Ano:
Mês:
article

Etanol com CCS estreia no mercado de carbono brasileiro

A produtora de etanol de milho FS anunciou nesta segunda (1/9) que firmou os primeiros acordos para a venda futura de créditos de carbono derivados do seu projeto de captura e armazenamento (BECCS, em inglês). Com títulos negociados ao preço médio de US$ 150, as transações marcam as primeiras vendas de remoção de carbono atrelada à produção de biocombustíveis do Brasil. Segundo a companhia, o recente aval da ANP para o projeto em Lucas do Rio Verde (MT) avançar com estudos do subsolo onde o carbono será injetado, e a Licença Provisória emitida em 30 de julho pela Secretaria do Meio Ambiente do Mato Grosso ajudaram a viabilizar os acordos. eldquo;A viabilidade geológica e a evolução do quadro regulatório atraíram compradores para créditos de carbono derivados desta iniciativa. Planejamos iniciar a construção do sistema BECCS assim que as aprovações de licenciamento forem concedidas, e a nossa meta é iniciar as operações de injeção de carbono até julho de 2026erdquo;, conta o vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS, Daniel Lopes. O volume de créditos negociados, contudo, não foi divulgado. O plano é capturar o CO2 da produção de etanol de milho e armazená-lo no solo por 30 anos. A FS estima que até 12 milhões de toneladas de carbono podem ser injetadas ao longo de três décadas. Esse montante considera o depósito de todas as emissões de carbono atuais da usina emdash; totalizando 423 mil toneladas por ano. Mais do que vender créditos, a meta é ser carbono negativo na produção de biocombustíveis. Os contratos de venda futura foram assinados com o escritório de advocacia Pinheiro Neto Advogados, SLB (empresa global de tecnologia energética), e a Rubicon Carbon eamp; YvY Capital, fornecedora de soluções de carbono. Os ativos serão classificados como eldquo;créditos de remoçãoerdquo; e seguirão a metodologia Gold Standard. Fornecedor global Estudos da Strategyeamp;, da PwC, indicam que, até 2030, a oferta potencial de créditos de carbono no Brasil emdash; considerando os diferentes recursos disponíveis emdash; pode chegar a cerca de 370 MtCOe#8322;e. O volume é quase nove vezes superior à demanda doméstica estimada em 17 a 72 MtCOe#8322;e. O que significa que a maior parte deve ser exportada. Para isso, o país precisará se conectar a mercados externos, seja no voluntário ou via Artigo 6 do Acordo de Paris, por exemplo, aponta a consultoria. A PwC calcula ainda que os créditos brasileiros representam cerca de 7% da demanda global, podendo responder por 12% a 13% nos próximos anos. eldquo;Transformar esse potencial em vantagem competitiva dependerá de uma regulação efetiva, combinada com mecanismos robustos de rastreabilidade e uso sustentável dos recursos naturaiserdquo;, aponta o estudo. Ao mesmo tempo, a expansão dos mecanismos de precificação de carbono no mundo está transformando a lógica da competitividade internacional, a exemplo do mecanismo de ajuste de fronteira de carbono da União Europeia (CBAM). A PwC projeta que o custo oculto do carbono, pode chegar a representar mais de 1,5% do valor de produção de setores carbono-intensivos, como aço, cimento e químicos, e 10% para eletricidade nos países do G20. Mas no caso de empresas brasileiras, esse preço pode ser fonte de vantagem competitiva, considerando a menor intensidade de carbono potencial do país, que opera com abundância de recursos naturais e fontes renováveis de energia. No setor de energia, um preço de carbono teórico de US$ 35/tCO2 coloca o Brasil em vantagem em relação à China, de quase US$ 17/MWh na energia elétrica e de US$49/tep na energia primária.

article

Minas e Energia conclui regras de incentivo ao biometano

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deve encaminhar ao Palácio do Planalto nos próximos dias a minuta de um decreto que define as regras do Programa de Incentivo ao Biometano. Prevista na Lei do Combustível do Futuro, a medida estabelece um marco regulatório inédito para o uso de resíduos na geração de energia e a inserção progressiva do combustível no mercado de gás natural. O decreto cria metas obrigatórias de redução de emissões para produtores e importadores de gás natural. Pequenos produtores ficarão isentos das metas. A partir do próximo ano, a inserção do biometano passará a ser aplicada de forma progressiva e obrigatória. Caso a meta não seja cumprida, ele poderá carregar a diferença para o ano seguinte. A partir de 2028, terá de cumpri-la sob pena de sanções. Para os pequenos produtores, não haverá metas. Caberá à ANP definir o porte de cada empreendedor para tanto. Esses compromissos poderão ser cumpridos por meio da aquisição direta do biometano ou pela compra de Certificados de Garantia de Origem (CGOBs), instrumentos que asseguram a rastreabilidade e a origem renovável do gás. O decreto também assegura que o mercado voluntário do biocombustível não será afetado, permitindo a comercialização separada dos CGOBs e da molécula física do gás. As metas serão decenais com definição pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A fiscalização anual do cumprimento dos compromissos será pela ANP (Agência Nacional de Petróleo).

