Ano:
Mês:
article

Cade discutirá concorrência no setor de combustíveis em audiência pública nesta quinta-feira (13/11)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realizará, nesta quinta-feira (13/11), audiência pública para discutir problemas concorrenciais no setor de combustíveis líquidos. O evento será híbrido, e acontecerá no plenário do Cade, com transmissão pelo YouTube. A ação visa aprofundar o diagnóstico sobre eventuais barreiras à concorrência nesse mercado, considerado estratégico para a economia brasileira e para o bem-estar do consumidor. O encontro reunirá especialistas, representantes da academia, empresas de produção, refino, distribuição e varejo de combustíveis, órgãos reguladores, associações de consumidores e membros da sociedade civil. As contribuições obtidas servirão de subsídio para aprimorar o monitoramento do mercado e orientar futuras decisões da autarquia federal. Acesse o edital e saiba mais detalhes! Inscritos para manifestação! Nas exposições, podem ser usados slides, gráficos e qualquer dado ou informação que auxilie o expositor, que terá 10 minutos de fala, seguindo a ordem da lista abaixo. 1º Renato Cabral Dias Dutra emdash; Secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2º Joana Duarte emdash; Especialista em Regulação na Superintendência-Geral de Defesa da Concorrência 3º Dr. Fernando Ubiratan emdash; Procurador Substituto junto ao Cade 4º Sérgio de Souza Araujo emdash; Presidente Executivo da Abicom 5º Cláudio Souza de Araújo emdash; Diretor Jurídico da BRASILCOM 6º Emerson Kapaz emdash; CEO do Instituto Combustível Legal 7º Evaristo Augusto Pinheiro Camelo emdash; Representante da RefinaBrasil 8º Gabriel Nogueira Dias emdash; Representante do SINDICOM 9º Enrico Severini Andriolo emdash; Gerente jurídico e tributário da diretoria executiva de downstream do IBP 10º Ricardo Franco Botelho emdash; Representante da Refinaria de Manaus S.A. 11º Luis Ernesto dos Santos Abib e João Marcelo De Lima Assafim emdash; Diretor Jurídico do SINBRACOM e Doutor em Direito Comercial pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) 12º Francisco Nelson Castro Neves emdash; Diretor Executivo da Associação Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (ANDC) 13º José Matheus Gomes Pessôa Andrade emdash; Representante do Sindicato dos Transportadores Revendedores Retalhistas (SindTRR) 14º Eliézer Francisco Buzatto emdash; Especialista em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) 15º Dr. Gustavo Pozatti Ueda emdash; Especialista em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) 16º Ricardo Padilha Saldanha emdash; Representante jurídico da Rede Sol 17º Priscilla Rolim de Almeida emdash; Consultora Nacional da União, AGU 18º João Grandino Rodas (com Miriam Viviane e Francisco) emdash; Desembargador federal aposentado, professor da USP e presidente/coordenador de pós-graduação stricto sensu do CEDES 19º Eduardo Molan Gaban emdash; Representante do IBCI (Instituto Brasileiro de Concorrência e Inovação) 20º Cassio Pereira emdash; Representante da RodOil 21º Rodrigo Zingales Oller do Nascimento emdash; Diretor Executivo da AbriLivre 22º Rodrigo Oliveira Salgado emdash; Representante legal da FUP e da Associação dos Petroleiros Minoritários da Petrobras 23º Arthur Villamil Martins emdash; Representante da Fecombustíveis Audiência Pública: Problemas Concorrenciais do Setor de Combustíveis Líquidos Dia: 13/11/25 (quinta-feira) Hora: 14h Local: SEPN Quadra 515, Conjunto D, Lote 4, Edifício Carlos Taurisano, Brasília-DF Transmissão: YouTube

