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Congresso avança contra pauta ambiental de Marina, e Lula oscila entre petróleo e COP30 sem fósseis

No ano em que recebeu a COP30, a conferência sobre mudança climática das Nações Unidas, e teve uma queda histórica no desmatamento florestal, o Brasil também viu o governo Lula (PT) liberar a exploração de petróleo em Foz do Amazonas e o Congresso aprovar a flexibilização do licenciamento ambiental. A avaliação de ambientalistas é que o ano foi de altos e baixos nessa área. Para 2026, há o temor de um cenário preocupante, contaminado pelo calendário eleitoral. O receio de ambientalistas é que políticos defendam uma agenda de flexibilização das regras de preservação e avancem com essa pauta no Legislativo, em busca de apoio de parte do eleitorado de direita. "Em 2026, a base de extrema-direita e negacionista pode usar essa agenda para subir a temperatura do debate eleitoral e fazer campanha", diz Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. Gabriela Nepomuceno, especialista em políticas públicas do Greenpeace, alerta que esse cenário pode ampliar pautas de mineração em terras indígenas e de terras raras, assim como a regularização da grilagem fundiária. "A bancada mais conservadora deve investir nessa agenda como forma de sinalizar para seus eleitores. Talvez até governistas [farão o mesmo], em busca de votos. Vai ser uma investida sobre aquelas fronteiras exploratórias que ainda não foram ocupadas, e tudo isso deve impulsionar o desmatamento", diz. Congresso aprovou mudanças no licenciamento A proposta que flexibiliza e simplifica o licenciamento ambiental é classificada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, como o principal retrocesso aprovado no Congresso em 2025. A nova lei geral retira poder da União, institui a LAC emdash;licença concedida apenas diante da promessa de não descumprir regras ambientaisemdash;, pode impulsionar a mineração e obras de infraestrutura, e enxuga instrumentos de consulta a comunidades afetadas por esses empreendimentos. Como revelou a Folha, a lei também criou a LAE (Licença Ambiental Especial), dispositivo apadrinhado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que facilita obras consideradas estratégicas pelo governo e pode facilitar o avanço de empreendimentos como a exploração de petróleo em Foz do Amazonas. O governo Lula até tentou emplacar uma versão alternativa da legislação, em acordo com Marina, mas a iniciativa foi derrubada pelo Legislativo, que ainda criou um dispositivo para impulsionar a BR-319. A única sugestão proposta pelo governo Lula e aprovada foi a da LAE. "É o principal ponto negativo para o Executivo. Foi uma decisão de Estado e que se viu fortalecida pela no Congresso", avalia Nepomuceno. A liberação na Foz do Amazonas Menos de um mês antes do início da COP30, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) liberou a exploração do bloco 59 de Foz do Amazonas, após mais de uma década de debate e sob críticas de ambientalistas. Na prática, isso abre uma nova frente de exploração de petróleo no Brasil. "O caso de Foz do Amazonas entra num contexto mais abrangente e que extrapola o Congresso e o Executivo, porque se conecta a uma forma de