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Etanol é mais vantajoso que gasolina em 15 dos 26 estados; veja o ranking

Levantamento da empresa de logística e gestão de frotas Ticket Log, fornecido com exclusividade ao UOL Carros, informa que em 15 estados brasileiros e no Distrito Federal o etanol é o combustível economicamente mais vantajoso, contra 11 estados nos quais vale mais a pena colocar gasolina no tanque de carros flex. "O preço médio do litro da gasolina é encontrado a R$ 6,02, e p etanol a R$ 4. Em maio, ambos combustíveis apresentaram valor estável na comparação com a primeira quinzena do mês. Já em relação a abril, identificamos que a gasolina ficou 1% mais cara e o etanol aumentou 2%", analisa Douglas Pina, diretor-geral de mobilidade da Edenred Brasil - proprietária da Ticket Log. Os motoristas da cidade de Ocauçu, em São Paulo, encontram o litro da gasolina pelo preço médio mais baixo do país, a R$ 5,09, valor 15% abaixo da média nacional. Já o município de Araçoiaba da Serra, também localizado em São Paulo, tem o menor preço médio do etanol a R$ 3,17 - valor 21% mais barato do que a média verificada no território brasileiro. As médias mais altas para os dois combustíveis estão no Norte e no Nordeste. O etanol mais caro é comercializado em Itororó, na Bahia, a R$ 5,29; a gasolina mais cara é encontrada em Tarauacá, no Acre, a R$ 7,14. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Como o PCC sinaliza seus postos de gasolina espalhados Brasil afora

Sabe como o PCC sinaliza que um posto de gasolina é deles (e são mais de 1,5 mil postos Brasil afora nas mãos da facção, segundo estimativas das autoridades)? Colocam balões coloridos (aqueles usados em festas infantis) pendurados na fachada do estabelecimento. Assim, inibem roubos e fiscalizações.

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Vibra pede mudanças no Renovabio e quer transferir as metas aos produtores e importadores

A Vibra está pedindo ao governo federal uma série de mudanças no programa Renovabio, que na visão da empresa precisa de melhorias para ter maior efetividade. Entre as medidas, a maior distribuidora de combustíveis do país quer igualar responsabilidades entre distribuidoras, produtores e importadores. O pedido faz parte da contribuição enviada pela Vibra para a consulta pública aberta pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para discutir Transição Energética Justa, Inclusiva e Equilibrada, caminhos para o setor de Oeamp;G viabilizar a nova economia verde. A empresa também pretende transferir as metas de CBIO aos produtores e importadore A empresa defende: Que sejam adotadas formas de promover o equilíbrio entre oferta e demanda de CBIO, com o estabelecimento de prazo para os emissores ofertarem o título para venda. Incentivar a certificação e emissão de CBIO pelas novas rotas de combustíveis sustentáveis para aumentar a oferta do título. Buscar a integração do RenovaBio com o Mercado de Carbono permitindo o cumprimento de meta com Créditos de Carbono para gerar maior concorrência no mercado de CBIO. Igualar as obrigações de distribuidoras, produtores e importadores de fósseis nas vendas diretas para o consumidor final para eliminar as assimetrias concorrenciais. Buscar formas mais efetivas para garantir o cumprimento das metas pelos agentes inadimplentes para eliminar as assimetrias concorrenciais. Avaliar formas de transferir as metas de CBIO aos produtores e importadores de combustíveis fósseis para tornar o programa mais sustentável e aplicar o princípio do poluidor pagador. Contexto Desde que passou a valer no Brasil, em 2020, a obrigação para que as empresas compensem as emissões dos combustíveis fósseis que distribuem, o cenário macroeconômico atravessou diversas turbulências, com efeitos também sobre o funcionamento da nova política. Em novembro do ano passado, um grupo formado pelas maiores distribuidoras do país retomou oficialmente a agenda de mudanças do programa de descarbonização do setor de combustíveis, alegando que o RenovaBio falhou em elevar a oferta de biocombustíveis e representa um peso nos consumidores de gasolina e diesel. A frente batizada de Movimento + Bio é formada por Vibra, Ipiranga, e Brasilcom, federação que representa mais de 40 empresas com atuação regional. E pretende transferir a obrigação de compra de créditos de descarbonização (CBIOs) para as refinarias, além de transformar o RenovaBio em um mercado regulado de carbono compatível com outros setores. As propostas foram entregues a Uallace Moreira Lima, secretário de Desenvolvimento Industrial, Comércio, Serviços e Inovação. E os produtores? Os produtores de biocombustíveis defendem o RenovaBio. Na visão de Unica, Bioenergia Brasil e Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind MT), as propostas de reforma no RenovaBio descaracterizam a política de descarbonização a favor de interesses eldquo;meramente comerciaiserdquo; e ignoram fatores externos que impactaram o mercado nacional de combustíveis. Os produtores listam pandemia de Covid-19, quebra de safra de cana-de-açúcar por questões climáticas e intervenções federais no RenovaBio para rebater as críticas das distribuidoras. E dizem que a política cumpre seus objetivos, apesar das adversidades políticas e econômicas. Defesa do coprocessado A Vibra também defende que a política para combustíveis sustentáveis deve buscar estabelecer um ambiente de competição isonômica entre as diversas rotas de produção, como HVO, Biodiesel base éster, Coprocessado e SAF. eldquo;Evitando a criação de reserva de mercado ou subsídio para rotas específicas, o que dificulta o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da indústria e dos produtoserdquo;, diz a empresa. É o mesmo pleito que vem sendo feito pela Petrobras, que defende o diesel coprocessado entre as alternativas para descarbonizar veículos pesados para fins de atendimento a metas ou mandatos dentro das políticas estabelecidas pelo Combustível do Futuro, em discussão no Senado.

