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Petrobras tira mercado da distribuição e concorrentes pedem suspensão de venda direta

A Petrobras está comemorando a ampliação das vendas diretas de combustíveis para clientes corporativos, especialmente de diesel B15, com os 15% obrigatórios de biodiesel na mistura obrigatória. A modalidade, contudo, incomoda cada vez mais os concorrentes da estatal na distribuição de combustíveis, elo do mercado abandonado desde 2021 com a privatização da BR Distribuidora. Isso porque a estatal abocanha a demanda do agronegócio, mas sem os custos do Renovabio. Em resposta, seus concorrentes querem a suspensão cautelar da venda direta entre produtores e grandes consumidores. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) enviou um ofício à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirmando que há uma eldquo;grave assimetria concorrencialerdquo; em razão do RenovaBio. A legislação estabelece que as distribuidoras são obrigadas a comprar um volume de CBIO equivalente à participação de mercado de combustíveis fósseis. O crédito é negociado a R$ 35,00 nesta quarta (11/11) e movimento R$ 3,9 bilhões em 2024, a um preço médio de R$ 88,00. Uma forma de reduzir a obrigação, sem perder a fatia de mercado, é ampliar a parcela de biocombustíveis nas vendas endash; na prática, vender mais etanol hidratado no lugar de gasolina comum. Esbarra em gargalos na oferta e na própria preferência dos consumidores. Outra, é por meio das inúmeras liminares que isentam distribuidoras das obrigações e penalidades, como mostrou a eixos, em julho. Não para a Petrobras. Nas vendas business-to-business (B2B), sem estar na distribuição, ela fica isenta do custo da política de descarbonização do setor. Aliás, tampouco pode emitir CBIOs com seu diesel coprocessado com óleo vegetal. O Diesel R é produzido nas refinarias, enquanto a emissão dos créditos é privativa dos produtores de biocombustíveis, segundo o entendimento jurídico vigente. eldquo;O Sindicom apoia a adoção de medidas que reestabeleçam a isonomia competitiva, seja pela revisão do arcabouço legal e regulatório vigente, para atribuição de metas aos produtores, seja pela suspensão deste tipo de operaçãoerdquo;, diz o diretor-executivo do sindicato, Mozart Rodrigues. Ao cabo, o grupo defende que é preciso assegurar que eldquo;toda molécula de origem fóssil no território nacional gere a obrigação de descarbonização, independentemente do agente que a comercializeerdquo;, diz o ofício enviado à ANP. Veja o documento na íntegra em .pdf A entidade quer, ao menos, saber qual o histórico dos volumes de venda comercializados diretamente por produtores a grandes consumidores nos últimos cinco anos e os volumes de biodiesel adquiridos para esse fim, além de informações sobre gasolina comum. A comercialização do biocombustível para atendimento ao mandato é fiscalizada pela ANP, nas operações entre usinas e distribuidoras. Nestes casos, os dados são públicos. Atualmente, a Petrobras oferece venda direta para grandes consumidores em nove pontos nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste: Rondonópolis, Rio Verde, Senador Canedo, Uberlândia, Regap, Paulínia, Guarulhos, Repar e Guaramirim. eldquo;A venda direta representa uma nova forma de atuação no mercado, trazendo desafios, especificidades e oportunidades de aprendizado para nossos processoserdquo;, publicou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser, nas redes sociais. eldquo;Esse posicionamento estratégico reforça nosso compromisso de estar cada vez mais próximo do mercado, capturando sinergias comerciais e logísticas, especialmente em setores como o agronegócioerdquo;, disse. Procurada, a Petrobras não respondeu até o fechamento desta reportagem. Petrobras de fora da distribuição Desde a privatização da BR Distribuidora (atual Vibra Energia), em 2021, a Petrobras saiu do mercado de distribuição de combustíveis. O contrato de venda da companhia incluiu uma cláusula de não-competição que impede o retorno da Petrobras à atividade até 2029. O governo Lula (PT) é crítico à privatização e tem defendido o retorno da companhia ao segmento, sobretudo como uma maneira de manter o contato com o cliente final do mercado de combustíveis. Este ano, a Petrobras vem conseguindo inverter a tendência de queda nas vendas de diesel dos últimos três anos. De janeiro a setembro de 2025, a estatal vendeu ao todo 755 milhões de barris/dia de diesel, aumento de 4,4% na comparação com os mesmos meses do ano passado. É uma inversão do cenário de 2024, quando a estatal vendeu 265,3 bilhões de barris de diesel. O volume do ano passado representou uma redução em relação a 2023, quando as vendas totalizaram 272,3 bilhões, e uma queda também na comparação com 2022, quando foram comercializados 275,6 bilhões de barris de combustível.