pensar que nos parece ultrapassada. Uma mentalidade de forças de desenvolvimentismo que reflete uma perspectiva de enxergar a economia brasileira", diz Nepomuceno. Apesar de criticado por ambientalistas, o empreendimento teve amplo apoio no Congresso, inclusive de Alcolumbre, cujo estado deve ser beneficiado com os rendimentos dessa atividade. Também dentro do Executivo, apesar das críticas de Marina, houve amplo apoio, a exemplo do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do também amapaense e líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT), e do próprio Lula. A exploração de combustíveis fósseis é o principal vetor da mudança climática no mundo, e corresponde a cerca de 70% de toda a emissão de gases CO2 do mundo. COP30 e a contradição Apesar da liberação de Foz, Lula fez com que o principal tema da COP30 se tornasse o plano para redução da dependência dos combustíveis fósseis emdash;que até então era um tabu. O chamado "mapa do caminho" quase implodiu as negociações, mas ao final a diplomacia brasileira conseguiu negociar um acordo e irá elaborar uma proposta de plano, que pode ter adesão de outros países. "É uma contradição. O recado de Lula ao liberar a licença de Foz e propor o mapa na COP é dizer: o Brasil não fará nada sozinho, enquanto o mundo não fizer, e continuará emitindo suas licenças. Politicamente pode fazer algum sentido, mas do ponto de vista da ciência climática, não. Precisamos parar de explorar", diz Astrini. "Mas do ponto de vista de percepção publica, a gente termina o ano com a agenda ambiental e de clima muito mais capaz de conversar com a população em geral do que antes. A COP atingiu públicos que antes não atingia", pondera. Desmatamento, autoridade climática e marco temporal Em 2025, após três anos do retorno de Marina Silva ao Ministério do Meio Ambiente, o Brasil registrou o terceiro menor índice de desmatamento de sua história, uma redução de 50% na comparação com o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando a taxa explodiu. Por outro lado, a criação da autoridade climática defendida por Marina segue estagnada na Casa Civil. Uma das explicações é justamente o fato de que a criação do órgão precisaria ser aprovada pelo Congresso e, portanto, poderia acabar sendo uma nova derrota para o governo Lula. Neste ano, além do licenciamento, o Legislativo também avançou de forma acelerada com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do marco temporal para demarcação de terras indígenas. A aprovação no Senado aconteceu em resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou a tese inconstitucional. Para Nepomuceno, desde que o Legislativo dominou o Orçamento por meio das emendas parlamentares, ele centralizou poder e dificultou a negociação política, fazendo oposição ao Executivo e ao Judiciário, em um cenário no qual os outros dois Poderes são pouco capazes de oferecer resistência. Este panorama, avalia, se traduz na política ambiental na derrubada dos vetos ao licenciamento ou na aprovação do marco. "O balanço geral é muito negativo no Congresso. Essa crise institucional, que passa por um Congresso que tem se tornado cada vez mais conservador, acaba contaminando a tramitação dos projetos ambientais", diz.