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Shell defende mercado de capacidade rateado por todos os consumidores do país

A Shell está defendendo o uso prioritário do gás natural como combustível de transição, ao funcionar como propulsor da expansão das energias renováveis no Brasil. A empresa entende que existe necessidade de configuração de um mercado de capacidade no país, com custo rateado por todos os consumidores. E que a flexibilidade é um atributo cada vez mais valorizado no setor elétrico. eldquo;A Shell apoia e defende a realização de leilões de capacidade para atendimento de potência baseados no conceito de neutralidade tecnológica, com diversas fontes de suprimento competindo entre si. Esse mix de portfólio, com a contratação de termelétricas e renováveis + baterias, o que impulsionará a segurança energética nacional, defende a empresa. A defesa faz parte da contribuição enviada pela Shell para a consulta pública aberta pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para discutir eldquo;Transição Energética Justa, Inclusiva e Equilibradaerdquo;, caminhos para o setor de Oeamp;G viabilizar a nova economia verde. CCUS e mercado de carbono A Shell defende ainda um marco legal e regulatório para promover segurança jurídica a projetos de CCS. Entende que existem sinergias com o setor petróleo e gás que podem ajudar no desenvolvimento de projetos, com prazos concretos. A empresa é favorável ao marco legal do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), prevendo a interação entre o mercado regulado e o mercado voluntário, com uso de créditos voluntários para compensações no regulado. eldquo;O reconhecimento do valor dos créditos de carbono de alta qualidade e integridade como uma ferramenta de descarbonização imediata que impulsiona o financiamento tão necessário para projetos, ecossistemas em risco e comunidadeserdquo;, diz a empresa na contribuição enviada ao MME.

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Efeitos da tragédia no Sul devem elevar pressão sobre preços

Os efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul sobre os preços de alimentos ameaçam colocar mais pressão sobre as estimativas de inflação para este ano e 2025 endash; que já vinham em alta nas últimas semanas endash; e virar novo motivo de preocupação para o Banco Central. Até aqui, os indicadores oficiais se mostram sob controle. Em 12 meses até maio, o IPCA15 (uma prévia da inflação) acumula alta de 3,7%, ante 3,8% até abril. Nas últimas semanas, porém, houve uma deterioração das estimativas do mercado por causa de vários fatores combinados. Entre eles, a incerteza do cumprimento da meta fiscal do País, os preços dos serviços já pressionados pelo aquecimento do mercado de trabalho e a manutenção de juros elevados nos Estados Unidos por mais tempo. Mas o que desandou esse cenário mais recentemente foi a tragédia no Sul, concordam os economistas ouvidos pelo Estadão. Dados do boletim Focus (uma compilação feita pelo BC) mostram que, entre os dias 3 e 24 de maio, as projeções para a inflação neste ano passaram de 3,72% para 3,86%. No caso de 2025, foram de 3,64% para 3,75%. Nesse mesmo intervalo, as estimativas para a variação dos chamados preços livres endash; grupo no qual estão inseridos os alimentos endash; subiram de 3,62% para 3,81% (neste ano) e de 3,54% para 3,7% (em 2025). eldquo;Praticamente, a revisão para cima das expectativas de inflação ao longo de maio, especialmente para a projeção de 2024, foi por conta dos preços livres, e isso é um indício de que a mudança ocorreu por causa dos alimentos e da tragédia no Sulerdquo;, afirma o economista Fabio Romão, da LCA Consultores. A consultoria aumentou em 0,5 ponto porcentual sua projeção de alta de preços para o grupo Alimentação e Bebidas no IPCA deste ano endash; de 4,3% para 4,8% endash; depois das enchentes do Sul. A mudança já leva em conta movimento de preços registrado no atacado. O preço do arroz em casca, por exemplo, subiu 2,74% pelo IGP-M de maio, depois de ter caído 2,71% em abril. O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional do grão. A alta foi o argumento usado pelo governo para montar uma operação inédita pela qual a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai atuar da ponta da importação até a distribuição do produto diretamente nos pontos de venda. Com a reação dos produtores, que viram no movimento uma intervenção no setor, o governo passou a dizer que ainda trabalha no leilão de importação do arroz e que só posteriormente vai definir a modalidade de venda ao comércio. O produto será vendido com o aviso eldquo;Arroz importado pelo governo federalerdquo; e preço tabelado de R$ 4 o quilo. ebull;

