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Diesel russo salvou ano de importadores brasileiros, diz Abicom

No 1º ano da nova política de preços da Petrobras, a avaliação dos importadores de combustíveis, que atendem a demanda que a estatal não é capaz de suprir no país, é de que o diesel russoendash; negociado a um preço abaixo da cotação internacionalendash; salvou o ano. Ao Poder360, o presidente-executivo da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), Sérgio Araújo, declarou nesta 3ª feira (28.mai.2024) que a defasagem constante do preço da gasolina tornou a importação do combustível pouco atrativa, mas que o mercado resistiu através da presença cada vez maior do diesel russo nas bombas brasileiras. eldquo;As importadoras só não saíram do mercado por causa da existência do diesel russo. Ele tem um desconto em relação ao preço do mercado praticado pela Petrobraserdquo;, disse Araújo. Clique aqui para continuar a leitura.

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Polícia recupera 595 mil litros de combustíveis adulterados avaliados em R$ 3,3 milhões na Bahia

Uma carga de combustíveis adulterados avaliada em R$ 3,3 milhões foi apreendida pela Polícia Civil, em Dias dersquo;Ávila, cidade da Região Metropolitana de Salvador , na segunda-feira (27). Durante a ação, também foi desarticulado um laboratório, depósito e distribuidora de diesel S10, gasolina e etanol alterados, mantidos em um galpão no município. De acordo com a PC, o material adulterado era fruto de roubos em tanques de gasolina de postos licenciados. As investigações apontam que, para furtar os combustíveis, os suspeitos faziam um furo no duto dos reservatórios, instalavam uma válvula para extrair o produto, que em seguida era adulterado e posteriormente vendido para postos de combustíveis clandestinos, sem bandeira, embalagem e em grandes quantidades. Dois homens foram encontrados no galpão e autuados em flagrante durante a operação. Material apreendido: Dez caminhões tanques e mais três tanques fixos; 595 mil litros de combustíveis, entre diesel S10, gasolina e etanol; Máquinas de sucção, mangueiras, luvas, corante, placas de simbologia de combustível, amostras de tipos de combustíveis; Notebook, caderno de contabilidade e documentos. Todo material apreendido foi analisado por técnicos da Petrobras Transporte (Transpetro) e demais empresas do setor petrolífero.

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Petróleo ganha força com tensões geopolíticas e perspectivas para a produção

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, 28, em retorno após feriados em Londres e Nova York. As tensões geopolíticas no Oriente Médio, com crescente rechaço às ações de Israel na Faixa de Gaza, ampliam os prêmios de risco da commodity. Além disso, as perspectivas para o aperto da oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que realiza reunião no próximo final de semana, são observadas. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para julho fechou em alta de 2,71% (US$ 2,11), a US$ 79,83 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto fechou em alta de 1,28% (US$ 1,06), a US$ 83,94 o barril. O ataque de Israel à cidade de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, ainda repercute nas mesas de operações, com críticas na comunidade internacional à ofensiva. Neste cenário, Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram nesta terça oficialmente o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967, o que inclui a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Em outra frente, o ING prevê que a Opep+ estenderá os cortes na produção em vigor no encontro do próximo domingo. eldquo;Há um risco de que a Opep+ aperte demais o mercado no terceiro trimestre deste anoerdquo;, alerta. eldquo;Os receios geopolíticos e de oferta parecem regularmente impulsionar temporariamente os preços do petróleo. No entanto, o mercado petrolífero parece ter aumentado a sua resiliência aos choques de oferta ao longo dos últimos anos, o que continua a ser pouco reconhecidoerdquo;, pondera o Julius Baer. eldquo;Até agora, o ano trouxe muito ruído geopolítico. Os preços do petróleo subiram acima dos US$ 90 em abril, devido aos receios de uma escalada das tensões no Oriente Médio. Durante estas fases, o mercado petrolífero incorpora temporariamente um prêmio de risco, que reflete a incerteza e os receios em torno de potenciais perturbações no fornecimento na regiãoerdquo;, avalia. Por sua vez, Oriente Médio continua fundamental para o abastecimento de petróleo, mas a percepção da dependência pode ter-se tornado ultrapassada. O banco aponta que hoje há ampla capacidade de produção sobressalente; mais opções para comércio, com a produção aumentando em países como Estados Unidos, Brasil e Guiana; e um amplo armazenamento de óleo. (Estadão Conteúdo)

