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Lula defende projeto Brasil-Itália por combustíveis sustentáveis

O projeto elaborado por Itália e Brasil para impulsionar o uso de combustíveis sustentáveis foi defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante um evento com empresários na Indonésia nesta quinta-feira (23). A iniciativa assinada por Itália, Brasil, Japão e Índia propõe quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, com o objetivo de descarbonizar os sistemas energéticos, e será apresentada na COP30, que se realiza no próximo mês em Belém, no Pará. "Menos de 20 dias nos separam da COP30. Quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis é uma das propostas que levaremos a Belém", disse Lula ao discursar durante o Fórum Brasil-Indonésia, no primeiro dia de sua visita de Estado ao país asiático. "Vamos mostrar que é possível promover o desenvolvimento, enfrentar a mudança do clima e proteger as florestas tropicais e sua rica biodiversidade", destacou. Lula ainda mencionou que, ao sediar a COP "no coração da Amazônia, o Brasil quer mostrar que não há como preservar a natureza sem cuidar das pessoas". Brasil e Indonésia possuem duas das maiores florestas tropicais do mundo, e o financiamento para a preservação desses biomas será um dos principais objetivos do governo brasileiro na cúpula de Belém. "O apoio da Indonésia ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre tem sido fundamental . É importante dizer aos empresários que essa é uma grande inovação. Esse fundo será transformado em um instrumento de financiamento para os países que mantêm suas florestas em pé", finalizou Lula.

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Fiscalização do abastecimento: ANP realiza workshop sobre critérios para micro e pequenas empresas

Foi realizado ontem (23/10) o 1º Workshop sobre a Revisão da Resolução ANP nº 759/2018. A resolução estabelece critérios para o tratamento diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte em ações de fiscalização da ANP. O encontro online teve como objetivo coletar informações que irão subsidiar a realização da Análise de Impacto Regulatório (AIR) sobre possível revisão dessa resolução. O tema faz parte da Agenda Regulatória da ANP 2025-2027. Na abertura do workshop, o superintendente-ajunto de Fiscalização da ANP, Carlos Eduardo Neri de Oliveira, informou que a área técnica já realizou estudos preliminares relativos ao tema. Segundo ele, a revisão visa atender a quatro pontos principais: - Adequar a Resolução à Súmula nº 3/2024 da ANP, que traz diretrizes mais objetivas para o fiscal em campo identificar o que é perigo direto e iminente, o que influencia na aplicação, ou não, do critério de dupla visita. A dupla visita é o procedimento no qual não é lavrado auto de infração quando identificada determinada irregularidade no estabelecimento pela primeira vez, sem prejuízo de possíveis interdições, se necessário para proteger o consumidor; - Promover tratamento diferenciado quanto à aplicação dos prazos para cumprimento das notificações, tendo em vista que as empresas de micro e pequeno portes não têm a mesma capacidade administrativa de empresas maiores; - Rever possíveis ambiguidades na aplicação da norma, adotando uma redação mais clara sobre as empresas contempladas; - Incluir a adição irregular de solventes nos combustíveis nos casos de não aplicação do tratamento diferenciado, a exemplo do que já acontece com o metanol. A revisão poderá beneficiar um total de 74 mil estabelecimentos em todo o Brasil. Após essa primeira fase de coleta de contribuições do mercado, deverá ser elaborada minuta de resolução, que passará por consulta e audiência públicas. Contribuições para o Relatório de Análise de Impacto Regulatório podem ser enviadas por meio do formulário disponível em: Questionário - AIR Resolução ANP nº 759, de 2018, MEs e EPPs. Assista à gravação do workshop: https://www.youtube.com/watch?v=f9nY2DKu7g8

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Em uma semana, 74 postos de combustíveis foram intimados no Estado do Rio

Uma força-tarefa montada pela Secretaria de Fazenda do estado para combater fraudes no setor de combustível intimou, em num espaço de uma semana, 74 postos da região Metropolitana do Rio de Janeiro. A ação é da Secretaria de Fazenda do Estado, que montou uma força-tarefa para combater fraudes no setor. Na Zona Oeste, auditores fiscais e agentes da Agência Nacional de Petróleo interditaram um dos estabelecimentos fiscalizados, que teve as bombas lacradas e foi multado em R$ 62 mil por funcionar sem inscrição estadual. A fiscalização, que chega a Niterói nos próximos dias, deve notificar no total 700 postos de combustíveis.

