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Exclusão de biodiesel de leilão de energia suspende investimento de R$ 500 milhões, diz Binatural

A exclusão de biocombustíveis como biodiesel de um leilão de reserva de capacidade de energia elétrica no Brasil levou à suspensão de um investimento de meio bilhão de reais da Binatural, disse o CEO da empresa à Reuters. Segundo André Lavor, a Binatural estava em fase avançada de negociação com uma das maiores termelétricas do Brasil, localizada no Nordeste, para viabilizar o que ele chamou de primeiro complexo termelétrico sustentável do Brasil. "A construção de uma usina de biodiesel atrelada a uma termoelétrica existente... Esse investimento robusto foi suspenso pela exclusão do biodiesel nos leilões", disse o executivo. Além do investimento, a usina de biodiesel projetada ampliaria a produção nacional em 540 milhões de litros por ano. Esse biocombustível é feito majoritariamente com óleo de soja no Brasil. A Binatural atua há cerca de 19 anos no setor, operando atualmente duas usinas emdash;uma em Formosa (GO) e outra em Simões Filho (BA), com capacidade produtiva conjunta superior a 600 milhões de litros por ano. Procurado, o Ministério de Minas e Energia afirmou que as diretrizes do leilão de reserva de capacidade, previsto para 2026, "foram propostas no sentido de oferecer maior flexibilidade operacional ao sistema elétrico, estimular a competição entre as diferentes fontes incluídas no planejamento do certame e, consequentemente, trazer maior benefício ao consumidor". O ministério afirmou ainda que já existem políticas públicas endereçadas para o setor de biodiesel, como os mandatos do E30 e do B15, que aumentaram a adição do etanol anidro na gasolina e de biodiesel no diesel. A nota do ministério acrescentou que, só com o B15, estão previstos mais de R$5 bilhões em novos investimentos em usinas e unidades de esmagamento de soja, além da geração de mais de 4 mil postos de trabalho, "sem contar as 5 mil novas famílias da agricultura familiar que devem ser incorporadas ao Programa Selo Biocombustível Social". BAIXO CARBONO A exclusão do biocombustível, afirmou a Binatural, ocorreu ao mesmo tempo em que o governo abriu espaço para combustíveis fósseis, incluindo carvão mineral, óleo combustível e óleo diesel para movimentar as termelétricas. "Essa decisão ocorre justamente quando o Brasil se prepara para sediar a COP30, em Belém, e busca apresentar ao mundo uma agenda climática centrada na redução de emissões e na transição para uma economia de baixo carbono. O cenário gera uma percepção de contradição...", disse Lavor. Segundo a Binatural, até o momento não foram apresentados estudos detalhados que justifiquem a exclusão dos biocombustíveis. As Notas Técnicas nº 84 e 85/2025 citam aspectos de custos, prazos e logística, "mas de forma genérica", disse a empresa, que refutou também posições contra a viabilidade do biodiesel em grandes motores. O leilão de reserva de capacidade está atualmente em consulta pública. A companhia afirmou que o biodiesel já é um ativo estratégico para a segurança energética nacional. Hoje, o setor conta com mais de 60 usinas em todas as regiões, com capacidade produtiva superior a 15 bilhões de litros por ano e que operou em 2024 com apenas 59,5% de ocupação, segundo dados citados pela Binatural. (Reuters)

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BNDES ajuda na criação da segunda maior reciclagem de óleo do mundo

