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Produção de etanol no Brasil cairá 3% na safra 2025/26

A produção de etanol de milho e de cana-de-açúcar no Brasil deve cair 3% na safra 2025/26, totalizando 33,8 bilhões de litros. A estimativa foi divulgada pela trading brasileira SCA Brasil na 5ª feira (20.fev.2025). A temporada começa em 1° de abril deste ano. O etanol de milho deve alcançar 9,8 bilhões de litros, crescimento de 19% em relação à safra anterior. A produção do anidro (misturado à gasolina) aumentará 29%, chegando a 3,7 bilhões de litros, enquanto o hidratado (utilizado diretamente em veículos flex) crescerá 13%, atingindo 6,1 bilhões de litros. Para o etanol de cana, projeta-se queda de 10%, com redução de 21% no hidratado (13,4 bilhões de litros) e alta de 9% no anidro (10,6 bilhões de litros). A área de colheita está estimada em 7,4 milhões de hectares, contra 7,8 milhões em 2024, reflexo da perda de mais de 400 mil hectares por incêndios no ano passado. A produtividade deve ficar entre 80 e 81 toneladas por hectare, superando as 78 toneladas da safra anterior. As usinas devem moer 597,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, queda de 4% em relação ao ciclo anterior, incluindo 5 milhões de toneladas de cana bisada (remanescente da safra anterior). Para ler esta notícia, clique aqui.

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O 'chorinho' da venda de postos de combustíveis do Grupo Pão de Açúcar

Oito meses após anunciar a venda de 71 postos de combustíveis por R$ 200 milhões, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) ainda tem eldquo;gordura para queimarerdquo; nessa seara. O dono dos supermercados Extra e Pão de Açúcar está vendendo mais três postos em Recife para o grupo Cemopel, que já opera uma rede de 16 lojas das bandeiras Shell e BR em Pernambuco, com foco na região metropolitana da capital. A operação foi protocolada nos últimos dias no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O GPA descontinuou sua operação de postos como parte do plano para reestruturar o negócio, iniciado ainda em 2022. Ao longo do último ano, a companhia levantou R$ 700 milhões em uma emissão de ações, vendeu sua sede administrativa e se desfez das participações no grupo colombiano Éxito e na multinacional Cnova.

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Lula e Bolsonaro já defenderam venda direta de combustíveis em meio a alta de preços

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta semana o preço dos combustíveis e defendeu a venda direta pela Petrobras aos consumidores. Em 2020, quando conflitos internacionais pressionavam o preço dos combustíveis, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) também defendeu excluir eldquo;intermediárioserdquo; e permitir a venda direta dos combustíveis à população. A medida, no entanto, é inviável por uma série de questões logísticas e de livre concorrência, de acordo com os especialistas consultados pelo g1. Por que a ideia não vai adiante? Especialistas consultados pelo g1 apontam alguns fatores: a Petrobras é uma empresa de capital misto, com acionistas privados; a Petrobras não tem mais uma distribuidora. O governo privatizou a BR Distribuidora em duas etapas, em 2019 e 2021; a companhia não pode vender combustíveis diretamente, sem ter uma distribuidora autônoma --conforme regulação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); o mercado de combustíveis é aberto no Brasil. Ou seja, mesmo que tivesse uma distribuidora, a Petrobras não poderia praticar preços menores sob risco de ser investigada por práticas anticoncorrenciais. eldquo;A Petrobras não é uma empresa totalmente estatal, ela tem uma participação privada relevante e uma governança do mercado financeiro que tem que ser respeitadaerdquo;, afirma o professor e pesquisador da PUC-Rio, Edmar Almeida. Além disso, a companhia não tem mais um braço de distribuição para fazer a venda direta aos consumidores. A BR Distribuidora foi privatizada completamente em 2021, no governo Bolsonaro, quando a Petrobras se voltava exclusivamente para o mercado de exploração e produção de petróleo. Sem uma distribuidora, a Petrobras não pode vender combustíveis aos consumidores finais. eldquo;A regulação atual da ANP não permite que um produtor de derivados, qualquer que seja, venda diretamente para um consumidor final. [...] A ANP teria que autorizar isso, modificando a regulação existente hoje que determina o papel de cada agente dentro da cadeia de abastecimento de combustíveiserdquo;, disse o sócio da Leggio Consultoria, Marcus D´Elia. Mesmo que tivesse uma distribuidora, a Petrobras não poderia praticar preços menores sob o risco de ser questionada pelos órgãos de defesa da concorrência. eldquo;Se a ideia do governo é simplesmente vender um produto mais barato, num mercado que tem concorrência, isso pode ser contestado do ponto de vista da defesa da concorrência, como dumping, esse tipo de coisaerdquo;, destaca Almeida. Por que os combustíveis estão caros? A ideia de Lula de eliminar os intermediários na venda de combustíveis passa pela crítica à atuação dos postos e das distribuidoras, que, segundo ele, eldquo;assaltam o consumidorerdquo;. Segundo Dersquo;Elia, distribuidoras e postos têm uma margem de lucro, combinada, de cerca de 12%. eldquo;Ou seja, os dois agentes, a distribuidora e a revenda, repartem aí 12% do valor do produto como margem [de lucro]. A gente não consegue precisar quanto está de um lado e quanto está do outro, mas é em torno disso, o que não é abusivo. Pelo contrário, é uma margem até apertadaerdquo;, declarou. Almeida, da PUC-Rio, explica que a margem de lucro das empresas permanece estável, enquanto outros fatores elevam o preço dos combustíveis. O pesquisador cita a desvalorização do real frente ao dólar e o aumento do preço dos biocombustíveis emdash; que são adicionados ao produto fóssil para consumo. eldquo;Esses produtos, biodiesel e etanol, são commodities. Eles variam de acordo com o preço do mercado internacional também e são bem voláteis. O preço do biodiesel [adicionado ao diesel fóssil] subiu muito porque o preço do óleo de soja, que é a matéria-prima, subiu. Isso também impactaerdquo;, declarou. O preço do barril de petróleo também é outro fator que afeta a variação do valor dos combustíveis. eldquo;Essa questão dos combustíveis vem sendo discutida desde o início da guerra da Ucrânia. Naquele momento, a gente teve um salto do preço do petróleo, naturalmente do preço do diesel e da gasolina no mercado internacional. E isso se estabilizou num patamar altoerdquo;, disse Dersquo;Elia. O especialista afirma que, se o governo quiser reduzir o preço dos combustíveis, seria preciso diminuir as alíquotas de impostos para eldquo;amortecer o efeitoerdquo; do valor alto do petróleo, agravado pela desvalorização do real.