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IPCA-15, prévia da inflação oficial, fica em 0,25% em dezembro e fecha o ano em 4,41%

Sob a pressão de aumentos nos custos de transportes, a prévia da inflação oficial no País acelerou na passagem de novembro para dezembro, mas encerrou o ano de 2025 dentro do intervalo de tolerância da meta perseguida pelo Banco Central. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) saiu de uma alta de 0,20% em novembro para avanço de 0,25% em dezembro, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da aceleração, o resultado foi o mais brando para o último mês do ano desde 2018. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu a 4,41% em dezembro, encerrando o ano abaixo do teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para baixo ou para cima. eldquo;Esse alívio veio, sobretudo, do câmbio. Teve uma queda do dólar que foi significativa ao longo do ano, de uns 10%. Isso trouxe um alívio muito grande à inflaçãoerdquo;, disse Claudia Moreno, economista do C6 Bank. Entretanto, o cenário inflacionário ainda preocupa, porque os preços de serviços permanecem em patamar elevado, ao mesmo tempo em que o dólar já começa a se valorizar novamente frente o real, lembrou. eldquo;A gente projeta um câmbio a R$ 6 no final do ano que vem. Então, a gente não vê esse alívio acontecendo de novo no ano que vem, a gente acha que a inflação deve voltar a subir um pouquinhoerdquo;, previu Moreno, que espera para março o início do ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, terminando o ano que vem no patamar de 13% ao ano. eldquo;O nosso cenário principal é março, a queda (na Selic) ocorre em março, mas corre o risco de eventualmente ficar até para abrilerdquo;, frisou Moreno. Para o Itaú Unibanco, o IPCAe#8209;15 de dezembro mostrou um qualitativo eldquo;pior do que o esperadoerdquo;, com pressões altistas disseminadas em serviços como estética e lanches, mas também em bens industriais como roupas e aparelhos telefônicos, apontou a economista Luciana Rabelo, em relatório. eldquo;Esse processo de desinflação com resiliência da inflação de serviços mantém o Banco Central em posição desconfortável para iniciar corte de juroserdquo;, corrobora a economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro. Quase 60% da prévia da inflação oficial de dezembro partiu do encarecimento dos Transportes. As passagens aéreas subiram 12,71%, maior impacto individual no IPCA-15 do mês, 0,09 ponto porcentual. O transporte por aplicativo ficou 9,00% mais caro, segunda posição no ranking de maiores pressões individuais, 0,02 ponto porcentual. Os combustíveis tiveram alta de 0,26%: houve aumentos de 1,70% no etanol e de 0,11% na gasolina, mas quedas de 0,26% no gás veicular e de 0,38% no óleo diesel. Em Despesas pessoais, houve pressão dos aumentos em cabeleireiro e barbeiro (1,25%), empregado doméstico (0,48%) e pacote turístico (2,47%). Quanto à Habitação, houve pressão do aluguel residencial (0,33%), taxa de água e esgoto (0,66%) e gás encanado (0,28%). Já a energia elétrica residencial recuou 0,22%, com a entrada em vigor em dezembro da bandeira tarifária amarela em substituição à bandeira tarifária vermelha patamar 1. O gasto das famílias com alimentação e bebidas subiu em dezembro pelo segundo mês consecutivo, após uma sequência de cinco meses anteriores de quedas. Porém, a alimentação para consumo no domicílio voltou a ficar mais barata no mês, a sétima retração mensal seguida. O custo dos alimentos para consumo em casa diminuiu 0,08% em dezembro. Ficaram mais baratos o tomate (-14,53%), leite longa vida (-5,37%) e arroz (-2,37%). Por outro lado, houve altas nas carnes (1,54%) e frutas (1,46%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,65%: a refeição subiu 0,62%, e o lanche avançou 0,99%. Os gastos com Artigos de residência tiveram um recuo de 0,64%, a quarta redução mensal consecutiva na média de preços. Em dezembro, a queda foi puxada pelos recuos em eletrodomésticos e equipamentos (-1,41%) e tv, som e informática (-0,93%). Prévia do ano O grupo Habitação exerceu a maior pressão sobre o IPCA-15 em 2025, com alta de 6,69% e impacto de 1,01 ponto porcentual. O avanço foi impulsionado pela energia elétrica, que subiu 11,95% neste ano, maior contribuição individual no período, 0,47 ponto porcentual. O grupo Alimentação e bebidas subiu 3,57% em 2025, segundo maior impacto, 0,77 ponto porcentual. As principais pressões foram de refeição fora de casa (alta de 6,25%), lanche (11,34%), café moído (41,84%) e carnes (2,09%). Na direção oposta, houve alívios via arroz (-26,04%), leite longa vida (-10,42%) e batata-inglesa (-27,70%). Os demais avanços em 2025 ocorreram nos grupos Vestuário (5,34%), Transportes (3,00%), Saúde e cuidados pessoais (5,55%), Despesas pessoais (5,86%), Educação (6,26%) e Comunicação (0,82%). Já o grupo Artigos de residência foi o único com deflação, queda de 0,10% em 2025. A consultoria Tendências reduziu sua projeção para o IPCA de 2025, de alta de 4,4% para elevação de 4,3%, eldquo;em função de dados que indicam variação atipicamente baixa para os preços de alimentos em dezembroerdquo;. Para 2026, a previsão foi mantida em um avanço esperado de 4,1%. eldquo;Para o índice fechado de dezembro, a expectativa é de aceleração do IPCA. Os preços livres tendem a avançar de forma mais intensa, com a devolução dos descontos concedidos durante a Black Friday e a aceleração sazonal para os serviços turísticos e para as proteínas alimentares. Em contrapartida, haverá arrefecimento dos itens administrados, com deflação das tarifas de energia elétrica residencialerdquo;, estimou Matheus Ferreira, analista da consultoria Tendências, em relatório.

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RenovaBio: prazo para aposentadoria de CBIOS por distribuidores na B3 vai até 30/12

