Ano:
Mês:
article

Demanda por combustíveis líquidos deve crescer até 2026, aponta EPE

A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) estima que o consumo de combustíveis líquidos seguirá em trajetória de crescimento nos próximos dois anos. De acordo com a edição de junho do estudo eldquo;Perspectivas para o Mercado Brasileiro de Combustíveis no Curto Prazoerdquo;, divulgada nesta quarta-feira (12), a demanda deve crescer 1,7% em 2025, o equivalente a 2,6 bilhões de litros, e 1,9% em 2026, alcançando mais 3,1 bilhões de litros. Entre os fatores que impulsionam esse cenário estão o desempenho positivo da economia, a expansão do mercado de trabalho formal e os programas de transferência de renda e investimentos públicos, com destaque para o Novo PAC. A expectativa de uma safra de grãos mais robusta em 2026 deve contribuir para a elevação do consumo de diesel, que pode ultrapassar a marca de 72 bilhões de litros no próximo ano. O consumo dos combustíveis do ciclo Otto (combustíveis leves para carros) também continua em alta, com projeções favoráveis para o etanol hidratado, impulsionadas por uma boa safra de cana e pela consolidação do etanol de milho. No setor de aviação, o consumo de QAV (querosene de aviação) deve manter crescimento moderado, com ganhos de eficiência energética e operacional. Já o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) segue com demanda em alta, apoiada, em parte, por programas sociais.

article

RJ: fiscalização autua 14 postos de combustível por adulteração

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade realizaram nessa quarta-feira (11), uma operação para inspecionar postos de combustíveis no município de Piraí, no centro-sul fluminense. Durante a ação, 14 postos de gasolina foram autuados por irregularidades na qualidade, quantidade e no volume dos combustíveis fornecidos ao consumidor, e também devido à falta de segurança das instalações. Os fiscais chegaram a encontrar um estabelecimento onde a gasolina apresentava 92% de etanol, quando o correto seria 27%. Em um dos postos, a equipe constatou que a gasolina comercializada apresentava 59% de etanol, ou seja, valor significativamente superior ao limite permitido pela legislação vigente. O gerente e um frentista foram levados para a 94ª Delegacia de Polícia (Piraí) onde prestaram esclarecimentos. O estabelecimento foi acautelado. Na ação, a equipe interditou um revendedor de Gás Natural Veicular (GNV), porque operava o sistema de compressão com os cilindros de armazenagem com a certificação de segurança vencida. Também foram inspecionados o funcionamento das bombas medidoras, com o objetivo de verificar se o consumidor realmente estava recebendo o volume solicitado. Em dois postos, os agentes identificaram que as bombas apresentavam erros que chegavam 2,5% quando o máximo permitido é 0,5%. Além disso, foram interditados quatro galpões que comercializavam produtos provenientes de furto e roubo de combustível. >> Siga o perfil da Agência Brasil no Facebook O alto teor de etanol anidro na gasolina, além de comprometer o rendimento e causar prejuízo financeiro ao consumidor, pode provocar danos mecânicos aos motores que não são preparados para operar com essa mistura, aumentando os riscos de falhas e acidentes. eldquo;Estamos apertando o cerco contra essa prática criminosa que, além de causar sérios prejuízos à população, pode comprometer a segurança do consumidor devido aos riscos de acidentes por falha nos veículoserdquo;, disse e secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi. Explosão Na madrugada do último sábado (7) um homem morreu e outro ficou ferido após uma explosão em um posto de gasolina, na Praça da Cruz Vermelha, no centro do Rio. O acidente ocorreu durante o abastecimento do cilindro de um veículo com gás natural veicular (GNV). Guaraci Ferreira Costa, de 64 anos, e Paulo dos Santos, de 61 anos, foram socorridos por agentes do Corpo de Bombeiros e levados ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas Guaraci não sobreviveu aos ferimentos. Paulo dos Santos foi internado em estado grave, mas dois dias depois não resistiu aos ferimentos e também morreu.

