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Fecombustíveis comemora aprovação do projeto de lei do Devedor Contumaz

A Fecombustíveis parabeniza a Câmara dos Deputados pela aprovação projeto de lei 125/2022, que caracteriza e penaliza com mais rigor o Devedor Contumaz. A revenda de combustíveis celebra a vitória, após aguardar cerca de oito anos pela aprovação desse tema no Congresso. O primeiro projeto de lei (PLS nº 284/2017), de autoria da então senadora Ana Amélia, caracterizava a figura do devedor contumaz e contou com apoio irrestrito do ex-presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, e de sua antiga diretoria. Que esta importante iniciativa feche as brechas do mercado irregular e das fraudes tributárias, que tanto prejudicaram os cofres públicos, empresários íntegros e toda a população. Esperamos que seja o início de um novo ciclo, em prol de um mercado mais ético, competitivo e equilibrado, favorável ao desenvolvimento econômico do país.

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Abastecer com gasolina pode virar crime: Proposta de Senador prevê fim de carros a combustão em 2030

A possibilidade de proibir a venda de carros a gasolina e diesel no Brasil a partir de 2030 voltou ao centro do debate em Brasília. O foco é o Projeto de Lei do Senado 304 de 2017, de autoria do senador Ciro Nogueira, que cria uma política de substituição dos automóveis movidos a combustíveis fósseis. Pelo texto, nenhum automóvel novo movido a gasolina, diesel ou gás natural poderia ser vendido depois de 1º de janeiro de 2030. A partir de 2040, a circulação de veículos com motor a combustão abastecidos com combustíveis fósseis seria proibida, com exceção de modelos de coleção, oficiais, diplomáticos e de visitantes estrangeiros. Na prática, o projeto preserva veículos abastecidos exclusivamente com biocombustíveis, como etanol e biodiesel, além dos carros elétricos. Segundo o Senado Federal, o PLS 304 de 2017 já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e hoje está na Comissão de Meio Ambiente, onde tramita em caráter terminativo. Se aprovado na CMA, o texto poderá seguir direto para a Câmara dos Deputados, sem nova votação no Plenário do Senado. Por isso, a discussão ganhou peso extra entre montadoras, ambientalistas e motoristas, que tentam entender como uma eventual lei mudaria o dia a dia de quem depende de carros a combustão. O que o PLS 304 de 2017 prevê para o fim dos carros a combustão De acordo com a justificativa do projeto, o objetivo é instituir uma política de substituição dos automóveis movidos a combustíveis fósseis ao longo de duas décadas. A primeira etapa é o fim das vendas em 2030 e a segunda é a retirada gradual da circulação dos veículos a gasolina, diesel ou gás a partir de 2040. O texto deixa claro que continuam liberados os automóveis abastecidos apenas com biocombustíveis, como etanol e biodiesel, e os carros elétricos a bateria ou híbridos que não usem combustíveis fósseis. Permanecem permitidos também veículos de coleção, oficiais e diplomáticos, além de carros de turistas estrangeiros por um período limitado. Na defesa do PLS, Ciro Nogueira cita países que já discutem ou aprovaram calendários parecidos, como Reino Unido e França, que miram o fim da venda de veículos a combustíveis fósseis até 2040, e a Índia, que trabalha com 2030, enquanto a Noruega discute restrições já na década de 2020. Tramitação no Senado, relator e próximos passos até a Câmara O projeto foi apresentado em 2017 e, após anos parado, ganhou fôlego em 2020, quando a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o texto com parecer favorável. Desde então, a matéria aguarda análise da Comissão de Meio Ambiente, etapa em que a decisão é terminativa no âmbito do Senado. Documento oficial do Senado atualizado em abril de 2025 mostra que o relator atual na CMA é o senador Cid Gomes, e que o PLS 304 de 2017 está pronto para pauta, aguardando audiência pública antes do voto. Se a comissão aprovar o texto sem alterações profundas, o projeto segue para a Câmara dos Deputados, onde pode ser modificado ou até arquivado. Etanol e biocombustíveis como carta brasileira na transição dos carros a combustão Uma das particularidades brasileiras no debate sobre o fim dos carros a combustão é a força do etanol e de outros biocombustíveis. O PLS 304 de 2017 exclui explicitamente da proibição os veículos abastecidos exclusivamente com biocombustíveis, justamente