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Sanções à Rússia apertam o cerco ao diesel e colocam o Brasil em busca de novos fornecedores

As sanções impostas pelos Estados Unidos ao petróleo da Rússia devem restringir ainda mais o volume de diesel importado pelo Brasil. Atualmente, o combustível russo representa cerca de 15% das importações brasileiras do produto. O país, no entanto, depende do exterior para atender a cerca de 30% do consumo total, já que a produção da Petrobras cobre apenas 70% da demanda nacional. Segundo Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o setor já vinha convivendo com as sanções desde a escalada da invasão russa à Ucrânia. A União Europeia também anunciou uma nova rodada de restrições. emdash; A partir de agora, os importadores brasileiros vão precisar buscar o produto em outros locais não sancionados. A operação fica mais restrita e, por isso, já estamos observando uma alta no preço do petróleo no mercado internacional emdash; afirma Araújo. Para ele, o ambiente comercial tende a se tornar mais limitado. A sanção envolve as petroleiras russas Rosneft e Lukoil, que respondem por grande parte da capacidade de produção do país, além de mais de 110 navios envolvidos no transporte de produtos dessas empresas. Diante desse cenário, os importadores brasileiros devem buscar novas rotas e fornecedores alternativos para garantir o abastecimento de diesel no país. Segundo Araújo e outros especialistas, a nova leva de sanções impostas pelos Estados Unidos pode afetar ainda mais a participação do diesel russo no mercado brasileiro, que já chegou a representar 60% do volume importado pelas empresas. Nos últimos meses, o Brasil vem buscando diversificar suas fontes de abastecimento para reduzir a dependência do produto russo. De acordo com dados da Abicom, a Índia já responde por 45% da origem do diesel importado, seguida pelos Estados Unidos (27%) e pela Arábia Saudita (9%). emdash; A Rússia hoje é um player importante no setor global de combustível, com muita oferta. As novas sanções sofridas pelo país, anunciadas pelos Estados Unidos, restringem a oferta, mas não eliminam sua presença no mercado internacional. Um fator-chave daqui para frente será observar como os preços do combustível e do petróleo russos vão se comportar emdash; afirmou Araújo. Até então, as duas petroleiras estavam sujeitas apenas a restrições financeiras ou tecnológicas, mas agora enfrentam proibições totais de transações, envolvendo intermediários estrangeiros que comercializem, financiem ou transportem suas cargas, dizem os especialistas. Hoje, a Índia é o principal canal que permite à Rússia acessar o mercado global de petróleo. O país importa entre 4,7 e 5,0 milhões de barris de petróleo russo por dia, o que representa cerca de 36% do total de suas importações de petróleo. Para o presidente de uma empresa brasileira, parte dos importadores brasileiros vinha comprando diesel da Índia com origem russa. Agora, segundo ele, esse cenário fica mais restrito. Segundo ele, o principal atrativo do produto russo é o preço. Nos últimos anos, a Rússia chegou a oferecer descontos de até US$ 0,16 por galão de diesel. Porém, nos últimos meses, os valores vinham se mantendo em linha com os praticados pelas companhias americanas, já que a Rússia vem registrando alta na demanda interna e possui muitas refinarias em manutenção. A Petrobras, por sua vez, não compra diesel da Rússia. A restrição, no entanto, pode provocar diversos efeitos nos preços futuros, com alta no curto prazo. Depois, para conseguir escoar sua produção, a Rússia pode reduzir seus preços, como fez durante os primeiros meses da guerra na Ucrânia. Um relatório do Banco Santander ressalta que as duas petroleiras russas respondem por cerca de 50% da produção de petróleo do país. Segundo cálculos do banco, as sanções podem retirar de 1 a 1,5 milhão de barris por dia dos fluxos globais de comércio, o que pode compensar os acréscimos de produção da Opep+, cartel que reúne os maiores produtores do mundo. "Observamos que os preços do diesel e da gasolina nos Estados Unidos também estão em alta, o que, somado às novas sanções contra a Rússia, torna menos atrativa, para importadores e distribuidores brasileiros, a compra de combustíveis no exterior. Isso, em nossa avaliação, tende a favorecer o equilíbrio entre oferta e demanda de diesel e gasolina no mercado doméstico no quarto trimestre de 2025", informou o Santander.