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Biodiesel traz desafios de armazenagem e diesel verde pode ser a solução

Com a mistura do biodiesel ao diesel em maior proporção, transportadores relatam paradas prematuras dos veículos para manutenção. Como entupimento de filtros, limpeza dos bicos injetores entre outros componentes do sistema de injeção. O que levanta o questionamento sobre aumentar ou não ainda mais a porcentagem do biodiesel ao diesel, que saiu de 12% para 14%. Todavia, conforme especialistas ouvidos pelo Estradão, os problemas mais recorrentes originados pelo combustível tem relação com o modo como o combustível é armazenado e não com a produção. Um exemplo é que o biodiesel é mais suscetível à oxidação. O que pode levar à formação de compostos indesejados, como peróxidos e ácidos, que contribuem para a degradação do biodiesel ao longo do tempo. E isso pode ocorrer durante o armazenamento prolongado. Reforço dos componentes Nesse sentido, o diretor comercial de caminhões da Volvo Caminhões, Alcides Cavalcanti, explica que a fabricante, por meio da rede, não recebe tantos caminhões com problemas ocasionados pela qualidade do B14. Não por acaso, a Volvo apresentou recentemente a versão do Volvo FH apto para rodar com o B100. Ou seja, 100% do biodiesel. Todavia, Cavalcanti reconhece que há problema de contaminação com o combustível, por causa do armazenamento. Em razão disso, a engenharia da Volvo analisa a qualidade do diesel vendido em todo o País. Assim, tentar reduzir os impactos que problemas por contaminação ou mesmo por diesel adulterado possam trazer ao caminhão. Com base nessas análises, a engenharia desenvolve componentes mais resistentes. Nesse sentido, Cavalcanti exemplifica que o sistema Wave de combustão ajuda na melhor queima do combustível nos pistões. Ou seja, faz uma queima mais uniforme independente das condições do diesel. O transportador paga a conta Conforme o gerente de mobilidade elétrica na Mercedes-Benz do Brasil, Mike Munhato, o biodiesel feito conforme as especificações não traz problema algum para o veículo. Porém, sobre as condições de como o diesel é armazenado não há muito o que fazer. "Trata-se de um composto orgânico e que pode ter sua composição alterada com o tempo. E ele entrando no motor pode entupir bicos. Do mesmo modo, reduz o desempenho do caminhão por causa da redução da octanagem, por exemplo". Dessa forma, o cliente, dono do caminhão ou ônibus, é quem paga a conta. Mesmo não se tratando de mal uso. Quando o veículo volta para concessionária, mesmo por desgaste prematuro, a peça é trocada e o cliente paga. Todavia não há perdas de garantia. Mas a consequência é que o custo do transporte aumenta. A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgou recentemente uma pesquisa com 710 empresários do setor sobre o tema. Como resultado, 60,3% dos entrevistados disseram que tiveram problemas mecânicos relacionados ao teor da mistura do biodiesel. Enquanto isso, o biodiesel avança no País como matriz energética. O percentual obrigatório de adição do biodiesel ao diesel passou a ser de 14% desde abril deste ano, por decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Mas para o ano que vem está previsto novo aumento, para 15%. Em razão disso, Munhato acredita que a solução seria o HVO ou diesel verde. Em outras palavras, trata-se de um óleo vegetal hidrotratado conhecido como diesel verde. Dessa forma, diferente do biodiesel, a composição não conta com oxigênio em sua molécula. Ou seja, trata-se de um hidrocarboneto puro, por isso muito mais estável. Além disso, sua composição química o torna totalmente compatível com os atuais motores a diesel. Portanto, sem a necessidade de modificações no sistema. HVO, o diesel verde como alternativa Por causa dos benefícios do diesel verde e suas vantagens frente ao biodiesel, os fabricantes aprovam o seu uso. Assim como entidades do setor de transporte. Nesse sentido, a CNT lançou na última sexta-feira (24), a publicação intitulada Diesel Verde - Uma opção de baixo carbono para caminhões e ônibus rodoviários. Trata-se da nova edição da Série CNT Energia no Transporte. Como signatário do Acordo de Paris, o Brasil assumiu o compromisso de diminuir em 53% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030. Para realizar essa meta ambiciosa, o País pode optar por diversas alternativas energéticas. As paradas prematuras por causa do biodiesel pode encarecer o transporte de rodoviário Todavia, a "mais promissora a curto prazo é o diesel verde", diz a CNT por meio de comunicado. Seja como for, o diesel verde ou diesel renovável, se difere tanto do diesel mineral (de origem fóssil) quanto do biodiesel de base éster. Composição do diesel verde Obtido a partir de resíduos orgânicos ou biomassa, o diesel verde é renovável e, em sua combustão, emite menos gases considerados nocivos. Ou seja, tais como hidrocarbonetos (HC), monóxido de carbono (CO), óxidos nitrosos (NOx) e material particulado (MP). Ademais, o Brasil tem grande potencial para produzi-lo, uma vez que é abundante em matérias-primas fundamentais ao seu processo produtivo. Como óleos vegetais e gordura animal. Assim, podendo se tornar um fornecedor mundial do insumo. Cabe destacar que a produção de diesel verde é realizada a partir de diversas tecnologias. Sendo o hidrotratamento na presença de hidrogênio a mais comum. Esse processo leva à obtenção do óleo vegetal hidrotratado (HVO, da sua sigla em inglês). E pode ser abastecido em veículos pesados.