article

'Crime organizado invadirá setor de gás se ANP permitir envase fracionado'

CEO da Copa Energia, uma das maiores companhias de gás GLP do País, dona das marcas Copagaz e Liquigás, Pedro Turqueto teme que mudanças na regulação do setor facilitem a entrada do crime organizado nesse mercado. Ele já havia feito o alerta à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em meio às discussões da Análise de Impacto Regulatório este ano. Mas, após a Operação Carbono Oculto, na última semana, o executivo afirma que a preocupação aumentou. eldquo;A preocupação que temos é que o modus operandi que eles usaram no mercado de combustível, diesel e gasolina, é altamente replicável no mercado de GLP, se houver afrouxamento de regras", destacou em entrevista exclusiva à Coluna do Estadão. Procurada, a ANP confirmou estar revisando o marco regulatório da distribuição e revenda de gás liquefeito de petróleo (GLP), mas disse que não ficou claro como possíveis alterações trariam risco de entrada de facções criminosas nesse mercado. Também afirmou que fará audiências públicas sobre o tema, e que a conclusão do processo só ocorrerá em abril de 2026. (Confira nota abaixo). O que preocupa o setor de gás e gera temor de avanço do crime organizado Dois pontos em debate na ANP preocupam mais os grandes empresários do setor de gás. Um permite que qualquer empresa possa encher o botijão de outras marcas; o outro autoriza o envase fracionado dos botijões. Embora não esteja explícito ainda no texto em debate na Agência que o enchimento poderá ser feito nos postos de gasolina, Pedro Turqueto avaliou que eldquo;está subentendidoerdquo;. E que poderia ser feito em qualquer pequeno estabelecimento também. Motivos pelos quais o executivo questiona a segurança à população e a capacidade de fiscalização dos órgãos do Estado. eldquo;Hoje a ANP não consegue fiscalizar se eles fazem a mistura do etanol, se a gasolina está batizada, se a bomba está regulada. A ANP tem sérias dificuldades com contenções de custos e está falando em fazer a gestão de 130 milhões de botijões em tempo real, Brasil afora. Inimaginável que ela consiga fazer issoerdquo;, observou. A Operação Carbono Oculto, a maior já realizada no País no combate à infiltração do crime organizado na economia formal, expôs como o crime organizado se infiltrou por meio de postos de combustíveis, fintechs e fundos de investimento, envolvendo bilhões de reais em fraudes e lavagem de dinheiro. Uma das frentes da operação investigou uma rede de 300 postos de combustíveis controlada pelo PCC. eldquo;No setor de gasolina eles abriam CNPJ com baixíssimo investimento, tinham faturamento enorme, sonegavam impostos. Em algum momento, os órgãos competentes fechavam esse CNPJ. Aí eles abriam outro do lado, faziam a mesma coisa e assim seguiam. O que está acontecendo no mercado de GLP é o seguinte: sob pretexto de ter mais competidores, estão abaixando a régua, para permitir que, com baixíssimo investimento, entre nesse mercado. Para mim o paralelo é muito claroerdquo;, comparou o CEO da Copa Energia. Investigados da Operação Carbono Oculto circularam pelo setor de gás O CEO da Copa Energia, Pedro Turqueto, observou que dentre os presos na Operação Carbono Oculto, há nomes que foram vistos circulando em eventos e tentando aproximação nas discussões do mercado de gás. eldquo;Obviamente que eles não aparecem donos da sociedade, mas aparecem influenciando ações ou inações, ou se portando como proprietários de empresas que tentaram atuar no mercado em brechas de lei. O crime organizado entra com fuzil em algumas localidades, mas estamos vendo que entra, principalmente, em brechas regulatórias ou por falta de fiscalização. Se não queremos que crime organizado entre nos negócios lícitos, quem está fazendo política pública tem que agir de forma preventiva e fazer regulação factívelerdquo;, reforçou. Crise financeira e redução de pessoal dificulta trabalho operacional da ANP Na avaliação de Pedro Turqueto, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis não teria condições de fazer o acompanhamento in loco de todos os estabelecimentos que viessem a ser autorizados para envase de gás fracionado. A agência tem enfrentado encolhimento dos seus quadros e corte de gastos. Em julho, por exemplo, como mostrou o Estadão, a agência dispensou 41 terceirizados que atuavam no apoio administrativo