article

Combate à ilegalidade de combustíveis dobraria arrecadação da MP do governo

A União e os entes federativos deixam de arrecadar R$ 29 bilhões por ano devido às irregularidades no setor de combustíveis, segundo dados do Instituto Combustível Legal (ICL). O Ministério da Fazenda anunciou nesta quinta-feira (12) que as alternativas à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) vão gerar arrecadação de R$ 31 bilhões até 2026. O montante é quase a metade da perda tributária em razão de atividades ilegais no setor de combustíveis, que seria de R$ 58 bilhões até o fim do próximo ano. O ICL destaca que dos R$ 29 bilhões perdidos anualmente, R$ 14 bi são referentes a fraudes tributárias, como sonegação (declaração fictícia dos tributos, venda sem nota fiscal, venda interestadual fictícia, desvio de finalidade nas importações e exportações) e inadimplência (empresas de fachada, devedores contumazes, lavagem de dinheiro). Os outros R$ 15 bilhões são provenientes de fraudes operacionais relacionadas aos combustíveis, como roubo e furto de cargas, adulteração e fraude de qualidade, fraude volumétrica, formuladoras e batedeiras clandestinas, além de postos piratas. "São perdas anuais de arrecadação no âmbito federal e estadual, com o não recolhimento do ICMS e de outros tributos. Percebemos que a fraude tributária diminuiu com novas legislações, como a da monofasia do diesel e da gasolina, que dificultam a sonegação, mas a fraude operacional aumentou", afirmou Emerson Kapaz, presidente do ICL. Segundo Kapaz, a estrutura do crime organizado no setor de combustíveis já ultrapassa a atuação nos postos clandestinos. Atualmente, organizações criminosas também atuam em distribuidoras, além de utilizarem maquininhas de fintechs e até produzirem bombas. "O dinheiro que eles retiram do mercado, por meio da sonegação e inadimplência, é reinvestido em novos mecanismos irregulares, comprando rede de postos, distribuidoras e até mesmo refinarias e formuladoras. Tudo para dificultar o acompanhamento do dinheiro ilícito. Este capital é retroalimentando por grupos criminosos organizados, possibilitando lavagem de dinheiro e prejudicando todo o mercado", disse Carlo Faccio, diretor-executivo do ICL. Alternativas ao IOF A Fazenda detalhou nesta quinta as estimativas de arrecadação com a medida provisória publicada para ajudar o governo na tentativa de zerar o déficit neste ano e buscar superávit primário em 2026. Dos R$ 31 bilhões esperados no total, cerca de R$ 10,5 bilhões devem ser arrecadados em 2025 e outros R$ 20,9 bilhões em 2026. Veja o detalhamento por medida 2025 Taxação de apostas de quota fixa: R$ 284,94 milhões Alíquota da CSLL: R$ 263,07 milhões; Compensação de tributos: R$ 10 bilhões; Total: R$ 10,5 bilhões. 2026 Revogação isenção TVM: R$ 2,6 bilhões; Taxação de apostas de quota fixa: R$ 1,7 bilhão; Alíquota da CSLL: R$ 1,6 bilhão; JCP (juros sobre capital próprio): R$ 4,99 bilhões; Compensação de tributos: R$ 10 bilhões; Total: R$ 20,9 bilhões.