por terem pegada de carbono menor que a gasolina e o diesel, segundo a justificativa do projeto. Dados da Agência Nacional do Petróleo indicam que a produção total de etanol no Brasil atingiu cerca de 35,4 bilhões de litros em 2023, alta de 15,5 por cento frente ao ano anterior, consolidando o país como um dos maiores produtores mundiais de biocombustíveis. A produção de biodiesel também cresceu mais de 20 por cento no mesmo período. Há ainda a expansão rápida do etanol de milho, cuja oferta aumentou 450 por cento em cinco safras, entre 2018 e 2023, reforçando a base agrícola que sustenta essa alternativa energética. Especialistas ligados ao setor agroindustrial apontam que essa infraestrutura torna o caminho brasileiro diferente do europeu, onde a transição é pensada quase só em veículos elétricos a bateria. Na prática, a exceção aos carros a etanol e a outros biocombustíveis preserva parte relevante da frota flex e dos futuros veículos híbridos capazes de operar apenas com combustíveis renováveis. Isso alinha os interesses do agronegócio e de montadoras que já desenvolvem veículos híbridos flex, combinando eletricidade e etanol como estratégia de descarbonização gradual. Empresas brasileiras também começam a avançar em soluções para o transporte pesado, como tecnologias que convertem motores a diesel de colheitadeiras, caminhões e tratores para operar 100 por cento com etanol hidratado, com promessas de corte de emissões e redução de custos de combustível. Esse movimento reforça a visão de que o etanol pode ter papel central tanto nos carros leves quanto no agronegócio. Apesar das vantagens ambientais, especialistas apontam obstáculos consideráveis para cumprir os prazos de 2030 e 2040. Relatórios sobre a frota circulante mostram que o Brasil superou 47 milhões de autoveículos em 2023 e quase 124 milhões de veículos registrados em 2024, com idade média da frota de automóveis próxima de 11 anos, a maior desde 1992. Ao mesmo tempo, carros elétricos ainda têm preço elevado para a maioria das famílias brasileiras. Levantamentos de mercado apontam que os modelos de entrada, como Renault Kwid E Tech e BYD Dolphin Mini, custam a partir de cerca de 100 mil reais, e muitos ficam na faixa entre 115 mil e 180 mil reais, bem acima dos compactos a combustão mais vendidos no país. Há ainda o peso do transporte de cargas, em que caminhões a diesel respondem por cerca de 40 por cento das emissões do transporte rodoviário, segundo inventário recente do setor. Estudos indicam que o transporte foi responsável por aproximadamente 13 por cento das emissões nacionais de gases de efeito estufa em 2020, o que reforça a necessidade de descarbonizar, mas também evidencia a dificuldade de substituir rapidamente essa infraestrutura. Lições da Europa: metas ambiciosas e recuos no fim dos motores a combustão Enquanto o Brasil discute 2030 e 2040, a União Europeia aprovou o fim das vendas de veículos novos a combustão em 2035, exigindo que todos os carros novos vendidos tenham emissões zero de CO2 a partir dessa data. A medida faz parte do pacote Fit for 55, um dos pilares do Pacto Verde Europeu. Nos últimos meses, porém, governos como o da Alemanha passaram a pressionar Bruxelas por flexibilizações, incluindo exceções para híbridos e para motores que usem combustíveis sintéticos de baixa emissão, e já se discute adiar o prazo europeu para 2040 em alguns cenários. Analistas veem esse recuo como sinal de que, mesmo em países ricos, a transição exige ajustes constantes diante de custos altos e de uma infraestrutura de recarga ainda limitada. Como o motorista brasileiro pode se preparar para possíveis mudanças até 2040 No Brasil, o PLS 304 de 2017 ainda pode ser alterado na Comissão de Meio Ambiente, na Câmara e até receber vetos presidenciais, caso aprovado. Por isso, especialistas em mobilidade recomendam acompanhar a tramitação no portal do Senado, onde é possível ler a íntegra do projeto e registrar opinião na consulta pública oficial. Mesmo sem uma lei aprovada, a tendência global aponta para restrições crescentes a veículos a combustão, seja por calendários nacionais, seja por zonas de baixas emissões em grandes cidades. Ao planejar a troca de carro, muitos consumidores já consideram fatores como eficiência energética, compatibilidade com etanol e possibilidade de adoção futura de modelos híbridos ou elétricos, como forma de reduzir riscos regulatórios e de custos de uso.