article

Petroleiros rejeitam proposta da Petrobras e entram em estágio pré-greve

A FUP (Federação Única dos Petroleiros) aprovou estado de greve e assembleia permanente ao rejeitar, pelo que definiu como eldquo;ampla maioriaerdquo;, a contraproposta da Petrobras e subsidiárias (Transpetro, PBio, Ansa, Termobahia e TBG) para o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) deste ano. O sistema Petrobras já teria sido oficialmente comunicado. Uma nova reunião entre as partes vai acontecer nesta terça-feira (11). Então, a FUP espera que a Petrobras apresente respostas sobre o PDV (Plano de Desligamento Voluntário) e o que chama de eldquo;mudanças unilateraiserdquo; nas jornadas de trabalho de médicos e dentistas, o que violaria o processo de negociação coletiva. O estado de greve é uma figura constitucional para definir o momento que antecede uma greve. Na prática, ao aprovar essa condição, uma categoria alerta ao governo ou empresa estatal que vai iniciar os preparativos para deflagrar uma greve a qualquer momento, sem a necessidade de novas votações. Segundo a FUP, essa decisão foi consolidada em assembleias concluídas na sexta-feira (7) pelos 14 sindicatos que a compõem. eldquo;O resultado demonstra a insatisfação generalizada com a postura da empresa e reforça a disposição dos trabalhadores em não aceitar retrocessos nos direitos da categoria e redução de custos promovida pela empresa em detrimento dos petroleiroserdquo;, escreve a FUP em nota. Segundo fontes a par das negociações, a contraproposta da Petrobras oferece apenas a reposição da inflação sem ganho real de salário; não apresenta proposta financeira para acabar com os déficits do fundo de pensão Petros, que implicam em descontos no rendimento de aposentados; e não avança na negociação de um novo plano de cargos. Demandas Os petroleiros têm demandas em três eixos: 1° endash; Solução definitiva para os PEDs (Planos de Equacionamento de Déficit) da Petros, que descontam os rendimentos de aposentados e pensionistas. Esse eixo, dizem fontes da categoria, é considerado o pilar para um acordo. Os petroleiros pedem que a Petrobras aporte os valores necessários para garantir um acordo judicial que viabilize a proposta de um novo plano de previdência equivalente ao atual, mas livre dos descontos dos PEDs, que chegam a consumir um terço dos benefícios de aposentados e pensionistas. 2° endash; Distribuição eldquo;justaerdquo; da riqueza gerada pela categoria, com garantia de condições dignas de trabalho, saúde e segurança, sem ajuste fiscal sobre salários e carreiras. 3° endash; Fim das privatizações, que a FUP define como eldquo;defesa da pauta pelo Brasil soberano, contra privatizações e novo modelo de negócios da Petrobraserdquo;. Em paralelo, a FUP destaca demandas pela recomposição do efetivo e convocação dos cadastros de reserva de concursos, que seriam eldquo;temas urgenteserdquo; da categoria.

article

Como o governo Lula e a Refit vivem uma guerra jurídica que tem como pano de fundo o PCC