article

Biomassa e etanol são apostas para destravar oferta de SAF

Este ano a oferta de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, em inglês) está prevista para alcançar 2,5 bilhões de litros, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). O SAF é uma estratégia importante para a aviação reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), mas as projeções para 2025 significam apenas 0,7% do consumo global de combustível das companhias aéreas. A oferta é escassa, há poucas biorrefinarias em operação, apenas uma rota de produção (HEFA) se provou comercialmente viável até agora e ela usa uma matéria-prima que também está ficando disputada e cara: os óleos residuais. Para escalar essa indústria, será preciso avançar com novas rotas de produção, abrindo o leque de matérias-primas. E a biomassa é uma delas. Rajesh Gattupalli, presidente da Honeywell UOP, divisão de negócios que fornece soluções para o biorrefino, conta que a multinacional está formando parcerias para desenvolver tecnologias para a rota Fischer-Tropsch (FT), que utiliza biomassa e resíduos sólidos urbanos endash; abundantes no mercado. Em maio, o grupo anunciou um acordo para aquisição do segmento de tecnologias de catalisadores da Johnson Matthey por £ 1,8 bilhão. Segundo Gattupalli, essa aquisição deve ajudar a companhia a desenvolver soluções para produzir SAF pela rota FT. Ele explica que a rota consiste em gaseificar tanto biomassa como resíduos sólidos urbanos, para depois transformá-los em líquidos aptos à conversão em SAF, por meio do hidroprocessamento. Por trás deste interesse está uma questão econômica importante: a matéria-prima é mais barata. eldquo;Precisamos desenvolver tecnologias com matérias-primas mais baratas. Os custos do óleo de cozinha usado para a HEFA estão altos, mas a biomassa continua barataerdquo;, disse em entrevista à agência eixos. SAF de etanol: só falta o primeiro projeto comercial Outra grande aposta é a rota ATJ, que utiliza o etanol como matéria-prima. Ela está mais próxima de sair do papel, com alguns projetos a caminho da decisão final de investimento (FID). Para o executivo da Honeywell, depois que o primeiro empreendimento comercial começar a ofertar o combustível, novos projetos devem decolar. Isso deve levar alguns anos ainda, no entanto. eldquo;Os projetos de etanol para jato ainda estão em andamento. Temos um projeto aqui nos EUA passando por FID. No geral, a demanda existe. Mas o que a ATJ precisa é basicamente que a primeira unidade dê partida para que ela realmente passe para a próxima marcha. Porque a maioria dos clientes busca a experiência comercial. Precisamos dessa experiência comercial para podermos levar isso para o próximo estágioerdquo;, conta. Há pelo menos dois projetos nos EUA apostando nesta rota: um da Lanzajet e outro da Granbio. Ambos devem utilizar etanol de 2ª geração, baseado em resíduos. Gattupalli também enxerga potencial na Ásia, com destaque para a Índia, além do Brasil, onde a oferta do biocombustível é relevante. Já na Europa, o metanol é que prepara para decolar. eldquo;A Ásia é outro lugar onde temos muito interesse. Na Europa, estamos vendo um mercado muito maior de metanol para aviação. Mas em países onde há muito mais etanol disponível, como Brasil, Índia, na Ásia, potencialmente, um pouco na China, estamos vendo um interesse significativo em etanolerdquo;, lista. eldquo;A Índia está tentando produzir biocombustíveis para segurança energética, porque ela importa 80% do petróleo bruto do exterior. O mesmo vale para a China. Cada país tem seus próprios cenários sobre por que deseja produzir biocombustíveiserdquo;, comenta. Com IRA ou sem IRA Nos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump, o cenário está ficando dia a dia conturbado para quem investe em energias renováveis. No final de maio, a Câmara dos EUA aprovou o eldquo;One Big Beautiful Bill Acterdquo;, eliminado incentivos criados pela Lei de Redução da Inflação (IRA, em inglês) do presidente anterior, Joe Biden. O texto ainda está em discussão no Senado e o mercado parece confuso sobre os rumos da economia norte-americana. Gattupalli evitou comentar a política republicana, mas disse que está confiante com o desenvolvimento de projetos para SAF, e enxerga que, assim como em outras tecnologias, os custos devem cair conforme os empreendimentos ganham escala e maturidade. eldquo;Acredito que o IRA pode mudar muitas coisas diferentes. Acho que alguns projetos podem ser econômicos, outros podem não ser. Em última análise, o que outros governos estão tentando fazer é dar a eles alguns incentivos para que consigam sobreviver pelos próximos 5 a 10 anos. E então, como acontece com qualquer tecnologia, a tecnologia se desenvolverá e reduzirá os custoserdquo;, analisa. *A jornalista viajou para o Honeywell Users Group em San Antonio, Texas, a convite e com despesas pagas pela Honeywell

article

Megaleilão de petróleo pode levar à emissão de 11 bilhões de toneladas de carbono, aponta estudo

