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Etanol hidratado recua 4% na média das usinas de SP, aponta Cepea

Algumas usinas de São Paulo precisaram vender o etanol em estoque ao longo da semana passada, quando os preços caíram na média do Estado em cerca de 4%, avaliou nesta segunda-feira o Centro de Estudoa Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Diante do elevado volume nos tanques, agentes dessa unidades estiveram "um pouco mais flexíveis nos valores de negociação do biocombustível", acrescentou o relatório do centro de estudos da Esalq/USP. Outras usinas, temendo novas quedas nos preços, passaram a ficar mais ativas no spot paulista, o que reforçou o movimento de baixa nas médias semanais, disse o Cepea. Entre 9 e 13 de setembro, o indicador do etanol hidratado fechou a 2,4061 reais/litro (na usina, líquido de ICMS e PIS/Cofins), com queda de 4,07% frente à semana anterior. Para o etanol anidro, o indicador atingiu 2,8551 reais/litro, recuo de 2,75% em igual comparativo. Em meio à seca e às queimadas, usinas têm destinado um pouco mais de cana do que o previsto para a produção de etanol. (Reuters)

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Como a gasolina com 35% de etanol pode prejudicar o motor do seu carro

O chamado projeto dos eldquo;combustíveis do futuroerdquo; foi recentemente aprovado no Senado, algo que ocorreu no início deste mês. Dentre os destaques, o que mais teve polêmica foi o aumento do etanol na gasolina, que poderia passar dos atuais 27,5% para até 35%, mistura essa em maior proporção que deixou muito motorista com receio. Antes de saber se tal aumento do combustível derivado da cana-de-açúcar na gasolina pode prejudicar o motor do seu carro, vamos relembrar que a legislação atual permite que o percentual seja variável. Hoje é obrigatório que toda gasolina tenha no mínimo 18% de etanol em sua composição, podendo chegar no máximo a 27,5%, mas esse valor poderá variar entre 22% e 35% com o novo projeto de Lei PL 528/2020. Tal flexibilidade se dá por conta da disponibilidade de combustíveis, principalmente por conta da safra da cana. Mais etanol na gasolina pode prejudicar o motor? Para sanar qualquer dúvida, consultamos o Luiz Pedro Scopino, professor de mecânica e consultor técnico. O que é unanimidade é que tanto carro movido somente a gasolina quanto carro dotado de tecnologia flex, ou seja, que pode ser abastecido com etanol (álcool) ou gasolina em qualquer proporção, ficará eldquo;mais gastãoerdquo;, pois ocorrerá o aumento do consumo de combustível. eldquo;Mas o que mais me preocupa é que o aumento do álcool na gasolina vai afetar diretamente o funcionamento do motor. Com certeza, os motores vão ter um aumento de consumo de combustívelerdquo;, explica Scopino. Outra questão que pode ser preocupante para os motores dos carros é o desgaste de peças, algo que vai ter uma variação deste nível de desgaste dependendo a época de fabricação do carro. eldquo;Bom, todo aumento do álcool combustível, que é um álcool que é corrosivo, querido ou não, vai afetar todas as peças que têm contato com ele. Se a proteção, na época do carro, é boa, pode aguentar. Mas dentro da normalidade, nãoerdquo;, diz o especialista. O sistema de injeção eletrônica pode ser afetado? Para quem está preocupado com a injeção eletrônica de seu carro, pode ficar tranquilo que o aumento do etanol para até 35% não vai prejudicar o sistema diretamente. A questão mais complicada mesmo são os componentes que vão lidar diretamente com a nova proporção do etanol na gasolina. eldquo;O sistema em si, a parte eletrônica, não vai ter nenhum desgaste, mas com certeza vai aumentar as falhas prematuras no circuito de combustível. Bomba de combustível vai sofrer maior desgaste, bicos injetores vão sofrer maior desgaste e, acima de tudo, o filtro de combustível deverá ter a sua data ou quilometragem de troca antecipados, porque vai sujar mais esse filtroerdquo;, detalha. Para os donos de carros mais antigos, principalmente do começo dos anos 2000 (modelos com um considerável volume na frota nacional), época em que a tecnologia flex foi inserida, poderá ficar um pouco mais despreocupado. eldquo;Praticamente toda a injeção eletrônica, a partir desse período, vai conseguir identificar essa mistura diferente, porque vai entender que o carro está com uma mistura de gasolina e álcool. Não é o álcool na gasolina, é a mistura mesmo por ele ser flex. Ela vai identificar isso tranquilamente e vai adequar o funcionamento. Mas vão notar aumento de consumo de combustível e isso é realerdquo;, diz Scopino. A questão do aumento do consumo de combustível era algo já é esperado para muitos, já que os carros quando abastecidos com etanol sempre têm um consumo consideravelmente menor em relação a gasolina, embora o combustível vegetal seja um pouco mais barato nos postos de combustíveis. Para os donos de carros mais antigos, principalmente do começo dos anos 2000 (modelos com um considerável volume na frota nacional), época em que a tecnologia flex foi inserida, poderá ficar um pouco mais despreocupado. eldquo;Praticamente toda a injeção eletrônica, a partir desse período, vai conseguir identificar essa mistura diferente, porque vai entender que o carro está com uma mistura de gasolina e álcool. Não é o álcool na gasolina, é a mistura mesmo por ele ser flex. Ela vai identificar isso tranquilamente e vai adequar o funcionamento. Mas vão notar aumento de consumo de combustível e isso é realerdquo;, diz Scopino. A questão do aumento do consumo de combustível era algo já é esperado para muitos, já que os carros quando abastecidos com etanol sempre têm um consumo consideravelmente menor em relação a gasolina, embora o combustível vegetal seja um pouco mais barato nos postos de combustíveis. O Projeto de Lei Vale lembrar que o tal Projeto de Lei dos combustíveis do futuro (PL 528/2020)passou em março pela Câmara dos Deputados. No início de setembro, ele foi aprovado pelo Senado, que fez uma alteração no texto, justamente na parte voltada para o aumento de até 35% de etanol na gasolina endash; no texto original era previsto no máximo 30%. De autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), a matéria foi aprovada pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que é relator do projeto. Veneziano disse que a proposta vai eldquo;mitigar o aquecimento global, beneficiando toda a sociedade, em linha com os compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito do Acordo de Pariserdquo;. Com texto original alterado pelo Senado, o projeto que poderá aumentar o etanol para até 35% na gasolina agora volta para uma nova avaliação na Câmara dos Deputados. Vale lembrar que, para entrar em vigor, o PL precisar ser votado e aprovado para só depois seguir para sanção presidencial. Somente depois de passar por todos esses processos, o aumento poderá entrar em vigor.

