3R e Enauta anunciam fusão e criam a segunda maior petroleira do País
A 3R Petroleum Óleo e Gás e a Enauta Participações anunciaram ontem a assinatura de um acordo definitivo para a fusão das duas companhias, conforme havia antecipado na véspera o Estadão/Broadcast. A transação será efetivada em duas etapas, de acordo com fato relevante divulgado pela 3R. A fusão da 3R com a Enauta vai criar uma petroleira independente forte, a segunda maior do País, só atrás da Petrobras, com capacidade de produção imediata de 100 mil barris por dia, que pode chegar a 120 mil barris em 2025, com capacidade de geração de caixa (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 10 bilhões. Executivos da 3R e Enauta calculam uma sinergia (ganhos de operação com a união das empresas) para o negócio na casa de US$ 1 bilhão. Nas últimas semanas, analistas vinham destacando em relatórios ganhos envolvendo realocações de dívidas, recuperações fiscais, melhores condições de venda de petróleo e redução de custos operacionais, entre outros. O negócio prevê a incorporação da totalidade das ações da Enauta pela 3R, com os acionistas da Enauta recebendo ações da 3R. Na empresa combinada, os atuais acionistas da 3R ficarão com 53% de participação, enquanto os da Enauta terão 47%. Esses são os mesmos do Memorando de Entendimentos (MOU) assinado pelas empresas em 9 de abril. Inicialmente haverá a incorporação das ações da DUASETAPAS. Maha Holding e da Enauta pela 3R. A incorporação da Maha Holding servirá para viabilizar que a 3R Offshore passe a ser totalmente controlada pela 3R endash; o que cumpre eldquo;com a condição precedente para fins de consumação da incorporação de ações Enautaerdquo;, diz o documento. Num segundo momento, é que ocorrerá a incorporação das ações da Enauta pela 3R Petroleun. Assim, a Enauta passará a ser uma subsidiária da 3R. Décio Oddone, diretor-presidente da Enauta, será o diretorpresidente da nova empresa, enquanto que Rodrigo Pizarro, diretor financeiro da 3R, terá o mesmo cargo na companhia combinada. Matheus Dias, atual diretor-presidente da 3R, deverá ocupar um assento no seu conselho de administração. O acordo fechado ontem terá ainda de ser submetido a assembleias de acionistas de ambas as empresas, o que abre espaço para uma conclusão da fusão ainda em junho, ou na virada do é semestre, segundo pessoas próximas às negociações. Ontem, a 3R Petroleum convocou seus acionistas para uma assembleia geral extraordinária para o próximo dia 17 de junho. A fusão das petroleiras também precisará do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). De acordo com o fato relevante da 3R, a integração das atividades das duas companhias eldquo;reforçará significativamente o modelo de negócio das sociedades combinadas, viabilizando a complementariedade dos ativos e da realização de investimentos mais robustos para a manutenção e desenvolvimento de tais ativos; e o aproveitamento de potenciais sinergias de natureza operacional, comercial, financeira e de governança, e de ganhos de eficiência, em especial na otimização de custos, despesas e fortalecimento dos investimentos nas diferentes possibilidades de crescimento, que resultará em uma substancial criação de valor para a 3R e para a Enauta, bem como para seus respectivos acionistas, clientes, cadeia de fornecedores e colaboradoreserdquo;. As empresas dizem não ver riscos significativos decorrentes da operação, sendo que seu sucesso dependerá, principalmente, da habilidade da nova administração da 3R de implementar as operações necessárias para viabilizar as sinergias identificadas e economias de custo resultantes da combinação dos negócios. eldquo;Tal visão estratégica está baseada, principalmente na capacidade e excelência dos talentos de ambas as companhias.erdquo;