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Etanol começa a semana em alta nas usinas brasileiras; açúcar fecha no vermelho

O etanol hidratado iniciou a semana em alta pelo Indicador Diário Paulínia, registrando sua segunda valorização consecutiva e recuperando parte das perdas dos 11 dias seguidos em queda neste mês de maio. Ontem (27) o biocombustível foi negociado pelas usinas a R$ 2.381,00 o m³ contra R$ 2.346,50 o m³ praticado na sexta-feira, valorização de 1,47% no comparativo. Com a nova alta a queda acumulada de maio caiu para 2,88%, em uma semana cujo consumo de etanol deve se manter em alta devido ao feriado prolongado de Corpus Christi, na próxima quinta-feira. Açúcar Já o açúcar cristal, medido pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP, iniciou a semana em queda, com as usinas negociando a saca de 50 quilos ontem a R$ 137,29 contra R$ 138,85 de sexta-feira, desvalorização de 1,12% no comparativo. No mês de maio o indicador acumula baixa de 4,35%. Em Nova York, devido ao feriado do Memorial Day, celebrado em todo o país, não houve sessão nesta segunda-feira. Em Londres as bolsas também não operaram nesta segunda devido ao feriado do Spring Bank Holiday. Chuva na Índia O Departamento de Meteorologia da Índia anunciou ontem que o país deve receber chuvas de monções acima da média neste ano, mantendo sua previsão de abril e a possibilidade de maior produção agrícola e crescimento econômico na terceira maior economia da Ásia, informou a Reuters. eldquo;Espera-se que as chuvas de monções deste ano sejam 106% da média de longo prazo, disse Mrutyunjay Mohapatra, diretor-geral do Departamento Meteorológico da Índia (IMD, na sigla em inglês), em uma coletiva de imprensa virtual. O IMD define a precipitação média ou normal como sendo entre 96% e 104% de uma média de 50 anos de 87 cm (35 polegadas) para a temporada de quatro meses que começa em junhoerdquo;. Segundo a Agência de Notícias Internacional, as monções, essenciais para a economia de quase 3,5 trilhões de dólares da Índia, fornecem quase 70% da chuva necessária para regar as plantações e reabastecer os reservatórios e aquíferos. eldquo;Quase metade das terras agrícolas da Índia, sem nenhuma irrigação, depende das chuvas de junho a setembro para cultivar várias culturas, como arroz, milho, algodão, soja e cana-de-açúcarerdquo;, finalizou.

