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Sob Magda Chambriard, indicações políticas ganham força na Petrobras

Magda Chambriard, presidente da Petrobras (PETR4), realizou uma troca massiva de executivos em cargos-chave da companhia nos últimos dias, diz a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. Segundo a publicação, indicações políticas foram feitas para as vagas dos desligados. De acordo com a jornalista, as demissões geraram apreensão entre os funcionários e até entre os integrantes da cúpula da Petrobras. No lugar dos desligados, Magda Chambriard teria ampliado as indicações políticas com quadros próximos à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e ao Partido dos Trabalhadores (PT). As trocas realizadas nos últimos dias, diz a publicação, se deram sobretudo entre gerentes-executivos e se concentram na área de exploração e produção, que administra campos e petróleo, e na de engenharia, responsável por contratar equipamentos e serviços. A equipe da jornalista mapeou 12 trocas na alta gestão da companhia entre os cargos-chave, somadas às trocas informadas na semana passada. Dos oito gerentes de exploração e produção, cinco teriam sido demitidos de seus cargos e um, remanejado. Além disso, diz a publicação, três das gerências que terão novos titulares têm assunto no comitê de decisões de investimento junto com os diretores da Petrobras. Wagner Victer, ex-secretário de energia do Rio de Janeiro, deve assumir o cargo de gerente-executivo do campo de Búzios. Ele já trabalhou na Petobras, mas passou pelo menos 24 anos em cargos fora da empresa, incluindo o posto de diretor-geral da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro entre 2019 e 2023, na gestão do petista André Ceciliano. Eduardo Costa Pinto, vinculado à Federação Única dos Petroleiros e professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chegou à Petrobras no ano passado para ser assessor especial de Jean Paul Prates. Sem experiência executiva na área de petróleo, deve assumir a gerência executiva de gestão de parcerias e processos de exploração e produção da Petrobras. Tanto Victer quando Costa Pinto, informa a jornalista Malu Gaspar, vão ocupar cargos que eram de funcionários de carreira da Petrobras.

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Gasolina vai subir? Petrobras deve continuar segurando volatilidade

A Petrobras (PETR4) deve continuar postergando a elevação dos preços da gasolina e do diesel mesmo após aumentar o preço médio do querosene de aviação para as distribuidoras em 3,2%, ou R$ 0,12 por litro, na segunda-feira (01). A elevação no preço do querosene de aviação segue as oscilações do mercado internacional, enquanto a gasolina e o diesel seguem sem mudanças e com ampliação da defasagem dos preços, impactados pela escalada do petróleo e desvalorização do real. Um e-mail pode mudar sua vida financeira: todas as manhãs, mais de 850 mil brasileiros recebem a newsletter mais lida do mercado financeiro para poder investir melhor. Você pode ser um deles. Basta clicar aqui para receber de forma 100% gratuita. Com o dólar nas alturas emdash; chegando a R$ 5,70 emdash; e alta no petróleo, a gasolina vendida nas refinarias do Brasil já está, em média, 19% mais barata em comparação com os preços praticados no exterior, mostra relatório diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Vale lembrar que a Petrobras não mexe nos preços da gasolina e do diesel desde o ano passado, e mudanças na política de preços parecem não estar no radar, segundo analistas que participaram de uma reunião realizada pela CEO Magda Chambriard, na terça-feira (02). Preço da gasolina vai subir? Segundo nota da XP Investimentos, presente no encontro, Chambriard enfatizou uma mensagem de continuidade, destacando que a Petrobras continuará executando o atual plano de negócios. eldquo;Achamos que a Petrobras vai continuar a segurar a volatilidade e atrasar para repassar aumentos de preços para gasolina e dieselerdquo;, comentam. Em linha, o BTG Pactual aponta que mudanças na política de preços de combustíveis não devem ocorrer, tendo em vista que Chambriard vê a análise combinada do custo marginal de produção da empresa e da melhor alternativa dos clientes, sendo eficaz em permitir que os preços sigam as tendências internacionais e mantenham margens saudáveis, evitando repassar a volatilidade aos consumidores. eldquo;Atualmente, estimamos os preços do diesel e da gasolina com desconto de 13% e 25% em relação ao PPI, respectivamente, e com base nas recentes tendências dos preços do petróleo e das taxas de câmbio, acreditamos que a política será novamente testada em breveerdquo;, avaliam Pedro Soares e equipe.

