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Acordo do Brasil com Opep gera onda de críticas

O CNPE aprovou a adesão do Brasil à Carta de Cooperação entre Países Produtores de Petróleo (CoC), fórum consultivo da Opep e aliados. Como já se esperava, o Brasil não vai aderir aos cortes de produção do grupo. A expectativa é ampliar o diálogo internacional e acompanhar as discussões sobre a oferta e demanda de petróleo. Esse interesse cresce no atual contexto de redução da colaboração internacional, com a eleição de Donald Trump nos EUA. O governo se esforçou para amenizar as críticas, que já eram previstas, sobretudo dada a proximidade com a COP30, marcada para novembro em Belém (PA). O anúncio ocorreu junto com a aprovação da adesão também à Agência Internacional de Energia (IEA) e à Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fez questão de deixar claro que não se trata de uma entrada à Opep+, mas de um fórum de discussão e acompanhamento do setor. Ainda assim, o movimento levou a uma onda de reclamações emdash; inclusive do setor de energias renováveis emdash; e foi recebido sem entusiasmo pelo mercado nacional de petróleo e gás. Observatório do Clima, WWF, Greenpeace, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel) estão entre as entidades que se manifestaram contra o anúncio. A visão é de que o acordo pode comprometer a credibilidade do país por investidores atentos à agenda ambiental e social.

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Petróleo fecha em alta, com possível redução da oferta e conflito na Ucrânia em foco

Os contratos futuros de petróleo fecharam nesta quarta-feira (19) com o terceiro avanço consecutivo diante da perspectiva de redução da oferta e em meio às discussões para colocar fim ao conflito na Ucrânia. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril fechou em alta de 0,38% (US$ 0,27), a US$ 72,10 o barril, enquanto o Brent para mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,26% (US$ 0,20), a US$ 76,04 o barril. Os contratos sobem desde cedo com a notícia de que o fluxo de petróleo vindo do Casaquistão poderá ser reduzido em cerca de 30% devido a um ataque de drones ucranianos a uma estação de bombeamento no sul da Rússia, segundo a estatal russa Transneft. A busca de uma solução para o conflito da Ucrânia pareceu mais remota hoje com as declarações do presidente americano Donald Trump, que acusou o presidente Volodymyr Zelensky de eldquo;ditador sem eleiçõeserdquo; que está em uma guerra que, sem os EUA, nunca será capaz de vencer. Em um ajuste aos valores internacionais da commodity, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China reduziu os preços domésticos da gasolina e do óleo diesel para 170 yuans e 160 yuans por tonelada, respectivamente, conforme documento oficial publicado nesta quarta-feira, segundo a agência governamental chinesa.

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USP testa conversão de etanol em hidrogênio e rendimento no abastecimento de veículos

A Universidade de São Paulo (USP) anunciou, nesta quarta (19/2), o início dos testes para avaliar a taxa de conversão de etanol em hidrogênio, na primeira estação experimental do mundo dedicada à produção de hidrogênio renovável a partir do biocombustível. O posto de abastecimento, localizado na Cidade Universitária, em São Paulo, conta com investimento de R$ 50 milhões, e também servirá como fonte de dados para avaliar os índices de consumo e rendimento do combustível nos veículos, entre eles, três ônibus e dois veículos leves. O governador de São Paulo, Tarcisio Freitas, que participou da inauguração do projeto, disse que o estado tem potencial para produção e exportação de etanol e energia limpa para outros estados e também para o exterior. eldquo;Estamos aproveitando o potencial da cana-de-açúcar para desenvolver soluções que vão transformar e impactar indústrias inteiras, como o transporteerdquo;, disse o governador. A iniciativa é conduzida pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), e faz parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento que conta com a colaboração de grandes empresas e instituições. Entre elas, Shell Brasil, Raízen, Hytron Grupo Neuman eamp; Esser), SENAI CETIQT e a própria USP por meio do RCGI, além da Toyota, Hyundai, Marcopolo e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU). eldquo;Estamos promovendo uma revolução na matriz energética ao demonstrar que é possível produzir hidrogênio sustentável a partir do etanol, com grande eficiência logísticaerdquo;, explica Julio Meneghini, diretor científico do RCGI. Proposta da pesquisa A planta-piloto tem capacidade para produzir 100 quilos de hidrogênio por dia. O energético será testado em coletivos de transporte público da USP e nos veículos Toyota Mirai e Hyundai Nexo, ambos movidos a hidrogênio. A tecnologia desenvolvida visa demonstrar a viabilidade do etanol como vetor para a produção de hidrogênio sustentável, aproveitando a infraestrutura já existente no país. Isso porque a produção de hidrogênio dessa planta-piloto ocorre por meio da reforma a vapor do etanol, no próprio posto de abastecimento. Trata-se de um processo químico no qual o etanol reage com água sob altas temperaturas, resultando na liberação de hidrogênio. Segundo os pesquisadores, o método se destaca por sua eficiência e pela possibilidade de reduzir emissões de carbono, uma vez que o CO2 liberado no processo é biogênico, ou seja, pode ser compensado no ciclo do cultivo da cana-de-açúcar. Ganho de escala e novas aplicações O sucesso dos resultados da estação experimental pode abrir caminho para o avanço e ganho de escala na adoção de tecnologias baseadas em células a combustível, por fabricantes de aviões e montadoras de caminhões e ônibus. eldquo;O fomento dessa tecnologia pode trazer benefícios enormes para a indústria brasileira. A disponibilidade de hidrogênio em grande escala é fundamental para permitir avanços em diversas frentes, desde a mobilidade até a produção de fertilizantes sustentáveiserdquo;, destaca Meneghini.