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou um financiamento de R$ 400 milhões para a Lwart Soluções Ambientais expandir sua fábrica de rerrefino de óleo lubrificante usado. Esse é o maior projeto de economia circular na indústria já apoiado pela instituição financeira. A empresa processa lubrificantes usados ou contaminados, recolhidos em postos de combustíveis, oficinas mecânicas e indústrias, e o transforma em óleo mineral sustentável. Posteriormente, esse óleo é revendido para outras indústrias, que o transformam em lubrificante para a venda ao consumidor final. Parte dos recursos saiu do Fundo Clima (R$ 320 milhões) e outra parcela, do Finem (R$ 80 milhões), que representam 56% do total previsto de investimento (R$ 713 milhões) na expansão da fábrica, localizada em Lençóis Paulista (SP). Segundo o BNDES, com o crédito, a Lwart ampliará sua capacidade anual de processamento em 144 mil m³, tornando-se a segunda maior empresa do mundo nesse ramo. Atualmente, a unidade processa cerca de 240 mil m³ de óleo, que resultam em 178 mil m³ do insumo a ser recondicionado antes da venda final ao consumidor. "Este projeto evitará a emissão de 501.707,36 toneladas de COe#8322; equivalente por ano que seria gerada caso o óleo mineral básico fosse obtido via refino de petróleo virgem", diz o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

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Defasagem do diesel dispara no Brasil apesar de alta no mercado interno

Apesar da alta do diesel no mercado interno, o preço médio do combustível nas refinarias da Petrobras continua bem abaixo do praticado no mercado internacional, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). No fechamento de terça-feira, 3, o diesel registrava defasagem de 13% nas unidades da estatal, mantendo as janelas de importação fechadas, e abrindo espaço para uma alta de R$ 0,43/litro. O último reajuste do diesel pela Petrobras, empresa responsável por 80% do mercado de refino brasileiro, foi em maio deste ano, uma queda de R$ 0,16/l. Já a gasolina está com o preço próximo à paridade de importação (PPI), viabilizando importações, custando 1% a mais nas refinarias brasileiras do que no Golfo do México, região usada como parâmetro pelos importadores. O último reajuste do combustível foi em junho deste ano, também uma redução, de R$ 0,17/l. A Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, única refinaria privada relevante do País, manteve o preço estável dos combustíveis na semana passada. A defasagem do diesel na unidade baiana foi de 6% no fechamento do mercado de petróleo de terça-feira, e da gasolina estava em 3%, segundo a Abicom.

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Petróleo fecha em queda acima de 2%, com novo aumento de oferta da Opep+

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda acima de 2% nesta quarta-feira, 3, pressionados pelos relatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) planeja anunciar um aumento novamente sua produção em sua próxima reunião. Enquanto isso, líderes europeus seguem tratando com Kiev sobre a guerra da Ucrânia, discutindo especialmente as chamadas garantias de segurança e questionando a real intenção do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de buscar uma solução para o conflito. A possibilidade de novas sanções a Moscou em caso de as tratativas de paz não avançarem vem sendo reforçada. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 2,47% (US$ 1,62), a US$ 63,97 o barril. Já o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 2,23% (US$ 1,54), a US$ 67,60 o barril. Segundo a Reuters, a Opep+ vai considerar aumentar sua oferta de petróleo mais uma vez em reunião no domingo (07), citando duas fontes com conhecimento do assunto, à medida que o cartel busca recuperar participação de mercado. O TD Securities vê uma queda iminente nos preços do petróleo bruto. eldquo;A reversão implacável dos cortes extraordinários de produção pela Opep será acompanhada por oferta adicional da Guiana e do Brasil, o que, em última análise, aumentará a pressão sobre os preços do petróleo nos próximos meseserdquo;, aponta. Putin afirmou nesta quarta estar disposto a se reunir com o homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, para discutir uma solução para o conflito entre os dois países, mas impôs que o encontro ocorra em Moscou. O russo confirmou que o líder americano, Donald Trump, lhe pediu para se reunir com Zelenski. Putin disse que nunca descartou a possibilidade de um encontro com o homólogo ucraniano, embora tenha questionado se a reunião faria eldquo;algum sentidoerdquo;. Nos efeitos das sanções, Tom Reed, vice-presidente de petróleo e derivados para a China da Argus, aponta que os diferenciais de entrega para China e Índia do petróleo russo do tipo Urals caíram em resposta à ameaça de tarifas recíprocas sobre a Índia. eldquo;Isso incentivou empresas chinesas a comprar mais do produto Urals para entrega em outubro. As empresas indianas interromperam brevemente as compras de Urals, mas voltaram a comprar em meados agosto, quando ficou claro que as tarifas não estavam, de fato, ligadas às aquisições de petróleo russo. Isso sugere que o efeito paradoxal da ameaça tarifária foi, na prática, reduzir o custo do petróleo russo para a Índiaerdquo;, conclui. (Estadão Conteúdo)