Na última semana, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi o campo de batalha de mais um capítulo da disputa jurídica travada entre o governo Lula e a Refit (nome fantasia da Refinaria de Manguinhos). A empresa tentou, sem sucesso, afastar dois diretores da agência da investigação que detectou irregularidades nas instalações da companhia, no Rio de Janeiro, e paralisou as suas atividades. Após ser interrompido por quatro horas, o julgamento acabou suspenso às 21h por um pedido de vistas (mais tempo para análise). A empresa, no entanto, não obteve os votos necessários para levar adiante a empreitada. É o mais recente embate desde que a Operação Carbono Oculto, deflagrada em São Paulo no fim de agosto, revelou que o combustível da Refit estaria abastecendo postos de gasolina controlados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Desde então, a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional subiram o tom nas críticas contra a empresa, classificando Manguinhos como eldquo;sonegador contumazerdquo; e afirmando que a companhia não vem recolhendo tributos como deveria. Procurada, a Refit negou sonegar impostos e rejeitou ter ligação com o crime organizado. eldquo;A Refit não foi alvo da operação Carbono Oculto e repudia de forma categórica qualquer tentativa de associar a empresa ao PCC ou a qualquer outra organização criminosaerdquo;, afirmou a empresa, em nota (veja a íntegra abaixo). Em suas falas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elegeu o caso da Refinaria de Manguinhos como emblemático no combate ao crime organizado. Ele fez críticas e apelos ao governador do Rio, Cláudio Castro, após o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RJ) conceder liminar para desinterditar a empresa emdash; depois anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O governo Lula tenta montar uma resposta à demanda dos eleitores contra facções criminosas. A segurança pública é a área mais criticada da gestão atual de Lula. Como a Refit entrou na mira das autoridades A investigação feita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e Receita Federal na Operação Carbono Oculto afirma que a Refit ocupou o espaço que era da Copape, fechada um ano antes pelas autoridades, no fornecimento de combustível aos postos do PCC. O indício apontado pelos investigadores é que, no mesmo período em que a Copape foi retirada do mercado, a Refit passou a importar e vender quase a mesma quantidade de combustível que a empresa fechada. Entre o primeiro e o segundo semestres de 2024, Manguinhos aumentou o volume de combustível importado de R$ 2,98 bilhões para R$ 5,6 bilhões, uma diferença de R$ 2,62 bilhões. O valor é praticamente o mesmo que a Copape, já fechada, deixou de importar (R$ 2,55 bilhões). O combustível adicional comprado pela Refit foi distribuído principalmente pela Rodopetro, empresa de Duque de Caxias (RJ) que passou a vender volumes expressivos a compradores que até então não haviam adquirido uma gota de combustível dela. Um exemplo é a Orizona Combustíveis, que, em um intervalo de seis meses após o fechamento da Copape, saiu de zero em compras da Rodopetro para R$ 3,10 bilhões. Os investigadores descobriram que a sede da Orizona fica no mesmo endereço que outras empresas ligadas aos donos da Copape emdash; Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco, e Mohamad Mourad, que estão foragidos. Há outras empresas identificadas no processo exatamente na mesma situação, ou seja, passaram a comprar combustível da Rodopetro, vindo da Refit, e funcionam em endereços ligados à dupla. Isso comprovaria, segundo a investigação, a relação entre o grupo Refit e a Copape. Desde que esses achados foram revelados na Operação Carbono Oculto, autoridades tentam na Justiça, na ANP e também na Receita Federal enquadrar a Refit, uma empresa acusada de sistematicamente deixar de pagar impostos e, agora, de se associar ao crime organizado. Em setembro, em uma batida contra a refinaria derivada da operação policial, a Receita Federal