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"Fim do PPI" da Petrobras completa um ano sob pressões de concorrentes e mudança de gestão

O anúncio do fim da política de paridade internacional (PPI) para os preços do diesel e da gasolina da Petrobras completou um ano em maio, com benefícios limitados ao consumidor e em um cenário de insatisfação, sobretudo dos produtores de biocombustíveis e importadores. Há sete meses sem alterar os preços da gasolina e cinco meses sem mudanças no diesel, a pressão por reajustes está alta. É um desafio imediato da nova CEO da estatal, Magda Chambriard, que assumiu o comando da empresa esta semana. A tendência de aumento nos preços internacionais nos próximos meses piora o quadro. Internamente, a pressão vem sobretudo dos produtores de biocombustíveis. O etanol hidratado compete com a gasolina nas bombas, então tende a perder competitividade na decisão do consumidor. Ao passo que a dinâmica do mercado limita o poder da Petrobras de influenciar os preços nas bombas. Pressão do setor de etanol O presidente do conselho de administração da Cosan e da Raízen, Rubens Ometto, cobrou publicamente o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre o cumprimento da política de preços. eldquo;Só para lembrar, [e] não querendo ser chato, é muito importante a política de preço [da Petrobras], porque o etanol no Brasil está com o preço diretamente ligado ao preço da gasolina. É claro que a gente se preocupa com a inflação, mas é muito importante não matar as outras alternativas de combustívelerdquo;, disse o empresário. Ambos participaram, com Lula, da cerimônia de inauguração da segunda usina de etanol de segunda geração da Raízen em Guariba (SP) na sexta-feira (24/5). O presidente eldquo;Essa defasagem impacta de uma forma muito direta a capacidade de precificação do etanolerdquo;, disse o vice-presidente da Trading da Raízen, Paulo Côrte-Real, a jornalistas no mesmo evento. Em diversas ocasiões nas últimas semanas representantes do setor cobraram do governo uma posição. O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi, afirmou à epbr que garantir a competitividade adequada para os biocombustíveis é um sinal de respeito da Petrobras ao mercado. eldquo;Do ponto de vista ambiental, subsidiar um combustível fóssil transformaria o Brasil num pária global. E, sob o ponto de vista social, o etanol está diluído no Brasil inteiro. Então, a gente tem confiança absoluta de que a Petrobras vai respeitar o mercadoerdquo;, afirmou. Questionado, o MME lembrou que no Brasil vigora o regime de livre precificação dos combustíveis e que não há qualquer interferência do governo na estratégia comercial dos agentes. A pasta afirmou ainda que os biocombustíveis já têm um diferencial competitivo em relação aos combustíveis fósseis por causa da emenda constitucional publicada em 2022 que garantiu uma alíquota tributária favorável ao etanol. De acordo com o levantamento de preços para a semana de 19 a 25 de maio de 2024, publicado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a paridade de preços entre etanol hidratado e gasolina C esteve abaixo de 70% em nove Estados e no Distrito Federal, incluindo São Paulo (65,2%), Paraná (65,7%) e Minas Gerais (68,1%). Petrobras perdeu influência nos preços nas bombas Mesmo sem os reajustes, os preços dos combustíveis estão contribuindo para o aumento da inflação. Desde fevereiro, os cálculos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontam altas nos preços da gasolina. No diesel, houve recuo em março, mas retomada da alta em abril. Na Petrobras, Chambriard já assume o cargo com o tema dos preços premente, por causa do longo período sem atualizações nas cotações. O reajuste mais recente da gasolina ocorreu em 19 de outubro de 2023, com uma redução de 4% no preço médio. Desde então, o litro da gasolina é vendido às distribuidoras nas refinarias em média a R$ 2,81. Antes de Jean Paul Prates assumir de fato a Petrobras, em janeiro de 2023, a companhia descongelou os preços da gasolina, passando a cobrar R$ 3,31 (R$ 3,53 corrigidos pelo IPCA). No caso do diesel, a última alteração no preço