de forma experimental, a possibilidade de pagamento de boletos por Pix com o uso de QR Code. "Dessa forma, incorpora-se na experiência do uso do boleto de pagamento, instrumento amplamente utilizado e objeto de diversos aperfeiçoamentos de segurança ao longo dos últimos anos, a agilidade, conveniência e grande aceitação do Pix", disse o BC em nota. Já o boleto dinâmico é voltado para pagamentos de dívidas em cobrança representadas por certos tipos de títulos, como duplicatas escriturais, e permite alterar a instituição destinatária, assim como o beneficiário, que passa a ser o titular de direitos. A autarquia informou que o boleto dinâmico deve entrar em operação em até seis meses após a aprovação de ao menos um dos sistemas de escrituração ou de registro que darão suporte digital a esses títulos ou ativos. Ambos ainda estão em processo de implementação. "A criação do boleto dinâmico representa, portanto, enorme avanço no sentido de modernizar o sistema financeiro e dar mais segurança na negociação de importantes tipos de títulos essenciais ao fomento de uma ampla gama de empresas integrantes da economia real, principalmente as de pequeno e médio porte", disse o BC.

article

Elétricos chineses entopem portos do Brasil e indicam desafios

Os portos brasileiros ficaram congestionados este ano com mais de 70 mil veículos elétricos chineses não vendidos, em um sinal de quão difícil está se tornando para que as montadoras chinesas mantenham níveis de crescimento robustos. Empresas como a BYD e a GWM têm ambições globais, e o Brasil se tornou um campo de provas crucial com outras grandes economias se voltando ao protecionismo. O país é o sexto maior mercado automotivo do mundo e o sucesso aqui pode contribuir com as perspectivas em toda a região. Mas depois de tomar o segmento emergente de veículos elétricos do Brasil de assalto, as fabricantes chinesas estão enfrentando desafios crescentes. O excesso de carros nos portos decorre da tentativa de evitar novas alíquotas do imposto de importação. Os concorrentes nacionais responderam com opções eletrificadas adicionais e investimentos. E as taxas de crescimento de veículos elétricos no país estão desacelerando. "A lua de mel acabou agora", afirmou Alexander Seitz, presidente-executivo da Volkswagen na América do Sul, que vende carros no Brasil desde a década de 1950 e produz alguns dos modelos a combustão mais vendidos do país. A BYD é um caminho para ultrapassar US$ 100 bilhões em vendas de carros elétricos neste ano, e o Brasil é uma grande parte disso. É o maior mercado externo da empresa por uma ampla margem, enquanto enfrenta a resistência de governos nos EUA e na Europa. Na década passada, o Brasil zerou o imposto de importação de 35% sobre os veículos elétricos e híbridos em uma tentativa de estimular o setor. Isso atraiu as montadoras da China, e elas realizaram essencialmente o próprio mercado em um país com mais de 200 milhões de habitantes. Os fabricantes locais estabelecidos emdash;todas as partes integrantes de empresas globais como a GMemdash; ignoraram amplamente os modelos elétricos e híbridos. A BYD dinamizou seus primeiros carros no Brasil em 2021 e acelerou as exportações no ano passado. Com seu modelo de menor valor, de R$ 115,8 mil (US$ 19,1 mil), a empresa rapidamente ganhou participação do mercado por ser mais barata do que alguns dos veículos a combustão da concorrência. A resposta dos fabricantes nacionais foi a redução dos preços de alguns modelos em até 30%. As montadas brasileiras fizeram pressão para trazer de volta o imposto de importação e receberam apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou ao poder em janeiro de 2023. O governo começou a restabelecer as alíquotas do imposto um ano depois com planos de aumentá-lo gradualmente para 35% até julho de 2026. (A indústria nacional pressiona para acelerar isso.) Em resposta, a BYD inundou o Brasil com veículos antes da elevação tarifária. No início de novembro, um executivo da montadora chinesa disse que havia 35 mil carros sobrando nos portos, respondendo por cerca de quatro meses de vendas. Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, comentou que tudo isso faz parte de um plano para se antecipar à elevação das alíquotas, para manter os preços e fortalecer o que chamou de uma indústria nacional "ultrapassada". "Nós abalamos esse mercado automobilístico brasileiro a ponto de colocar tanto medo nos nossos concorrentes", avaliou Baldy. "É um desespero completo da concorrência." A participação de modelos eletrificados nas vendas totais de veículos no Brasil quase dobrou, para 7%, em janeiro em relação ao ano anterior, mas ocorreu aproximadamente nesse nível desde então, de acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Até outubro, as montadoras venderam cerca de 2 milhões de veículos, sendo cerca de 140 mil unidades