desvelou mais problemas na Refit. Na Operação Cadeia de Carbono, quatro navios que traziam carga do exterior para Manguinhos acabaram apreendidos porque, segundo o Fisco, tentavam enganar os controles aduaneiros na importação de gasolina para pagar menos ou nenhum imposto. A empresa dizia comprar matéria-prima, mas um laudo feito pela ANP verificou que se tratava de gasolina pronta. Isso fez o caldo entornar contra a empresa, que passou a ser tratada nos processos judiciais como eldquo;sonegadora contumazerdquo;, como mostrou o Estadão. Em nota, a Refit afirma que eldquo;não pratica sonegação fiscal, ao contrário, emite regularmente suas notas fiscais e questiona, por meios legais e transparentes, a cobrança de supostos débitos tributárioserdquo;. A Receita Federal alega que, além de fraudar documentos, a Refit e as importadoras que trabalham exclusivamente para ela tentaram ocultar os verdadeiros donos da carga, o que é crime. Caso perca o processo na Receita, a Refit pode ficar sem a carga, avaliada em cerca de R$ 500 milhões. Três navios ainda estão atracados no Rio e um no Porto de Santos. Nesta semana, a carga começa a ser desembarcada para armazenamento pela Petrobras e outras empresas, que servirão como depositárias até que a Receita conclua a auditoria. A ANP, por sua vez, verificou problemas na tancagem e no controle de vazão em Manguinhos e, o mais relevante para o futuro da companhia, concluiu que a Refit não estava refinando combustível, o que pode levá-la a perder benefícios tributários e até a licença para operar. As irregularidades levaram a agência a interditar a companhia emdash; decisão que foi parcialmente revertida. Os equipamentos usados no refino seguem fechados até a palavra final da diretoria da ANP. Em nota, a Refit afirma que eldquo;já comprovou por meio de dois laudos científicos que não há qualquer irregularidade na documentação das importações, não havendo, portanto, justificativa para a interdição da carga pela Receita Federalerdquo;. O julgamento da ANP suspenso Na quinta-feira, 6, a ANP analisou o pedido da Refit para impedir dois dos cinco diretores da agência de julgar o caso da interdição da refinaria, sob o argumento de suspeição. Manguinhos afirma que os diretores Pietro Mendes e Symone Araújo devem ser impedidos de analisar o processo porque a inspeção na refinaria foi realizada sem que os demais integrantes do colegiado tivessem sido avisados. Contra Mendes, a Refit acrescenta que ele era presidente do Conselho da Petrobras e, por isso, desejaria prejudicar Manguinhos em favor da concorrente. Em voto incisivo, o diretor-geral da ANP e relator do processo, Artur Watt, rejeitou o pedido da Refit, avaliando que as alegações são infundadas e tem como objetivo atrapalhar o trabalho da agência. Com o pedido de vistas dos diretores Fernando Moura e Daniel Maia, o julgamento rachou a ANP, foi suspenso e não tem prazo para voltar. Watt, Araújo e Mendes, no entanto, anteciparam seus votos, abrindo maioria contra a tentativa da Refit. Por que o modelo de negócios da Refit está em jogo? A classificação como refinaria é importante para a Refit ter acesso ao benefício de importar matéria-prima petroquímica pagando menos imposto. A gasolina pronta tem taxação mais alta e, quando ela é importada, o imposto deve ser recolhido assim que a mercadoria entra no País. Já no caso da matéria-prima, a refinaria recolhe menos imposto e só paga quando vende o produto manufaturado. Quando ela diz que compra matéria-prima mas, na verdade, adquire e vende gasolina pronta, a Refit produz um diferencial que, segundo as autoridades, permite que ela venda mais barato do que os concorrentes, criando uma competição desleal, além de sonegar impostos. Desde a apreensão dos navios com carga importada, a Refit processou apenas o que estava em seus estoques. Seus concorrentes dizem, nos bastidores, ter percebido que o preço do combustível vendido por ela já foi reajustado. Mas ainda não se sabe como a Refit voltará a atuar caso não consiga a autorização da ANP para seguir como refinaria (e ter acesso aos benefícios tributários na importação). O vaivém na Justiça Há 12 anos a Refit está em recuperação judicial, instrumento jurídico que afasta a sanção de credores e evita a falência. Quando a Receita e a ANP fecharam o cerco contra a companhia, Manguinhos recorreu à vara empresarial do Rio alegando que a apreensão da carga e a interdição prejudicam o pagamento da dívida parcelada. O juiz, porém, se declarou incompetente, e o caso subiu para o Tribunal de Justiça do Rio, onde a empresa conseguiu um parecer a seu favor do governo do Estado do Rio. Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassou a liminar após recurso da Fazenda Nacional que, entre outros argumentos, alegou prejuízo aos cofres do mesmo Estado do Rio que defendeu a companhia. As autoridades federais informaram a Justiça que a dívida em impostos de Manguinhos já alcança praticamente todo o seu patrimônio e que se trata de uma empresa eldquo;insolventeerdquo;. O que diz a Refit Leia o posicionamento enviado pela Refit à reportagem: A Refit reforça que a interdição da refinaria foi conduzida de forma clandestina e se baseou em uma sucessão de contradições e inconsistências por parte da ANP. Em diferentes ocasiões, a agência declarou que a Refit eldquo;não refinaerdquo;, e ao mesmo tempo disse que a empresa teria refinado eldquo;acima da capacidade autorizadaerdquo;. A ANP também oscilou entre classificar o produto da Refit como nafta e em seguida afirmar que o produto se tratava de gasolina automotiva. A Refit já comprovou por meio de dois laudos científicos que não há qualquer irregularidade na documentação das importações, não havendo, portanto, justificativa para a interdição da carga pela Receita Federal, que recentemente afirmou não ter clareza sobre o que exatamente está nos navios: nafta, diesel, gasolina ou outros produtos. Pareceres elaborados pela certificadora AmSpec e pelo químico Ilidio Lazarieviez Antônio (cadastrado para prestar serviços para a própria Receita) confirmam que as cargas apreendidas não apresentam especificações de gasolina automotiva, afastando, assim, qualquer hipótese de fraude. A Companhia reitera que não pratica sonegação fiscal, ao contrário, emite regularmente suas notas fiscais e questiona, por meios legais e transparentes, a cobrança de supostos débitos tributários, como fazem várias outras empresas de diversos setores, inclusive a Petrobras. Trata-se, portanto, de uma divergência jurídica legítima, que está sendo discutida em instâncias competentes, sem qualquer conduta irregular por parte da companhia. Importante ressaltar que a Refit não foi alvo da operação Carbono Oculto e repudia de forma categórica qualquer tentativa de associar a empresa ao PCC ou a qualquer outra organização criminosa. A Refit possui um histórico consistente de denúncias às autoridades e à imprensa de postos ligados ao crime organizado e que praticam adulteração de combustíveis -- postura que reforça um compromisso com a legalidade e a livre concorrência no setor. Foram as denúncias da Refit, inclusive, que levaram ao fechamento da Copape, formuladora de combustível ligada ao PCC. Todos os questionamentos da ANP que levaram à interdição da empresa já foram sanados, sendo que a própria agência reconheceu nos pareceres equívocos em suas interpretações iniciais. A Refit já fez quatro solicitações de reunião com a ANP para esclarecer o processo da torre de destilação, etapa essencial para a retomada das operações de refino. Os pedidos da empresa porém não foram atendidos. Essa atitude, somadas ao vazamento de informações sigilosas do processo e à consulta prévia feita à Petrobras emdash; concorrente direta da Refit emdash; sobre a possibilidade de assumir seu mercado antes mesmo da interdição, evidenciam uma conduta irregular e um claro conflito de interesse dentro da agência, que age com viés político, causando um prejuízo diário de cerca R$ 5 milhoes à empresa e colocando em risco o emprego de 4 mil trabalhadores diretos e indiretos.

