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Gasolina mais cara a partir de fevereiro: aumento do ICMS e impacto nos preços

O preço dos combustíveis sofrerá mais uma alta a partir de 1º de fevereiro de 2025, em virtude do reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A medida foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e impactará diretamente os consumidores em todo o Brasil. A alíquota do ICMS sobre a gasolina será reajustada em R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,37 para R$ 1,47, enquanto o diesel e o biodiesel terão aumento de R$ 0,06, alcançando R$ 1,12 por litro. O reajuste, publicado no Diário Oficial da União, busca ajustar as receitas estaduais, mas coloca pressão adicional sobre a economia já afetada pela defasagem nos preços praticados internamente. O impacto no bolso dos consumidores será significativo, especialmente em um cenário de inflação elevada e custos de vida crescentes. Além do efeito direto no preço dos combustíveis, o aumento terá repercussões em outros setores, como transporte e logística, gerando um efeito cascata que tende a elevar o preço de produtos e serviços. Essa dinâmica pressiona ainda mais o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dificultando o controle da inflação. O cenário de defasagem entre os preços internos e o mercado internacional adiciona outro elemento ao desafio. A Petrobras, que há meses não reajusta o preço dos combustíveis, acumula perdas significativas, enquanto o barril de petróleo Brent ultrapassa os 80 dólares e o câmbio se mantém acima de R$ 6 por dólar. Essa discrepância força a empresa e o governo a lidarem com a difícil decisão de equilibrar os preços internos e manter a competitividade no mercado global. Entenda o impacto do ICMS no preço dos combustíveis O ICMS é um dos tributos mais significativos na composição do preço dos combustíveis no Brasil. Ele incide sobre a circulação de mercadorias e serviços, variando conforme a alíquota definida por cada estado. No caso dos combustíveis, o imposto é responsável por uma parcela expressiva do preço final na bomba, sendo frequentemente alvo de debates sobre sua adequação e impacto na economia. Historicamente, o ICMS tem sido uma das principais fontes de arrecadação para os estados, financiando áreas essenciais como saúde, educação e segurança pública. O aumento aprovado pelo Confaz reflete a necessidade dos estados de ajustar suas receitas em meio a um cenário fiscal desafiador. Entretanto, essa medida coloca uma carga adicional sobre os consumidores, especialmente em um momento de recuperação econômica instável. A defasagem nos preços e os desafios para a Petrobras A política de preços da Petrobras, baseada na paridade de importação, busca alinhar os valores internos aos do mercado internacional, considerando o câmbio e as cotações do petróleo. No entanto, a defasagem atual entre os preços internos e internacionais criou um cenário de prejuízos acumulados para a estatal, que soma R$ 9,3 bilhões nos últimos 11 meses. Enquanto a gasolina está sem reajuste há seis meses, o diesel permanece inalterado há mais de um ano, apesar das oscilações no mercado externo. Essa defasagem é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a alta volatilidade nos preços do petróleo e as restrições de governança corporativa impostas à Petrobras após a Operação Lava Jato. Essas regras limitam a interferência direta do governo na definição de preços, mas aumentam a pressão sobre a empresa para buscar um equilíbrio entre manter sua saúde financeira e evitar impactos severos aos consumidores. Efeitos do aumento sobre o consumidor e a economia O reajuste do ICMS terá impactos imediatos e de longo prazo no bolso dos consumidores. Com o aumento de R$ 0,10 na gasolina e no etanol, e de R$ 0,06 no diesel e biodiesel, os motoristas já podem esperar custos mais altos para abastecer seus veículos. Além disso, o impacto não se restringe às bombas: o aumento nos combustíveis tende a gerar um efeito cascata, elevando os custos de transporte e, consequentemente, os preços de diversos produtos e serviços. O setor de transporte e logística, altamente dependente do diesel, será particularmente afetado. Empresas de transporte rodoviário de cargas, que representam a maior parte do modal logístico brasileiro, já enfrentam margens reduzidas e dificuldades para repassar os aumentos de custos. Esse cenário pode levar a aumentos nos preços ao consumidor, pressionando ainda mais a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado como principal medida da inflação no Brasil, é sensível às variações nos preços dos combustíveis. A gasolina, por exemplo, tem um peso significativo no cálculo do índice. A alta dos combustíveis, portanto, pode dificultar os esforços do governo para controlar a inflação, afetando o poder de compra da população e os índices de confiança econômica. Alternativas buscadas por consumidores Diante do aumento nos preços dos combustíveis, muitos consumidores têm procurado alternativas para economizar. O etanol, frequentemente mais barato que a gasolina em algumas regiões, pode ser uma opção viável, dependendo da relação de preços entre os dois combustíveis. No entanto, sua viabilidade varia de estado para estado, dependendo da produção local e da tributação. Além disso, há um aumento na procura por combustíveis alternativos e meios de transporte mais econômicos, como transporte público, caronas compartilhadas e bicicletas elétricas. Embora essas opções sejam atrativas para muitos, elas nem sempre estão disponíveis ou são acessíveis a todas as faixas da população, especialmente em regiões com infraestrutura limitada. Impactos no setor produtivo e na inflação O aumento no preço dos combustíveis afeta não apenas os consumidores finais, mas também toda a cadeia produtiva. Com custos de transporte mais elevados, empresas de diversos setores enfrentam o desafio de absorver ou repassar os aumentos aos preços finais de seus produtos. Essa dinâmica cria um efeito cascata, elevando os custos em toda a economia e pressionando a inflação. Os setores mais sensíveis a essas variações incluem alimentos, materiais de construção e bens de consumo, que dependem fortemente do transporte rodoviário. Pequenas e médias empresas, que muitas vezes operam com margens de lucro menores, enfrentam maiores dificuldades para lidar com esses aumentos, afetando sua competitividade e sustentabilidade no mercado. Dados e estatísticas sobre combustíveis no Brasil A alíquota do ICMS sobre a gasolina será ajustada de R$ 1,37 para R$ 1,47 por litro. O diesel e o biodiesel terão aumento de R$ 0,06 por litro, passando para R$ 1,12. O barril de petróleo Brent ultrapassou os 80 dólares, com o câmbio acima de R$ 6 por dólar. A Petrobras acumula prejuízos de R$ 9,3 bilhões nos últimos 11 meses devido à defasagem nos preços. Histórico de reajustes e impacto fiscal O ICMS, criado na década de 1960, é um dos pilares do sistema tributário brasileiro. Com alíquotas definidas por cada estado, ele financia grande parte das despesas estaduais, incluindo saúde, educação e segurança. Reajustes nas alíquotas, como o anunciado para fevereiro, refletem a necessidade de equilibrar as contas públicas, mas frequentemente geram debates sobre sua eficácia e impacto social. Nos últimos anos, o Brasil enfrentou um aumento na volatilidade dos preços dos combustíveis, impulsionado por fatores como oscilações no mercado internacional de petróleo, variações cambiais e mudanças na política de preços da Petrobras. Esses fatores tornaram os reajustes no ICMS uma medida controversa, com impactos amplamente discutidos entre economistas, empresários e consumidores.