eletrificadas. Encontrar novos clientes que desejam comprar um veículo elétrico em um país que está apenas começando a construir redes de estações de recarga está se tornando mais difícil. Somando-se à preocupação sobre a quilometragem que um carro elétrico pode ter com uma única carga, o Brasil é um país grande com grandes distâncias entre seus centros urbanos. "Precisamos expandir nossa infraestrutura", disse Ricardo Bastos, diretor de assuntos institucionais da GWM no Brasil. "As vendas são boas hoje, mas elas têm um potencial de crescer ainda mais se a infraestrutura também acompanhar." Para acelerar a adoção, a BYD e a GWM estão adotando mais orientações em direção a 2025. Ambos planejam abrir fábricas no Brasil. Para a BYD, isso deve acontecer em março, quando sua primeira fábrica de carros elétricos fora da Ásia deverá começar a produzir. No local onde já funcionou uma fábrica da Ford, a BYD está investindo R$ 5,5 bilhões e espera que em dois anos a fábrica produza 300 mil carros anualmente. A montadora chinesa também informou que está dobrando o número de consultorias no país. Eles promoverão uma gama com mais de 12 modelos. Isso inclui o que a empresa diz ser a primeira picape híbrida do mercado, lançada em outubro. Enquanto isso, a GWM, que deve ultrapassar US$ 28 bilhões em vendas este ano, espera começar a operar em maio em uma antiga fábrica da Daimler, como parte de um plano para investir R$ 10 bilhões ao longo de aproximadamente uma década. Outras empresas chinesas também anunciaram recentemente planos de expansão para o Brasil, em meio a uma onda de fortes barreiras na Europa e nos EUA. No início deste ano, o governo Biden aumentou as tarifas sobre veículos elétricos importados da China de 25% para 100% para proteger a indústria automobilística dos EUA do que alegou serem práticas comerciais desleais. Omoda e Jaecoo, marcas de propriedade da Chery, planejam lançar vários modelos no Brasil até 2026. A GAC promete investir cerca de R$ 6 bilhões. A Neta, vinculada ao grupo Hozon New Energy Automobile, está entrando atualmente no mercado. E a Zeekr, da Geely Automotive Holdings, começou recentemente a apresentar modelos premium no país. "Os chineses tentarão conquistar este país do ponto de vista automotivo, e temos que ver como lidar com isso", analisou Seitz. "No final das contas, a competição é sempre boa, nos obriga a reconsiderar as coisas." Concorrentes estabelecidos, incluindo Volkswagen, Toyota e Renault, anunciaram mais de R$ 100 bilhões em investimentos até o final desta década. A maior parte do dinheiro é planejada para desenvolver híbridos, incluindo soluções flexíveis que combinam eletricidade com um motor a combustão movido a gasolina e etanol. A Stellantis, dona de marcas tradicionais como Fiat, Jeep e Peugeot, planeja começar a vender modelos elétricos de sua parceira chinesa Leapmotor no Brasil no início do ano que vem. Antes da retomada do imposto sobre veículos eletrificados importados, os chineses não "jogavam nas mesmas condições", disse Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis na América do Sul. Assim como o restante da indústria automobilística brasileira, Cappellano aposta que isso ajudará a nivelar as condições de concorrência.

article

Lula sanciona lei que cria mercado de carbono

O presidente Lula (PT) sancionou o projeto de lei que cria o mer cado de carbono no Brasil. O projeto aprovado no Congresso foi aprovado nesta quinta-feira (12) no DOU (Diário Oficial da União). A lei também autoriza a União a estabelecer limites para a emissão de gases de efeito estufa no país. O texto cria regras para o mercado, a ser chamado de SBCE (Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa), e será aplicado a atividades que produzem anualmente acima de 10 mil tCO2e (toneladas de dióxido de carbono equivalente). Quem não estiver obrigado a participar da comercialização, como a agricultura, pode aderir de forma voluntária. A União tem a competência exclusiva para estabelecer os tetos de emissão, que serão aplicados à soma das atividades produtivas e fontes reguladas pelo SBCE. Os números estarão no Plano Nacional de Alocação, de responsabilidade de um comitê interministerial. O objetivo do texto é obrigar empresas que poluírem acima do patamar fixado pelo governo a pagar por isso e, consequentemente, gerar um incentivo para que se tornem mais sustentáveis. O projeto ainda precisa ser regulamentado. A previsão do Ministério da Fazenda é que o mercado esteja funcionando plenamente em 2030 e que, nos dez anos seguintes, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro seja impulsionado em 5,8% no período acumulado, prevê a pasta. O mercado de carbono no Brasil tem potencial para cortar 100 milhões de toneladas anuais de emissões de CO2 equivalente em 2040, de acordo com dados do Banco Mundial. Em 2050, o número subiria para 130 milhões.