article

Na COP30, governadores da Amazônia defendem gás, petróleo e projetos que impactam comunidades

No primeiro dia da COP30, a conferência do clima da ONU, governadores da Amazônia Legal defenderam projetos de infraestrutura emdash;e empreendimentos já consolidadosemdash; com impactos ambientais diretos no bioma e em comunidades tradicionais em diferentes pontos da região. A posição dos governadores amazônicos foi expressa na tarde desta segunda-feira (10), no pavilhão ocupado pelo Consórcio Interestadual Amazônia Legal na zona azul da COP30, o principal espaço das negociações sobre o clima. Participaram de um primeiro evento do consórcio na COP30 emdash;e todos eles discursaramemdash; os governadores de Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), participa da COP30, mas não esteve no evento. Já o de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), não compareceu à conferência. Ao fim da fala durante o evento no pavilhão, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), projetou um vídeo que trata como soluções para a floresta o projeto de exploração de potássio no estado, na região de Autazes, e o empreendimento de exploração de gás natural na região de Silves e Itapiranga, a cargo da Eneva, uma das principais donas de termelétricas do Brasil. O projeto de potássio, tocado pela empresa Potássio do Brasil emdash;pertencente à empresa canadense Forbes eamp; Manhattan e a outros investidores internacionais e brasileirosemdash;, dividiu os indígenas muras da região e tentou emplacar minas em áreas tradicionais, ocupadas pelos indígenas há mais de cem anos. Também houve uma ampliação dos conflitos com fazendeiros na região. A extração de potássio ainda não começou, mas o projeto obteve as licenças do governo do Amazonas, por meio do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), e tenta captar recursos. A exploração de combustível fóssil na região de Silves e Itapiranga, por sua vez, impacta comunidades tradicionais, com previsão de novas termelétricas e expansão da extração do gás natural, um combustível fóssil. O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), defendeu o projeto de potássio no Amazonas. O potássio é base para fertilizantes usados em larga escala na agricultura, e deve ter o Mato Grosso como principal destino. Mendes defendeu ainda a Ferrogrão, uma ferrovia que, se sair do papel, terá 933 km entre Sinop (MT) e Itaituba (PA). A Ferrogrão impacta terras indígenas, comunidades de pescadores e pequenas chácaras na região de Itaituba. É defendida por grandes corporações internacionais do agronegócio, que operam terminais na região, e foi encampada pelo governo Lula (PT). "Não podemos sair daqui apenas com algumas migalhas", disse Mendes. "Quanto custa ficar 15 anos com uma mina de potássio no Amazonas para receber a licença ambiental? Quanto custa não ter uma Ferrogrão e ficar fazendo o transporte [de grãos] com milhares de carretas?", questionou o governador. "Aí vem o senhor [Emmanuel] Macron [presidente da França] e ONGs dizerem que [a ferrovia] é atentar contra o planeta", completou Mendes. Já o governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), defendeu o projeto de exploração de petróleo na costa amazônica. Lula e a Petrobras pressionaram o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a concessão da licença para a prospecção de óleo no bloco 59, a 160 km da costa. Na COP28, ficou acertada a redução do uso de combustíveis fósseis, uma pauta que Lula abordou em seus discursos na COP30, apesar da pressão por mais petróleo na costa brasileira. "De um lado está a amazônia preservada, e do outro, o povo que precisa de desenvolvimento digno, emprego, infraestrutura", afirmou o governador do Amapá. "Há extremos que romantizam a amazônia. Não queremos ser intocáveis, santuários." No discurso, Clécio não defendeu diretamente a exploração de petróleo na costa de Oiapoque (AP). À Folha, porém, defendeu o projeto da Petrobras. "Não é um contrassenso [em relação ao que propõe a COP]. A gente precisa de empregos, e essa não é nossa única aposta, existe um trabalho de organizar cadeias produtivas locais." Anfitrião da COP30, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), disse compartilhar da mesma "indignação" do governador de Mato Grosso, mas não fez uma defesa direta dos projetos que impactam a amazônia e comunidades tradicionais. Barbalho apresentou no espaço do Consórcio da Amazônia Legal um programa chamado Vale Bioamazônico, com foco em bioeconomia. De acordo com o governo do Pará, o objetivo é estimular o incentivo à pesquisa, tecnologia e inovação, de forma a agregar valor à floresta em pé. O governo estadual diz que a inspiração é o Vale do Silício, área de empresas de alta tecnologia nos Estados Unidos.

article

ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 16 unidades da Federação (3 a 7/11/25)