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Magda: Estamos "a postos" para obter 25% na mistura do biodiesel no diesel

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reforçou na manhã desta quinta-feira (23) que a companhia está preparada para atingir, futuramente, o nível de 25% na mistura do biodiesel no diesel. "Estamos a postos. Hoje somos capazes de fornecer um diesel com conteúdo vegetal, estável, perfeito em termos de estrutura", declarou. Ela também argumentou que a empresa já oferta diversos produtos "cada vez mais verdes". Magda Chambriard participou do Fórum CNT de Debates, evento que reúne nesta quinta em Brasília (DF) autoridades públicas, empresários e especialistas em sustentabilidade. A lei do combustível do futuro, sancionada pelo governo no ano passado, prevê que a mistura de biodiesel ao óleo diesel deverá alcançar 20% até 2030 e poderá atingir 25% a partir de 2031. O aumento do mandato é condicionado à análise de viabilidade técnica da mistura, à análise de impacto regulatório e à definição do porcentual da mistura pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). Também pela manhã, a presidente da Petrobras ressaltou que a estatal está trabalhando num acordo para fornecer combustíveis renováveis durante a COP30. (Estadão Conteúdo)

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Petróleo seguirá em alta em meio a sanções contra Rússia? Como Petrobras é afetada?

Após atingir mínima em cinco meses endash; ou desde o início de maio endash; no começo da semana, o barril de petróleo brent mais negociado na Europa saiu da casa dos US$ 61 para US$ 66 nesta quinta-feira (23). Apenas nesta quinta, o brent avançava cerca de 5%. O principal catalisador para isso foi a a imposição pelos EUA de sanções aos principais fornecedores russos, Rosneft e Lukoil, devido à guerra na Ucrânia. As duas companhias respondem por cerca de 5% de toda oferta global de petróleo. E, portanto, novas sanções norte-americanas mirando empresas desse porte, acaba gerando um aumento significativo dos prêmios de risco de oferta no Leste Europeu, que se converte, portanto, nesse suporte às cotações. A alta do petróleo também impacta as ações brasileiras. Na reta final do pregão, Petrobras PN (PETR4) avançava 1,68%, Brava ON (BRAV3) subia 3,58%, Prio ON (PRIO3) valorizava-se 2,13% e PetroRecôncavo ON (RECV3) mostrava elevação de 1,20%. As sanções dos EUA significam que as refinarias da China e da Índia, grandes compradoras do petróleo russo, precisarão buscar fornecedores alternativos para evitar a exclusão do sistema bancário ocidental, de acordo com o analista do Saxo Bank, Ole Hansen. Os EUA disseram que estavam preparados para tomar outras medidas, pois pediram a Moscou que concordasse imediatamente com um cessar-fogo na Ucrânia. eldquo;As últimas sanções dos EUA aos maiores produtores de petróleo da Rússia representam uma escalada significativa e sem precedentes na campanha de pressão de Washington contra Moscouerdquo;, disse Jorge Leon, chefe de análise geopolítica da Rystad Energy. eldquo;Combinadas com a recente onda de ataques à infraestrutura petrolífera russa, essas sanções aumentam a perspectiva de grandes interrupções na produção e exportação de petróleo bruto russo, aumentando o risco de paralisações forçadas da produção.erdquo; A Grã-Bretanha sancionou a Rosneft e a Lukoil na semana passada. Os países da UE aprovaram um 19º pacote de sanções contra a Rússia, que inclui a proibição das importações de GNL russo. Mudança de rumos Os futuros do petróleo bruto Brent mudaram para a situação de mercado conhecida como eldquo;backwardationerdquo;, com o primeiro mês sendo negociado cerca de US$ 2 acima do contrato para entrega em seis meses. Logo após a revelação das sanções dos EUA, os futuros do Brent e do WTI subiram mais de US$ 2 por barril, com o apoio de uma queda surpreendente nos estoques dos EUA. O impacto das sanções sobre os mercados de petróleo também dependerá da reação da Índia e do fato de a Rússia encontrar compradores alternativos, disse Giovanni Staunovo, analista do UBS. A Índia se tornou o maior comprador de petróleo bruto russo transportado por via marítima com desconto após a guerra de Moscou na Ucrânia. É provável que as refinarias indianas reduzam drasticamente as importações de petróleo russo devido às novas sanções, disseram fontes do setor para a Reuters. A empresa privada Reliance Industries, a principal compradora indiana de petróleo bruto russo, planeja reduzir ou interromper completamente essas importações, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto. Embora