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São Martinho capta US$ 165 mi para implementar primeira fábrica de biometano

A São Martinho garantiu um financiamento de US$ 165 milhões junto à International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial. O recurso, com prazo de dez anos, será destinado à construção da primeira planta de biometano da companhia, localizada na Unidade Santa Cruz, em Américo Brasiliense (SP). A fábrica utilizará a vinhaça da cana-de-açúcar para produzir o gás renovável, com capacidade inicial de 15 milhões de metros cúbicos por safra. Em nota, a companhia afirmou que isso contribuirá para a redução de até 32 mil toneladas de emissões de gases de efeito estufa por ano. A planta, com previsão de início de operações no segundo semestre de 2025, é parte de um plano estratégico para explorar o potencial de biometano nas quatro unidades da empresa. eldquo;Essa iniciativa marca nossa entrada no mercado de gás natural renovável, alinhando-nos à transição para uma economia de baixo carbonoerdquo;, destacou, na nota, o CEO da São Martinho, Fabio Venturelli. O financiamento também apoiará tratos culturais nas lavouras de cana destinadas à produção de biometano e o projeto Formação de Agentes Locais, que visa à capacitação profissional e à inclusão social da comunidade local. eldquo;Essa nova operação reforça nossa parceria com a IFC e demonstra a confiança da instituição no nosso modelo de negócio sustentável, que promove crescimento econômico e preservação ambientalerdquo;, afirmou, na nota, o CFO da São Martinho, Felipe Vicchiato.