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Petrobras e CADE assinam aditivo ao TCC para o mercado de refino

Petrobras, em continuidade ao Fato Relevante divulgado em 22 de maio de 2024, informa que assinou com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (eldquo;CADEerdquo;) aditivo ao Termo de Compromisso de Cessação (eldquo;TCCerdquo;) do Refino firmado em 2019, por meio do qual foram pactuadas novas obrigações envolvendo as atividades da Petrobras na oferta de petróleo e derivados de petróleo a terceiros em território nacional. As novas obrigações preservam o objetivo original do TCC de manutenção da competitividade no mercado de refino. O aditivo também contempla as investigações instauradas pelo CADE após a celebração do TCC de 2019 e suspende tais inquéritos administrativos envolvendo a Petrobras. Em razão de obrigação assumida com o CADE, a Petrobras disponibiliza ao mercado, por meio deste Comunicado, suas Diretrizes de Comercialização de Petróleo (óleo cru) a terceiros para entregas por via marítima, como a seguir: Diretrizes de Comercialização de Petróleo para entregas marítimas 1. A Petrobras deverá preservar e priorizar o seu resultado econômico, buscando maximizar sua geração de valor; 2. A Petrobras deverá buscar maximizar a geração de valor praticando sempre preços competitivos, alinhados ao mercado internacional; 3. A autoridade competente pela aprovação de cada negócio, buscando maximizar a geração de valor para Companhia, deverá pautar a sua decisão com base nas referências de mercado no momento da negociação como: (a) as alternativas de suprimento da contraparte, e (b) o custo de oportunidade para a Petrobras. O custo alternativo da contraparte contempla as principais alternativas de suprimento, já o custo de oportunidade para a Petrobras é baseado nas alternativas da companhia. Dentre outras obrigações pactuadas, ressalta-se que a Petrobras se compromete a ofertar, a qualquer refinaria independente em território brasileiro, a possibilidade de celebrar Contrato Frame por meio do qual, observando as condições estabelecidas no TCC, refinarias independentes terão garantia de disponibilidade de volume mínimo de petróleo para a entrega por via marítima, durante períodos de negociação mensais, sem qualquer compromisso de aquisição com a Petrobras. Além disso, a Petrobras se compromete a apresentar ao CADE informações, conforme definido no Plano de Trabalho anexo ao TCC, que permitam a verificação do caráter não discriminatório da venda de petróleo (óleo cru) a terceiros e da estratégia comercial da Petrobras para a venda de derivados de petróleo, demonstrando sua aderência aos termos do TCC e aos preceitos da Lei de Defesa da Concorrência brasileira (Lei nº 12.529/2011). Como já informado ao mercado, o prazo de vigência das obrigações pactuadas no Aditivo ao TCC Refino é de 3 anos, podendo ser prorrogáveis por igual período, e o aditivo desobriga a Petrobras de prosseguir com os desinvestimentos de refinarias previstos no acordo original e que ainda não haviam sido concluídos, não obstante os melhores esforços da companhia. A Petrobras considera que a assinatura do aditivo ao TCC consolida os esforços de cooperação entre o CADE e a companhia e está alinhada ao atual momento de transição na configuração do sistema de refino brasileiro.

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Defasagem da gasolina e diesel avança e abre espaço para novos reajustes da Petrobras

