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Etanol é opção de moeda de troca em negociação com os EUA, avaliam empresários em evento

O etanol poderia ser usado como eldquo;barganhaerdquo; em uma eventual negociação com os Estados Unidos, segundo avaliação de empresários ouvidos pelo Estadão/Broadcast, durante reunião do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) promovida nesta sexta-feira, 18, na sede da organização, na avenida Faria Lima, em São Paulo. Com isso, o Brasil poderia oferecer alguma concessão nesse setor em troca de redução das tarifas impostas pelos americanos a produtos brasileiros. Com o avanço da produção nacional, especialmente a partir do milho, participantes do encontro argumentaram que o atual nível tarifário aplicado pelos EUA ao etanol brasileiro poderia ser revisto. Empresários destacaram que a produção de etanol de milho tem crescido de forma expressiva no Brasil, gerando outros produtos relevantes, como o grão seco por destilação (DDG), utilizado na alimentação animal. Um dos presentes afirmou que talvez seja o momento de discutir uma equalização nas tarifas aplicadas ao produto, como parte de uma agenda propositiva de concessões bilaterais. Outros participantes da reunião chamaram atenção para a postura dos Estados Unidos, onde cerca de 38% da produção de milho é destinada à fabricação de etanol. Parte dos presentes sugeriu que, caso os EUA decidam ampliar de 10% para 15% a mistura obrigatória de etanol à gasolina em todo o território, haveria um ganho de consumo de até 27 bilhões de litros, o que poderia abrir oportunidades de cooperação com o Brasil. Ainda assim, foi ponderado que o etanol brasileiro, mesmo com eliminação tarifária, permaneceria fora do mercado norte-americano em razão do preço. Diante desse cenário, a avaliação entre os interlocutores foi de que o etanol poderia integrar o pacote de negociação com os Estados Unidos. Em caso de concessão por parte do Brasil, setores eventualmente prejudicados pela abertura comercial deveriam ser compensados internamente, com apoio de políticas públicas ou mecanismos de ajuste de mercado. Só elsquo;sensação de vitóriaersquo; recuaria Trump Na avaliação de empresários ouvidos pelo Estadão/Broadcast durante reunião do Lide, Trump só recuará na política tarifária contra o Brasil se obtiver uma eldquo;sensação de vitóriaerdquo;, e emdash; no entender dos entrevistados emdash; é isso que o Brasil precisa entregar do ponto de vista psicológico. Um dos participantes, enfatizando que Trump não vai eldquo;ceder de graçaerdquo;, defendeu que o governo aja de um ponto de vista pragmático, técnico e eldquo;até do ponto de vista psicológicoerdquo;. Os empresários mencionaram ainda que as empresas americanas têm demonstrado estar de eldquo;portas abertaserdquo; para uma eventual negociação, mas que o presidente Trump eldquo;as fechaerdquo;. A tarifa de 50% imposta pelo governo Trump a produtos importados brasileiros a partir de 1º de agosto foi vista pelos empresários como uma reação à postura do Brics de avaliar o uso de outra moeda como referência internacional, e não mais ao dólar. Outro participante observou que a questão da eldquo;moedaerdquo; do Brics, citada por Lula (na verdade, a facilitação do comércio entre os integrantes do bloco, que manteriam suas moedas próprias) foi um ponto que aumentou a hostilidade de Trump em relação ao Brasil. Na reunião do Lide, empresários levantaram ainda a possibilidade de que o governo americano não escute o Brasil em termos de negociação tarifária, mas destacam que a mobilização tem de vir do governo central brasileiro, e não de Estados ou municípios. Os riscos de uma eventual retaliação Participantes da reunião do Lide associam uma eventual retaliação, em vez de negociação, ao risco de eldquo;explodir a cadeia produtivaerdquo; do Brasil. Segundo outro participante, se houver retaliação por parte do Brasil, eldquo;a cadeia produtiva interna explodeerdquo;, pois há possibilidade de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevar ainda mais o nível de tarifas. Outros empresários afirmam que a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 dos Estados Unidos emdash; que autoriza o presidente americano a tomar todas as medidas apropriadas, incluindo retaliação tarifária e não tarifária, para obter a remoção de qualquer ato, política ou prática de um governo emdash; abre margem para negociação, por meio também de uma eldquo;agenda positivaerdquo;. Segundo empresários, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, é visto como a melhor representação do governo brasileiro para fomentar um diálogo com os Estados Unidos. Qual é o impacto da operação contra Bolsonaro Na avaliação dos empresários ouvidos pelo Estadão/Broadcast, a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, deflagrada nesta manhã, adicionou tensão ao ambiente político e pode comprometer a busca por soluções técnicas para a crise comercial com os Estados Unidos. Um dos participantes também avaliou que o atual embate tarifário pode ganhar contornos de mobilização popular e até reconfigurar discursos políticos no Brasil.