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Relator retira formulação de combustíveis de PL Antifacção

O relator do PL Antifacção (nº 5582/2025), Alessandro Vieira (MDB/SE), retirou da proposta a regulação da atividade de formulação de combustíveis. O marco voltado ao combate ao crime organizado está em discussão no plenário do Senado Federal, nesta quarta (10/12). Vieira também exclui o termo eldquo;tempo realerdquo; de uma alteração prevendo quais agentes são obrigados a compartilhar informações com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com isso, se aprovado, o dispositivo não produz efeitos expressivos; o regulador já exige o envio de informações das empresas. As mudanças atenderam a emendas do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB), presidente da Frente de Energia, e da senadora Tereza Cristina (PL/MS). Atividade suspensa pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e no centro das operações que investigam crimes e fraudes fiscais no mercado de combustíveis, a formulação de combustíveis chegou a entrar no relatório do PL Antifacção na tarde desta quarta. O texto previa que a ANP deveria cancelar autorizações de empresas formuladoras que eldquo;reiteradamenteerdquo; entregassem produtos eldquo;em desacordo com as especificações ou que utilize insumos não rastreadoserdquo;, inclusive comunicando órgãos de investigação criminal para apuração de responsabilidade dos sócios. A proposta partiu de uma emenda de Fabiano Contarato (PT/ES), em tentativa de disciplinar a formulação, que, na prática, ia na contramão das propostas para a proibição em definitivo da prática. Há tanto emendas, como um projeto de lei para proibir a formulação de combustíveis no país. ANP vê em formulação brechas para fraudes A única formuladora puro-sangue em atividade no país era a Copape, principal alvo da Cadeia de Carbono, em São Paulo, além de outras empresas ligadas a Roberto Augusto Leme da Silva, o eldquo;Beto Loucoerdquo;, e Mohamad Hussein Mourad, ambos foragidos. Na segunda (8/12), a diretoria da ANP decidiu por unanimidade revogar todas as autorizações de operação da empresa. A decisão alcança as autorizações para formulação de gasolina, da operação de terminal terrestre e de comércio exterior, outorgadas à Copape Produtos de Petróleo Ltda. O caso Copape, na ANP, começou após uma batida de fiscais na batedeira clandestina que a companhia de Guarulhos (SP) operava na Bahia, com produtos fornecidos pela Dax Oil. Ela já havia sido alvo de operações anteriores dos órgãos judiciais de São Paulo por fraudes continuadas e ligações com o crime organizado. Em julho, a agência já havia suspendido cautelarmente a atividade de formulação de gasolina e óleo diesel, interrompendo a análise dos pedidos de autorização em curso. Fora do mercado, a Copape tentou retomar operações com a GT Formuladora, que possui pedido de autorização de formulação de gasolina na ANP. A agência, com base em dados do Ministério Público de São Paulo, verificou uma conexão entre as empresas: uma delas pertence a um primo de Mohamad Hussein Mourad e funciona no mesmo endereço da Sudeste Terminais e Armazéns Gerais Ltda, empresa com a qual foram detectados laços com o foragido. O principal argumento da agência é que a formulação é um elo de difícil controle e fiscalização, propício a práticas fraudulentas e que não traz benefícios aos consumidores de combustíveis nem sequer é vital para o abastecimento nacional.