de seu escritório central, no Rio de Janeiro. A agência informou que fecharia as portas durante três dias por semana para economizar recursos e tentar chegar até o final do ano. eldquo;A ANP está passando pela pior crise dos últimos 20 anos. Sou concursado há 20 anos e nunca vi uma crise tão graveerdquo;, disse o superintendente Luciano Lobo, na ocasião. A crise na agência reguladora, que também vem sendo percebida em outras similares, é consequência de sucessivos cortes de orçamento. Diante da limitação de recursos, a ANP já cortou a fiscalização da qualidade de combustíveis e reduziu a pesquisa de preços nos postos de abastecimento, entre outras medidas. Como ANP atuou na Operação Carbono Oculto Na Operação Carbono Oculto, a Agência disse que realizou apoio técnico nas etapas de busca e apreensão, bem como coleta de produtos para análise laboratorial. eldquo;A ANP continuará prestando todo o apoio necessário ao MP, inclusive com resultados das análises laboratoriais, dados de movimentação de produtos, entre outroserdquo;, ressaltou em seu site. A despeito dos problemas orçamentários, afirmou na nota sobre a megaoperação que eldquo;vem aprimorando ferramentas de inteligência e intensificado a investigação e mapeamento de grupos econômicos que atuam no mercado de combustíveis suspeitos de irregularidadeserdquo;. Afirma, ainda que, com base nessa atuação, já realizou diversas autuações, interdições e revogações de autorização de agentes regulados, incluindo atividades de importação, produção, formulação, distribuição e revenda de combustíveis, biocombustíveis e outros produtos. Para ANP, não está claro como mudanças no setor de gás abriria portas ao crime organizado Procurada pela Coluna do Estadão, a ANP confirmou que está revisando o marco regulatório da distribuição e revenda de gás liquefeito de petróleo (GLP), previsto nas resoluções ANP nº 957 e nº 958/2023. A agência afirmou que eldquo;ainda não há mudanças previstaserdquo;, mas sim eldquo;possíveis alternativaserdquo;. eldquo;As propostas de mudança estarão disponíveis na minuta de resolução em preparação, que ainda será submetida a consulta e audiência públicas. Caso seja aprovada pela Diretoria da ANP, a nova resolução será publicada no Diário Oficial da União e entrará em vigorerdquo;. A ANP explicou que a Análise de Impacto Regulatório (AIR) é um estudo que identifica e avalia as alternativas normativas e não normativas, bem como analisa sua efetividade para solucionar a questão apresentada e, de maneira ampla, suas potenciais consequências. eldquo;Uma futura minuta de resolução poderá ou não contemplar as propostas que constam do relatório de AIRerdquo;. A agência disse que o debate inclui condições eldquo;para que os agentes realizem as atividades, de forma a garantir a segurança, o investimento e a rastreabilidade dos botijõeserdquo; e destacou que o relatório foi objeto de ampla participação social, com 75 dias de consulta prévia, eldquo;durante a qual recebeu contribuições do mercado e da sociedadeerdquo;. A ANP afirmou que não está claro como as mudanças poderiam abrir portas ao crime organizado. "Não ficou claro como possíveis alterações, caso sejam as alternativas definidas, trariam risco de entrada de facções criminosas nesse mercado, considerando que as atividades seriam realizadas por agentes autorizados e fiscalizados pela ANP. Além disso, para o caso do enchimento fracionado, a ANP optou por realizar uma avaliação de riscos, comparando o enchimento de recipientes em bases de distribuição e o enchimento parcial de vasilhames em instalações destinadas a este fim, conforme proposto". A agência ressaltou, ainda, que eldquo;no Brasil, já ocorre o enchimento de vasilhames fora de bases de distribuiçãoerdquo;. Disse que, para a avaliação de riscos, coletou informações dos seis distribuidores com maior participação de mercado e concluiu que eldquo;a implementação do modelo de enchimento fracionado não aumenta o risco no enchimento de vasilhames de GLP de 13kg (P13) em comparação ao modelo de distribuição atualerdquo;. Ainda destacou que a fiscalização incluiria um rastreamento, inexistente no modelo atual. Já sobre o enchimento por outras distribuidoras/marcas, disse que eldquo;os distribuidores de GLP com maior participação de mercado já envasam botijões que não estampam a sua marcaerdquo;. (Coluna por Roseann Kennedy)