article

Senado aprova 1ª regulamentação da reforma tributária; texto segue para análise na Câmara

O Senado aprovou nesta quinta-feira, 12, por 49 votos a 19, o primeiro projeto de lei complementar com as regras para o funcionamento da reforma tributária. Como foram feitas modificações pelos senadores, o texto retornará à Câmara para nova apreciação dos deputados endash; o que deve ocorrer na próxima semana. Durante a tramitação no Senado, as bebidas açucaradas saíram da lista de produtos sujeitos ao Imposto Seletivo, o chamado eldquo;imposto do pecadoerdquo; endash; criado para desestimular o consumo de itens que façam mal à saúde e ao meio ambiente. Também foram poupadas as armas e munições, cuja tributação foi sugerida pelo relator, Eduardo Braga (MDB-AM), mas não recebeu o apoio dos senadores. elsquo;Imposto do pecadoersquo; O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, apresentou uma proposta para tentar retomar o Imposto Seletivo sobre as armas. O recurso teve a maioria dos votos, mas ficou aquém do número necessário para a aprovação do destaque. Foram 33 senadores favoráveis e 32 contrários, além de uma abstenção. Por ser um projeto de lei complementar, que exige quórum qualificado, eram necessários 41 votos a favor. eldquo;Se não incluirmos as armas no Imposto Seletivo, a tributação das armas cai de 89% para 25%. Vamos pagar mais impostos por flores e fraldas do que por armaserdquo;, argumentou. Braga defendeu o recurso e alegou que o Seletivo mantém a tributação sobre as armas. Senadores contrários, porém, defenderam o direito à posse de armas. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) alegou que o PT tentou colocar um eldquo;imposto abusivoerdquo; sobre os itens. eldquo;Ninguém quer transferir a responsabilidade da segurança pública. É um direito, direito exerce quem quererdquo;, afirmou. eldquo;É difícil hoje ter uma arma em casa, são um bem de valor altíssimo. O PT quer botar imposto abusivo para deixar ainda mais difícil, mais inacessível ter uma arma de fogo. A polícia não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempoerdquo;, disse. Novas concessões e impacto no IVA Braga fez concessões a atividades que, segundo cálculos que apresentou, tiveram impacto de alta de 0,13 ponto porcentual na alíquota-padrão do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que vai substituir cinco tributos atuais. Durante a votação, ao longo dessa semana, outras concessões foram feitas. A mais relevante delas foi a inclusão do saneamento básico nos serviços de saúde, que terão desconto de 60% sobre alíquota padrão. Braga havia dito na terça-feira que essa medida teria um impacto de 0,5 no novo IVA. Nesta quarta-feira, porém, após a aprovação, afirmou que havia conversado com o secretário especial da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, e que o impacto estava mais próximo de 0,38 a 0,40 ponto na alíquota. Com os acréscimos, portanto, a alíquota padrão do IVA pode ser de ao menos 28,5%. Appy acompanhou a votação no plenário do Senado com sua equipe. Os cálculos oficiais da pasta sobre o impacto das mudanças feitas pelo Senado ainda não foram divulgados. eldquo;Com certeza a alíquota vai ser mais alta. Vocês conhecem a posição do Ministério da Fazenda, que preferiria que tivesse menos exceções do que foi aprovado, em cada etapa; mas, volto a falar: a espinha dorsal da reforma está mantidaerdquo;, disse. Ele citou a mudança no setor de saneamento básico. eldquo;O próprio senador Jaques Wagner ontem na CCJ falou que apenas a equiparação de saneamento à saúde tem um efeito de elevar a alíquota em 0,38 ponto porcentualerdquo;, disse. Houve outras concessões de menor monta no texto e que ainda não foram computadas. Academias