Com a cotação do dólar se aproximando dos R$ 5,7 e um furacão ameaçando a região do Caribe, o preço da gasolina e do diesel no Brasil se afasta cada vez mais do praticado no mercado internacional. O movimento abre espaço para que a Petrobras reajuste os combustíveis, apesar da nova política da empresa não seguir mais a paridade de importação (PPI) e a presidente da estatal, Magda Chambriard, ter acenado com a manutenção dos preços "abrasileirados". No caso da gasolina, já são 257 dias sem mexer no preço, o que deixa a defasagem em 19% (dado do fechamento de segunda-feira) em relação ao Golfo do México, região usada como referência dos importadores. No diesel, o preço está há 190 dias inalterado e a diferença é de 17%. Para equiparar os preços, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que a Petrobras poderia elevar a gasolina em R$ 0,67 e o diesel em R$ 0,73. O aumento de 3,2% concedido ontem para o Querosene de Aviação (QAV), reajustado por contrato mensalmente, animou os importadores, que reclamam do congelamento dos preços dos combustíveis ao longo de 2024 e temem a disparada do preço do petróleo com o furacão Beryl, que assola o Caribe. O petróleo do tipo Brent, usado como referência pela Petrobras e pelos importadores em geral, operava em grande volatilidade nesta terça-feira, 2, entre pequenas altas e estabilidade. Por volta das 12h, a commodity registrava alta de 0,24%,por volta das 12h, cotado a US$ 86,82. eldquo;Já passou da hora da Petrobras reajustar os seus preços. Vimos que a Petrobras anunciou aumento de 3,2%, e, pra gente, a expectativa é de que vai anunciar sim o aumento do preço da gasolina e do dieselerdquo;, disse ao Broadcast o presidente da Abicom, Sergio Araújo, destacando a pressão nas contas da estatal com a proximidade do dólar de R$ 5,70 nesta terça-feira, 2. A Petrobras abandonou o PPI em maio do ano passado, e passou a praticar uma estratégia que leva em conta o preço mínimo que a estatal está disposta a vender com o preço máximo que o cliente quer pagar. Por este motivo, o mercado financeiro vem tendo dificuldade de adivinhar os próximos passos da estatal, que também trocou de direção recentemente. Em suas primeiras declarações, Magda declarou que não pretende alterar a política implantada pelo seu antecessor, Jean Paul Prates. A Acelen, braço do fundo de investimento árabe Mubadala no Brasil, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, privatizada há dois anos e que pratica a PPI, aumentou o preço da gasolina em 10% em junho, e o diesel S10 em 11%. Já para o analista de energia da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, nada sinaliza que a Petrobras mexerá em seus preços para o diesel e a gasolina, que não sofrem revisão desde dezembro e outubro de 2023, respectivamente. eldquo;Existe uma defasagem, sobretudo na gasolina, mas dentro da nova política da empresa, não há indicativo algum sobre alteração nos preçoserdquo;, avaliou Arbetman. No Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), a diferença apurada entre os preços internos e externos é bem maior. No caso da gasolina a defasagem já estaria em 25,17%, enquanto o diesel registra preço 10,62% mais barato no Brasil do que no mercado externo. "Na abertura das negociações, o barril recebeu suporte da deterioração das condições de segurança no Oriente Médio, alimentado sobretudo pela crescente tensão entre as forças de Israel e Hezbollah, na fronteira com o Líbano. Ao longo do dia, entretanto, a divulgação de resultados econômicos, aquém do esperado, nos Estados Unidos (EUA) e na Alemanha impactou os preços da commodity", explicou o Cbie.

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Dólar volta a subir e atinge R$ 5,66 em dia de nova crítica de Lula ao BC