article

Petróleo fecha em alta, com receios de oferta da Rússia e expectativas da China

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, 1º de setembro, enquanto o mercado acompanha a continuidade de tensões entre a Índia e os EUA endash; por conta da compra indiana pela commodity da Rússia -, e digere dados positivos da economia da China, que podem impulsionar a demanda. As negociações do óleo, no entanto, tiveram liquidez limitada por conta do feriado norte-americano Labor Day, que deixou os mercados dos Estados Unidos fechados. No pregão eletrônico na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro operava em alta de 1,02%, a US$ 64,66 o barril. Já o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,99% (US$ 0,67), a US$ 68,15 o barril. Em publicação na Truth Social, o presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a criticar o fato de a Índia comprar a maior parte de seu petróleo e equipamentos militares de Moscou, e em menor quantidade dos EUA. Nas últimas semanas, diversos integrantes da administração republicana realizaram comentários semelhantes, o que aumenta preocupações da imposição de outras sanções secundárias. eldquo;Os mercados permaneceram preocupados com os fluxos de petróleo russo, com os embarques semanais de seus portos caindo para a mínima de quatro semanas, de 2,72 milhões de barris por diaerdquo;, afirma o ANZ Research, citando dados de monitoramento de navios-tanque. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China subiu a 50,5 em julho, indicando expansão da atividade econômica no país. Para a Capital Economics, o número aponta para uma aceleração econômica chinesa à frente. Resultados positivos da economia da China costumam beneficiar o petróleo, por expectativas de maior demanda. Os preços do petróleo também receberam o suporte da continuidade das tensões entre Ucrânia e Rússia, após Trump descartar um encontro entre os líderes dos dois países. (Estadão Conteúdo)

article

Gasolina recua em 20 estados em agosto, enquanto etanol e diesel ficam mais caros