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Depreciação entre 2022 e 2024 mostra problema dos carros elétricos em relação aos híbridos

Além da preocupação com infraestrutura de recarga, a desaceleração nas vendas de carros 100% elétricos reflete a preocupação do consumidor brasileiro com o valor de revenda desses veículos. Informações levantadas pelo Autoinsights, hub de dados do portal Webmotors (banco Santander), mostram desvantagem em relação aos híbridos. A empresa comparou os preços de automóveis zero-quilômetro a bateria anunciados em 2022 com o valor de revenda no mercado de usados nos dois anos seguintes. "Para a categoria de elétricos como um todo, considerando o valor de anúncio dos modelos com fabricação em 2022, em dezembro daquele ano tínhamos um preço médio de R$ 340.513. Em dezembro de 2023, o preço médio desses modelos foi de R$ 235.823", diz o relatório enviado pelo Autoinsights. Os valores representam uma queda de 30,7% em um ano. No mesmo período, de acordo com os cálculos do hub de dados, a depreciação média dos modelos híbridos de todas as categorias ficou em 1,18%. Já o grupo que reúne os automóveis a combustão (a gasolina, a diesel ou flex) perdeu 33,6% de seu valor médio na comparação entre o preço de venda como zero-quilômetro em 2022 e o pedido pelos mesmos veículos no mercado de usados em 2023. O Autoinsights considerou também por quanto os carros fabricados em 2022 estavam sendo anunciados na plataforma Webmotors no fim de 2024. A perda média dos modelos puramente elétricos chegou a 37,6%. Nesse mesmo intervalo de dois anos, os automóveis híbridos depreciaram 18,4%. Já entre os modelos a combustão, houve perda de 39,5% em relação ao valor praticado na venda como veículos zero-quilômetro. Embora seja percentualmente maior, a depreciação dos modelos sem nenhum tipo de eletrificação é mais diluída. O levantamento não considera o volume de vendas, mas, sim, os preços anunciados. Em 2022, foram comercializados 8.458 veículos 100% elétricos, 40.787 híbridos e 1,9 milhão de automóveis a combustão. Os dados são da Fenabrave (associação dos distribuidores). O menor volume de vendas amplia a sensação de que a perda é maior no caso dos puramente elétricos. Esse efeito assusta grande parte do público, que, embora deseje a tecnologia, acaba optando pelas facilidades dos modelos híbridos. Essas opções permitem usufruir da experiência elétrica sem abrir mão da autonomia proporcionada pela combustão, embora com desvantagens ambientais. Um novo cálculo deverá ser realizado no fim deste ano, já sob o impacto das marcas chinesas, que continuam a chegar. A Leapmotor confirmou a estreia do SUV médio C10 ainda em 2025, enquanto a Geely avança nos planos de montar modelos a bateria no Paraná, em parceria com a Renault. (Coluna por Eduardo Sodré)