foi em 8 de dezembro, quando houve um corte de 6,66% e o combustível passou a ser vendido nas refinarias a R$ 3,78 por litro em média. Em janeiro do ano passado, estava em R$ 4,50 (ou R$ 4,79 corrigidos). São cortes nominais, entregues pela gestão de Prates, de 15% e 16% nos preços da gasolina e diesel endash; 20% e 26%, se corrigidos pela inflação oficial do país. Concorrendo com importados e refinarias privadas, em razão dos preços dos biocombustíveis misturados, além das margens de distribuidoras e postos, a Petrobras segue dominante, mas tem uma influência menor nos preços das bombas do que nas gestões petistas do passado. Do ponto de vista da receita, o sacrifício nos preços têm seu efeito mitigado no bolso do consumidor e no cômputo da inflação oficial do país. Gasolina e diesel acumulavam alta de 6,43% e 1,35% em 12 meses na atualização do IPCA em abril. O que mudou no PPI? A atual política de preços da Petrobras foi anunciada em 12 de maio de 2023, com o objetivo de cumprir a promessa do presidente Lula em seu terceiro mandato de eldquo;abrasileirarerdquo; os preços dos combustíveis. Até então, a estatal levava em conta na definição dos preços as cotações internacionais e o câmbio. Com a mudança, a companhia afirmou que passaram a ser consideradas outras variáveis, como as alternativas para o suprimento e o valor marginal da petroleira ao definir os preços. O objetivo da empresa é ganhar espaço frente aos concorrentes e eldquo;ser sempre a melhor alternativa para o consumidorerdquo;, conforme afirmaram nos últimos meses representantes da estatal. Nos primeiros meses, a política foi favorecida pela redução das cotações do barril no mercado internacional. Rússia concorre com diesel nacional Por outro lado, desde o ano passado, a Petrobras ganhou um novo concorrente no mercado interno, o diesel importado da Rússia. Com as sanções europeias e americanas ao produto russo no mercado internacional por causa da invasão à Ucrânia, as importações conseguiram ganhar espaço no Brasil. Um estudo da Leggio Consultoria apontou que, na prática, houve pouca mudança na precificação da Petrobras em 2023 em relação ao ano de 2022. No último ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro a estatal também passou longos períodos sem reajustes e teve duas trocas na presidência, o que resultou em leituras de que a empresa estaria segurando os preços para favorecer a tentativa de reeleição, que não se concretizou. Segundo a Leggio, no ano passado a Petrobras continuou a seguir os preços internacionais, mas com um atraso de cerca de um mês para repassar os aumentos. Quando ocorrem quedas nos preços internacionais, as reduções são transferidas aos preços internos com maior rapidez. eldquo;Não houve uma mudança entre os anos de 2022 e 2023. A prática de defasar os aumentos e não defasar as reduções em 2023 foi a mesma que foi feita em 2022. É diferente em relação a 2021, quando ainda se dizia claramente que a política de preços era a internacionalerdquo;, explica o sócio da Leggio, Marcus Dersquo;Elia. Nos cálculos da consultoria, a tendência da companhia foi de manter os preços do diesel entre 4,1% e 6,1% abaixo da paridade. Para a gasolina, a defasagem mantida ao longo do período foi de 2,35% e 4,5%. Além de evitar a volatilidade, o objetivo de manter os preços nacionais mais baixos também é competir com os importadores e garantir o mercado para escoar os produtos, avalia Dersquo;Elia. É importante ressaltar que o mês de maio marca também seis anos da deflagração da crise da greve dos caminhoneiros, no governo Michel Temer. Na época, desagradaram a categoria as atualizações frequentes na cotação para seguir o PPI, em reajustes quase diários quando a estatal era comandada por Pedro Parente. Aqueles a favor da alteração na precificação anunciada em 2023 elogiam justamente essa mitigação do repasse da volatilidade ao mercado interno. Para o diretor técnico do Instituto Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma dos Santos, a atual precificação eldquo;contribuiu para a redução dos preços médios dos derivados no parque de refino da estatal, mitigou a exposição