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Sindicato rebate alegações de adulteração em transporte de combustíveis para MT

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo) contestou, nesta segunda-feira (08), as declarações divulgadas em entrevista recente que associou a rota de transporte de combustíveis entre refinarias e o estado a um suposto ambiente favorável à adulteração de produtos. Segundo a entidade, as afirmações apresentadas não refletem a realidade do mercado formal de combustíveis em Mato Grosso. De acordo com o Sindipetróleo, a adulteração não é um fenômeno sistêmico vinculado ao trajeto de distribuição, mas sim casos pontuais já identificados e monitorados pelos órgãos competentes, uma vez que os combustíveis que saem direto da refinaria para o Estado passam por alto controle de adulteração e fiscalização. Para o presidente Claudyson Martins Alves - Kaká, o transporte e a distribuição operam com protocolos rígidos de rastreabilidade e lacres, o que reduz de forma significativa a possibilidade de qualquer manipulação irregular ao longo do percurso. eldquo;O processo é altamente controlado e auditado. Generalizar exceções como se fossem regra prejudica a confiança no setorerdquo;, afirma. Outro ponto rebatido é a alegação de que os motores dos veículos eldquo;não identificariam a adulteraçãoerdquo;. Segundo Alves, a afirmação não encontra sustentação técnica. A entidade explica que a questão não diz respeito à calibração do motor, mas sim à qualidade do combustível entregue, algo que segue padrões definidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A entidade também ressalta que os dados oficiais mostram justamente o oposto, pois os índices de irregularidade têm apresentado queda histórica nos últimos anos, resultado de maior fiscalização, autorregulação e avanços tecnológicos no setor. Em 2025, a ANP realizou 356 fiscalizações em postos de Mato Grosso, das quais resultaram 54 autos de infração e apenas 25 casos (7,2%) de produtos fora de especificação, sendo 23 ligados ao óleo diesel S500 e S10 e apenas dois à gasolina. Os parâmetros irregulares identificados no diesel, como teor de biodiesel, acidez e contaminação total, não podem ser medidos pelos postos, que dependem da amostra testemunha coletada no recebimento para sua defesa. Ao longo dessas ações, a ANP registrou apenas quatro interdições, sendo uma total e três referentes exclusivamente a bombas abastecedoras. Isso significa que 98,9% dos postos fiscalizados estavam conformes quanto à qualidade do produto. eldquo;Os dados oficiais mostram que o mercado de Mato Grosso é seguro e altamente fiscalizado. Não há base para alarmismo ou para questionar a qualidade dos combustíveis vendidos no estadoerdquo;, aponta Kaka. O presidente do Sindipetróleo reforçou ainda que Mato Grosso possui um dos mercados mais fiscalizados do país, com monitoramento permanente da ANP, Procon, Immetro e da Secretaria de Fazenda. Segundo o sindicato, os postos seguem normas rígidas de testes, com contraprova, padrões de armazenamento e controle de qualidade. O sindicato explica que eventuais irregularidades que surgem ao longo da cadeia são exceções devidamente identificadas e tratadas pelas autoridades. Kaka ressalta que a falta de informação sobre a rigidez das fiscalizações pode trazer prejuízos como a formação de uma percepção equivocada no consumidor sobre a segurança do combustível vendido em Mato Grosso; a transferência indevida de responsabilidade para os postos, que não são responsáveis nem pela produção nem pelo transporte do produto; a associação injusta do setor a práticas ilegais, fatores que podem afetar diretamente a confiança na rede de revendedores regularizados. eldquo;O setor de combustíveis de Mato Grosso é formado majoritariamente por empresários sérios, que cumprem rigorosamente a legislação e investem continuamente em qualidade e confiabilidade. Não aceitamos que todo um segmento seja penalizado por práticas isoladas que não representam o mercadoerdquo;, afirmou o presidente do Sindipetróleo, Claudyson Martins Alves.