Entre os dias 3 e 7/11, a ANP fiscalizou o mercado de abastecimento em 16 unidades da Federação. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis e lubrificantes. O destaque no período foi a participação da ANP na Operação Pressão Máxima, no Rio de Janeiro, em conjunto com órgãos estaduais, com foco na verificação da segurança dos abastecimentos de veículos com GNV e da conformidade dos cilindros desse produto utilizados nos automóveis. Confira a tabela completa de todos os agentes econômicos fiscalizados no período. Agentes econômicos fiscalizados em operações que ainda estão em andamento não foram incluídos na planilha, de forma a preservar o sigilo das ações. Nesses casos, a planilha será atualizada com a inclusão dos dados após o término da respectiva operação. Veja abaixo mais informações sobre as principais ações realizadas nas unidades federativas do país: Rio de Janeiro No estado, foram fiscalizados 19 postos de combustíveis e sete revendas de GLP, nas cidades do Rio de Janeiro, Araruama, Niterói, Cabo Frio e Duque de Caxias (nesta última, em parceria com Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais - SUPCCA e Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Rio de Janeiro - IPEM-RJ). Na capital fluminense, a ANP participou da Operação Pressão Máxima, em conjunto com a Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor (SEDCON), o IPEM-RJ, o Procon Estadual, o Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ) e o Comando de Polícia Ambiental (CPAM/PMERJ). O foco foi a verificação da segurança dos abastecimentos de veículos com GNV e da conformidade dos cilindros desse produto utilizados nos automóveis. No total, foram lavrados quatro autos de infração e dois de interdição, e coletadas 10 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Amapá Foram fiscalizados dois postos de combustíveis em Macapá, sem registro de irregularidades. Amazonas A ANP participou de força-tarefa com o Ibama, a Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz-AM), a Marinha, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), o Ministério Público Federal, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), a Delegacia Fluvial e as Polícias Militar e Civil, nas cidades de Manaus e Manacapuru. Foram fiscalizados quatro postos flutuantes de combustíveis, um ponto de abastecimento e um agente não regulado, com a lavratura de três autos de infração e dois de interdição, e a apreensão 7.400 litros de diesel marítimo. Duas amostras de combustíveis foram coletadas para análise em laboratório. Ceará Doze postos de combustíveis e quatro revendas de GLP foram fiscalizados nos municípios de Fortaleza, Aquiraz, Eusébio, Itaitinga, Maranguape, Guaiuba e Maracanaú (em parceria com a Polícia Civil em uma das ações). Foram lavrados nove autos de infração e quatro de interdição. Distrito Federal Em Brasília, foi realizada operação conjunta com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) com o uso do espectrofotômetro, modelo FTIR. Não foram encontradas irregularidades. Cinco amostras de combustíveis foram coletadas para análise em laboratório. Goiás Foram fiscalizados 10 postos de combustíveis, um terminal de combustíveis e quatro distribuidoras de combustíveis, em Goiânia, Senador Canedo, Anápolis, Rio Verde e Aparecida de Goiânia, com a lavratura de um auto de infração e um de interdição, que resultaram na apreensão de 1.218 litros de etanol. Foram coletadas 24 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Mato Grosso Foram realizadas operações em Sorriso e Várzea Grande (em parceria com o Procon Municipal), em cinco postos de combustíveis, sem registro de irregularidades. Uma amostra de combustível foi coletada para análise em laboratório. Minas Gerais As ações aconteceram em 44 postos de combustíveis, um transportador-revendedor-retalhista (TRR) e uma usina de etanol, nos municípios de Vazante, Presidente Olegário, Itaúna, Pedra do Indaiá, Ituiutaba, Mutum, Aimorés, Formiga, Córrego Fundo, Pains, Galileia, Frei Inocêncio, Itapecerica, Oliveira, Governador Valadares, Alpercata, Santa Vitória, Cachoeira Dourada, Ipiaçu e Capinópolis. Foram lavrados nove autos de infração e um de interdição, e coletadas 27 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Pará Um posto de combustíveis e três agentes não regulados foram fiscalizados em Belém, Santarém e Marabá, nesta última cidade em ação conjunta com a Força Nacional e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), finalizando mais uma etapa da operação de desintrusão na terra indígena Kayapó. A ação resultou na interdição de posto revendedor de combustível de aviação clandestino e na apreensão de 5000 litros de querosene de aviação. Foram coletadas duas amostras de combustíveis para análise em laboratório. Paraíba Houve vistoria em 11 postos de combustíveis em João Pessoa, Marcação, Rio Tinto, Santa Rita e Bayeux. Foram lavrados quatro autos de infração e coletadas quatro amostras de combustíveis para análise em laboratório. Paraná As ações aconteceram em Curitiba, Pinhais e Paranaguá. Foram vistoriados dois postos de combustíveis e dois terminais de combustíveis, com a lavratura de dois autos de infração. Três amostras de combustíveis foram coletadas para análise em laboratório. Pernambuco Foram fiscalizados 13 postos de combustíveis e três revendas de GLP, em Recife, Paulista, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, com a lavratura de oito autos de infração e um de interdição. Os fiscais atuaram em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas (IPEM-PE) em uma ação em Recife e uma ação em Paulista. Foram coletadas oito amostras de combustíveis para análise em laboratório. Rio Grande do Sul Um posto de combustíveis e uma revenda de GLP foram fiscalizadas nos municípios de Cachoeirinha e Canoas. Não foram encontradas irregularidades. Roraima Em parceria com a Polícia Federal, os fiscais estiveram em seis postos de combustíveis e uma revenda de GLP, nas cidades de Boa Vista, Pacaraima e Caracaraí. Foram lavrados cinco autos de infração e dois de interdição. Santa Catarina As ações aconteceram em 13 postos de combustíveis, quatro pontos de abastecimento, uma base do ramo de transportadores-revendedores-retalhistas (TRR) e um agente não regulado que comercializava metanol sem autorização da ANP, em Florianópolis, Criciúma, Tubarão, São José, Itapoá, Camboriú, Joinville, Palhoça, Porto Belo e Canelinha. Foram lavrados nove autos de infração e um de interdição, e apreendidos 15 mil litros de metanol. São Paulo Houve vistoria em 37 postos de combustíveis e um produtor de lubrificante acabado. Foram coletadas 19 amostras de combustíveis para análise em laboratório, lavrados 11 autos de infração e quatro de interdição, sendo lavrada a primeira interdição total no estado de São Paulo por uso de metanol na gasolina, identificado in loco com o uso do equipamento espectrofotômetro, modelo FTIR. As ações aconteceram na capital e nos municípios de São José dos Campos, Mogi das Cruzes, Taubaté, Aparecida, Guarulhos, Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André, Taubaté, Guaratinguetá (em ação conjunta com a Polícia Civil), Queluz, Praia Grande, São Vicente, Santos e Jacareí, nessa última em força-tarefa com o Procon Municipal, o Instituto de Pesos e Medidas (IPEM) e a Polícia Civil. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, além de penas de suspensão e revogação de sua autorização. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Já a interdição é uma medida cautelar, aplicada para proteger o consumidor, evitando a comercialização de combustíveis fora das especificações, fornecimento de combustível em quantidade diferente da marcada na bomba, entre outras irregularidades. Caso o posto comprove à ANP que o problema foi sanado, a Agência realiza a desinterdição, sem prejuízo do processo administrativo e possíveis penalidades. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita) ou do FalaBR, plataforma integrada de ouvidoria e acesso à informação da Controladoria-Geral da União (CGU).