A gasolina ficou um pouco mais barata em agosto em 20 estados, segundo levantamento da empresa especializada em soluções de mobilidade ValeCard. Ainda que leve, a redução já refletiu o efeito do aumento da proporção de etanol no combustível. A análise considerou os pagamentos realizados nos postos da rede credenciada da Vale Card entre 1º e 26 de agosto em mais de 25 mil postos de combustíveis em todo o país. O preço médio da gasolina foi de R$ 6,375 em agosto, uma queda de R$ 0,013 (-0,20%) em relação a julho, quando custava R$ 6,388. O litro mais barato do combustível foi encontrado em São Paulo e o mais caro, em Roraima. Para Marcelo Braga, diretor de Mobilidade e Operações da companhia, a ampliação da mistura de etanol anidro na gasolina emdash; que passou de 27% para 30% a partir de 1º de agosto emdash; já pode estar refletindo na redução dos preços do combustível. O complemento foi aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em junho. eldquo;O aumento da participação de biocombustíveis na gasolina pode estar impactando os preços, pois a produção de cana-de-açúcar está em pleno pico de safra, garantindo maior oferta de etanol no mercado. Essa abundância contribui para reduzir custos e, consequentemente, pressiona os preços da gasolina para baixoerdquo;, explica Braga. Sudeste Na região Sudeste, São Paulo manteve o menor preço médio da gasolina do país, com o litro custando R$ 6,153 em agosto, uma leve queda de 0,05% em relação a julho (R$ 6,156). Minas Gerais registrou a maior retração da região, de 0,42%, com o preço médio passando de R$ 6,397 para R$ 6,370. Já no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a redução foi de 0,26%, com os valores chegando a R$ 6,239 e R$ 6,491, respectivamente. Região Norte Roraima registrou o litro da gasolina mais caro do país, com preço médio de R$ 7,582, apresentando alta de 0,41% em relação ao mês anterior (R$ 7,551). Outros destaques da região: o Acre, que em julho tinha a gasolina mais cara do Brasil (R$ 7,575), registrou leve redução de 0,09%, chegando a R$ 7,568. O estado que apresentou a maior variação percentual de combustível no país foi o Amapá, com alta de 1,47%, passando de R$ 7,061 em julho para R$ 7,165 em agosto. Região Nordeste O Maranhão registrou a maior queda mensal do preço da gasolina no país (-1,20%), saindo de R$ 6,394 em julho para R$ 6,317 em agosto. Dos nove estados da região Nordeste, apenas o Rio Grande do Norte apresentou aumento em agosto (+0,37%), passando de R$ 6,253 em julho para R$ 6,276 em agosto. Etanol mais caro Já o etanol registrou alta em todas as regiões do país, mais precisamente em 12 estados. Na média, o preço do litro do combustível subiu R$ 0,005 (+0,11%), a R$ 4,409. O litro mais barato do combustível foi encontrado em São Paulo e o mais caro, no Amazonas. Sudeste No Sudeste, São Paulo manteve o menor preço médio do etanol do país, com o litro custando R$ 4,113 em agosto, mas registrou aumento de 0,27% em relação a julho (R$ 4,102), sendo o único estado da região a apresentar alta. O Espírito Santo teve a maior queda, com o preço passando de R$ 4,726 para R$ 4,690 (-0,76%), seguido pelo Rio de Janeiro, de R$ 4,606 para R$ 4,581 (-0,54%), e Minas Gerais, que caiu 0,44%, de R$ 4,535 para R$ 4,515. Região Norte O Amapá registrou a maior alta percentual do país, com o etanol passando de R$ 4,390 em julho para R$ 5,311 em agosto, uma elevação de 20,98%. A região Norte também concentra os preços mais altos do combustível: o Amazonas, apesar de ter caído 1,13%, manteve a média de R$ 5,413 por litro em agosto (era R$ 5,475 em julho). Já o Pará apresentou redução de 1,96%, de R$ 4,990 para R$ 4,892, enquanto Rondônia teve leve queda de 0,04%, de R$ 4,881 para R$ 4,879. O Acre manteve o preço estável em R$ 5,290. Quedas No país, o Ceará registrou a maior retração do etanol (-2,46%), com o litro caindo de R$ 5,167 para R$ 5,040, seguido pelo Piauí (-2,32%), Rio Grande do Sul (-1,46%) e Distrito Federal (-0,80%). Diesel: a maior alta O preço do diesel registrou alta em 17 estados, com destaque para a região Centro-Oeste. Na média geral o aumento foi de R$ 0,029 (+0,46%), a R$ 6,307. O litro mais barato do combustível foi encontrado em São Paulo e o mais caro, no Acre. No Rio Grande do Sul, que nos últimos sete meses ocupava o posto de combustível mais barato do país segundo levantamento da ValeCard, o diesel S-10 perdeu a posição e registrou o maior aumento percentual do país (+1,84%), passando de R$ 5,993 para R$ 6,103. Apesar disso, o Acre manteve o litro mais caro do Brasil, com média de R$ 7,565, alta de 0,63% em relação a julho (R$ 7,518). Os outros dois estados da região Sul também tiveram aumento: Santa Catarina subiu 1,20% e Paraná, 0,92%. Centro-Oeste Todos os estados do Centro-Oeste registraram alta no preço do diesel S-10. Mato Grosso encabeça a lista, com aumento de 1,39%, de R$ 6,457 em julho para R$ 6,547 em agosto. Em Goiás, a alta foi de 1,20%, seguida por Mato Grosso do Sul (0,44%) e Distrito Federal, com a menor elevação da região (0,03%). Sudeste No Sudeste, São Paulo manteve o diesel S-10 mais barato da região, a R$ 6,214, apesar de ter registrado alta de 0,70% em relação a julho (R$ 6,171). Minas Gerais também teve aumento (0,25%), enquanto Espírito Santo e Rio de Janeiro apresentaram queda, de 0,34% e 0,17%, respectivamente. Quedas A Paraíba registrou o litro de diesel mais barato do país, com leve recuo de 0,27%, de R$ 6,020 em julho para R$ 6,004 em agosto. As maiores quedas ocorreram na região Norte: Amazonas (-1,36%), Amapá (-1,12%), Rondônia (-1,07%), Pará (-0,27%) e Tocantins (-0,09%).

article

Novo PAC investirá R$ 30,5 bi em projetos de combustíveis de baixo carbono até 2030

