Ano:
Mês:
article

A Refit e um novo carregamento de US$ 200 milhões de combustível

Em breve, a operação que envolve a PF, Receita Federal e ANP, responsável por interditar a refinaria de Manguinhos (Refit) e apreender dois navios com carga de combustível, deve ter outra fase. Além das cargas apreendidas, a encrencada empresa de Ricardo Magro tem mais US$ 200 milhões em cargas de combustível compradas emdash; todas já navegando em direção ao Porto de Santos. De lá, seriam transportadas para a Refinaria de Manguinhos. A tendencia é que sejam também apreendidas. A Refit está envolvida na investigação sobre o PCC, que usava redes de postos de gasolina para lavar dinheiro. Parte do combustível que abastecia esses estabelecimentos saía da refinaria e era vendido pelas distribuidoras ligadas à Refit. A ANP também investiga se a Refit cometia irregularidades na importação de gasolina com formulação declarada incorretamente. Em nota, a Refit reafirmou que jamais manteve qualquer vínculo com organizações criminosas, incluindo o PCC, ou participou de práticas ilícitas de lavagem de dinheiro. Disse também que apresentará nos autos do processo administrativo em curso junto à ANP a comprovação de que todas as condicionantes legais e técnicas foram atendidas, não havendo fundamento jurídico para a interdição da fábrica.

article

Distribuidoras regionais se mobilizam para garantir oferta de combustíveis após interdição da Refit

Distribuidoras regionais se mobilizaram para ampliar a oferta de combustíveis para atender a demanda fluminense em meio à interdição da Refinaria de Manguinhos (Refit), disse a Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom) em nota na segunda-feira (29/9). Segundo a entidade, o segmento está eldquo;trabalhando ao máximo de suas capacidades para assegurar o abastecimento de combustíveiserdquo;, de modo a manter o Rio de Janeiro plenamente atendido. eldquo;As entidades representativas do setor mantêm diálogo permanente com a ANP, com o Ministério de Minas e Energia (MME) e demais autoridades, buscando soluções que assegurem a continuidade do abastecimento e a estabilidade do mercado, sem prejuízo da concorrência leal e do equilíbrio regionalerdquo;, disse a Brasilcom. Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a unidade era responsável pelo suprimento de cerca de 20% do mercado de combustíveis do Rio de Janeiro e 10% de São Paulo, sobretudo de gasolina. O IBP também iniciou uma força-tarefa para garantir o suprimento. As duas principais ações previstas são o aumento da carga de processamento da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, e a mobilização de uma frota adicional de cerca de 200 caminhões por dia para transportar produtos a partir das refinarias de São Paulo. A interdição da Refit pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ocorreu na sexta-feira (26/9). Entre os motivos está o descumprimento das regras de cessão de espaço para distribuidoras de combustíveis. Também há indícios que a refinaria não processou correntes de petróleo ou insumos para produção de derivados, o que é vedado pela regulamentação vigente. Foi um desdobramento das operações Cadeia de Carbono, da Receita Federal, e Carbono Oculto, do Ministério Público de São Paulo.

article

Metanol fatal em bebidas é sobra de etanol apreendido com PCC, diz especialista

Os recentes episódios de pessoas intoxicadas por causa de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol vêm chamando a atenção de autoridades. Em três semanas, três pessoas morreram na Grande São Paulo. Foram duas mortes em São Bernardo e uma na capital paulista. Outros 10 casos estão sendo investigados por suspeita de intoxicação por consumo de bebida adulterada. O metanol (CHe#8323;OH) é altamente inflamável, tóxico e de difícil identificação. Mas qual é a origem dessa substância que está fazendo vítimas em São Paulo? Para o diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate À Falsificação, Rodolpho Ramazzini, o metanol utilizado nas bebidas clandestinas vem das "sobras" de etanol dos postos do PCC lacrados; Para continuar a leitura, clique aqui.

article

Petróleo fecha em queda de mais de 3% com chance de oferta maior da Opep+ e de paz em Gaza

