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Petrobras avança para assumir controle de refinaria

Com a repactuação de um acordo com o Cade para que as refinarias da Petrobras não sejam mais vendidas, a petroleira, agora sob novo comando, não só manterá cinco unidades que estavam à venda como avança para finalizar a compra da Refinaria do Mataripe, ex-Rlam, hoje controlada pela Acelen, que pertence ao fundo árabe Mubadala. Pessoas que participam das negociações informam que uma proposta deverá ser enviada nas próximas semanas. O valor, no entanto, não foi revelado. Consultados, Petrobras e Mubadala informam que seguem em negociação. Ainda segundo relatos, o processo de due dilligence foi encerrado após mais de mil perguntas feitas pela Petrobras e respondidas pela empresa. O negócio faz parte de um acordo proposto pela Mubadala no fim de 2023. Segundo ele, haveria uma parceria prevendo a aquisição de participação acionária na Acelen (controladora da Refinaria de Mataripe) pela Petrobras e na Acelen Energia Renovável, que pretende construir uma biorrefinaria ligada à refinaria na Bahia. A esperada oferta da Petrobras prevê a compra do controle da refinaria e mantém a parceria na Acelen Energia Renovável. Instalada na Bahia, a refinaria, uma das maiores do país, foi vendida por força de um acordo assinado com o Cade prevendo o desinvestimento da Petrobras em oito de suas refinarias. Três delas foram vendidas, desde 2019, a Six (Paraná), Relam (Bahia) e Reman (Amazonas). REVIRAVOLTA Nesta quarta (22), o Cade aprovou uma repactuação do acordo com a Petrobras, permitindo que, em vez de vender as refinarias, a companhia possa mantê-las. O principal argumento utilizado pelo Cade para mudar radicalmente de decisão foi verificar que, desde a venda, os preços de combustíveis e derivados produzidos pelas refinarias privatizadas não fez o preço baixar, nem mudou com o cenário do mercado. O acordo foi fechado como forma de congelar um processo sancionador contra a estatal por, supostamente, praticar preços abusivos contra concorrentes na venda de matéria-prima. Com a decisão, a Petrobras informou que "retirou da sua carteira de desinvestimentos os seguintes ativos: Repar, Rnest, Regap, Refap, Lubnor". PESO POLÍTICO A articulação com o Cade ocorreu sob o comando do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), principal interessado em mudar a akgenda da Petrobras. Em oposição frontal ao ex-presidente da estatal, Jean Paul Prates, Silveira pressionava para que houvesse investimentos em refino, como forma de baixar o preço dos combustíveis no país. Essa diretriz já tinha sido chancelada pelo Conselho Nacional de Política Energética que, no ano passado, revogou a circular que liberava a Petrobras para a venda das oito unidades. Segundo assessores no Planalto, as divergências entre o ministro e Prates foram um dos motivos que levaram uma ala do governo a trabalhar pela derrubada do executivo, que ocorreu há cerca de duas semanas. EM ANDAMENTO Consultada, a Acelen disse que segue em negociações com a Petrobras, mas não confirmou ter recebido uma proposta. "Estamos em discussões com a Petrobras sobre uma possível parceria estratégica com a Acelen Renováveis S.A. e a Refinaria de Mataripe. Enxergamos como uma excelente oportunidade para ampliar a criação de valor em toda a cadeia de fornecimento da indústria de energia, tanto no Brasil quanto no exterior, e continuar a impulsionar a transformação positiva para as gerações futuras", afirmou ao Painel S.A. Oscar Fahlgren, CEO de Mubadala Capital no Brasil. Por meio de sua assessoria, a Petrobras afirma que não fez nenhuma proposta para participação societária na refinaria de Mataripe. "A eventual entrada da companhia no negócio ainda é objeto de análise interna", disse em nota. "Quando encerrados esses estudos, qualquer decisão será submetida à aprovação das instâncias competentes da Petrobras, em respeito à governança e conformidade interna e em obediência à legislação antitruste. Fatos julgados relevantes a esse respeito serão prontamente comunicados ao mercado."

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Medidas para o Rio Grande do Sul: ANP alterou hoje (22/5) medidas de flexibilização