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Lula diz ser contra combustível fóssil, mas volta a defender exploração de petróleo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta segunda-feira (24/2) o interesse do governo em explorar petróleo no Brasil. Sem citar diretamente a região da Foz do Amazonas, ele argumentou que o Brasil precisa aproveitar suas reservas de combustíveis fósseis enquanto ainda depende desse recurso para o desenvolvimento econômico do país. "Eu sou contra o combustível fóssil, quando a gente puder prescindir dele. Enquanto a gente não puder, a gente tem que ter. Porque é o dinheiro da Petrobras que vai ajudar a gente a fazer revolução na transição energéticaerdquo;, afirmou o presidente durante evento no Rio Grande do Sul de assinatura do contrato de ampliação da frota da Petrobras e Transpetro. A proposta de explorar petróleo na foz do Amazonas tem gerado intensos debates pelo risco iminente de derramamento de petróleo na região. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em um primeiro momento, se posicionou contrária à iniciativa, ressaltando os impactos ambientais e a necessidade de proteger a rica biodiversidade da região. Porém, este mês, o presidente Lula declarou que Marina eldquo;jamais será contraerdquo; exportar petróleo na Foz do Amazonas. O petista chegou a prometer ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que o governo daria a licença para petróleo na Foz do Amazonas. Recentemente, Lula criticou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), chamando de "lenga-lengaerdquo; os entraves do órgão regulador para liberar a Petrobras para realizar pesquisas na área. Ele defendeu que o Brasil precisa avançar com a exploração de petróleo na Margem Equatorial, região próxima à Foz do Amazonas, e que, para isso, é necessário encontrar uma solução que concilie o desenvolvimento com a preservação ambiental. A Petrobras, por sua vez, se prepara para iniciar a exploração na região enquanto aguarda as licenças ambientais. A empresa já está investindo em um centro veterinário no Amapá para atender aos requisitos do Ibama, visando garantir que possíveis impactos ambientais, como derramamentos de óleo, sejam controlados. Com a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) marcada para novembro de 2025, em Belém, no Pará, o governo brasileiro está sob pressão para equilibrar sua postura sobre combustíveis fósseis com os compromissos ambientais internacionais.

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Medidas protecionistas dos EUA ameaçam exportação de etanol

O etanol entrou na mira das medidas protecionistas que vêm sendo implementadas pelos Estados Unidos. Em recente memorando, o presidente Donald Trump, determina que EUA adotem tarifas de importação equivalentes às cobradas por outros países, e cita o etanol brasileiro como exemplo de desequilíbrio comercial, apontando que a taxação de 18% aplicada pelo Brasil, prejudica os produtores norte-americanos. A medida é vista com preocupação pelo setor bioenergético brasileiro que em 2024 exportou 313.341 metros cúbicos de etanol para os Estados Unidos, totalizando US$ 181,8 milhões em vendas. Etanol brasileiro é ambientalmente mais avançado Em entrevista ao JornalCana, Jacyr Costa Filho, Presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp/Cosag, disse que a medida desagrada o setor e contraria as iniciativas de descarbonização. eldquo;O etanol do Brasil é reconhecido na Califórnia como um produto ambientalmente mais avançado que o etanol produzido nos Estados Unidos. Sendo assim, limitar sua importação é uma atitude que vai contra as iniciativas de descarbonização implantadas por aquele estado. No final do dia, o consumidor é quem será prejudicadoerdquo;, afirma Jacyr. Taxação do açúcar brasileiro chega a 100% Segundo ele, a tarifa aplicada pelo governo brasileiro, visa justamente ressaltar o diferencial ambiental positivo do etanol nacional. eldquo;Porém, é possível negociar uma redução dessa tarifa, desde que haja uma contrapartida para o açúcar brasileiro, que, quando ultrapassa a irrisória cota de importação, é penalizado com tarifas de até 100%erdquo;, aponta. Jacyr espera que os estados norte-americanos comprometidos com a descarbonização dos transportes optem por importar etanol brasileiro diretamente. eldquo;Dessa forma, poderemos ver a continuidade de projetos de cooperação para a oferta de SAF, por exemplo, iniciativa tão importante para diminuir emissões na aviação. Recentemente, houve a importação de etanol brasileiro para a produção do combustível sustentável de aviação na LanzaNet, a primeira fábrica de SAF nos Estados Unidoserdquo;, explica Jacyr. UAPNE25 traz visão de executivos do setor Com vasta experiência no agronegócio, Jacyr Costa Filho será um dos moderadores do Congresso UAPNE25 endash; Usinas de Alta Performance, no painel eldquo;CEO Meeting endash; A Visão de Empresários e Executivos do Setorerdquo;. Durante o evento, ele compartilhará análises e perspectivas, sobre os desafios e oportunidades do setor sucroenergético. O Congresso UAPNE25 se consolida como uma plataforma estratégica para discutir inovações tecnológicas, estratégias de sustentabilidade e o impacto das medidas protecionistas no cenário global.

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