Termina em 30/12/2025 o prazo para a aposentadorias de CBIOs com vistas a cumprir o estabelecido no art. 4º-A do Decreto nº 9.888, de 2019, para a comprovação das metas individuais de descarbonização para distribuidores de combustíveis fósseis referentes ao ano de 2025. Conforme comunicado em sua página institucional na internet, a B3 não terá operação nos dias 24 e 25/12, véspera e feriado de Natal, e voltará a funcionar normalmente na sexta-feira, 26/12. Também não haverá pregão nos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, com a bolsa retomando as operações normalmente na sexta-feira, dia 02 de janeiro. Até o dia 22/12, 103 distribuidores já haviam cumprido integramente suas metas, com aposentadoria de aproximadamente 38,18 milhões de Créditos de Descarbonização (CBIOs), o que corresponde a 94,5 % do total das metas individuais relativas ao ano de 2025 (40,39 milhões de CBIOs, estabelecido pelo Despacho ANP nº 410, de 28 de março de 2025). Até a mesma data, havia um total de 16,77 milhões de CBIOs disponíveis para negociação na B3. O descumprimento parcial ou integral da meta anual individual sujeita o distribuidor de combustíveis a multa, prevista no art. 9º da Lei nº 13.576, de 2017, e no art. 6º do Decreto nº 9.888, de 2019, sem prejuízo das demais sanções administrativas e pecuniárias previstas na Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, do art. 68 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e de outras de natureza civil e penal cabíveis. O distribuidor inadimplente com suas metas fica sujeito à inclusão de seu nome na lista de vedação da comercialização e da importação de que trata o art. 9º-B da Lei nº 13.576, de 2017, e o art. 6º-A do Decreto nº 9.888, de 2019. O não cumprimento, integral ou parcial, da meta individual pode ensejar a revogação da autorização para o exercício da atividade do distribuidor de combustíveis, conforme previsto no art. 9º-C da Lei nº 13.576, de 2017. Além disso, independente do pagamento ou não da multa, caso o distribuidor não cumpra a meta em determinado ano, a quantidade de CBIOs que deixou de ser aposentada será automaticamente acrescida à meta do ano seguinte. Da mesma forma, os CBIOs aposentados que ultrapassarem a meta de um ano serão contabilizados para cumprimento da obrigatoriedade do ano subsequente. Como funciona o RenovaBio O RenovaBio é a Política Nacional de Biocombustíveis. Um de seus principais instrumentos é o estabelecimento de metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, de forma a incentivar o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país. As metas nacionais são estabelecidas pelo CNPE e são anualmente desdobradas, pela ANP, em metas individuais compulsórias para os distribuidores de combustíveis, conforme suas participações no mercado de combustíveis fósseis. As distribuidoras de combustíveis deverão comprovar o cumprimento de metas individuais compulsórias por meio da compra de créditos de descarbonização (CBIO), ativo financeiro negociável em bolsa, derivado da certificação do processo produtivo de biocombustíveis com base nos respectivos níveis de eficiência alcançados em relação a suas emissões. Consulte as metas para 2025 que devem ser cumpridas até 31/12/25.

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Petróleo fecha em alta em meio a tensões globais, mesmo com liquidez reduzida

O petróleo fechou em alta pela quinta sessão consecutiva nesta terça-feira, 23, em meio as persistentes tensões geopolíticas globais, mesmo com a liquidez reduzida antes do feriado de Natal. O petróleo WTI para fevereiro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em alta de 0,64% (US$ 0,37), a US$ 58,38 o barril. Já o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), avançou 0,47% (US$ 0,29), a US$ 61,87 o barril. Na noite de ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a falar da Venezuela, afirmando que os petroleiros apreendidos na costa do país latino-americano poderiam servir para criar eldquo;reservas estratégicaserdquo; americanas. Segundo o Comando Sul dos EUA (Southcom), o exército matou hoje um suposto traficante de drogas durante mais uma operação contra uma embarcação eldquo;discretaerdquo; que navegava por rotas conhecidas do tráfico no oceano Pacífico oriental. A apreensão pelos EUA de petroleiros ligados à Venezuela reintroduziu a segurança energética e o risco de sanções na mentalidade do mercado nos últimos dias, diz Ahmad Assiri, estrategista de pesquisa da Pepperstone. Já a Ritterbusch observa a questão entre Rússia e Ucrânia endash; com a possibilidade de mais sanções dos EUA e ataques à infraestrutura russa endash; como uma consideração maior para os preços da commodity. eldquo;A quarentena de Trump sobre petroleiros entrando e saindo da Venezuela tem ocupado as manchetes da mídia recentemente, mas a quantidade de interrupção de petróleo no mercado global permanece pequena em nossa opiniãoerdquo;, ressalta a empresa. O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Ryabkov, informou que Moscou e Washington têm discutido a temática venezuelana no âmbito de contatos de trabalho específicos, levantando preocupações russas sobre as ações dos EUA na região. *Com informações da Dow Jones Newswires (Estadão Conteúdo)

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Etanol lidera alta do preço dos combustíveis em dezembro no Brasil