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Preço do etanol hidratado continua avançando devido à baixa oferta

A demanda pelo etanol hidratado esteve baixa ao longo da última semana no mercado spot do Estado de São Paulo, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. Com volume expressivo negociado em janeiro, neste momento, as compras de distribuidoras no spot têm ocorrido de forma pontual. Apesar disso, levantamento do Cepea mostra que os preços dos biocombustíveis seguiram praticamente estáveis. A sustentação veio da postura dos vendedores, que, com baixa disponibilidade, estão firmes nos valores pedidos. Entre 10 e 14 de fevereiro, o indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado registrou o preço médio de R$ 2,8541 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), avanço de 0,72% no comparativo ao período anterior. No caso do etanol anidro, o indicador fechou a R$ 3,2604 por litro, pequena queda de 0,85% no mesmo comparativo. Agentes de mercado consultados pelo Cepea acreditam que a comercialização dos biocombustíveis deve voltar a se aquecer na semana que vem, período que antecede o recesso de carnaval.

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Preços da gasolina e do etanol ficam acima do reajuste do ICMS, aponta ValeCard

Os combustíveis pesaram ainda mais no bolso dos brasileiros em fevereiro. Após o reajuste de do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que entrou em vigor no dia 1º, o preço médio da gasolina subiu R$ 0,175 por litro no período, chegando a R$ 6,505, aumento 75% superior ao acréscimo do tributo em R$ 0,10 por litro. Os dados foram levantados pela ValeCard, tendo como base as transações realizadas em mais de 25 mil postos de combustíveis no país na primeira quinzena de fevereiro. No caso do etanol, houve uma alta ainda mais expressiva: o litro subiu R$ 0,219 (5,12%), chegando a R$ 4,502, mais do que o dobro do reajuste. Além disso, o levantamento mostra que o diesel-S10 teve avanço de R$ 0,284 (4,48%), custando R$ 6,627. O valor está mais alto que o reajuste do ICMS sobre o diesel, que foi de R$ 0,06, chegando a R$ 1,12 por litro. Mas junto ao tributo, o setor de combustíveis ainda foi impactado por mudanças da Petrobras. No caso do diesel, a estatal elevou o preço nas refinarias em R$ 0,22 por litro (+6,2%), para reduzir a defasagem de 17% em relação aos preços internacionais. Em relação à gasolina e ao etanol, a Petrobras não alterou o preço nas refinarias, que está com defasagem em torno de 7% em relação aos preços internacionais. Para Brendon Rodrigues, head de Inovação e Portfólio da ValeCard, esse cenário não está restrito somente ao mês de fevereiro. Na verdade, para ele, o ano de 2025 já começou com uma grande defasagem entre os preços dos combustíveis no mercado internacional e os praticados nas refinarias brasileiras. eldquo;Além disso, a diferença entre os valores adotados pela Petrobras e os dos combustíveis importados endash; influenciada pelo câmbio, pelo preço do petróleo e pelos custos logísticos endash; pressionou ainda mais os preços, tornando o impacto no bolso dos motoristas maior do que o reajuste do ICMSerdquo;, explica Rodrigues. Distrito Federal tem maior alta da gasolina no país Dentre os estados, a maior alta da gasolina ocorreu no Distrito Federal, onde o combustível passou de R$ 6,107 para R$ 6,646. O avanço foi de R$ 0,54. Isso representa mais de 5 vezes o reajuste do ICMS. Em São Paulo, o valor do combustível foi de R$ 6,130 para R$ 6,256. Apesar da alta de R$ 0,127 no valor, acima do ICMS, os motoristas que abastecem no estado têm acesso à gasolina mais barata do país, com média de preço por litro de R$ 6,256. Já no Rio de Janeiro, o aumento foi de R$ 6,199 para R$ 6,344, alta de R$ 0,145, ficando acima do valor de reajuste do ICMS.

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Após críticas de Lula, Fecombustíveis diz que sociedade conhece pouco a cadeia de combustíveis

Depois de falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre preços dos combustíveis nesta segunda-feira (17), a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) informou nesta terça-feira (18), em nota, que a composição dos preços dos produtos deve ser considerada. Na visão da entidade, que reúne 34 sindicatos patronais e representa cerca de 45 mil postos de combustíveis, a cadeia de combustíveis é complexa e pouco conhecida pela sociedade e pelos governantes. "As refinarias vendem combustíveis exclusivamente para as distribuidoras, que, por sua vez, comercializam os produtos para os postos revendedores. A gasolina que sai das refinarias é pura e ainda não está pronta para o consumo final". Tanto diesel quanto gasolina passam por processos de misturas nas bases de distribuição antes de estarem prontas para o consumidor final. A gasolina que sai das refinarias é misturada a 27% de etanol anidro que resulta na gasolina C, produto que é entregue nas bombas. O diesel A, que sai das refinarias, tem adição de 14% de biodiesel para formar o diesel B, comercializado nos postos. "As margens brutas da distribuição e revenda, na média Brasil, ficam em torno de 15%, retirando o frete. Vale destacar que dessa margem são descontados os salários, encargos sociais e benefícios dos funcionários, aluguel (se houver), água, luz, incluindo todas as demais despesas inerentes à manutenção do negócio", informa a Fecombustíveis. A entidade reforça ainda a parcela de impostos que incide sobre os combustíveis. "É fundamental considerar que a composição dos preços dos combustíveis também inclui os impostos federais. Entre eles, estão o PIS/Cofins, no valor de R$ 0,69 por litro, e a Cide, de R$ 0,10 por litro, além do ICMS. Lembramos que, em 1º de fevereiro, houve aumento do ICMS sobre gasolina, óleo diesel, biodiesel e etanol anidro". Por fim, a federação pontua eldquo;ser imprescindível manter a sociedade informada para que a revenda não seja responsabilizada pelos altos custos dos combustíveis no país".

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