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Inflação desacelera em outubro e fica em 0,09%, menor resultado para o mês desde 1998

Na esteira da redução na conta de luz, a inflação oficial no País desacelerou de uma alta de 0,48% em setembro para uma de 0,09% em outubro, o porcentual mais baixo para o mês desde 1998. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou praticamente no piso das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam um avanço entre 0,08% e 0,21%, com mediana positiva de 0,14%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses voltou a arrefecer, descendo a 4,68% em outubro, menor patamar desde janeiro. eldquo;A queda nos preços das commodities (matérias-primas cotadas em dólar) e a desvalorização do dólar frente ao real têm contribuído para aliviar a pressão sobre os alimentos e os bens industriaiserdquo;, avaliou Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário. Após a divulgação, o C6 Bank revisou a projeção para o IPCA de 2025, de 5% para 4,5%, ou seja, no teto de tolerância da meta de 3%. O banco reduziu ainda de 5,2% para 5% a previsão para a inflação de 2026. O banco UBS BB também cortou sua projeção para a taxa de inflação fechada em 2025, de 4,6% para 4,5%, seguida de alta de 3,8% em 2026. Em meio à melhora nas projeções, o estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, avalia que o IPCA de outubro veio sim um pouco melhor, mas mantém sinais que demandam cautela, como a inflação de serviços ainda elevada. eldquo;Fundamental aqui não é o IPCA de hoje, mas entender o cenário com o qual o BC se depara que é de inflação de serviços caindo lentamente e desancoragem das expectativas. Então o IPCA não muda o cenário (para o Comitê de Política Monetária do Banco Central), porque é como se tivesse olhando pelo retrovisor, mas claro que quando um número vem mais baixo e na medida que o BC vai acumulando informações, a gente vai criando confiança com o cenárioerdquo;, corroborou o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano. A inflação de outubro foi consideravelmente aliviada pela redução na energia elétrica residencial, avaliou Fernando Gonçalves, gerente de Índices de Preços no IBGE. A energia elétrica ficou 2,39% mais barata no mês, maior impacto individual negativo, -0,10 ponto porcentual no IPCA. Houve mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2, vigente em setembro, para a bandeira vermelha patamar 1 em outubro, reduzindo a cobrança adicional na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos. Sem a influência da energia elétrica, o IPCA teria sido de 0,20% em outubro, calculou o pesquisador do IBGE. Já os preços dos alimentos tiveram ligeira alta de 0,1% em outubro, após uma sequência de quatro meses de quedas. eldquo;O final do ano tem tradicionalmente pressão de preços de alimentos, um aumento sazonal de demanda de alimentos no fim de ano, e algumas safras já colhidaserdquo;, disse Fernando Gonçalves, do IBGE. eldquo;Pode ser que o momento de contribuição negativa (dos alimentos para a inflação) já tenha ficado para trás, conforme anos anteriores.erdquo; O custo da alimentação no domicílio caiu 0,16% em outubro, com destaque para as reduções no arroz (-2,49%) e no leite longa-vida (-1,88%). eldquo;Alguns alimentos estão com safra abundante ainda, outros já arrefeceramerdquo;, citou Gonçalves, acrescentando que, no geral, a oferta em alta tem garantido a trégua nos preços dos alimentos ao consumidor. eldquo;O clima mais favorável facilita o processo de cultivo. Teve chuvas caindo no local certo, na quantidade certa, tudo isso favorece a produtividade.erdquo; O café moído recuou 0,31% em outubro, acumulando uma queda de 3,52% em quatro meses consecutivos de redução de preços. Segundo Gonçalves, as tarifas afetaram as expectativas sobre a demanda e, consequentemente, os preços, mas as quedas recentes ainda são pequenas para repor tudo o que aumentou no ano. O produto ainda acumula uma alta de 37,88% no ano e elevação de 48,13% em 12 meses. Em maio de 2025, o café chegou a registrar um avanço de 82,24% no acumulado em 12 meses. No mês de outubro, os consumidores pagaram mais pela batata-inglesa (8,56%) e pelo óleo de soja (4,64%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%: o lanche aumentou 0,75%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,38%. Houve pressão também dos aumentos nos preços da passagem aérea, com alta de 4,48%, contribuindo sozinha com 0,03 ponto porcentual para o IPCA de outubro, subitem de maior pressão na inflação do mês, ao lado de aluguel residencial (0,93%). Quanto aos combustíveis, com exceção do óleo diesel, que caiu 0,46%, os demais aumentaram em outubro: etanol (0,85%), gás veicular (0,42%) e gasolina (0,29%). eldquo;A projeção para 2025 tem risco assimétrico para baixo, em função do comportamento benigno dos preços de alimentos e de itens industrializados, e dos níveis apreciados do real, em relação ao dólar, embora a persistência das pressões sobre serviços limite a magnitude da revisãoerdquo;, apontou Matheus Ferreira, analista da consultoria Tendências. eldquo;Para novembro, a expectativa é de aceleração moderada.erdquo; Ferreira estima uma deflação nos preços da gasolina, mas um aumento sazonal nos preços dos alimentos. eldquo;Como contraponto, a ocorrência da Black Friday acarretará redução dos preços dos itens industrializadoserdquo;, acrescentou.