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Petrobras tenta reverter lei que propõe fim de refinaria de Fortaleza

A Petrobras está enfrentando um impasse jurídico para manter a Lubnor (Lubrificantes e Derivados do Nordeste) em Fortaleza. A Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo da capital do Ceará, de 2017, deu um prazo até agosto de 2027 para a saída de todas as empresas classificadas como "nocivas ao meio ambiente" do entorno do porto do Mucuripe, o que incluiria a estatal. A estatal tenta aproveitar o debate sobre o plano diretor para reverter o cenário. Em nota, a prefeitura reconheceu a importância da Lubnor e destacou que o plano diretor está sendo debatido em audiências públicas e será enviado ao Legislativo municipal para análise e aprovação até o final de 2025. Em nota, a Petrobras reforça que opera com os "mais rigorosos padrões internacionais de segurança" e que a Lubnor "está em dia com suas licenças". O governo do Ceará confirmou que a Lubnor tem licença de operação emitida pela Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará), em março de 2025, válida até 16 de março de 2029, para o refino do petróleo. O prazo de saída é determinado no artigo 77 da lei de 2017, que proíbe a implantação de atividades industriais "nocivas ou perigosas" ao meio ambiente na zona de orla e dá prazo de dez anos para a retirada das empresas que já estejam instaladas. Após o término do prazo, a lei prevê a "retirada de todas as estruturas instaladas e a recomposição de áreas eventualmente degradadas". No anexo, está definido o subgrupo indústrias nocivas ou perigosas ao meio urbano: "fabricação de produtos do refino do petróleo (gasolina, óleo diesel, querosene, gasóleo, GLP, nafta etc.)". Em junho, a Petrobras foi recebida na comissão especial que analisa o documento na Câmara. No encontro, representantes da Lubnor anunciaram o plano para investir R$ 1,5 bilhão em quatro anos para tornar a unidade a primeira refinaria zero carbono do Brasil. A meta é reduzir em 100% a emissão direta e indireta de carbono, aumentar o consumo de energia renovável, o conteúdo renovável em seus produtos e as ações de desenvolvimento socioeconômico da população do entorno. O problema é que os 213 mil m² ocupados pela refinaria estão em área urbanizada de Fortaleza, cercada por uma população de 112 mil pessoas nos bairros Cais do Porto, Serviluz, Mucuripe, Vicente Pinzón e Praia do Futuro. A localização da refinaria é vista pelo Ipplan (Instituto de Pesquisa e Planejamento de Fortaleza) como um "obstáculo" para a mobilidade. "É um desperdício do aspecto coletivo da cidade. A localização é imprópria, é impróprio sob o olhar urbanístico. Ela já foi instalada em uma área isolada, mas não é mais", afirmou Parente, durante reunião da Comissão Especial. O presidente da comissão, vereador Benigno Júnior (Republicanos), disse que busca ouvir os envolvidos para construir uma proposta que garanta um consenso. Segundo a estatal, a busca pelos vereadores se deu para que sejam consideradas "todas as alternativas que visem garantir sua permanência". A Petrobras reforçou sua contribuição anual de R$ 2,2 bilhões de ICMS, que representa 18% do total arrecadado pelo Estado. A refinaria é a maior contribuinte individual, com R$ 1,2 bilhão por ano. A Lubnor espera que os parlamentares e a gestão municipal construam uma solução para que a refinaria seja enquadrada "incômoda ao meio urbano" ou que seja criada uma zona industrial que permita sua permanência. Para ser classificada como "incômoda", um nível mais brando que "nociva", a Lubnor destaca que tem como principais produtos o asfalto e lubrificantes, não combustíveis leves, como gasolina. Caso as tratativas não deem resultado e a estatal seja obrigada a deixar o porto do Mucuripe em 2027, a refinaria ameaça deixar o Estado, pois a atividade seria "inviabilizada", segundo um dos representantes. Outras empresas "nocivas" que estão instaladas no local, como SP e Ipiranga, estão de malas prontas para o porto do Pecém, a 160 km de distância. O Governo do Ceará deu início, em fevereiro deste ano, às obras estruturais para receber as empresas, incluindo um novo parque de tancagem. A saída da refinaria é vista como um desastre entre lideranças comunitárias, como Albetisa Ester, da Praia do Futuro, e Antônio José, do Titanzinho, pois muitos trabalham na empresa e são beneficiados pelas ações da estatal. As universidades Federal do Ceará (UFC) e Estadual do Ceará (Uece) também se manifestaram a favor da permanência da refinaria. As duas negociam a reativação de um núcleo de estudos desativado em 2022, quando a Lubnor quase foi privatizada.