O dólar voltou a subir e atingiu R$ 5,665 nesta terça-feira (2), numa alta de 0,22%, renovando seu maior valor desde janeiro de 2022 numa sessão marcada por novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Banco Central. Na máxima do dia, no início da tarde, a moeda americana chegou a atingir os R$ 5,700, mas perdeu força ao longo do pregão. Em entrevista à rádio Sociedade da Bahia, Lula afirmou que o Banco Central é uma instituição de estado e não pode estar a serviço do sistema financeiro. Ele também voltou a dizer que o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, tem viés ideológico. "A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que seu presidente não fique vulnerável às pressões políticas. Se você é democrata, permite que isso aconteça. Quando é autoritário você resolve fazer com que o mercado se apodere da instituição", disse o presidente. Lula também afirmou que há atualmente um ataque especulativo ao real, acrescentando que voltará a Brasília na quarta-feira e discutirá o que fazer em relação à alta do dólar. Nos últimos 60 dias, nos meses de junho e julho, Lula fez ao menos 14 comentários públicos sobre política fiscal e monetária, em 10 diferentes dias. Criticou a autonomia do Banco Central, atacou o presidente da autarquia e colocou em dúvida a intenção do governo de cortar gastos, entre outros assuntos que afetam o humor do mercado. Após o dólar abrir em baixa, a fala de Lula passou a pesar sobre os negócios ao longo da manhã e as cotações da moeda norte-americana ganharam força. Profissionais do mercado afirmaram que a possível intervenção do governo no câmbio gerava receios. "Apesar de [a fala] não ter feito tanto preço na Bolsa, com o mercado já acostumado à instabilidade política local e com as inseguranças fiscais, o dólar segue em sua trajetória altista. A insistente despreocupação do governo com o déficit fiscal faz com que os investidores sigam retirando a moeda estrangeira do país", diz Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital. Na visão do analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, a fala corrobora o mau humor dos últimos dias com tensão crescente entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o titular do BC em um ambiente de aumento nas preocupações fiscais. Mais tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo vá adotar uma medida de controle da alta da moeda norte-americana frente ao real por meio do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas operações de câmbio, possibilidade que havia sido levantada entre operadores "A nossa agenda com o presidente amanhã é exclusivamente uma agenda fiscal. Não sei de onde saiu esse rumor", disse o ministro ao negar medidas de controle de capital. Perto do fim da sessão, no entanto, a moeda americana desacelerou e se afastou das máximas. Houve um movimento semelhante nas curvas de juros futuros do Brasil, que operaram em alta durante boa parte do dia, mas passaram a cair, acompanhando os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os chamados "treasuries". Profissionais do mercado também citavam rumores de que o BC estaria consultando tesourarias de bancos para avaliar uma possível operação no câmbio. Consultas deste tipo são comuns em momentos de maior estresse, como o atual, para que o BC possa medir o apetite do mercado por dólares à vista ou por contratos de swap. A instituição vem repetindo que somente vai intervir no câmbio, promovendo novos leilões de moeda, se perceber disfuncionalidades. Economistas consultados pela Folha, no entanto, desaconselham uma intervenção pontual do BC no câmbio para conter o dólar. Para eles, a alta do dólar está mais relacionada à confiança na política fiscal do país.

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Disputa pelo mercado 'verde' de veículos chega à reforma tributária; entenda