Os preços dos combustíveis mantiveram trajetória de alta leve entre os dias 1 e 15 de dezembro. É o que indica o Monitor de Preço de Combustível, estudo mensal elaborado pela Veloe em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). De acordo com o levantamento, os valores médios da gasolina comum, do etanol hidratado e do diesel S-10 tiveram alta na primeira quinzena do mês. Fim da safra e aumento da demanda motivaram alta nos preços O movimento, comparado ao período de 16 a 30 de novembro, foi liderado pelo etanol, pressionado pelo fim da safra da cana-de-açúcar e pelo aumento da demanda no período de fim de ano. Na média nacional, a gasolina comum passou de R$ 6,27 por litro na última semana de novembro para R$ 6,28 na segunda semana de dezembro, alta de R$ 0,01, equivalente a 0,17%. O diesel S-10 também registrou variação positiva no período, subindo de R$ 6,16 para R$ 6,17 por litro. O etanol hidratado apresentou a maior elevação entre os combustíveis analisados, com avanço de R$ 0,04, ao sair de R$ 4,41 para R$ 4,45 por litro, o que representa alta de 1,01%. Segundo a análise, o desempenho do etanol reflete fatores típicos de sazonalidade do setor sucroenergético. O encerramento da safra da cana-de-açúcar reduz a oferta do biocombustível justamente em um período de maior demanda, impulsionado pelas férias e pelo aumento das viagens no fim do ano. Preço dos combustíveis vai subir mais em 2026 Com isso, o mercado passa a operar com estoques de passagem, o que tende a pressionar os preços até o início da próxima safra. Além dos fatores sazonais, o mercado acompanha com atenção os impactos tributários previstos para o início de 2026: a partir de janeiro entrarão em vigor no Brasil os novos valores fixos dos combustíveis praticados às distribuidoras. O reajuste das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que incidem sobre a gasolina, o diesel e o gás, teve atualização aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). De acordo com a decisão, a gasolina terá reajuste de R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,47 para R$ 1,57, com alta de 6,8%. O diesel e o biodiesel passarão de R$ 1,12 para R$ 1,17 por litro, acréscimo de R$ 0,05 por litro e aumento de 4,4%. Já o gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, terá a alíquota elevada de R$ 1,39 para R$ 1,47 por quilo, equivalente a um reajuste de 5,7% e alta de R$ 1,05 por botijão (de 13 kg). Os novos valores passarão a valer no primeiro dia de 2026. A tendência é que sejam repassados ao consumidor final, impactando os preços nas bombas e, consequentemente, a inflação. Vale notar que a decisão do Confaz, no entanto, não altera o modelo de cobrança, apenas reajusta os valores monetários do imposto. Antes de 2022, as alíquotas de ICMS e o preço médio eram definidos por cada estado separadamente. Variações regionais marcam preços dos combustíveis Entre os Estados, os preços dos combustíveis apresentaram comportamentos distintos no período analisado. No caso da gasolina, Roraima registrou a maior queda percentual, de 2,4%, com o preço médio recuando de R$ 7,13 para R$ 6,95 por litro. Já a maior alta foi observada em Pernambuco, onde a gasolina subiu 1,4%, passando de R$ 6,30 para R$ 6,39.No mercado de etanol, a maior retração ocorreu na Bahia, com queda de 3,7%, de R$ 4,74 para R$ 4,56 por litro. Em sentido oposto, o Distrito Federal apresentou a maior alta, de 6,8%, com o preço médio avançando de R$ 4,53 para R$ 4,84.Para o diesel S-10, Roraima também liderou as quedas, com recuo de 4,4%, de R$ 6,99 para R$ 6,68 por litro. A maior alta foi registrada no Piauí, onde o combustível subiu 1,6%, passando de R$ 6,19 para R$ 6,29.

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Supermercado virtual nascido em SP, Shopper amplia operação a 9 Estados