A Diretoria da ANP decidiu hoje (22/5) alterar as medidas de flexibilização em regras para combustíveis no Rio Grande do Sul, adotadas em função das fortes chuvas no estado. A partir de amanhã (23/5), ficam alterados os percentuais mínimos da mistura de biodiesel ao óleo diesel para as bases de distribuição localizadas nos municípios de Esteio e Canoas: - Óleo diesel S10: mínimo de 7% de biodiesel, substituindo o percentual temporário de 2%; - Óleo diesel S500: mínimo de 7% de biodiesel, em substituição à ausência de biodiesel anteriormente permitida. Já para as bases do município de Rio Grande, mantêm-se os seguintes valores: - Óleo diesel S10: mínimo 2% de biodiesel; - Óleo diesel S500: sem nenhuma mistura de biodiesel. Está mantida ainda a obrigatoriedade de envio dos certificados de qualidade das cargas para a ANP, caso seja comercializado óleo diesel S500 sem nenhuma mistura de biodiesel. No caso da flexibilização temporária da mistura de etanol à gasolina, mantém-se, para as bases localizadas nos municípios de Canoas, Esteio e Rio Grande, o mínimo 21% de etanol anidro. Essas medidas valem por 30 dias, a contar da decisão original da ANP, de 4 de maio. Esse período pode ser revisto a depender das condições de abastecimento na região. Da mesma forma, em caso de piora nas condições do estado, a ANP pode determinar a retomada da flexibilização da mistura em outras localidades, garantindo assim a continuidade do abastecimento. A ANP segue mantendo um monitoramento contínuo da situação no Rio Grande do Sul, tendo, inclusive, determinado que os distribuidores da região reportem diariamente os dados de movimentação dos combustíveis incluindo o detalhamento do percentual de mistura adotado. A Agência vem ainda realizando um trabalho diário em campo, verificando bases de distribuição, postos de combustíveis e revendas de GLP (gás de cozinha) para obter um panorama da situação do abastecimento de combustíveis no estado. A ANP também está participando diariamente de reuniões com os gabinetes de crise conduzidos pelo MME e pela Casa Civil para prestar informações e coordenar suas ações. Veja as medidas tomadas anteriormente pela ANP: 4 de maio: https://www.gov.br/anp/pt-br/canais_atendimento/imprensa/noticias-comunicados/anp-atua-para-garantir-o-abastecimento-de-combustiveis-no-rio-grande-do-sul-diante-da-grave-crise-causada-pelas-intensas-chuvas 10 de maio: https://www.gov.br/anp/pt-br/canais_atendimento/imprensa/noticias-comunicados/anp-atualiza-medidas-para-garantir-o-abastecimento-de-combustiveis-no-rio-grande-do-sul 17 de maio: https://www.gov.br/anp/pt-br/canais_atendimento/imprensa/noticias-comunicados/medidas-para-o-rs-flexibilizacoes-passam-a-valer-apenas-para-tres-municipios

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Metade dos brasileiros usa pagamento por aproximação e 46% já testaram 'tap to pay', mostra pesquisa

Metade (exatamente 50%) dos brasileiros utilizam pagamento por aproximação do cartão. O uso no cartão de crédito é maior, com 19% dos entrevistados afirmando que usam essa função "na maioria das vezes". As informações são de uma pesquisa feita pela plataforma PiniOn, encomendada pela fintech Zoop. Além disso, 46% já testaram alguma vez o chamado "tap to pay", quando o comerciante usa o celular para receber o pagamento, como se fosse uma maquininha de cartão. Os maiores benefícios observados nessa modalidade são: rapidez e simplicidade (88%), maior facilidade em relação à maquininha tradicional (83%) e confiança no método (83%). Clique aqui para continuar a leitura.

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Juros elevados nos EUA por mais tempo podem afetar demanda de petróleo e preços caem

Os preços do petróleo caíram mais de 1% nesta quarta-feira, 22, recuando pelo terceiro dia consecutivo, com dirigentes do Fed reacendendo preocupações sobre a demanda por petróleo ao indicarem que os cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos podem ser adiados devido à inflação sustentada. Os futuros do petróleo Brent fecharam em queda de US$ 0,98, ou 1,18%, a US$ 81,90 por barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caiu US$ 1,09, ou 1,39%, para US$ 77,57. Ambos os contratos de referência encerraram com recuo de cerca de 1% na terça-feira. As autoridades do Federal Reserve, em sua reunião mais recente de política monetária, indicaram que a inflação pode levar mais tempo para diminuir do que se pensava anteriormente, mostraram as atas da reunião de maio do banco central norte-americano, divulgadas nesta quarta-feira. Taxas de juros mais baixas reduzem os custos de empréstimos, liberando fundos que podem impulsionar o crescimento econômico e a demanda por petróleo. eldquo;Não esperaria cortes nos juros antes de uma das reuniões de outono (no hemisfério norte)erdquo;, disse John Kilduff, da Again Capital. Também nos EUA, a Administração de Informação de Energia disse que os estoques de petróleo aumentaram em 1,8 milhão de barris durante a semana encerrada em 17 de maio, contra previsão em pesquisa da Reuters de uma redução de 2,5 milhões de barris e versus um aumento de 2,48 milhões de barris mostrado nos dados do Instituto Americano de Petróleo, um grupo do setor. eldquo;Houve uma forte procura por petróleo bruto por parte das refinarias e a demanda por gasolina foi uma das mais altas que já vimos há algum tempoerdquo;, disse Kilduff. Parte desse aumento na demanda se deve ao armazenamento pré-fim de semana do Memorial Day nos EUA pelos fornecedores, observou ele. (Reuters)