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Transição para carros 100% elétricos não deve desvalorizar híbridos, diz presidente da Volvo

O futuro da Volvo é 100% elétrico, e essa realidade não está distante. A montadora de origem sueca, que desde 2010 pertence à chinesa Geely, acelera a transição em sua linha de produtos e lança agora o hatch médio EX30 no Brasil. Com preço a partir de R$ 229.950, o carro coloca a empresa para disputar mercado entre modelos híbridos ou flex de marcas como Volkswagen, Honda, Jeep, Toyota, GWM e BYD. A estratégia traz riscos em meio à ressaca dos carros a bateria, cujas vendas desaceleram na Europa e nos EUA. Marcelo Godoy, presidente da Volvo Car Brasil, avalia o posicionamento global da empresa e revela planos para o mercado nacional. A Volvo tem persistido na transição plena para modelos puramente elétricos, enquanto outras montadoras revisam seus planos e se voltam para carros híbridos. Haverá alguma revisão da estratégia? A estratégia global ainda se mantém intacta, estamos à frente desse processo de eletrificação. Talvez alguns ainda estejam um pouco para trás no processo para vender carros elétricos. Existe a questão do endividamento de algumas empresas, que não conseguem fazer investimentos. A Volvo está saudável financeiramente? Sim, e o grande ponto é que a Volvo já fez esses investimentos. Acho que a demanda por carros elétricos ainda existe, e é alta. Ficou um pouco abaixo do que foi colocado como uma previsão no passado? Sim, mas o cliente ainda procura por carros elétricos. Para ter como referência, vi uma pesquisa da consultoria BCG nos Estados Unidos. Os possíveis novos compradores colocam que, caso as empresas consigam atingir três itens endash;que são autonomia das baterias, pontos de carregamento e preçoendash;, eles estarão aptos a comprar o carro elétrico. Hoje, no Brasil, temos de dar muitas entrevistas sobre a bateria, que ainda é um empecilho na compra do carro elétrico. Só que, há três anos, falávamos em preços. Muitos acreditavam que esses modelos não iriam funcionar porque eram mais caros do que os automóveis a combustão. Hoje, geralmente, o elétrico tem o mesmo preço ou até mais baixo. Então, já passamos dessa onda. Por pertencer a uma empresa chinesa, a Geely, é possível imaginar que os custos de produção da Volvo sejam menores que os de concorrentes diretos. É isso mesmo? Sim, e o novo EX30 é uma prova disso. É um carro com uma tecnologia incrível e custos bem diluídos, bastante atrativo do ponto de vista financeiro para a empresa e para o cliente. Considerando a inflação, seria esse o carro mais em conta que a Volvo já vendeu no mercado brasileiro? Em valores nominais, sim, é o carro mais acessível dentro do padrão Volvo na história. Esse modelo será feito em outros países ou toda a produção vai ser concentrada na China? Hoje, o EX30 é produzido na China, mas tem previsão de ser construído também em nossa fábrica na Bélgica. A produção na Bélgica será destinada para mercados da Europa e dos EUA, que têm anunciado restrições a veículos importados da China? Exatamente. Acho que o antigo presidente da Volvo teve uma decisão muito acertada, que foi colocar pelo menos uma fábrica em cada continente para termos flexibilidade e podermos mexer a alocação conforme a competição e diante do aumento de impostos. Onde fica a fábrica das Américas? Nos Estados Unidos. Alguma previsão de uma fábrica na América Latina? Não existe nada para a América Latina, por enquanto. A Volvo do Brasil tem alguma preocupação de o programa Mover [Mobilidade Verde e Sustentabilidade], que vai estimular a produção local, apresentar algum tipo de restrição a modelos importados, mesmo que sejam elétricos? Não. Estudamos o Mover a fundo, o programa é muito focado nas empresas que vão produzir, mas não é detrator de quem quer importar, principalmente se os carros forem elétricos. A questão ambiental no país é um assunto muito caro, e todo mundo está de olho nisso. Tenho participado bastante de discussões com o governo pela Abeifa (associação dos importadores de veículos). A ideia de todos é fazer algo equilibrado e que não penalize nenhuma das indústrias, não favoreça uma em detrimento de outra. A paralisação dos servidores ambientais tem sido um problema para os importadores que trazem