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Trabalhadores da Petrobras aprovam greve a partir de segunda (15)

Trabalhadores vinculados à FUP (Federação Única dos Petroleiros) aprovaram nesta quarta-feira (10) uma greve nacional a partir da 0h de segunda-feira (15). A decisão ocorre após a Petrobras apresentar uma contraproposta para o ACT (acordo coletivo de trabalho) considerada insuficiente pelos petroleiros. Os sindicatos irão notificar a empresa sobre a paralisação na sexta-feira (12). Segundo a FUP, as votações continuam até quinta-feira (11), mas as aprovações já são suficientes para deflagrar a greve. Também está prevista uma vigília de aposentados e pensionistas em frente ao Edifício Senado, sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, nesta quinta. A Petrobras foi procurada, mas não respondeu até a publicação deste texto. Para a FUP, a contraproposta da Petrobras não atende os três eixos aprovados pela categoria: a retomada de direitos retirados em gestões anteriores, distribuição mais justa dos resultados da companhia e o fim dos PEDs (Planos de Equacionamento de Déficit) da Petros, fundo de pensão dos funcionários da estatal. A entidade também critica o reajuste proposto de 0,5% acima da inflação, abaixo do concedido por outras estatais. A Petrobras ofereceu pagar a reposição da inflação do período (de setembro a outubro do ano passado), mais o ganho real de 0,5%, totalizando 5,66%. Os trabalhadores pediam 9,8%, para recompor os anos em que não houve reajuste. Sindicatos vinculados à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), outra federação que representa trabalhadores do setor, decidirão, até quiinta, se aderem à paralisação. A FUP representa em torno de 25 mil empregados e opera 61% das unidades da Petrobras, enquanto a FNP opera 80% da extração de petróleo do país e representa mais de 50 mil trabalhadores. Segundo a FNP, as negociações com a Petrobras somam 103 dias e não houve avanço quanto ao trabalho remoto ou melhorias para aposentados e pensionistas. "Por isso, a FNP mantém o indicativo de greve", afirmou o secretário-geral da entidade, Eduardo Henrique. A última paralisação da categoria ocorreu em março deste ano, com duração de 24 horas. Os trabalhadores criticavam a redução dos dias em home office e diminuição da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e cobravam a contratação de funcionários, criação de plano integrado de carreiras e melhores condições para prestadores de serviços. COMO DEVE SER A PARALISAÇÃO A mobilização pode afetar plataformas e as refinarias. "A greve é por tempo indeterminado. A depender de quanto continuar, pode afetar a produção de petróleo", diz Eduardo Henrique, da FNP. Após aprovar a greve nas assembleias, as entidades irão notificar a Petrobras para que um plano de contingência seja negociado. Nele, são definidos quantos funcionários serão necessários para manter as operações essenciais em andamento. A Petrobras costuma ter equipes de contingência para diminuir o impacto de greves em suas operações, principalmente no curto prazo. Essas equipes costumam ser formadas por profissionais em cargos de gestão, direção, chefia ou confiança.

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Copom mantém Selic em 15% ao ano pela 4ª vez seguida e empurra corte de juros para 2026