article

Petrobras fecha acordo com Amazônica Energy para GNL em pequena escala no Norte

A Petrobras e a Amazônica Energy fecharam um contrato de venda de gás natural proveniente do Polo Urucu para comercialização de gás natural liquefeito (GNL) em pequena escala no estado do Amazonas. A petroleira deve começar o fornecimento em fevereiro de 2028, com um volume inicial contratado de 100 mil m³/dia e vigência de dez anos. Há possibilidade de ampliação conforme a evolução do projeto. A Amazônica Energy prevê investimentos em unidades de liquefação, transporte e regaseificação de GNL, além da ampliação do ponto de entrega de transporte. Não estão previstos aportes da Petrobras no desenvolvimento do projeto. Segundo a petroleira, o objetivo da iniciativa é levar gás natural a localidades da região Norte com restrições logísticas de acesso ao insumo e criar soluções de distribuição voltadas à ampliação da oferta deste combustível em áreas remotas da Amazônia brasileira. eldquo;Este contrato amplia o acesso ao gás natural na região Norte, com novas modalidades de entrega e soluções inovadoras que buscam fomentar a economia local, gerando benefícios na região e para o mercado de gás do paíserdquo;, disse o gerente executivo de Gás e Energia da Petrobras, Álvaro Tupiassu, em nota. Já o CEO da Amazônica Energy, Marcelo Araújo, disse que a iniciativa vai aumentar a atração de investimentos e fortalecer a economia regional. eldquo;A implantação do Terminal de GNL permitirá o fornecimento de gás natural liquefeito para indústrias, usinas termelétricas, GNV em frotas veiculares e polos logísticos distribuídos ao longo dos eixos rodoviários e fluviaiserdquo;, afirmou Araújo. O Polo de Urucu é o terceiro maior produtor de gás natural do Brasil, com uma produção média de 5,1 milhões de metros cúbicos por dia. O empreendimento abastece 65% da geração de energia elétrica de Manaus e de outros cinco municípios do Amazonas.

Como posso te ajudar?