carros com motor a combustão. A Volvo ainda oferece opções desse tipo, os SUVs híbridos XC60 e XC90. A marca foi impactada? Ainda temos estoques desses modelos, antecipamos a produção por conta do aumento do imposto de importação. Por enquanto, está tudo bem. Diante da transição anunciada para os modelos 100% elétricos, a Volvo do Brasil tem percebido algum temor dos clientes que hoje compram os carros híbridos da marca? De certa forma, o fim desses modelos já está decretado. Não vemos isso ainda, e vou dar um exemplo. O XC90 será um novo carro, que estreia no ano que vem, e é impressionante como ainda tem uma atratividade excelente. E o XC60 é líder da categoria há alguns anos. Qual é o carro mais vendido da Volvo hoje no Brasil? É o XC60. O fato de o mais vendido ser um modelo híbrido não gera dúvida sobre a estratégia de ter apenas veículos puramente elétricos? A Volvo não tem receio de perder mercado? É um ponto que temos que direcionar. Eu ainda nem trabalhava na Volvo [quando o XC60 foi lançado], mas esse carro era mais forte que a própria marca. Hoje ainda é fortíssimo, mas eu posso falar que [a transição para elétricos] não assusta. Fizemos esse movimento no segmento de entrada, onde tínhamos o XC40 PHEV [híbrido plug-in]. Tinha um apelo comercial muito grande, mas não teríamos mais o carro. Fomos em frente e, mesmo assim, somos vice-líderes nesse segmento, em que um dos alemães [BMW] tem fábrica no Brasil e joga pesado. Com a chegada do novo XC60, o elétrico, as duas opções vão conviver bem, e o valor residual vai continuar intacto. Quando a Geely comprou a marca Volvo, em 2010, as montadoras chinesas não tinham nenhum status. Agora, os chineses são referência quando se fala de eletrificação. Como foi para a Volvo passar por esse processo de transição? A Geely comprou a Volvo por uma massa de ativos e por ser uma marca forte. Ela decidiu, naquele momento, que não interviria na questão da marca e ajudaria a Volvo em questões como diluir os custos e entregar produtos bons. Foi uma estratégia acertada. O produto chinês, hoje, tem tanta tecnologia quanto qualquer outro. Ficou para trás isso de ter uma qualidade secundária, não existe mais. A infraestrutura de recarga é um problema que limita a expansão dos carros elétricos no Brasil. O que é necessário fazer para que a venda desses modelos ocorra para além dos grandes centros? A Volvo vem colocando carregadores nas ruas, acho que essa é uma função das montadoras. Acredito no investimento privado para esses pontos de carregamento, seja feito pela própria indústria automobilística, seja por meio de novos entrantes nesse segmento. O dinheiro de impostos deve ser deslocado para outras coisas. A Volvo conseguiu criar 36 rotas de até 2.000 quilômetros, estamos dando um conforto maior para o cliente fazer suas viagens. Isso virou uma unidade de negócios dentro da empresa. E não é só instalar um carregador, é preciso instalar e fazer a manutenção para que continue operando de forma coerente, porque um carregador quebrado é pior do que não ter um. E hoje a Volvo faz isso, a gente não vê nenhuma outra montadora de veículos fazendo. É a história do ovo ou da galinha. Primeiro você tem a quantidade de carros na rua e depois cria uma infraestrutura, ou é o inverso? A gente acredita que, realmente, é o inverso. Entre 80% e 90% dos carregamentos são feitos nas residências, mas é importante dar um conforto para o cliente se ele quiser pegar o seu carro e ir para o litoral norte de São Paulo. É uma obrigação das montadoras, e a Volvo entendeu isso como diferencial. Com o EX30, a Volvo vai passar a atuar em uma faixa de preço em que estão produtos de marcas como Volkswagen, Jeep e Toyota, além das chinesas BYD e GWM. Essa nova disputa passa pelos custos de manutenção e seguro, que, geralmente, são maiores nos carros premium. O que a empresa vai fazer para conseguir atrair novos clientes? Hoje podemos falar que o carro elétrico tem um excelente custo-benefício, com gastos de manutenção baixos, além de não pagar IPVA em algumas cidades. O carro elétrico é uma boa opção se o usuário conseguir ter um carregador na sua casa, mesmo que pague pela energia. Outro ponto é a matriz energética do Brasil, muito limpa. Temos que aproveitar isso.

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