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 10, última reunião de 2025, manter a taxa Selic em 15% ao ano. Alvo de pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para baixar os juros, o colegiado optou pela manutenção em decisão unânime e empurrou o corte de juros para 2026, ano eleitoral. eldquo;O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetáriaerdquo;, justificou o colegiado. eldquo;O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à metaerdquo;, diz o comunicado. O comitê, porém, não sinalizou seus próximos passos no comunicado, mantendo a indefinição sobre quando a trajetória de queda da Selic poderia ter início. O colegiado repetiu que seguirá eldquo;vigilanteerdquo; e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados. Essa é a quarta reunião consecutiva em que a autarquia mantém o nível da Selic, que está no maior patamar desde julho de 2006. De setembro de 2024 até a reunião de junho deste ano, o BC aumentou a taxa em 4,50 pontos, o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos - perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia. A decisão veio conforme previam 35 das 36 casas consultadas pelo Projeções Broadcast. A decisão do colegiado foi unânime. O resultado também veio em linha com a mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025, que permaneceu em 15% nas últimas 24 semanas. Tarifaço e política fiscal no radar O Comitê diz que segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos ao Brasil. "e#8203;O ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica", diz o texto. Também nesta quarta, o Federal Reserve (banco central dos EUA) anunciou um corte de 0,25 ponto porcentual nos juros americanos, para o intervalo entre 3,75% e 4% ao ano. Trata-se da segunda queda consecutiva das taxas no atual ciclo de flexibilização monetária do BC dos EUA. No âmbito doméstico, o Copom afirmou que acompanha como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros, eldquo;reforçando a postura de cautela em cenário de maior incertezaerdquo;. eldquo;O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalhoerdquo;, diz o Copom. O colegiado afirma que, para assegurar a convergência da inflação à meta nesse ambiente de expectativas desancoradas, eldquo;exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongadoerdquo;. Também enfatiza que a manutenção da Selic em 15% é compatível com a estratégia de convergência da inflação para ao redor da meta ao longo do horizonte relevante. eldquo;Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno empregoerdquo;, emenda. Juros reais Com a manutenção da Selic em 15%, o Brasil continua com a segunda maior taxa de juros reais do mundo, de 9,44%, segundo o ranking MoneYou/Lev Intelligence. O País está atrás apenas da Turquia, com 10,33%. A Rússia aparece no terceiro lugar, com 7,89%. Depois, figuram no ranking Argentina (7,14%) e México (4,21%). O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil endash; que não estimula, nem deprime a economia endash; é de 5,0%. Inflação O Copom repetiu que considera os riscos para a inflação como eldquo;mais elevados do que o usual.erdquo; No comunicado, o colegiado voltou a citar os mesmos três riscos para cima e três riscos para baixo no seu balanço. Entre os riscos de alta, o Copom mencionou: uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; maior resiliência da inflação de serviços, por causa de um hiato do produto mais positivo; e uma eldquo;conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionárioerdquo;, por exemplo, causando uma desvalorização do câmbio. Nos riscos de baixa, aparecem: eventual desaceleração da atividade doméstica mais acentuada do que o esperado, com impacto na inflação; uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários. Todos os riscos repetem exatamente o que foi mencionado no comunicado da reunião anterior, de 5 de novembro. Projeções O Copom revisou sua projeção para a inflação acumulada em 12 meses até o fim do segundo trimestre de 2027, de 3,3% para 3,2%. Esse se tornou o horizonte relevante da política monetária na última reunião do colegiado, em novembro. A projeção continua acima do centro da meta, de 3%. Isso indica que a trajetória de juros embutida no relatório Focus é insuficiente para fazer a inflação convergir ao alvo no período de seis trimestres observado pelo BC. Hoje, a mediana para a Selic no fim de 2026 é de 12,25%. A projeção do Copom para o IPCA de 2025, no cenário de referência, diminuiu de 4,6% para 4,4%, abaixo do teto da meta, de 4,50%, pela primeira vez desde novembro de 2024, quando estava em 3,9%. O BC descumpriu a nova meta contínua de inflação em junho deste ano. Na carta aberta ao ministro da Fazenda, informou que esperava que o IPCA em 12 meses caísse abaixo de 4,50% no fim do primeiro trimestre de 2026. A estimativa para a inflação de 2025 divulgada nesta quarta-feira leva em conta uma redução no preço do dólar, de R$ 5,40 na reunião anterior para R$ 5,35, além da evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC), a trajetória da Selic embutida no relatório Focus e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente - o chamado eldquo;cenário de referênciaerdquo; do BC. A projeção do colegiado para o IPCA de 2026 passou de 3,6% para 3,5%, ainda acima do centro da meta, de 3%. Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou a sua projeção para a inflação de preços livres em 2025, de 4,5% para 4,0%. O Copom manteve as estimativas para os preços livres em 2026 (3,6%) e no segundo trimestre de 2027 (3,2%). A projeção para os preços administrados passou de 5,0% para 5,3% este ano, de 3,4% para 3,2% no próximo e de 3,5% para 3,4% no horizonte relevante.

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