do mercado nacional a choques externos e garantiu resultados financeiros robustos para a companhiaerdquo;. Magda Chambriard disse que vai manter elsquo;abrasileiramentoersquo; Na primeira coletiva de imprensa após assumir o cargo, a nova presidente da Petrobras indicou que vai continuar seguindo a atual política de precificação. Chambriard fez parte do grupo de transição de governo, que debateu as alterações que poderiam ser feitas no governo Lula em relação à política anterior. eldquo;Esse elsquo;abrasileiramentoersquo; do preço dos combustíveis foi feito. Nós vamos seguir fazendo isso. Isso daí é uma heresia? Não. Está absolutamente dentro da lógica empresarial que pretende não apenas vender seu produto, mas garantir market shareerdquo;, disse. eldquo;É o preço de um produto que segue uma lógica empresarial e de uma companhia que não quer perder mercado. Então está tudo isso na mesma cesta e nós vamos persistir nessa direçãoerdquo;, acrescentou. Apesar de receios de que a estatal venha a ter menores ganhos, o mercado financeiro também vê como positivo o fato de que a própria governança da companhia dificulta mudanças significativas na alocação de capital e na política de preços para os combustíveis por parte da nova diretoria. Na prática, a visão é de que a atual política é melhor do que aquela que levou a estatal a ter prejuízos para impedir o aumento dos preços no governo Dilma Rousseff. Queda nas vendas de combustíveis em 2024 No primeiro trimestre de 2024, as vendas de diesel da Petrobras no mercado interno caíram 3,4% na comparação com igual período no ano anterior. Na gasolina, houve redução de 6,8%. A receita de vendas no segmento de refino, transporte e comercialização teve queda de 10,7%. Os preços de derivados, em dólar por barril, caíram 12,2% em um ano. No balanço, a estatal atribuiu a piora nos resultados à variação sazonal na venda de derivados e à concorrência, em uma comparação com o quarto trimestre do ano passado. Não houve menção, no anúncio dos resultados, à defasagem com o preço internacional. eldquo;Tivemos alguns fatores além da sazonalidade que impactaram as vendas. Por exemplo, uma maior safra de etanol, pressionando a gasolina. No caso do diesel, tivemos pressão do aumento do mandato do biodiesel e alguma pressão do diesel russoerdquo;, disse o ex-CFO da estatal, Sérgio Caetano, que foi demitido da empresa junto com o ex-CEO Jean Paul Prates. É importante ressaltar que o aumento da mistura de biodiesel ao diesel para 14% entrou em vigor apenas em março. Defasagem de preços A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que o diesel da Petrobras está sendo vendido em média 5% abaixo do mercado internacional, com necessidade de um aumento de R$ 0,18 por litro, nas cotações de quarta-feira (29/5). A defasagem da gasolina é calculada em 8% em média, ou R$ 0,25 por litro abaixo dos preços internacionais. O presidente da Abicom, Sérgio Araújo, afirma que nos últimos meses as defasagens atingiram patamares ainda maiores e que há um componente político na demora para as atualizações nos preços. Para ele, a política da estatal hoje é eldquo;uma incógnitaerdquo;. A tendência é que a tensão sobre a estatal cresça com o aumento das cotações no mercado internacional. A continuação dos cortes de produção entre os membros e aliados da Opep contribui para a manutenção dos preços do barril de petróleo em patamares elevados. Incertezas relacionadas às eleições presidenciais e aos dados de inflação nos Estados Unidos contribuem para a expectativa de alta no petróleo nos próximos meses. eldquo;A Opep vai continuar tomando ações para poder proteger o mercado. E isso pressiona o preço da Petrobras ainda mais. Vai ser um segundo semestre ainda de preços do petróleo elevadoserdquo;, diz o analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint Global Markets, Victor Arduin. No caso do Brasil, o impacto de uma elevação no preço do petróleo pode ser ainda maior, com piora no cenário fiscal e as incertezas sobre o impacto na inflação e no câmbio da crise climática no Rio Grande do Sul.

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