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Com juros a 15%, PIB perde força e cresce 0,4% no 2º trimestre

De janeiro a março, PIB havia crescido 1,3%. Ainda assim, desaceleração ficou abaixo da estimativa do mercado. Serviços tiveram alta de 0,6% e indústria, de 0,5%. Após uma forte alta de 1,3% de janeiro a março, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro desacelerou para uma variação de 0,4% no segundo trimestre de 2025, em relação ao primeiro, impactado principalmente pela elevação da taxa Selic. O resultado foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também revisou o dado do primeiro trimestre (de 1,4% inicialmente informado para 1,3%). Entre abril e junho deste ano, houve alta de 0,6% em serviços, e de 0,5% na indústria, em relação aos três primeiros meses do ano, o que ajudou a compensar a variação negativa de 0,1% na agropecuária. Já o consumo das famílias subiu 0,5% (metade da alta registrada no primeiro trimestre), enquanto o consumo do governo recuou 0,6%, e os investimentos caíram 2,2% endash; interrompendo seis trimestres de crescimento consecutivo. Com a inflação acima do teto da meta, o Banco Central iniciou um ciclo de alta da taxa básica de juros em julho do ano passado. Desde então, a Selic subiu de 10,5% para 15%, patamar atingido em junho deste ano e mantido desde então. eldquo;O PIB desacelerou no segundo trimestre pelo impacto da taxa de juros e pela queda na Segundo analistas, mercado de trabalho robusto garante maior atividade em serviços margem do agro, que mantém ainda cenário de forte expansão anual. O ciclo de crescimento do PIB em torno de 3% que vimos até o primeiro trimestre sai de cena pelo efeito dos juros, mas também por um impacto menor da expansão fiscal. Essa ajuda no crescimento aconteceu nos últimos dois anos, mas perdeu efeito neste anoerdquo;, afirmou o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale. Ainda assim, o PIB veio um pouco mais forte do que os economistas, em geral, esperavam, segundo pesquisa do Projeções Broadcast, a mediana de crescimento do PIB era de 0,3%, com as estimativas oscilando de variação zero a avanço de 0,5%. Segundo analistas, isso eventualmente pode diminuir a convicção de quem aposta em espaço para o BC começar a cortar os juros até o fim deste ano. eldquo;Se o Copom ( Comitê de Política Monetária) busca convergência da inflação no horizonte relevante, precisaríamos ver uma desaceleração bem mais intensa da atividade econômica, para que houvesse um recurso mais rápido da inflaçãoerdquo;, explicou economista-chefe do Banco do Brasil, Marcelo Rebelo, acrescentando que os diretores do BC têm pregado cautela ao falar sobre os próximos passos da política monetária. Entre os vetores que explicam isso, o economista-chefe do BB cita o mercado de trabalho robusto, os reajustes do salário mínimo, os programas de transferência de renda e o volume de crédito à pessoa física, que não tem cedido na mesma intensidade do que nas concessões às empresas. ebull;

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