de ginástica ganharam desconto na tributação de 30% em relação à alíquota de referência. Os biscoitos de consumo popular entraram na tributação reduzida a 60%. O Senado também reduziu a tributação que incide sobre agrotóxicos e seus insumos endash; como a molécula que geralmente é importada endash; com um desconto de 60% em relação à alíquota padrão. O texto definiu que o Comitê Gestor do IBS (IVA de Estados e municípios) e o governo federal revisarão a cada 120 dias a inclusão destes insumos na lista de produtos beneficiados. elsquo;Trava do IVAersquo; Apesar das concessões, Braga manteve no texto uma inovação feita pela Câmara que prevê um teto de 26,5% na alíquota padrão, determinando que, em caso de estouro, o governo proponha um projeto para reduzir benefícios tributários. A trava é considerada ineficaz por tributaristas, uma vez que a simples propositura do governo pode ser ignorada pelo Congresso, dado que iniciativas similares têm enfrentado resistência no Legislativo. Durante a tramitação, a oposição tentou impor um limite ainda mais baixo à alíquota padrão, de 25%, o que foi rejeitado. eldquo;Se dependesse da nossa vontade, a alíquota seria de 15%, e não de 25%. Acontece que estamos falando de um imposto que acumula cinco impostos. Com a melhoria na tributação, redução de sonegação e eficiência, teremos uma alíquota padrão menorerdquo;, disse Braga. eldquo;Por isso, é importante começarmos em 2026 com obrigações acessórias para dimensionar (a tributação); em 2027 testar e, a partir daí, ter a possibilidade de fazer revisões.erdquo; Zona Franca Braga, que já foi governador do Estado do Amazonas, ampliou os benefícios concedidos às empresas instaladas na Zona Franca de Manaus em relação ao projeto que havia sido aprovado na Câmara e extrapola os incentivos oferecidos hoje às empresas da região. Embora o tema tenha sido alvo de críticas de senadores, como o paranaense Sergio Moro (União-PR), não houve alterações em relação ao que apresentou Braga. Ao contrário, diante de queixas de senadores dos demais Estados da Região Norte, Braga estendeu vantagens às áreas de livre comércio instaladas nos vizinhos AC, AP, RO e RR e esticou a validade delas de 2050 para 2073. O relator também incluiu um dispositivo que concede à única refinaria instalada na Zona Franca, que pertence à distribuidora Atem, vantagens tributárias. Procurada, a Atem não respondeu à reportagem. eldquo;Isso é uma questão de sobrevivência, não foi negociada com o governo. É simples: ou a refinaria tem os benefícios da Zona Franca de Manaus ou a Petrobras recompra a refinariaerdquo;, disse Braga, na noite de quinta-feira. eldquo;O que não pode é a única refinaria da Amazônia ser fechada porque o Brasil deu as costas para a Amazônia, que produz óleo e gás em terra firme a menos da metade do pré-sal.erdquo; Imóveis O relator no Senado atribuiu critérios objetivos para a tributação de pessoas físicas que obtenham renda com a compra, venda, cessão e arrendamento de imóveis. O texto da Câmara deixava a questão vaga e só pegava os profissionais que já recolheriam o IBS (IVA de Estados e municípios) e a CBS (IVA federal), como profissionais liberais. Agora, toda pessoa física que tiver mais de três imóveis distintos e obter um rendimento superior a R$ 240 mil por ano com eles será tributado na locação ou cessão. No caso da venda, caso a pessoa física venda mais de três imóveis em um ano ou mais de um imóvel adquirido nos últimos cinco anos, também estará sujeita à tributação. Já no caso da alíquota que incidirá sobre essas operações, Braga aplicou redutores maiores do que os aprovados na Câmara. Para a venda de imóveis, a alíquota incidente será de 50% da alíquota padrão do IVA endash; que recai