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Petrobahia celebra aumento na venda de diesel marítimo e mira aumento de atuação no Norte do Brasil

A Petrobahia registrou no último ano um aumento de 16% na venda de diesel marítimo. Esse dado reflete a expansão da empresa, da demanda que cresce a cada dia e o aumento na distribuição do combustível no setor. Como resultado, a companhia segue posicionada como a terceira maior distribuidora de diesel marítimo no Nordeste. Para a assessora comercial marítima da Petrobahia, Ariana Alencar, esse aumento pode ser atribuído a diversos fatores. Um dos principais foi a conclusão da tancagem no Porto de Itaqui, que melhorou a logística e facilitou o fornecimento de combustíveis para o Norte e Nordeste do Brasil. eldquo;Além desse fator, ressalto o crescimento da demanda por transporte marítimo, melhorias nas operações portuárias, como as dragagens, e o aumento das atividades offshore de apoioerdquo;. Juntamente com esses fatores, a eficiência logística foi outro aspecto decisivo para o destacamento da empresa no mercado, permitindo que o diesel marítimo da Petrobahia chegasse em até 10 estados do Brasil só no último ano. eldquo;São alguns dos nossos clientes empresas do setor de transporte aquaviário, como navios mercantes, pesqueiros e embarcações de apoio offshore, juntamente com os operadores de terminais portuários e empresas de logística, que dependem do transporte por via marítima. Todos esses players quando buscam uma distribuidora procuram a união entre qualidade e preço justo, e isso nós temoserdquo;, finaliza. Para 2025, a Petrobahia estima que o cenário de crescimento permanecerá, principalmente por conta da demanda, impulsionada pela expansão econômica no setor, na Bahia, Nordeste e em muitas partes do Brasil. No momento, a empresa aguarda com boas expectativas a conclusão das obras de dragagem do Porto de Ilhéus e o avanço das obras da Ponte Salvador endash; Itaparica, que devem contribuir para esse crescimento nos próximos anos. Como estratégia de mercado, a Petrobahia tem buscado aumentar suas operações no Norte do Brasil, com o objetivo de alcançar uma posição de destaque, como o Top 10 nacional em movimentações de combustíveis marítimos. eldquo;Como a nossa cultura de segurança e a preocupação com o meio ambiente são pilares fundamentais da nossa empresa, sabemos da nossa capacidade de atender todas as demandas da região com celeridade, capacidade e segurança. Hoje no mercado, oferecemos combustíveis com menor impacto ambiental, atendendo todas as diretrizes da Organização Marítima Internacional (IMO). Com toda a certezaerdquo;, finaliza Ariana.

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Haddad diz que devedor contumaz é criminoso e deve 'parar no xilindró' com aprovação de lei

