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Leilão de petróleo na Foz do Amazonas pode criar fila no Ibama

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) alerta que, sem um estudo mais amplo dos impactos socioambientais da exploração da Foz do Amazonas, o próximo leilão de petróleo pode criar uma fila de licenciamentos no órgão. Em ofício ao qual a Folha teve acesso, o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, cita especificamente a falta de uma análise chamada de AAAS (avaliação ambiental de área sedimentar). Esse tipo de estudo (que avalia não só um empreendimento específico, mas toda uma região) jamais foi feito para a margem equatorial. Sua ausência é uma reclamação constante no Ibama, que atualmente analisa a licença para a Petrobras perfurar o bloco 59 da bacia Foz do Amazonas. O bloco é o foco da tensão que envolve a exploração de petróleo na região, atividade que opõe as visões da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do titular de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O próximo leilão da ANP (Agência Nacional de Petróleo e Gás) está marcado para esta terça-feira (17), e ofertará 47 blocos da bacia Foz do Amazonas e mais 17 na Potiguar emdash;ambas compõe a margem equatorialemdash;, entre outros. A pressão pela ampliação da exploração na região é grande, uma vez que o governo Lula (PT) aposta na atividade como uma das fontes de arrecadação para equilibrar as contas públicas, em um contexto de crise com o Congresso Nacional. No documento do Ibama, Agostinho cita que, além dos 47 blocos na bacia Foz do Amazonas em oferta nesta terça, há outros 8 blocos da região já arrematados por empresas anteriormente. Este cenário, diz ele no documento, "poderá acarretar na multiplicação desordenada de futuras solicitações de licenças ambientais". "Alerta-se para a dificuldade de concessão fragmentada e sucessiva de licenças de exploração, sem a devida avaliação ambiental de área sedimentar (AAAS)", completa. Procurado, o Ministério de Minas e Energia afirmou que "a morosidade na análise desses pedidos não se deve à inexistência da AAAS, mas sim aos fluxos internos do órgão licenciador". Em nota, Ibama reiterou que a avaliação possibilitaria uma análise estratégica da região, anteciparia riscos e daria segurança ao empreendimento. "A ausência de AAAS torna mais complexo o processo de licenciamento ambiental, uma vez que diversos fatores críticos, que deveriam ser tratados como política pública e não como aspectos de projeto, não são adequadamente tratados nas instâncias adequadas", afirma o órgão. O aviso de Agostinho foi dado no mesmo ofício em que ele liberou os testes da Petrobras para o bloco 59, driblando os técnicos do Ibama que recomendavam barrar a operação. O licenciamento ambiental traz entre suas obrigações, via de regra, o EIA (estudo de impacto ambiental). Essa análise é pontual: considera apenas os efeitos de um empreendimento sobre a natureza no seu entorno. A AAAS, por outro lado, é bem mais ampla. Ela deve ser feita pelo Ministério de Minas e Energia, em conjunto com o do Meio Ambiente, e avalia toda a estrutura, tanto social como ambiental, da região. Sua produção demora cerca de dois anos, mas não substitui o estudo de impacto ambiental emdash;os dois são complementares. Em 2023, quando o órgão rejeitou a licença ambiental para a Petrobras explorar o bloco 59, uma das razões elencadas foi a falta da AAAS emdash;além de problemas na proteção à biodiversidade, no enfrentamento às emergências e da não consideração de impactos a povos indígenas. Depois disso, a AGU (Advocacia-Geral da União) decidiu que não havia previsão legal para que a falta da AAAS fosse motivo para negar licenças ambientais de petróleo. A Petrobras entrou com um recurso contra a rejeição do Ibama, que desde então mudou o tom. Apesar de não vincular a ausência da avaliação à emissão da autorização, vem reiteradamente enfatizando sua importância emdash;até agora, não houve decisão final sobre o futuro do empreendimento. Segundo integrantes do órgão ambiental, a região da bacia Foz do Amazonas é ainda pouco conhecida, e a AAAS serviria para dar maior subsídio às análises. Para Suely Araújo, ex-presidente do Ibama e coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, esta avaliação possibilita que as licenças ambientais sejam dadas sob um olhar sistêmico, não pontual. "Não adianta conceder a licença do bloco 59 e alertar para os problemas advindos da explosão de futuras licenças. A resposta a esta licença, sem AAAS da região, deveria ser a negativa. O Ibama pode rejeitar essa licença e deveria fazê-lo", diz. Roberto Ardenghy, presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), ressalta, porém, que a exigência de tal documento não pode retroagir para aqueles empreendimentos já arrematados ou em processo de licitação, como o bloco 59. "A AAAS tem que ser feita pelo poder público e ela deve ser prévia à licitação. Nesse sentido, se no futuro o governo decidir só colocar em licitação áreas que tenham AAAS, isso aumenta, claro, a segurança jurídica e regulatória para a empresa que vai adquirir aquela área. O que não pode é voltar e criar um requisito que não existia", afirma. A AAAS foi criada em 2013 e também deveria ser uma condição obrigatória para um bloco de petróleo ser leiloado pela ANP, o que não é respeitado. Pela norma, o leilão pode ser autorizado excepcionalmente por uma "manifestação conjunta" dos ministérios de Minas e Energia e Meio Ambiente, mas apenas no caso de a avaliação não estar pronta. Na prática, o que acontece, inclusive no caso da Foz do Amazonas, é que o governo não emite a AAAS e autoriza os leilões pelo caminho alternativo.