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Com fala de Trump sobre China, dólar cai 0,35%

O aceno do presidente dos EUA, Donald Trump, para uma boa relação com a China, em discurso virtual no Fórum de Davos, na Suíça, derrubou ontem o dólar em relação a outras moedas no mundo. Esse movimento no mercado de câmbio foi acompanhado também de um arrefecimento dos juros dos títulos do Tesouro americano (Treasuries). O real se beneficiou desse enfraquecimento da divisa americana em nível global. No mercado de câmbio local, a moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 5,92, queda de 0,35%. eldquo;( O presidente) Trump adotou um discurso mais brando em relação à China, sabendo da dependência dos EUA de produtos importados e do impacto de aumento de tarifas sobre a política monetária americanaerdquo;, disse o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, para quem o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), dependendo das medidas de Trump, pode ter espaço para um redução adicional da taxa de juros no país. Após a fala do presidente americano, à tarde, o dólar passou a cair em relação a outras moedas fortes, como o euro, e aprofundou o ritmo de queda ante as divisas emergentes. No Brasil, a moeda americana rompeu o piso de R$ 5,90 e chegou a descer a R$ 5,87, menor valor diário desde 12 de dezembro (R$ 5,86). O pregão de ontem foi o quarto consecutivo de queda da moeda americana, que já acumula depreciação de 2,31% na semana, e de 4,12% no mês endash; o que faz o real ter o melhor desempenho entre as principais divisas globais neste mês. Para o economista Gustavo Rostelato, da Armor Capital, o recuo recente do dólar reflete, em grande parte, o desmonte de posições compradas na moeda americana por investidores estrangeiros, dada a melhora do apetite ao risco no exterior. O gatilho teria sido o fato de Trump não ter optado pela imposição agressiva de tarifas neste início de mandato. BOLSA. O fortalecimento do real no mercado de câmbio não foi suficiente para dar fôlego ao Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira (B3), que encerrou o dia ontem em baixa de 0,40%, aos 122.483,32 pontos. eldquo;O dólar caiu frente ao real, mas o dia não foi bom para outros ativos brasileiros, como os da Bolsa e a curva de juros, que subiuerdquo;, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. eldquo;O modo ainda é de voo de galinha para a Bolsa.erdquo;

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Instituições financeiras veem economia mais fraca e possível recessão à frente