sobre todos os demais produtos e serviços. O texto que saiu da Câmara previa um redutor de 40%. Já no caso do aluguel, arrendamento e cessão, o redutor foi elevado para 70% endash; o anterior era de uma redução de 60% da alíquota padrão. Cashback O texto aprovado na CCJ ampliou o cashback (mecanismo de devolução de tributos a famílias de baixa renda) para as contas de telefonia e internet. O texto da Câmara já previa a devolução de 100% da CBS (IVA federal) e de pelo menos 20% do IBS (IVA de Estados e municípios) para gás, água e esgoto e energia elétrica. Nos demais produtos e serviços, a devolução será de 20% da CBS e do IBS. Clubes de futebol O novo texto eldquo;ajusta a tributaçãoerdquo; das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) e prevê que a alíquota para os tributos unificados passa a ser de 5%. Na versão anterior, o valor do pagamento mensal e unificado dos tributos tinha as seguintes alíquotas: 4% para os tributos federais unificados (IRPJ, CSLL e contribuições previstas no Artigo 22 da Lei 8.212/1991); 1,5% para a CBS; e 3% para o IBS endash; 8,5% no total. Com as mudanças, as alíquotas passam a ser 3%, 1% e 1%, respectivamente endash; 5% no total. Além disso, ficam excluídas da tributação, nos cinco primeiros anos-calendário da constituição da SAF, as receitas da cessão de direitos desportivos de atletas e da transferência do atleta para outra entidade esportiva ou seu retorno à atividade em outra entidade desportiva. Cesta básica e alimentos O relator retirou o óleo de soja da cesta básica com imposto zero, mas em acordo com o setor produtivo endash;que recebeu como contrapartida a previsão de que a indústria de esmagamento terá acesso ao benefício. O produto foi para a lista dos alimentos com alíquota reduzida, equivalente a 60% da alíquota-padrão. O relator justificou a medida como uma forma de incentivar o aumento do valor agregado do óleo de soja. Braga também decidiu incluir na reduzida as bolachas de consumo popular, como as do tipo maria, além do óleo de milho, eldquo;para conceder tratamento igualitário com os demais óleos vegetaiserdquo;. Já a erva-mate foi incluída na cesta básica com imposto zero. Motoristas de aplicativo Braga também acatou uma emenda que muda a receita bruta para motoristas de aplicativos. Conforme o Estadão/Broadcast havia mostrado, o relator já estudava a medida, sob o ponto de vista da eldquo;suavizaçãoerdquo; do conceito de nanoempreendedor. No relatório, Braga passou a considerar como receita bruta dos motoristas 25% do valor bruto mensal recebido. Transporte público Nas rotas interestaduais e intermunicipais de transporte rodoviário, ferroviário ou hidroviário haverá a incidência de uma alíquota equivalente a 40% da alíquota padrão. No transporte aéreo de carga, Braga também decidiu aplicar o redutor alegando que há regiões em seu Estado, no Amazonas, onde produtos perecíveis e alimentos só chegam de avião. Bares, restaurantes, hotéis e parques A alíquota de bares e restaurantes, hotéis, parques de diversão e parques temáticos foi reduzida a 40% da padrão. Comitê Gestor A pedido do Ministério da Fazenda, Braga incorporou ao texto um ponto do segundo projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 108/2024), que ainda não avançou na tramitação do Senado, sobre parte das regras relativas à criação do Comitê Gestor endash; órgão que será responsável pelo rateio do IBS entre Estados e municípios. Uma das medidas é que o Comitê Gestor ficará instituído até 31 de dezembro de 2025, com competências exclusivamente normativas para editar o regulamento único do IBS. Segundo ele, com a nova medida, o PLP 108 precisa estar aprovado no Congresso Nacional até o dia final do prazo do comitê temporário./