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Petróleo salta 7% após Irã retaliar Israel; mercado teme bloqueio de estreito

Os contratos futuros de petróleo fecharam esta sexta-feira, 13, em forte alta, depois de saltarem mais de 10% durante a madrugada, em reação aos ataques aéreos de Israel contra o Irã. Embora os bombardeios não tenham atingido a infraestrutura petrolífera do país, investidores seguem apreensivos quanto a retaliações, especialmente devido à presença militar iraniana perto do Estreito de Ormuz endash; ponto de passagem crucial para o transporte global de petróleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para julho fechou em alta de 7,26% (US$ 4,94), a US$ 72,98 o barril. O Brent para agosto, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 7,02% (US$ 4,87), para US$ 74,23 barril. No acumulado da semana, o WTI disparou 13% e o Brent, 12%. Na tarde desta sexta-feira (horário de Brasília), as tensões seguiam elevadas com o Irã retaliando Israel com o lançamento de mísseis, o que deu novo fôlego para a alta de preços da commodity. Temores de que o Irã bloqueie o Estreito de Ormuz estão contribuindo para a alta do petróleo, embora eldquo;haja razões para acreditar que a situação pode permanecer contidaerdquo;, afirma em nota Benjamin Hoff, do Société Générale. Os formuladores de políticas dos EUA devem priorizar a estabilidade regional em vez de uma mudança de regime, eldquo;e como ambos os lados estão plenamente cientes dos custos de uma escalada rumo a uma guerra de infraestrutura petrolífera, o incentivo pode pender para a contençãoerdquo;, acrescenta Hoff. eldquo;A situação entre Israel e Irã deve piorar nos próximos dias, antes de eventualmente se acalmarerdquo;, diz Peter Cardillo, da Spartan Capital. Para ele, a turbulência geopolítica está levando os preços do petróleo a níveis especulativos, que excedem os fundamentos atuais. Na avaliação de Allen Good, da Morningstar, um conflito maior no Oriente Médio parece improvável, pois o governo dos EUA continua comprometido com as negociações com o Irã, e a resposta de Teerã ao ataque de Israel provavelmente será moderada. *Com informações da Dow Jones Newswires (Estadão Conteúdo)

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Preços do diesel caem na 1ª quinzena de junho, mostra IPTL

Os preços do diesel comum e do tipo S-10, menos poluente, caíram 1,6% e 1,9%, respectivamente, na primeira quinzena de junho, refletindo três reduções realizadas pela Petrobras este ano desde março, sendo o mais recente em 6 de maio. O preço médio do litro do combustível ficou em R$ 6,15 (comum) e R$ 6,19 (S-10), segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL). "Neste começo de mês, o motorista encontrou o diesel ainda mais barato, com uma redução adicional de até R$ 0,12 por litro nas bombas. O mais relevante é que essa queda não vem de um novo reajuste, mas sim do reflexo posterior dos cortes significativos anunciados pela Petrobras ainda em maio", avaliou o diretor de Rede, Operações e Transformação da Edenred Mobilidade, Renato Mascarenhas. Ainda segundo ele, existe uma "inércia natural" no setor, pois leva um tempo para que os estoques comprados a preços mais altos sejam substituídos e o valor mais baixo chegue efetivamente aos postos. "O que vemos agora é a consolidação desse repasse, que trouxe alívio para o consumidor", disse Mascarenhas em nota. Na análise por regiões, na comparação com a primeira quinzena de maio, houve queda generalizada. O destaque ficou com o Centro-Oeste, que apresentou as maiores quedas do País, de 2,54% para o diesel comum e de 2,35% para o S-10. Já o Sul, mais uma vez, se destacou com o diesel mais barato do Brasil. Na região, o tipo comum foi comercializado em média a R$ 5,96, enquanto o S-10 foi vendido à média de R$ 5,98. Já os preços mais caros foram encontrados no Norte. O diesel comum foi vendido na região a R$ 6,82, uma redução de 1,30%, valor acima do S-10, encontrado a R$ 6,62, um recuo de 1,93%. O menor preço médio para o diesel comum foi registrado nos postos do Paraná, a R$ 5,83, após queda de 2,83% na comparação com maio. Enquanto isso, o valor mais baixo para o diesel S-10 foi encontrado em Pernambuco, comercializado a R$ 5,86, depois de uma baixa de 1,51%. Já as maiores altas foram registradas em Roraima. No Estado, o diesel comum subiu 3,85%, elevando o preço médio para R$ 7,56, enquanto o S-10 teve alta de 0,27%, chegando ao preço médio de R$ 7,42, informou o IPTL. (Estadão Conteúdo)