O leilão de 172 blocos para exploração de petróleo e gás, incluindo áreas da margem equatorial, pode resultar na emissão de mais de 11 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), conforme dados analisados pelo Instituto Climainfo. O cálculo é baseado na expectativa do governo federal, que espera prospectar 24,2 bilhões de barris de combustíveis fósseis. A queima desse possível total emitiria mais gás de efeito estufa do que o agronegócio emitiu nos últimos seis anos (10,5 bilhões de tCO2e), ainda de acordo com a análise. Em escala global, 11 bilhões de tCO2e representam 5% de tudo que a humanidade ainda pode emitir para manter o aquecimento global em 1,5ºC, calcularam também os pesquisadores. A ANP (Nacional do Petróleo) vai ofertar as licitações exploratórias no 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, na próxima terça-feira (17). Segundo o órgão vinculado ao MME (Ministério de Minas e Energia), 12 empresas apresentaram interesse. A sessão iniciará com a licitação dos blocos terrestres localizados nos dois setores da bacia dos Parecis. Em seguida, serão ofertados os blocos marítimos, nos 14 setores nas bacias Foz do Amazonas, Potiguar, Santos e Pelotas. O leilão é criticado por ambientalistas. Em comunicado conjunto, ONGs afirmam que ampliar fronteiras de combustíveis fósseis "ameaça a credibilidade do país" na COP30, a conferência do clima das Nações Unidas, que será realizada no Pará em novembro. "Precisamos de um acordo global para eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Enquanto isso não acontece, as petroleiras não deveriam abrir mais poços de exploração de petróleo e gás", afirmou Carolina Marçal, coordenadora de projetos do ClimaInfo. "E isso deve começar pela amazônia, que é uma área crítica para a biodiversidade e o clima global. Precisamos de liderança climática que vá além do discurso, e isso não acontecerá abrindo novas frentes de exploração", acrescentou. O Brasil é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Segundo o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), o país foi o oitavo maior produtor global em 2023. No ano passado, a Petrobras exportou mais da metade de sua produção. Ana Toni, CEO da COP30, ressaltou, em entrevista à Folha no último dia 12, que nenhum país está fora de controvérsias quando o assunto é transição energética. Para ela, a conferência deixará um legado positivo ao Brasil, entre eles a visibilidade da amazônia e de sua população. "A Noruega, por exemplo, tem nos apoiado no Fundo Amazônia. Esses recursos, infelizmente, estão vindo muito do petróleo. Isso não justifica explorar ou não explorar, mas a gente precisa é de um debate maduro sobre como vamos fazer a transição para o fim dos combustíveis fósseis", disse. Na ocasião, Toni lamentou os ataques proferidos à ministra Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura do Senado, quando foi convidada, no fim de maio, para explicar a criação de uma unidade de conservação marinha na margem equatorial, onde a Petrobras reivindica prospecção de petróleo. A ministra informou aos senadores que a discussão em torno da criação da unidade de conservação se arrasta desde 2005 e não foi proposta para inviabilizar o empreendimento. Contudo, ela abandonou a comissão após bate-boca acalorado com senadores. "Vocês notem que vai ter o leilão, já está estabelecido, de cerca de 47 [áreas exploratórias na Foz do Amazonas]. O que está lá é para prospecção, não é ainda exploração. É para verificar se tem petróleo, a qualidade do petróleo", declarou a ministra durante a comissão. A autorização de órgãos ambientais para exploração de petróleo na Foz do Amazonas divide o governo Lula e é alvo de pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). No dia 19 de maio, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) informou que a estrutura de resgate à fauna construída pela empresa em Oiapoque (AP) foi aprovada emdash;liberando, assim, a realização de um teste da perfuração.

article

Governo tenta novo choque de preço com leilão de gás

Executivos de indústrias intensivas em energia afirmaram que o Ministério de Minas e Energia quer forçar a regulação em dutos de escoamento e transporte de gás natural como forma de quebrar o que considera abuso de preço. Na reunião, o ministro Alexandre Silveira afirmou que nada justifica o repasse para o consumidor, mantendo o preço médio acima de US$ 16 por milhão de BTU (unidade de medida do gás). Silveira reclamou da ANP (Agência Nacional de Petróleo), que, segundo ele, está cinco anos atrasada com essa "pauta regulatória" do gás. Na apresentação aos executivos, obtida pelo Painel S.A., o ministério informou que os transportadores de gás que adquiriram no passado a NTS e TAG da Petrobras ganham R$ 18 bilhões por ano em receitas advindas dos chamados contratos legados da estatal. A NTS foi comprada pela Brooksfield e Itaúsa. A TAG passou para a Engie e CDPQ. Na reunião, houve críticas a esse modelo. Para a pasta, a ANP deveria regular o preço do transporte, como determina o novo marco legal do gás, algo que hoje não ocorre. Leilão O governo gostaria de resolver esses problemas até o fim deste ano, quando pretende realizar o primeiro leilão de gás da União. A ideia é colocar à venda cerca de 300 mil metros cúbicos por dia (m³/dia) de gás da PPSA (Pré-Sal Petróleo SA). Em, 2026, seriam mais 3 milhões de m³/dia. Essa medida deverá ampliar a oferta e, com isso, derrubar preços para cerca de US$ 3,73 por milhão de BTU.

Como posso te ajudar?