article

Brasil terminará 2024 com maior crescimento de vendas de veículos entre dez maiores mercados globais

O ano começou com greves, inclusive em órgãos públicos, e a enchente no Rio Grande do Sul, afetando a produção de veículos. Mas, nas palavras do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marcio de Lima Leite, 2024 terminará de forma e#39;espetaculare#39;. Os investimentos do setor totalizam R$ 180 bilhões, as vendas apresentam o maior crescimento desde 2007 e devem encerrar o ano em 2,6 milhões de unidades, alta de 15% em relação a 2023, colocando o Brasil como o país que mais cresceu entre os dez maiores mercados globais. As vendas incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. emdash; Foi um momento de harmonização das tecnologias, cada fabricante fez sua escolha e fizemos uma corrida junto ao governo para que as regulamentações se adequassem aos planos de investimentos. O ano começou com incertezas e terminou de forma espetacular emdash; disse Lima Leite em apresentação a jornalistas do balanço do setor. As vendas cresceram 15% no Brasil, e em seguida veio o Canadá, com crescimento de 10%, e México, 9,4%. As vendas na China cresceram 3,8%, na Índia, 3,4% e nos EUA, 2,8%. No Reino Unido, o crescimento foi de 2,5%, na Alemanha houve encolhimento de 0,04%, na França queda de 3,0% e no Japão uma baixa de 7,2%. Em números de investimento, são R$ 130 bilhões das fabricantes e mais R$ 50 bilhões do setor de auto-peças. Trata-se, segundo a Anfavea, do maior ciclo de investimentos da história do setor automotivo no país. Foram 100 mil novos postos de trabalho criados. A produção, este ano, deve fechar em 2,5 milhões de unidades, alta de 10,7%, em relação a 2023. O ano deve terminar com 403 mil unidades exportadas, pequena queda de 0,3% em relação a 2023. Lima Leite explicou que o segundo semestre deu tração ao setor. As vendas, por exemplo, cresceram 32% em relação aos seis primeiros meses do ano, atingindo 1,5 milhão de unidades. Já as exportações cresceram 44,2% comparando os mesmos períodos. emdash; O segundo semestre foi marcado pelo crescimento de alguns países de destino. Os embarques para a Argentina, por exemplo, cresceram 39% e para o Uruguai, 14% emdash; disse. Importações da China crescem Lima Leite disse, entretanto, que o país precisa ganhar competitividade para exportar mais. Ele pontuou que a reforma tributária é importante, mas há outros pontos do chamado Custo Brasil que precisam ser enfrentados, como ineficiência de portos, entre outros. Ele defendeu que o Brasil tenha uma harmonização regulatória com países vizinhos para que os produtos brasileiros não precisem passar por homologação emdash; que pode levar até um ano emdash; para chegar a esses destinos. Já as importações de veículos totalizaram de janeiro a novembro 463 mil unidades, enquanto no acumulado do mesmo período do ano passado foram 352 mil unidades. Hoje, disse Lima Leite, 28% do carros importados são de fabricantes de fora do Mercosul. A China que teve participação de 10% nas importações de veículos entre janeiro e novembro do ano passado, com 32.180 unidades, este ano passou a ter participação de 26%, com 105.763 unidades importadas. emdash; O que preocupa é que a balança comercial do setor, pela primeira vez desde 2021, apresentou déficit. Isso tem que ser pontual e não pode ser uma tendência emdash; disse o presidente da Anfavea. Para 2025, a estimativa da Anfavea é de um crescimento de de 5,6% nas vendas, chegando a 2,8 milhões de unidades, e uma produção de 2,7 milhões, alta de 6,8%, já considerando o início de produção de novas fábricas. Na expectativa da Anfavea, a taxa básica de juros deve chegar a 14,5% ano que vem, o que levará o juro ao consumidor a uma taxa de 28%. O financiamento é crucial para as vendas do setor. O presidente da Anfavea acredita que em 2025 haverá 50% de financiamento de veículos e 50% das compras serão feitas à vista. Acordo Mercosul/UE Sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, concluído na semana passada depois de 25 anos, o presidente da Anfavea disse que ele sinaliza para um e#39;ganha/ganhae#39; entre os dois mercados, mas que será preciso entender os detalhes das medidas. Ainda assim, Lima Leite afirmou que a União Europeia precisa desenvolver tecnologias e ter produtos que o Brasil já tem, inclusive a combustão (etanol), o que levará a transição de tecnologias por aqui ser mais longa. emdash; Tem tecnologias dos fornecedores aqui que podem ser adquiridas nas matrizes. Hoje, há dificuldade de acessar esses fornecedores por causa do imposto de importação. Com o acordo, haverá mais flexibilidade emdash; disse o executivo, lembrando que o impacto do acordo só começará a ser sentido no setor depois de sete anos e não no curto prazo. Lima Leite também comentou sobre a manutenção do imposto seletivo para veículos nas discussões da reforma tributária, avaliando que essa decisão vai na contramão de todo o esforço que o governo vem fazendo para a renovação da frota no país. emdash; A lógica do imposto seletivo é tributar algo que vai melhorar o meio ambiente, que é a renovação da frota emdash; disse.

article

AIE prevê mercado de petróleo confortavelmente abastecido em 2025, apesar do aumento da demanda

O mercado mundial de petróleo estará confortavelmente abastecido em 2025, afirmou a AIE (Agência Internacional de Energia) nesta quinta-feira (12), mesmo depois de a Opep+ ter estendido os cortes de fornecimento de petróleo e após previsão de demanda ligeiramente maior do que a esperada. A agência elevou sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo em 2025 para 1,1 milhão de barris por dia (bpd), contra 990 mil bpd no mês passado. "(O aumento ocorre) em grande parte nos países asiáticos devido ao impacto das recentes medidas de estímulo da China", disse em relatório mensal sobre o mercado de petróleo. (Reuters)

Como posso te ajudar?