Divulgados desde as últimas semanas de 2024, indicadores mais fracos de varejo, serviços, criação de empregos e produção industrial sinalizam que a atividade econômica no País perde força e instituições financeiras começam a trabalhar com a possibilidade de recessão técnica endash; quando há contração em dois trimestres consecutivos. Embora não seja consenso entre analistas, pelo menos seis instituições projetam esse cenário: Bradesco, Ativa Investimentos, Monte Bravo, Nova Futura, Tendências e BV. A perspectiva de 2025 fechar com uma taxa básica de juros de 15% para tentar conter a inflação também é um dos fatores levados em conta na avaliação das instituições financeiras. Conforme os analistas, a tendência de queda pode aparecer no último resultado do PIB de 2024, mas deve ser interrompida pela esperada safra recorde de grãos, em especial da soja, neste primeiro trimestre. A partir daí, os efeitos do agro vão se dissipar e a economia vai ficar mais exposta aos juros altos. Indicadores mais fracos divulgados desde a última semana de 2024 sinalizam que a atividade econômica perde força no País e instituições financeiras já começam a trabalhar com a possibilidade de recessão técnica endash; quando há contração em dois trimestres consecutivos. Embora ainda não seja consenso entre os analistas do mercado, pelo menos seis instituições já projetam cenários de contração: Bradesco, Ativa Investimentos, Monte Bravo, Nova Futura, Tendências e BV. Amparam as perspectivas dos economistas dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de quatro indicadores: varejo, volume de serviços, emprego e produção industrial. O varejo recuou 0,4% em novembro ante outubro, o volume de serviços teve queda de 0,9% também em novembro e o emprego, que registrou o menor saldo para o período da série histórica, iniciada em 2020, no penúltimo mês do ano passado, com a criação de 106,6 mil vagas. Já a produção industrial recuou 0,8% em outubro, e repetiu o desempenho em novembro. A perspectiva de que o ano termine com uma taxa básica de juros de 15% para tentar conter a inflação, que deve ficar em 5,08%, acima do teto da meta segundo o último boletim Focus, divulgado segunda-feira pelo Banco Central (BC), também é um dos fatores levados em conta na avaliação das instituições financeiras. Conforme os analistas, a tendência de retração da atividade já será sentida do PIB do último trimestre de 2024, mas deve ser interrompida pelo impulso da safra recorde de grãos neste primeiro trimestre. A partir daí, dizem os economistas, os efeitos do agro vão se dissipar e a economia ficará mais exposta aos juros altos e sem os impulsos fiscais que sustentaram, em boa parte, o crescimento dos últimos dois anos. Com isso, passa a existir a chance de recessão da economia endash; caracterizada pela queda do PIB dois trimestres seguidos. Para Thiago Xavier, economista da consultoria Tendências, o PIB deve cair 0,6% no terceiro trimestre e 0,2% nos últimos três meses do ano. O BV também espera recessão técnica no segundo semestre, com queda de 0,5% no terceiro trimestre e de 1% nos três meses seguintes. No Bradesco, cujo cenário foi atualizado no mês passado, são previstas duas quedas trimestrais de 0,3% na segunda metade de 2025. Para o economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, o PIB começa a cair antes, no segundo trimestre, com 0,5%. No terceiro, sua expectativa é de nova contração de 0,5%. eldquo;Essa queda da atividade é a transmissão da política monetária ( contracionista) para, principalmente, os setores mais ligados ao créditoerdquo;, diz Costa. Alívio provisório Para economistas, safra dará fôlego neste início de ano, mas efeito será dissipado na sequência Opresidente do Itaú BBA, Flávio Souza, reforça o coro quanto à necessidade de o Brasil mandar ao mundo uma mensagem mais forte de compromisso fiscal, após a frustração com as medidas apresentadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A preocupação com as contas públicas no Brasil gera incerteza e isso tem afetado o apetite do investidor externo, alerta ele. eldquo;Diante desse cenário macro, no mercado internacional e no Brasil, com a velocidade do crescimento da dívida, é realmente fundamental que o fiscal continue sendo tratado. E, eu diria, com um nível de assertividade ainda maiorerdquo;, disse Souza, ao Estadão/Broad cast, em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial. A seguir, os principais trechos da entrevista: O Fórum em Davos acontece em meio a um cenário complexo, com o mundo de olhos na gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto no Brasil temos a pressão fiscal e a recente crise do Pix. Quais são as suas expectativas? Realmente é um cenário conturbado, cheio de incertezas, mas tem uma oportunidade de a gente tentar olhar as coisas com uma perspectiva mais de longo prazo. É óbvio que precisamos estar sempre atentos, o famoso eldquo;um olho no gato e o outro no peixeerdquo;, mas a expectativa é conseguir continuar discutindo temas como o uso de tecnologia, a importância da inteligência artificial e a transição energética. Trump ameaça essa agenda de transição energética? A posição do Trump traz algum impacto e a gente deve ver nos próximos dias os primeiros atos nessa direção. Mas, no longo prazo, a direção está definida, é absolutamente clara. Obviamente, pode ter ajuste em velocidade, intensidade, mas o mundo está na direção da transição energética, me s mo com eventuais elsquo;pushbacksersquo; (retrocessos) que essa agenda possa sofrer nos Estados Unidos. Por que os bancos americanos saíram da lista de financiamento climático? É muito cedo para dizer que essas empresas vão fazer uma revisão radical da agenda de descarbonização. É só olhar o que está acontecendo em Los Angeles, as enchentes no Sul do Brasil, há evidências científicas que mostram que esse assunto precisa ser tratado até sob uma perspectiva de risco. Na temporada de resultados, os banqueiros de Wall Street enfatizaram uma melhora significativa na confiança do empresariado nos EUA. Como isso se reverbera em negócios para o banco? Trump chega com um poder bastante superior ao do primeiro mandato e com uma atuação muito pró-negócio no ambiente americano. Ou seja, de menos regulação, de tentar estimular a produção nos Estados Unidos, através de tarifas, etc. É um ambiente favorável. Como isso vai transbordar e repercutir fora dos Estados Unidos é uma das questões que vamos ver como irá se desenvolver. E os efeitos para o Brasil? Esse cenário do Trump tem um potencial de manter o nível de atividade nos Estados Unidos mais aquecido, portanto, a taxa de juros deve permanecer em um patamar mais elevado. A nossa área de macroeconomia acabou de atualizar o cenário com a expectativa de manutenção dos juros nos EUA, sem cortes neste ano. Quando a gente olha para o Brasil, com uma expectativa de a taxa continuar subindo, significa redução da intensidade da atividade econômica. O governo sinaliza mais ações na questão fiscal após o pacote ter frustrado as expectativas? Está muito clara a necessidade de uma postura fiscal importante por parte do governo. Diante desse cenário macro, no mercado internacional e no Brasil, com a velocidade do crescimento da dívida, é realmente fundamental que esse tema continue sendo tratado. E, eu diria, com um nível de assertividade ainda maior. Qual é a preocupação com o impacto dos juros altos nas empresas no Brasil? A gente vem de um ciclo de crédito corporativo no Brasil bem saudável nos últimos anos. Apesar de casos de empresas em recuperação judicial, o desempenho dos bancos em geral têm sido bastante benigno. O mercado de dívida teve em 2024 o melhor ano da história, nossa carteira cresceu perto de 14% até setembro. Com juros altos, é natural uma acomodação. Se isso vai se materializar em um cenário de deterioração a ponto de termos um problema, ainda é cedo para dizer. Se o mercado caminhar nessa direção, com casos relevantes, mostrando maior dificuldade, isso pode trazer um cenário um pouco mais difícil. Isso irá acontecer? É difícil dizer isso nesse momento. O País precisa passar uma mensagem forte do ponto de vista do compromisso fiscal, a oportunidade de criar um ambiente de negócios favorável para o Brasil é mais próxima do que parece. Mas o Brasil precisa fazer o dever de casa bem feito. Como o sr. vê a ponte de negócios entre Brasil e EUA? Sobre tarifas, a gente tem de olhar com alguma tranquilidade, porque o Brasil tem uma relação deficitária em balança com os Estados Unidos, pequena, é verdade, mas o Trump tem prioridades mais relevantes, como o México, o Canadá e a China. Para o Brasil, é uma situação mais neutra. Está no banco desde 2009, onde chefiou o Itaú Private Bank e foi presidente do Itaú International