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Haddad diz que que projeto de Derrite abre as portas para o crime organizado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 11, que as mudanças propostas pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP) no projeto de lei antifacção abrem caminho para permitir a consolidação do crime organizado no País, ao enfraquecer o trabalho de órgãos como a Receita Federal. eldquo;Estão abrindo um caminho para a consolidação do crime organizado no País, com enfraquecimento da Receita Federal e da Polícia Federalerdquo;, disse Haddad a jornalistas, na sede da Fazenda. eldquo;Isso é um contrassenso que está fazendo. Agora que nós começamos a combater o andar de cima do crime organizado, você vai fazer uma lei protegendo o andar de cima do crime organizado?erdquo;, questionou. Segundo o ministro, a aprovação do relatório colocaria em xeque operações como a Cadeia de Carbono, deflagrada pela Receita contra a máfia de combustíveis no Rio. Ele afirmou que o Fisco está eldquo;incomodadoerdquo; com o texto, por causa da perda de prerrogativas. eldquo;Você está esvaziando os órgãos federais que combatem o crime organizado no País, na minha opinião, para fortalecer quem? O próprio crime organizadoerdquo;, disse Haddad. Ele afirmou que o relatório pode repercutir na operação, mesmo que já iniciada, porque exige o trânsito em julgado para crimes que a Receita Federal normalmente já autua e aplica pena de perdimento, como no caso de contrabando. Isso, segundo o ministro, coloca em risco mecanismos eficazes usados para combater o crime organizado. Haddad disse, ainda, que Derrite, que está licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública do governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), não conversou com os ministérios da Fazenda ou da Justiça antes de apresentar seu relatório. Ele afirmou que vai fazer as preocupações chegarem aos deputados.

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Petróleo sobe com sanções dos EUA à Rússia e otimismo sobre fim do shutdown nos EUA