Fundado há dez anos, o supermercado digital Shopper começou a fazer entregas fora do Estado de São Paulo. Até 24 de novembro, a plataforma atendia 140 cidades paulistas, por meio de centros de distribuição e logística próprios. Com a expansão territorial, vai alcançar mais 2.543 cidades em outros nove Estados e no Distrito Federal. eldquo;Vamos chegar a regiões que têm 70% da população do Brasil e com produtos selecionados, que o consumidor não encontraria facilmente em suas cidadeserdquo;, diz o CEO e cofundador da Shopper, Fábio Rodas. eldquo;A ideia é testar. A gente quer aprender com essa expansão geográfica. Vamos passar dois ou três meses e ver o que acontece, como vai ser a demanda. Se os clientes gostarem do nosso serviço, a ideia é levar a mais cidades e, em algum momento, chegar ao território inteiro ( do País).erdquo; Serão mais de 3 mil produtos premium, incluindo de pequenos produtores brasileiros, dentre os mais de 12 mil que vendem em São Paulo, de mais de 700 fornecedores diferentes. O projeto de expansão para fora das fronteiras paulistas começou apenas em agosto deste ano, quando a empresa passou a importar a marca de chocolates holandesa Tonyersquo;s. Desde então, a Shopper começou a receber mensagens de consumidores interessados em receber o produto em outros Estados. Nos três meses seguintes, a empresa começou a adaptar o site para receber pedidos de fora. Outras marcas foram agregadas ao plano, como o chocolate Feastables, marca do youtuber com centenas de milhões de seguidores MrBeast, e o nacional Dengo, além de suplementos alimentares e naturais. Por enquanto, a estratégia funciona como projeto-piloto, com empresas logísticas parceiras, em vez de usar veículos próprios. As entregas são abastecidas pelos três centros de distribuição da marca endash; em Ribeirão Preto, Osasco e São Paulo, este último inaugurado, em agosto, com investimento de R$ 25 milhões. O novo espaço mais que dobrou a capacidade de operação da empresa, para mais de 50 mil metros quadrados. Na mesma época, a empresa anunciou a comercialização de seus produtos por meio do aplicativo do iFood na capital paulista, e também o lançamento do Shopper Now, de entregas ultrarrápidas em São Paulo endash; em até 15 minutos. elsquo;TESTANDO A DEMANDAersquo;. Idealizada pelos empreendedores Fábio Rodas e Bruna Vaz, que se conheceram na escola de negócios Insper, a Shopper surgiu como um site que testava o interesse das pessoas por receber as compras em casa. Depois de verem um vídeo gravado pela própria Bruna, os usuários podiam optar por fazer pedidos de produtos para receber em casa, mas, se tentavam concretizar a compra, eram informados de que não havia entregas em sua região. Na verdade, a página de compras ainda não havia sido desenvolvida. eldquo;Desde o começo, fazemos investimentos passo a passo, testando a demanda, e vai ser assim na nova expansãoerdquo;, conta Rodas. Ao perceber que havia demanda, os sócios investiram R$ 28 mil para iniciar as operações e a fazer entregas no entorno do escritório. Apenas dois anos depois, a Shopper passou a atender todo o centro expandido de São Paulo. E só no quinto ano de operação começou a atuar fora da capital paulista. O atual movimento de expansão faz parte da estratégia da Shopper para atingir os R$ 2 bilhões de faturamento anual até 2027. Segundo Rodas, a meta está caminhando até melhor do que o esperado para alcançar esse objetivo, mas só no próximo ano a empresa deve divulgar os seus números. MAIS VENDIDOS. As três categorias de produtos mais vendidos são, pela ordem, produtos de limpeza, seguidos por frutas, legumes e vegetais, armazenados em seus centros a temperaturas inferiores às dos mercados tradicionais, para ficarem mais frescos, e, por fim, suplementos alimentares. A empresa usa apenas sistemas tecnológicos desenvolvidos internamente. Até mesmo o sistema de gestão (conhecido como ERP, na sigla em inglês) e o de gerenciamento de clientes (CRM), que as empresas de médio e grande porte costumam comprar de fornecedores de software, foram desenvolvidos internamente. A expansão da Shopper vem sendo bancada pelos recursos levantados em quatro rodadas de investimentos, que trouxeram nomes conhecidos para o time de apoiadores do negócio. Nas duas primeiras rodadas, que levantaram R$ 10 milhões e R$ 120 milhões, em 2019 e 2021, chegaram José Galló, ex-CEO da Lojas Renner, Juscelino Martins, do atacadista Grupo Martins, o fundo Canary VC, do empreendedor Ariel Lambrecht, cofundador do aplicativo de mobilidade da 99, e o frigorífico Minerva Foods. Em 2021, ainda, a empresa levantou R$ 170 milhões com o GIC, fundo soberano de Singapura. Na última rodada, este ano, foi a vez do iFood trazer mais R$ 150 milhões, com o GIC e o braço de investimentos do Minerva. Para o médio ou longo prazo, Rodas conta que uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em ingles) é um caminho provável, e pode acontecer numa bolsa de valores fora do Brasil. ebull;

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