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Analistas divergem sobre reajuste dos combustíveis e ministro descarta interferência do governo

A Petrobras (PETR4) permanece sem anunciar reajuste nos preços dos combustíveis e as especulações continuam. Parte dos analistas defende que a defasagem com os preços internacionais pode pressionar os resultados da empresa. Outros acreditam que o segmento de exportação pode compensar com o bom momento do petróleo. Em meio ao receio por uma interferência do governo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou em Davos, no Fórum Econômico Mundial, que a Petrobras tem completa independência para decidir sobre preços, considerando o que será melhor para a saúde financeira da empresa. Silveira ainda destacou que Magda Chambriard, atual presidente da estatal, eldquo;sabe que a Petrobras precisa ser atrativa para os investidoreserdquo;. Por outro lado, de acordo com a Genial Investimentos, a questão impede a empresa de chegar a um patamar de avaliação mais interessante. eldquo;Conforme nossas estimativas, o preço médio praticado pelas refinarias da Petrobras foi de R$ 3,05/L para gasolina e R$ 3,68/L para diesel, sem alterações desde julho de 2024. Para que os preços estejam alinhados à paridade internacional, a gasolina e o diesel deveriam custar, no mínimo, R$ 3,19/L (+4,5%) e R$ 4,37/L (+18,75%)erdquo;, afirma a corretora. Segundo o relatório diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que avalia o Preço de Paridade de Importação (PPI), a gasolina no Brasil está 11% mais barata que no mercado internacional. Já a defasagem do diesel chega a 21%. Diante disso, a Genial acredita que a empresa deveria promover um reajuste de ao menos 10% a 15% no diesel. Os analistas destacam que o segmento de Refino, Transporte e Comercialização responde por cerca de 10% a 14% do Ebitda da empresa, portanto os resultados devem ser pressionados. A recomendação da corretora neste momento é neutra, ou para manter o papel, o qual tem preço-alvo definido em R$ 48. O que segura o reajuste dos combustíveis? Para o BTG Pactual, a questão da defasagem representa mais um risco qualitativo do que quantitativo. eldquo;Mantemos nossa visão de que a Petrobras deve continuar apresentando um bom desempenho, (quase) independentemente de aumentos de preços, já que os preços macro spot atuais oferecem uma assimetria positiva às nossas projeçõeserdquo;, afirma. Vale ressaltar que, em 2023, a Petrobras abandonou a política de reajustes baseada exclusivamente no PPI. Para a atual composição dos preços, a empresa introduziu uma estratégia de bandas de preço, oscilando entre seu custo de oportunidade (exportação) e o custo alternativo do cliente (importação). Dessa forma, a empresa considera variáveis como a competitividade dos seus combustíveis em relação aos mercados interno e externo. eldquo;Como a estratégia exige que a Petrobras mantenha os preços dentro dessas bandas ao longo do ano-calendário, mudanças de preço se tornam mais prováveis quando os preços médios, ao longo de um período prolongado, se aproximam dos limites das bandaserdquo;, diz o BTG. Segundo os analistas do banco, a empresa não deve ser impactada por interferências políticas quando tiver que reajustar preços. eldquo;O estatuto social da empresa e a Lei das Estatais são as razões primárias pelas quais a Petrobras continua ajustando seus preços, apesar do ruído político, o governo não conseguiu interferir nessas decisões de maneira a prejudicar a companhiaerdquo;, afirmam. O BTG vê assimetria positiva nos lucros em função dos preços do petróleo, câmbio e produção, além dos sólidos dividendos. Os analistas mantêm a Petrobras como sua eldquo;top pickerdquo;, com recomendação de compra e preço-alvo definido em R$ 58, um potencial de valorização de 55%.