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Supermercados querem 'store in store' de medicamentos, com farmácia dentro da loja

As redes de supermercados entraram com um projeto para a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIP), em áreas demarcadas dentro dos pontos de venda (espécies de eldquo;store in storeerdquo;), e levaram a proposta na quarta-feira (11), à Comissão de Assuntos Sociais do Senado. A tentativa é buscar um entendimento com as farmácias em relação a esse tema. Na visão das drogarias, os supermercados desistiram da ideia anterior de vender os itens em gôndolas livremente, e eldquo;caíram em sierdquo;, após perceberem dificuldades em avançar com o tema junto aos parlamentares, diz um interlocutor do setor. Os supermercados afirmam que essa ideia de venda nas prateleiras das lojas nunca existiu. eldquo;Não propomos nas negociações vender livremente [os remédios], e essa ideia elsquo;colouersquo; por aí. Nós queremos vender os produtos, e agora apresentamos nosso modelo de como isso pode ser feito, tudo dentro das regras da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]erdquo;, afirma um vice-presidente de uma rede do segmento. Trata-se de um formato parecido com o que se vê nos EUA, com a área de medicamentos separada, ao fim da loja. Caso supermercadistas não tenham como operar esse espaço separadamente, uma das possibilidade previstas é fechar acordo para deixar a gestão do espaço com uma rede de farmácias. Essa foi uma forma de facilitar a administração do negócio para as empresas menores, que não têm interesse em vender medicamentos. Ainda pode ser uma forma de facilitar o apoio das drogarias para o projeto, dizem fontes. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Refinaria do RN reduz preço da gasolina pela segunda semana consecutiva

A refinaria potiguar Clara Camarão, administrada pela Brava Energia, reduziu o preço da gasolina pela segunda semana consecutiva. Nesta quinta-feira (12), o litro do combustível passou a ser comercializado às distribuidoras por R$ 2,877. O valor sofreu uma redução de nove centavos em relação à semana anterior, quando custava R$ 2,967. A empresa divulga os reajustes nos preços, geralmente, às quintas-feiras. Apesar da redução, o preço continua maior do que o praticado pela Petrobras. No terminal da estatal em Cabedelo, na Paraíba, o litro da gasolina sai a R$ 2,739, por exemplo. Ou seja, 13 centavos mais barato do que na refinaria potiguar. Óleo Diesel A S500 O Óleo Diesel também teve redução na refinaria administrada pela Brava Energia. O litro do combustível caiu de R$ 3,361 para R$ 3,261. No terminal da Petrobras em Cabedelo, o diesel é comercializado a R$ 3,076 às distribuidoras.

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Demanda por combustíveis líquidos deve crescer até 2026, aponta EPE

A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) estima que o consumo de combustíveis líquidos seguirá em trajetória de crescimento nos próximos dois anos. De acordo com a edição de junho do estudo eldquo;Perspectivas para o Mercado Brasileiro de Combustíveis no Curto Prazoerdquo;, divulgada nesta quarta-feira (12), a demanda deve crescer 1,7% em 2025, o equivalente a 2,6 bilhões de litros, e 1,9% em 2026, alcançando mais 3,1 bilhões de litros. Entre os fatores que impulsionam esse cenário estão o desempenho positivo da economia, a expansão do mercado de trabalho formal e os programas de transferência de renda e investimentos públicos, com destaque para o Novo PAC. A expectativa de uma safra de grãos mais robusta em 2026 deve contribuir para a elevação do consumo de diesel, que pode ultrapassar a marca de 72 bilhões de litros no próximo ano. O consumo dos combustíveis do ciclo Otto (combustíveis leves para carros) também continua em alta, com projeções favoráveis para o etanol hidratado, impulsionadas por uma boa safra de cana e pela consolidação do etanol de milho. No setor de aviação, o consumo de QAV (querosene de aviação) deve manter crescimento moderado, com ganhos de eficiência energética e operacional. Já o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) segue com demanda em alta, apoiada, em parte, por programas sociais.

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