Produção de biocombustíveis caminha junto com a de alimentos, diz secretário do MDIC
O secretário de Economia Verde do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg (PSB), disse nesta quarta (14/5) que o Brasil deve aproveitar a presidência de fóruns internacionais como a COP30 para mostrar ao mundo que a produção de biocombustíveis não concorre com a de alimentos. Rollemberg participou nesta manhã da abertura do II Fórum Biodiesel e Bioquerosene na Fenagra, em São Paulo, promovido pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). Para o secretário, é preciso mudar a eldquo;imagem distorcidaerdquo; que outros países têm em relação à agricultura brasileira. eldquo;O Brasil reduziu em 50% o desmatamento nos últimos anos, temos uma matriz renovável e aumentamos a produção de biocombustíveis, reduzimos em 12% as nossas emissões de gases de efeito estufa e no ambiente de recuperação industrialerdquo;, listou. eldquo;Agora, um dos maiores desafios, mas também uma das maiores oportunidades que temos é mostrar, de forma categórica, que muito ao contrário do que se diz em função de barreiras econômicas, a produção de biocombustíveis não concorre com a de alimentos. A produção de biocombustíveis e a produção de alimentos caminham juntaserdquo;. Para isso, defendeu Rollemberg, é necessário o trabalho da comunidade científica na demonstração dessas evidências. E citou o exemplo da produção de biodiesel de soja, cujo esmagamento gera 80% de farelo, que é destinado à produção de ração para cadeias animais. Segundo o secretário, o MDIC encomendou à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) um estudo para demonstrar as externalidades positivas da substituição do diesel fóssil pelo biodiesel. Rollemberg também disse que levou o tema ao embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, a cúpula climática da ONU que este ano será sediada pelo Brasil, em Belém (PA). eldquo;Entendo que essa deve ser uma prioridade do Brasil na COP30, além da agenda global de implementação do Acordo de Paris, com metas ousadas, e garantirmos o financiamento para o atingimento dessas metaserdquo;, completou. Do G20 para a COP30 Em 2024, quando presidiu o fórum das 20 maiores economias globais, o Brasil conseguiu pautar entre as discussões o papel dos biocombustíveis na transição energética global e a sustentabilidade do seu ciclo de produção, algo que deve ser replicado na COP30, defende o chefe-geral, da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso. Segundo Alonso, a Embrapa emdash; instituição pública de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura emdash; se preparou para levar esse posicionamento à cúpula do clima marcada para novembro de 2025. Uma das iniciativas neste sentido são os Diálogos pelo Clima, encontros organizados nos diferentes biomas brasileiros para apresentar a agricultura e os biocombustíveis brasileiros como parte da solução climática. eldquo;Não há uma solução climática global sem o agro tropical e sem biocombustíveis. E não há um agro tropical sustentável, nem biocombustíveis, sem ciência, sem política pública e sem a valorização daqueles que produzem com responsabilidadeerdquo;, comentou Alonso.