Gerar pesquisa, inovação e tecnologia para o desenvolvimento da macaúba, uma matéria-prima brasileira de alto poder energético que será usada para produzir Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) e Diesel Verde (HVO). Essa é a principal missão da Acelen Renováveis, projeto que integra o Novo PAC e cujo centro de tecnologia foi inaugurado na última sexta-feira (29/8), em Montes Claros (MG). O maior centro agroindustrial do mundo dedicado à macaúba será responsável pela pesquisa para viabilizar a futura biorrefinaria de combustíveis da Acelen, a ser construída em São Francisco do Conde (BA). A construção do Acelen Agripark teve investimento de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). O complexo integra o projeto de biocombustíveis da empresa, e prevê investimentos iniciais de US$ 3 bilhões na construção da primeira planta integrada, que incluem, além do parque em Minas e da biorrefinaria na Bahia, o plantio de macaúba em terras degradadas e outras infraestruturas, nos dois estados. A expectativa é de que seja produzido 1 bilhão de litros de SAF por ano a partir de 2028, com previsão de gerar 85 mil empregos em toda a cadeia produtiva, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). eldquo;Nós temos mais de 40 milhões de hectares de terra degradadas que a gente pode recuperar produzindo outras coisas que não aquilo que a gente já planta. Por isso, o dia de hoje é muito especial para mim, é a concretização de um sonho que está se transformando, definitivamente, em realidade. E eu vi a cara das jovens e dos jovens que trabalham nessa fábrica e eu, sinceramente, vi os olhos de pessoas que sonhamerdquo;, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o evento. LEI DO COMBUSTÍVEL DO FUTURO - Segundo o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), o Acelen Agripark vai impulsionar a descarbonização dos setores aéreo e de transportes, um dos principais objetivos da Lei do Combustível do Futuro, enviada pelo governo e sancionada pelo presidente Lula em 2024. Essa norma é decisiva para estruturar o mercado de SAF no Brasil, ao estabelecer metas obrigatórias de redução das emissões do setor aéreo a partir de 2027 e criar previsibilidade para novos investimentos. eldquo;Por que nós somos imbatíveis? Porque produzir macaúba no Brasil é mais barato do que produzir em qualquer outra parte do mundo e o presidente Lula já enxergava isso. E, no projeto Combustível do Futuro, nós criamos mandato para o diesel verde, que é para onde vai a macaúba desses 180 mil hectares que plantaremos no norte de Minas e no sul da Bahiaerdquo;, disse Silveira. A legislação, portanto, impulsiona a atração de capital privado, o desenvolvimento de tecnologias a partir de diferentes matérias-primas, como soja, palma, macaúba e etanol, posicionando o Brasil como protagonista na transição energética da aviação. Os biocombustíveis, como o SAF, têm potencial de redução de até 80% das emissões de CO2. eldquo;Tenho muito orgulho do Combustível do Futuroerdquo;, declarou Lula. NOVO PAC - O Novo PAC prevê um investimento total de R$ 30,5 bilhões em 22 projetos de combustíveis de baixo carbono. Desse montante, R$ 17,8 bilhões serão aplicados entre 2023 e 2026 e R$ 12,8 bilhões serão investidos após 2026. A execução financeira da carteira até agora foi de R$ 7,3 bilhões, o que corresponde a 40,8% do valor previsto até o final de 2026. Já a execução física está em 29,4%. O setor é central para a neoindustrialização verde do Brasil, englobando a produção de biocombustíveis (biodiesel, etanol 2G, biometano e diesel verde), captura de carbono, biorefinarias e estudos de viabilidade de novos empreendimentos relacionados à transição energética. Dentre os empreendimentos de combustíveis de baixo carbono já concluídos dentro do Novo PAC, destacam-se a maior planta de biometano do Brasil em Piracicaba (SP), que já fornece o gás para produção de fertilizante de baixo carbono, além da entrega de 3 plantas de usinas para a produção de etanol de segunda geração e a conclusão, com resultados exitosos, de estudos para conversão de uma refinaria de petróleo em biorrefinaria. Combustíveis de baixo carbono são fontes de energia que, quando em combustão, emitem menos gases do efeito estufa (como o dióxido de carbono) na atmosfera em comparação com os combustíveis fósseis tradicionais, como gasolina, diesel e carvão. Esses combustíveis podem ser produzidos a partir de diferentes fontes, e a redução de emissões pode ocorrer em todo o ciclo de vida, desde a produção até o uso final. Exemplos de combustíveis de baixo carbono importantes para o Brasil são o etanol, o etanol de segunda geração (obtido a partir de bagaço e palha da cana), biodiesel, biometano, SAF, diesel verde, hidrogênio de baixo carbono, dentre vários outros. (Via Casa Civil)

Como posso te ajudar?