Os preços do petróleo subiram cerca de US$1 nesta terça-feira, com o impacto das últimas sanções dos Estados Unidos sobre o petróleo russo e o otimismo sobre um possível fim da paralisação do governo norte-americano, embora as preocupações com o excesso de oferta tenham limitado os ganhos. Os contratos futuros do petróleo Brent subiram US$1,10, ou 1,72%, para fechar a US$65,16 por barril. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA subiu 1,51%, para fechar a US$61,04 por barril. Os investidores continuaram a avaliar as consequências das sanções impostas pelos EUA à Rússia e seu impacto sobre os mercados de petróleo e de combustível refinado. A Lukoil, da Rússia, declarou força maior em um campo petrolífero iraquiano que opera, disseram fontes à Reuters na segunda-feira, marcando a maior consequência das sanções impostas no mês passado. As exportações restritas de combustível devido às sanções estão sustentando os preços do petróleo em face de um excesso de petróleo, disse o analista da PVM Tamas Varga. "As novas sanções dos EUA aos principais produtores e exportadores de petróleo russos estão pesando sobre as exportações de produtos", disse Varga. Como resultado, o óleo para aquecimento e a gasolina estão se movendo em uma direção diferente da do petróleo. Os produtores do Oriente Médio Arábia Saudita, Iraque e Kuweit aumentarão o fornecimento de petróleo para a Índia em dezembro, já que as refinarias indianas buscam alternativas aos barris russos, disseram fontes de quatro refinarias indianas nesta terça-feira. Os mercados também receberam apoio, já que a mais longa paralisação do governo na história dos EUA pode terminar nesta semana, depois que o Senado aprovou um acordo que restauraria o financiamento federal. (Reuters)

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Raízen vende usina Continental por R$ 750 milhões

A Raízen anunciou nesta segunda-feira (10/11) a venda da usina Continental, localizada em Colômbia (SP), ao Grupo Colorado, por R$ 750 milhões. A proposta foi feita há mais de um mês, como antecipou a reportagem. O pagamento será feito à vista na data de conclusão da transação, sujeita a ajustes usuais para negócios dessa natureza, segundo comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O contrato prevê a cessão da cana própria e dos contratos com fornecedores vinculados à usina, que possui capacidade de moagem de aproximadamente 2 milhões de toneladas por safra. Segundo a companhia, a venda está alinhada à estratégia de otimização do portfólio de ativos e simplificação das operações, visando ganhos de eficiência e melhoria da rentabilidade do setor agroindustrial. Com a conclusão desta e de outras operações já anunciadas, a Raízen passará a operar 24 usinas, com capacidade de moagem de cerca de 73 milhões de toneladas por safra. A finalização da transação depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do cumprimento de outras condições previstas nos contratos. Avaliação O banco Citi avaliou a venda da usina Continental da Raízen ao Grupo Colorado como um movimento positivo dentro da estratégia da companhia de otimização de seu portfólio e simplificação das operações. Em relatório, o banco destacou que a transação, de R$ 750 milhões, deve ajudar a empresa a reduzir alavancagem no balanço e a focar na estratégia eldquo;back to basicserdquo; (retorno ao essencial). O Citi aponta que a Raízen possuía capacidade de moagem total de cerca de 105 milhões de toneladas (desconsiderando plantas hibernadas) após a aquisição da Biosev, indicando que a empresa já reduziu sua capacidade operacional em aproximadamente 30%. O Citi ressalta, no entanto, que a venda da operação de Mobilidade na Argentina, avaliada em cerca de US$ 1,6 bilhão, ainda é considerada um passo-chave para a reestruturação completa do portfólio. O banco também observa que a empresa deverá buscar injeção de capital no curto prazo para ajustar sua estrutura de capital, mantendo a recomendação "neutra" para os papéis da companhia, com preço-alvo de R$ 1,30 por ação.

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Postos de gasolina de SP terão fiscalização reforçada até o fim do ano

A fiscalização em postos de combustíveis no estado de São Paulo foi reforçada durante os fins de semana. A ação do Instituto de Pesos e Medidas se estende até as festas de final de ano para aumentar o controle e a segurança da população ao abastecer seus veículos. O reforço acontece no período de movimento mais intenso nos postos por conta das viagens de festas. Além das inspeções que já acontecem ao longo da semana, o Instituto de Pesos e Medidas do estado também passa a atuar aos sábados e domingos. As verificações são feitas nas bombas medidoras para checar se o volume de combustível oferecido está correto, se há lacres e selos de conformidade nos equipamentos e se eles estão de acordo com as normas técnicas e de metrologia. Os postos de combustíveis que apresentarem irregularidades podem ser multados e ter as bombas interditadas. Em caso de suspeita de alguma prática irregular, o consumidor pode fazer a denúncia para o Ipem pelo número 0800 013 05 22 ou pelo e-mail ouvidoria@ipem.sp.gov.br.

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