a oferta abundante recente de petróleo possa amortecer o impacto dessas sanções, elas não devem ser subestimadas. Reorganizar as importações da Índia emdash; das quais mais de um terço vêm da Rússia emdash; seria uma tarefa gigantesca. Já a indústria petrolífera chinesa, que importa até 20% de seu petróleo bruto da Rússia. A Rússia tem bastante experiência em contornar sanções e seu impacto final ainda não está claro. Os embarques de petróleo bruto do país por via marítima atingiram recentemente o maior nível em 29 meses, apesar de uma série de restrições ocidentais. A refinaria indiana Nayara Energy, apoiada pela Rosneft, por exemplo, pode continuar sendo uma saída para os barris do país. Mas a pressão sobre o país aumentou significativamente. eldquo;A Índia está sob pressão para buscar petróleo em outros lugares, o que provavelmente aumentará a demanda por petróleo não russo, reduzirá o excesso de oferta no mercado de petróleo e, assim, levará a preços mais altoserdquo;, disse Carsten Fritsch, analista de commodities do Commerzbank AG. A China poderia comprar mais petróleo russo e, eldquo;nesse caso, o impacto das sanções no mercado de petróleo seria menos severoerdquo;, acrescentou. Alta do petróleo vai durar? Contudo, o mercado ainda se questiona sobre se as sanções dos EUA resultariam em uma mudança fundamental na oferta e na demanda. eldquo;Até agora, quase todas as sanções contra a Rússia nos últimos três anos e meio não conseguiram afetar os volumes produzidos pelo país ou as receitas do petróleoerdquo;, disse o analista da Rystad Energy, Claudio Galimberti. As preocupações com o excesso de oferta após os aumentos de produção da Opep+ limitaram os ganhos do petróleo na quinta-feira. O UBS espera que o Brent permaneça entre US$ 60 e US$ 70. eldquo;Embora os participantes do mercado estejam transferindo suas preocupações de mercados com excesso de oferta para preocupações com interrupções no fornecimento, ainda vemos um crescimento sólido da oferta nas Américas, e a OPEP+ pode reduzir ainda mais seus cortes em caso de necessidade.erdquo; Analista da Bloomberg, Nour Al Ali aponta que o brent conseguiu se recuperar do nível de US$ 60/barril, mostrando o quão instável esse piso é. Contudo, com um superávit iminente se acumulando no inverno e o sentimento para a economia global ainda de bastante cautela, é mais provável que essa alta recente diminua do que sinalize o início de uma tendência de alta sustentada. Bruna Pacheco, especialista em investimentos e sócia da GT Capital, também avalia que as sanções dos EUA criaram um choque de risco de oferta, o que tende a manter um viés de alta e volatilidade no curto prazo, mas não garante uma alta no longo prazo. Assim, num primeiro momento, a Petrobras se beneficia diretamente de preços mais altos do brent, avalia a analista. Contudo, ela vê como os principais catalisadores para as ações da estatal o cenário político, os dividendos e o plano de investimentos endash; em vez dos movimentos de curto prazo do petróleo. O Santander, por sua vez, avalia que, mesmo que todos os barris das duas empresas de petróleo não sejam removidos do mercado e mesmo que o impacto seja momentâneo, isso poderia compensar (i) a recente volta das exportações da OPEP+ e (ii) a expectativa de excesso de oferta de 1,7 milhão de barris ao dia esperado para o 4T25. eldquo;Como resultado, esse movimento pode sustentar os preços do Brent e provavelmente deve melhorar o sentimento dos investidores em relação às ações brasileiras do setorerdquo;, avalia. Cabe destacar que, na véspera, o banco havia destacado que os preços do petróleo o impediam de ter uma visão mais positiva sobre a Petrobras. eldquo;Além disso, observamos que os preços do diesel e da gasolina nos EUA também estão subindo, o que, juntamente com o aumento das sanções à Rússia, torna menos atraente para importadores e distribuidores de combustíveis brasileiros importar combustível, contribuindo, assim, para o equilíbrio entre oferta e demanda de diesel e gasolina no 4T25, em nossa opiniãoerdquo;, aponta. Tal movimento, segundo o Bradesco BBI, seria especialmente benéfico para as três grandes empresas com participação no segmento de distribuição de combustíveis endash; Ultrapar (UGPA3), Vibra (VBBR3) e Raízen (RAIZ4) -, já que elas são menos dependentes do diesel importado da Rússia em comparação com seus concorrentes menores. O Brasil importa cerca de 10 bilhões de litros de diesel da Rússia por ano. (com Reuters, Bloomberg e Estadão Conteúdo)

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