O petróleo encerrou a sessão desta segunda-feira (29/9) em queda de mais de 3%, após relato de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) estaria preparada para ampliar a oferta e também depois uma proposta norte-americana para cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para dezembro perdeu 3,08% (US$ 2,13), a US$ 67,09 o barril, enquanto o petróleo WTI para novembro, negociado na Nymex, fechou em queda de 3,45% (US$ 2,27), a US$ 63,45 o barril. O mercado de energia operou sob temores de desequilíbrio no mercado do petróleo, segundo analistas, após reportagem da Reuters revelar que a Opep+ planeja elevar sua produção em novembro. Também pressionando a relação entre oferta e demanda da commodity, o Iraque retomou as operações de exportação do petróleo curdo via Turquia. Além disso, a Casa Branca divulgou, no período da tarde, um plano para acabar com a guerra em Gaza, após uma conversa por telefone entre o presidente dos EUA, Donald Trump, os líderes de Israel e do Catar. Pesaram ainda preocupações com a demanda nos EUA, frente à possível paralisação das atividades do governo federal, caso o Congresso não entre em acordo sobre o orçamento. Conhecida como shutdown, a paralisação pode fechar agências federais e gerar demissões em massa no governo Trump. As incertezas geopolíticas continuam a afetar o sentimento do mercado e podem voltar a alterar dinâmicas nos preços do petróleo, na visão da Ritterbusch and Associates. No fim de semana, invasões de drones no espaço aéreo da Dinamarca levantaram suspeita sobre a Rússia, que negou a responsabilidade. Além disso, a União Europeia confirmou a reimposição de sanções contra o Irã, que incluem embargos à importação de petróleo.

article

Brasil pode atender 15% da demanda marítima global com biocombustíveis

Relatório do Boston Consulting Group (BCG) estima que o Brasil pode atender 15% da demanda de transporte marítimo global com biocombustíveis até 2050 e atrair investimento de US$ 90 bilhões. Segundo maior produtor de etanol e biodiesel do mundo, o país pode alavancar sua liderança em biocombustíveis para atender às exigências da estrutura regulatória do IMO Net Zero, mecanismo da Organização Marítima Internacional para atingir emissões líquidas zero no transporte marítimo até meados da década. O mecanismo foi aprovado em abril de 2025 e passará por uma rodada final de votações em outubro. A expectativa é que entre em vigor a partir de 2028. eldquo;Com as embarcações necessitando reduzir drasticamente a intensidade de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), com penalidades que variam de US$ 100 a US$ 380 por tonelada de CO2e para o não cumprimento, haverá uma crescente demanda por combustíveis marítimos de baixa emissãoerdquo;, aponta Arthur Ramos, diretor executivo e sócio do BCG. eldquo;Neste cenário, os biocombustíveis brasileiros, como o biodiesel e etanol, oferecem alternativas de rápida implementação, competitivas em custo e escaláveis, cujo aumento da oferta será apoiado na restauração de terras degradadaserdquo;, afirma. De acordo com o relatório do BCG, o biodiesel brasileiro (B100) apresenta um custo de abatimento de US$ 220-230/tCO2e em portos brasileiros e US$ 280-300/tCO2e em portos como Roterdã e Cingapura, ambos significativamente menores que as penalidades da IMO. Da mesma forma, o etanol brasileiro mostra custos de abatimento de US$ 205-210/tCO2e em portos brasileiros e US$ 265-275/tCO2e em portos globais, reforçando sua atratividade econômica. eldquo;Esta vantagem pode gerar uma redução de aproximadamente 170 milhões de toneladas de CO2e por ano e atender a 15% da demanda de energia do transporte marítimo até 2050eamp;Prime;, calcula Ramos. A estimativa é de uma oportunidade de investimento em cerca de US$ 90 bilhões especificamente para a cadeia de valor de biocombustíveis marítimos. No entanto, o relatório aponta que a consolidação do arcabouço regulatório da IMO, a efetividade de mecanismos de incentivo claros (com a IMO visando finalizar as recompensas até março de 2027) e os avanços tecnológicos, especialmente para motores a metanol compatíveis com etanol, são cruciais. Recuperação de terras degradadas O estudo também destaca o potencial brasileiro na produção de biocombustíveis para a restauração de terras degradadas. Como líder global em agricultura regenerativa, com até 100 milhões de hectares dedicados à integração lavoura-pecuária-floresta e plantio direto, o país pode dedicar cerca de 25 milhões de hectares para culturas que permitam utilização com biocombustíveis, em adição à promoção do reflorestamento e aumento da produção de alimentos. Para o BCG, a implementação de corredores verdes e a recuperação de pastagens degradadas também podem contribuir para desbloquear a escala da produção de biocombustíveis e fortalecer ainda mais a liderança brasileira.