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Trump pede à Opep que reduza os preços do petróleo

Donald Trump pediu à Opep que reduza os preços globais do petróleo e insistiu que os bancos centrais ao redor do mundo reduzam as taxas de juros "imediatamente" depois. Em um discurso para executivos em Davos na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos instou a Arábia Saudita e outros produtores a reduzirem o custo do petróleo bruto, expressando descontentamento por não terem feito isso antes. "Vou pedir à Arábia Saudita e à Opep que reduzam o custo do petróleo. Vocês têm que baixar. O que, francamente, me surpreende que não tenham feito antes da eleição", disse ele. "Agora o preço está alto o suficiente para que essa guerra continue", disse ele, referindo-se à invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia. "Vocês têm que baixar o preço do petróleo, isso acabará com essa guerra. Vocês poderiam acabar com essa guerra", acrescentou. O presidente norte-americano também usou o discurso para insistir que as empresas ao redor do mundo fabriquem seus produtos nos EUA emdash;ou enfrentem tarifas abrangentes sobre bens importados que entrem no mercado americano. Ele promoveu sua agenda econômica de desregulamentação radical e o "maior corte de impostos da história americana" para chefes de negócios e líderes globais, chamando-a de "nada menos que uma revolução do bom senso". Os comentários de Trump sobre o preço do petróleo vieram após ele conversar com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman na quarta-feira (22). Durante a conversa, Bin Salman prometeu investir até US$ 600 bilhões nos EUA nos próximos quatro anos. Hoje, Trump disse que pediria "ao príncipe herdeiro, que é um cara fantástico, para arredondar para cerca de US$ 1 trilhão". O preço do petróleo bruto caiu 1% após os comentários de Trump. Trump também elogiou os méritos do "bom e limpo carvão" para alimentar centros de dados necessários para inteligência artificial. "Precisamos do dobro da energia que temos atualmente nos EUA, para que a IA seja tão grande quanto queremos", disse ele, acrescentando que usaria decretos de emergência para acelerar a construção de novas usinas de energia. "Nada pode destruir o carvão emdash;nem o clima, nem uma bomba, nada", disse Trump. O preço das ações da Peabody, a maior empresa de carvão dos EUA, subiu 4% após as declarações. Trump também falou positivamente sobre seu relacionamento com o presidente chinês Xi Jinping, culpando seu antecessor Joe Biden pelas relações tensas entre Washington e Pequim e expressando esperança de que a China pudesse ajudar a acabar com a guerra na Ucrânia. "Tudo o que queremos é justiça", disse Trump, acrescentando que buscava um campo de jogo nivelado com a China. Como as coisas estão, o relacionamento era "injusto", acrescentou Trump. Trump também criticou a União Europeia, descrevendo as multas aplicadas por Bruxelas contra empresas de tecnologia dos EUA por violarem as regras de concorrência como uma "forma de tributação". "São empresas americanas e não deveriam estar fazendo isso, na minha opinião", disse Trump. "É uma forma de tributação. Temos algumas reclamações muito grandes com a UE." (Financial Times)

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