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera o termo eldquo;devedor contumazerdquo; suave para nomear o contribuinte que, de maneira reiterada e intencional, deixa de pagar impostos e vai criando novas figuras jurídicas, uma atrás da outra, para fugir do fisco. Para o chefe da equipe econômica, a conduta é criminosa, provoca prejuízo direto aos concorrentes e deve ser punida. eldquo;A gente está chamando de devedor contumaz, mas é um eufemismo para falar de um criminoso. Tanto é que você vai ver, quando essa lei for aprovada, quem vai para o xilindró é criminoso. A gente fica dando nome bonito para coisa feia. Vai ter impacto arrecadatório? Espero que sim. Mas não é essa a motivação da leierdquo;, disse o ministro em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, concedida na última quarta-feira, 16. A Fazenda fez uma proposta formal para punir o devedor contumaz em 2019. Sem ver avanços, a atual equipe econômica fez nova proposta, em março de 2024, com um capítulo que prevê a criação de vantagens aos bons contribuintes. Ainda assim, o projeto do devedor contumaz enfrenta percalços no Congresso. eldquo;Nós queremos aprovar porque não é possível que um empresário de boa fé, que está recolhendo seus impostos, sofra a concorrência de um bandido que está roubando combustível, que está abrindo 180 CNPJs para não pagar imposto. Fica difícil a vida assimerdquo;, disse Haddad. O texto de autoria do governo mira empresas que agem de má-fé e têm na inadimplência uma estratégia de negócio. O projeto estabelece quatro condições para a inclusão na eldquo;lista sujaerdquo;, entre elas ter dívida superior a R$ 15 milhões endash; montante que deverá ser maior que o patrimônio da companhia - de longa duração (há mais de um ano) e cujos sócios tenham vinculação com outro CNPJ, ativo ou extinto, com dívida tributária semelhante. No ano passado, sob relatoria de Danilo Forte (União-CE), a Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara chegou a apresentar um parecer, mas nunca houve votação. Nos bastidores, entidades que representam o setor privado passaram a defender a tramitação de um projeto de autoria do ex-senador Jean Paul Prates (PT-RN) e que estava parado na Comissão de Constituição e Justiça, sob relatoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Ou ainda um texto anterior, de autoria do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que estava em estágio mais avançado. Ele trata do código brasileiro do contribuinte, pensado para ser um marco de defesa do pagador de impostos. Sob relatoria do senador Efraim Filho (União-PB), o texto incorporou a figura do devedor contumaz, mas às vésperas do Natal, a pedido do governo, foi retirado de pauta. Desde então, os senadores Veneziano e Efraim debatem um texto único para colocar em votação. Haddad disse que, em sua última conversa com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tratou do projeto de lei e que o senador informou que Efraim apresentaria sua versão à Fazenda. Procurado, Efraim informou que o seu texto está pronto há mais de um mês e já foi validado pela Fazenda, aguardando apenas a inclusão na pauta de votação, o que é atribuição de Alcolumbre. Um dos setores mais afetados pela concorrência desleal é o dos postos de combustíveis, no qual empresários dizem perder espaço para grupos que não pagam impostos e que têm ligação com milícias e com o crime organizado. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Haddad disse que o governo não espera arrecadar com a iniciativa, mas preservar concorrentes. eldquo;Toda vez que você combate a sonegação, tem efeito arrecadatório. Você está combatendo o devedor contumaz, vai arrecadar. Agora, qual é a motivação de prender o devedor contumaz? É a concorrência. Tem setores econômicos sofrendo com a concorrência de criminosos. Criminososerdquo;, afirmou o ministro.

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Sem verbas, ANP fechará portas três dias por semana, diz superintendente

O superintendente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Luciano Lobo, informou ontem que a agência disse ontem aos funcionários que vai fechar as portas durante três dias por semana, para economizar recursos e tentar chegar até o fim do ano. "A ANP está passando pela pior crise dos últimos 20 anos. Sou concursado há 20 anos e nunca vi uma crise tão grave", disse Lobo ao abrir o terceiro dia do seminário Energia 360 Alagoas, promovido pela Origem Energia, em Maceió. "Ontem, a ANP comunicou que vai fechar as portas por três dias na semana para economizar recursos, para tentar chegar ao final do ano. Vai apagar as luzes", afirmou o servidor, pedindo ajuda às associações presentes ao evento para tentar reverter a situação. A crise na agência reguladora, que também vem sendo percebida em outras similares, é consequência de sucessivos cortes de orçamento. Diante da limitação de recursos, a ANP já cortou a fiscalização da qualidade de combustíveis e reduziu a pesquisa de preços nos postos de abastecimento, entre outras medidas.