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PL que cria o ONS dos Combustíveis é protocolado na Câmara

O deputado Júlio Lopes (PP/RJ) apresentou o PL 1923/2024, que cria o Operador Nacional do Sistema de Combustíveis, com o objetivo de monitorar em tempo real os estoques e a movimentação endash; a exemplo do ONS, no setor elétrico. A proposta inclui a participação de agentes que atuam na cadeia de gás natural, no processamento e transporte, além do refino, importação e revenda de combustíveis, como informado pelo político epbr. Pelo projeto, o órgão será comandado por um diretor-geral e outros quatro diretores, indicados pela União e por agentes do mercado. De acordo com o PL apresentado na segunda (20/5), nos primeiros cinco anos, os ganhos de arrecadação tributária federal decorrentes da atuação do Operador Nacional do Sistema de Combustíveis deverão ser destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública. Também prevê repasses aos estados. Ao cabo, o projeto prevê a publicação de eldquo;informações atualizadas de interesse dos consumidores de combustíveis, incluídas as relativas aos preços praticados pelos revendedores de combustíveiserdquo;.

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Vast diversifica tancagem de combustíveis marítimos de olho na descarbonização de navios

A Vast (antiga Açu Petróleo) vai começar em junho a construção de um terminal de tancagem com foco em combustíveis marítimos e biocombustíveis. A companhia quer oferecer um leque de opções de abastecimento para os navios que exportam o petróleo brasileiro, incluindo misturas entre fósseis e renováveis, de modo a reduzir a pegada de carbono na navegação. Localizado no Porto do Açu, no norte fluminense, o Terminal de Líquidos do Açu (TLA) vai entrar em operação a partir do final de 2025 com capacidade para 80 mil metros cúbicos de combustíveis. A intenção é expandir o projeto em fases, com a possibilidade de chegar a 300 mil metros cúbicos. Para o CEO da Vast, Victor Bomfim, a trilha para a descarbonização do setor marítimo no Brasil passa pelo biodiesel e etanol. Na visão do executivo, o uso do metanol e da amônia azuis ou verdes como combustíveis limpos na navegação têm um apelo menor no país do que na Europa, pois são mais tóxicos e de difícil manuseio. eldquo;Eu acho que o Brasil tem outras vantagens competitivas que vão deixar o metanol, talvez, como uma opção um pouco mais abaixo na linha de prioridadeerdquo;, afirmou em entrevista à agência epbr. Em meio aos esforços para descarbonizar a navegação internacional, a mistura do bunker com biocombustíveis tem sido uma das demandas dos clientes do Porto do Açu, segundo Bomfim. A adição de um teor renovável ao produto fóssil reduz as emissões sem necessidade de grandes adaptações dos motores existentes. No caso das novas embarcações, os armadores estão apostando em diferentes caminhos, que incluem a eletrificação e os motores flex, capazes de operar a combustíveis fósseis, biocombustíveis ou misturas entre os dois. eldquo;Todos estão entendendo que o caminho é múltiplo. E a Vast está querendo se posicionar nisso. Vamos disponibilizar combustíveis marítimos do presente e do futuro, com biocomponentes, e também energia elétricaerdquo;, disse o executivo. Além dos combustíveis líquidos de menor emissão de carbono, outra aposta do setor marítimo para a descarbonizar é a eletrificação da frota. O Porto do Açu já oferece aos navios rebocadores que apoiam as atividades de exploração e produção de petróleo a possibilidade de usar a energia elétrica da rede nacional quando estão atracados. A estimativa é de uma redução de 20% na pegada de carbono das operações. eldquo;Nossa ideia é que isso passe para todas as outras embarcações de apoio e, quem sabe, até mesmo para os petroleiros, o que é um desafio um pouco maiorerdquo;, afirmou. Bomfim lembra que as soluções podem ser complementares, com o uso de energia elétrica quando os navios estão atracados e de biocombustíveis ou bunker com teor renovável durante a navegação. A Vast movimenta cerca de 40% de todo o petróleo exportado pelo Brasil, de clientes como Petrobras, Equinor, Shell e CNOOC. Em 2023, passaram pelo terminal 205 milhões de barris, volume que tem sido crescente nos últimos anos dado o aumento da produção nacional e a estagnação na capacidade de refino interna. As operações ocorrem por meio do transbordo, com embarcações atracadas. Bomfim lembra que a atracação é menos poluente do que o transbordo underway, que ocorre em alto mar e tem uma pegada de carbono duas vezes maior, pelo maior consumo de combustível, além de ter maior risco de vazamento. eldquo;Ainda tem 15% das exportações brasileiras que são feitas através de operações underway. A gente acha que é o momento das empresas de petróleo acordarem para esse fato e pararem com esse tipo de operação, que tem um risco ambiental enorme e uma pegada de carbono mais intensaerdquo;, defendeu Bomfim.

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