Produtores de etanol saíram em defesa do governo Lula (PT) na última semana, após críticas da montadora chinesa BYD à proposta do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) de inclusão dos carros elétricos no rol de bens e serviços sujeitos à aplicação do imposto seletivo, uma das inovações da reforma tributária. Em entrevista ao Estadão, o presidente do Conselho da BYD Brasil, Alexandre Baldy, que foi ministro de Michel Temer (MDB), disse que eldquo;existem vários governos dentro do mesmo governoerdquo;, e classificou como eldquo;retrógradaerdquo; a pasta chefiada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). A preocupação da BYD é que o imposto desestimule esse mercado. A chinesa anunciou em março aumento na previsão de investimentos no Brasil para R$ 5,5 bilhões. Seu desembarque na Bahia contou com articulação do governo federal, com aval do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Em reação aos comentários de Baldy, a Bioenergia Brasil e a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) circularam uma nota onde eldquo;consideram injustaserdquo; as manifestações contra a abordagem do governo brasileiro à mobilidade sustentável. eldquo;Ao dizer que existem vários governos, a mensagem sugere a inexistência de coordenação por parte do Presidente da República. Vindo de uma empresa brasileira seria ruim; de uma estrangeira soa hostilerdquo;, diz o grupo do setor de etanol. E cita o programa Mobilidade Verde (Mover), sancionado na semana passada, como um exemplo de política que eldquo;leva a sérioerdquo; a descarbonização automotiva, medindo as emissões dos veículos em todo o ciclo produtivo. Em jogo está a inserção da metodologia que avalia todo o ciclo de vida de produção de veículos e combustíveis nas políticas setoriais de incentivo. Herdada do Renovabio e explorada no Mover e no Combustível do Futuro, as análises do eldquo;poço à rodaerdquo; e eldquo;berço ao túmuloerdquo; podem ser absorvidas pelo imposto seletivo. No topo disto está uma disputa comercial pelo mercado brasileiro de veículos. A China vai ganhando espaço para seus elétricos e acendendo alerta nas montadoras e indústrias de biocombustíveis instaladas aqui. Disputa que o eldquo;berço ao túmuloerdquo; chega com a promessa de equilibrar. IS para carros elétricos De acordo com a versão atual do texto do PLP 68/24, que regulamenta o novo sistema tributário, aprovado por meio da PEC 132/23, no ano passado, prevê que veículos movidos exclusivamente a baterias elétricas estão isentos do imposto seletivo (IS), cuja intenção é reduzir o consumo de produtos considerados nocivos à sociedade. A isenção veio do Ministério da Fazenda, de Fernando Haddad. O MDIC, no entanto, tem uma visão diferente e apresentou uma proposta alternativa ao grupo de trabalho formado na Câmara dos Deputados para analisar o PLP 68/2024. Para atingir a finalidade do IS, de acordo com a ótica do MDIC, faz sentido apostar em uma sistemática de eldquo;bônus e maluserdquo; na aplicação do tributo à indústria automotiva, seguindo a lógica do IPI Verde do Mover. Em tese, os veículos que atenderem aos requisitos de segurança, tecnologia, eficiência energética e pegada de carbono ganharão um bônus em relação à alíquota base do seletivo, o que significaria uma carga menor para os 100% elétricos, caso eles entrem no rol de taxação do IS. Mas a indústria automotiva avalia de outra forma. Para a Anfavea (associação do setor), por exemplo, o novo imposto, ao restringir o acesso dos consumidores aos automóveis novos, irá atrasar a renovação da frota, e é contraditório em relação ao recém lançado programa de incentivo à inovação na produção de veículos, o Mover. Leia na cobertura de Hanrrikson de Andrade O próprio setor de etanol é crítico à medida, no que diz respeito aos carros flex. Em uma outra nota divulgada na segunda (1/7), a Unica observa que a medida, além de ir em direção contrária ao Mover, estaria em desacordo com o Renovabio, ao desincentivar a tecnologia que permite abastecer com gasolina ou etanol. Ganhando mercado Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) apontam que a participação dos eletrificados sobre o total das vendas domésticas de veículos leves (de todos os tipos de combustível) tem se mantido constante, em torno de 7% a 8%, desde o início de 2024. Na primeira metade de 2023, esse market share era de 3,9%. De janeiro a maio de 2024, o mercado brasileiro emplacou 64.908 eletrificados leves endash; aumento de 149% sobre o mesmo período em 2023. Com mais de 285 mil eletrificados em circulação no país (0,25% da frota brasileira), a ABVE estima que este mercado atingirá a marca simbólica de 300 mil unidades nas ruas na virada do segundo semestre. No topo do ranking de vendas está a BYD, com mais de 27 mil emplacamentos, seguida pela chinesa GWM (9,9 mil) e a japonesa Toyota (8,9 mil). Ainda de acordo com a ABVE, só as duas montadoras chinesas apresentaram ao mercado 18 modelos novos em 2024, sendo 16 deles elétricos plug-in. A importação em massa de veículos chineses motivou uma carta da Afavea a Lula pedindo alíquota máxima de imposto de importação e cotas para entrada de carros elétricos no Brasil. Elétrico só se for com etanol No mundo, a previsão é que as vendas de veículos a combustão já atingiram o pico. Essa mudança na frota preocupa a indústria de biocombustíveis, que se articula para emplacar uma terceira via: a hibridização. No início do ano, uma cooperação de produtores de etanol e biometano com montadoras como BYD, Stellantis, Volkswagen e Toyota publicou um estudo onde defende políticas de estímulos aos veículos elétricos híbridos (HEVs, na sigla em inglês), que associam eletrificação com motores a combustão. O trabalho liderado pelo economista e ex-presidente do BNDES nos governos do PT (2007-2016), Luciano Coutinho, conclui que a maior adoção de HEVs é mais eficiente na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e agregação de valor à indústria nacional, quando comparada com a predominância de veículos 100% elétricos (BEVs, na sigla em inglês).

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