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Petrobras avalia volta à distribuição de combustíveis

O conselho de administração da Petrobras deve avaliar se incluirá no Plano de Negócios 20262030 a volta da empresa ao setor de distribuição de combustíveis, conforme apurou o Estadão/Broadcast. O possível retorno da Petrobras ao mercado de varejo de combustíveis, no entanto, é visto como negativo tanto do ponto de vista de negócios quanto de governança. Na visão dos analistas, a estatal deve concentrar esforços em exploração e produção (Eeamp;P) de petróleo, como faz na Bacia de Santos. Além disso, concorrentes como Ultrapar (dona da rede de postos Ipiranga), Cosan (Shell) e até mesmo a Vibra (exBR Distribuidora) já têm presença relevante no setor endash; juntos, os três grupos detêm mais de 50% de participação no mercado de distribuição. Rodrigo Glatt, sócio da GTI Administração de Recursos, observa que, ainda que a estatal seja um nome eldquo;de pesoerdquo;, o desenvolvimento de novos postos seria menos rentável do que os já existentes. eldquo;É um business de capital intensivo e de retornos muito mais baixos do que os investimentos que ela tem em exploração de petróleo, que é onde ela devia focarerdquo;, diz Glatt. REPRESAMENTO. Segundo pessoas a par do assunto, a Petrobras estaria cogitando voltar ao setor por meio de um projeto greenfield endash; ou seja, começando do zero, como fez há décadas na criação da BR Distribuidora. A intenção não seria o controle de preços, mas garantir que não haverá represamento de cortes no valor dos derivados nas refinarias da empresa ao consumidor final. Apesar de a estatal ter reduzido o preço da gasolina em 5,6% no início de junho, os postos praticamente não repassaram a queda, o que trouxe descontentamento ao governo Lula. eldquo;Para montar uma rede como a da Ultrapar, Ipiranga, ou a da Cosan, a Shell, leva-se muito tempo, e o mercado já está ocupado. A saída seria desenvolver novos postos ou comprar redes pequenas de bandeira branca, o que exigiria muito trabalho e levaria tempo para a Petrobras se tornar relevanteerdquo;, complementa Glatt. A BR Distribuidora foi privatizada entre os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, passou a se chamar Vibra, mas manteve o direito de usar a marca Petrobras nos postos por um período. O contrato vence em 2029 e não deve ser renovado. Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a notícia sinaliza pressão negativa sobre o segmento de distribuição. eldquo;Os postos ganham pela variação de preços ao longo do tempo, e os retornos já estão ruins porque a Petrobras não acompanha a cotação internacional. Me parece que, se a estatal assumir postos, será ruim para todo o setor, ao criar distorção difícil de revertererdquo;, pondera. elsquo;DESTRUTIVAersquo;. A corretora Ativa avalia que, no longo prazo, a medida é potencialmente destrutiva de valor tanto para a estatal, que deveria focar em Eeamp;P, quanto para a Vibra. eldquo;Ainda que a proposta possa gerar reação positiva de curto prazo nas ações da distribuidora, apoiada em dispositivos de proteção acionária, temos dúvidas quanto à capacidade de execução sob uma nova gestão Petrobraserdquo;, diz a corretora. Para Cruz, mesmo que a ideia não seja a de controlar preços, o movimento reforça a percepção de maior intervenção estatal. eldquo;Acho que o passo seguinte ainda não foi dado porque as contas públicas estão deficitárias, e a Petrobras vem sendo solução, ano após ano, por meio dos dividendoserdquo;, diz.

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FGV: com queda da gasolina, grupo Transporte recua e alivia inflação ao consumidor no IGP-10

As quedas nos custos com Transportes, apoiada no recuo do preço da gasolina, ajudaram a desacelerar a inflação ao consumidor medida pelo Índice Geral de Preços emdash; 10 (IGP-10) em julho, informou nesta quinta-feira (17/7), a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) arrefeceu a alta a 0,13%, depois de 0,28%. eldquo;Nos preços ao consumidor, o grupo de transportes exerceu influência decisiva na desaceleração do índice. O principal fator foi a queda no preço da gasolina, resultado do novo reajuste implementado pela Petrobras para as distribuidoras, impacto que se propagou diretamente aos preços praticados no varejoerdquo;, disse Matheus Dias, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial. Em relação ao mês anterior, seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas: Habitação (0,86% para 0,49%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,44% para 0,04%), Alimentação (0,11% para -0,12%), Vestuário (0,51% para -0,15%), Comunicação (-0,05% para -0,26%) e Transportes (-0,08% para -0,12%). (Estadão Conteúdo)

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