article

PCC pode ter ligação com casos de intoxicações por metanol, diz associação

A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) afirma que os casos de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica adulterada podem ter ligação com atividades da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Em nota divulgada neste domingo (28), a ABCF diz que o metanol usado pelo PCC para adulterar combustível pode ter sido revendido a destilarias clandestinas após ações da operação Carbono Oculto contra um esquema do PCC para lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. Seis casos de intoxicação por metanol foram confirmados no estado de São Paulo, com duas mortes. Há também outros dez casos sob investigação na capital, segundo o CVS (Centro de Vigilância Sanitária), ligado à Secretaria da Saúde do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para a ABCF, "o fechamento nas últimas semanas de distribuidoras e formuladoras de combustível diretamente ligadas ao crime organizado, que importam metanol de maneira fraudulenta para adulteração de combustíveis, conforme já comprovado por investigações do Gaeco e do MP de SP, podem ser a causa dessa recente onda de intoxicações e envenenamentos de consumidores que, ao tomar bebidas destiladas em bares e casas noturnas, apresentaram intoxicação por metanol". "Ao ficar com tanques repletos de metanol lacrados e distribuidoras e formuladoras proibidas de operar, a facção e seus parceiros podem eventualmente ter revendido tal metanol a destilarias clandestinas e quadrilhas de falsificadores de bebidas, auferindo lucros milionários em detrimento da saúde dos consumidores", acrescentou a associação. No fim de agosto, uma megaoperação cumpriu mandados contra empresas do setor de combustíveis e do mercado financeiro usadas pelo PCC. A investigação apurava crimes como adulteração de combustíveis, fraude fiscal e lavagem de dinheiro. Parte do esquema envolvia o desvio de metanol, encontrado em níveis de até 90% em alguns postos, quando o limite da ANP é de 0,5%. O metanol é um produto químico industrial, altamente tóxico e impróprio para consumo humano. Mesmo pequenas quantidades podem ser fatais. Como se parece com o álcool comum, pode causar sensação de embriaguez e náusea antes de provocar efeitos graves. A ABCF afirma que atua há anos no combate a quadrilhas de falsificadores de bebidas em conjunto com as polícias em todo o país. Ressalta, no entanto, que a entrada de facções no mercado ilegal trouxe novos desafios, pela capacidade financeira e pela rede de distribuição que permite levar os produtos até áreas de média e baixa renda nos grandes centros consumidores. O promotor Yuri Fisberg, do Ministério Público de São Paulo, afirma que é precoce a afirmação de que o metanol usado para batizar bebidas alcoólicas possa ser o mesmo importado ilegalmente por facções criminosas para adulterar combustíveis. Ele afirma que a ligação é possível, mas que ainda não há elementos concretos que comprovem relação direta entre os casos. "Cada intoxicação precisa ser investigada localmente. É necessário identificar o ponto de venda da bebida e rastrear a cadeia até a fonte do metanol", diz o promotor. "O que pode ter acontecido é que a demanda pelo metanol para adulterar combustível diminuiu devido às operações policiais e o material já existente no sistema possa ter sido desviado. Mas afirmar que houve revenda é precipitado." Como se proteger A recomendação do CVS (Centro de Vigilância Sanitária), da Secretaria Estadual da Saúde, é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos e que a população adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco. O número de intoxicações, inicialmente registrado pelo Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) de Campinas (SP) e enviado ao Comitê Técnico do SAR, é considerado "fora do padrão" pela rapidez com que aconteceu e pelo tipo diferente dos casos que costumam ser notificados. Nos últimos dois anos, o Ciatox recebeu casos de intoxicação por metanol causados principalmente pela ingestão de combustíveis, muitas vezes em situações de abuso de substâncias e envolvendo a população em situação de rua. Desta vez, porém, segundo a notificação recente, as intoxicações aconteceram em ambientes comuns de consumo social, como bares, e envolveram diversas bebidas alcoólicas, como gim, uísque e vodca. Esses casos são considerados inéditos no centro toxicológico.

Como posso te ajudar?