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Para desmentir acusações de ligação com o crime, empresas anunciam contratação de auditoria

A produtora de combustíveis Copape e a distribuidora Aster afirmaram em comunicado publicado nos jornais nesta segunda-feira, 16, que contrataram auditoria forense independente, com empresa internacional, para fazer prova negativa contra declarações eldquo;falsaserdquo; que associaram as companhias a facções do crime organizado. eldquo;Copape e Aster estão, ao mesmo tempo, encarregando-se de coletar todas as provas de que a criação e a divulgação dessas notícias, como se verdadeiras fossem, compõem engendração maliciosa de concorrentes, com finalidade de expurgá-las dos mercados em que atuamerdquo;, disse o comunicado. Ainda segundo o texto, ambas as empresas tomarão eldquo;todas as medidas cabíveis, em todos os âmbitos, para desmascarar e imputar responsabilidade a esses concorrenteserdquo;. A Copape teve recentemente autorizações para o funcionamento revogadas pela reguladora ANP, após suspeita de irregularidades em suas atividades, segundo diversas entidades, como Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Instituto Combustível Legal (ICL) e Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O ICL vem unindo esforços para combater irregularidades no setor e fez denúncias recentemente envolvendo a Copape. A Aster também teve licença revogada, segundo a ANP. Executivos de grandes distribuidoras de combustíveis, como Vibra e Raízen, afirmaram recentemente verem espaço para ganhar participação no mercado, à medida que o combate às ilegalidades no segmento vive seu melhor momento, com a cassação de empresas irregulares.

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Indústria do petróleo cresce rápido no país e já fala em apagão de mão de obra

Apesar de pressões de ambientalistas pela redução da produção de combustíveis fósseis, a indústria brasileira de exploração de petróleo vive um cenário de pujança e se aproxima do recorde de atividade ocorrido em 2014. Os números de sondas de perfuração e de embarcações de apoio a plataformas estão próximos do pico daquele período e o emprego formal no setor cresceu mais de 40% desde 2020, quando entrou em vigor o novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Empresas prestadoras de serviços já enfrentam gargalos na contratação de mão de obra e estudam incentivos à qualificação de pessoal para sustentar o crescimento previsto para os próximos anos, quando o recorde da atividade deve ser batido. "Nossas análises indicam que, até 2029, o setor não para de crescer, apenas com os investimentos já contratados em plataformas", diz Telmo Ghiorzi, secretário executivo da Abespetro (Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo). As petroleiras em operação no país já comunicaram à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) planos para a instalação de 42 novas unidades de produção entre 2024 e 2028, período em que o setor deve receber cerca R$ 500 bilhões em investimentos. A ANP prevê outros R$ 24 bilhões para a atividade de exploração, que contempla a busca de novas reservas e também passa por um momento de aquecimento no país. O número e blocos exploratórios hoje sob contrato é o maior da história, segundo a agência. O presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Roberto Ardenghy diz que o cenário reflete o amadurecimento das descobertas do pré-sal e a atratividade do petróleo brasileiro, que tem menos enxofre e emite menos gases do efeito estufa em sua produção. Segundo ele, o acelerado crescimento gera o risco de um "apagão de mão de obra" no setor. "Não estamos formando quantidade suficiente de pessoas. Não existe hoje estratégia de formação de recursos humanos para esse setor", afirma. Apenas para 14 plataformas previstas previstas pela Petrobras, calcula, são necessárias cerca de oito mil pessoas embarcadas. Ardenghy ressalta a elevada qualificação dos profissionais necessários e os elevados ganhos: o setor paga 5,7 vezes a média salarial do mesmo profissional em outras indústrias. O problema afeta também prestadores de serviço da estatal. A Ocyan, por exemplo, este mês abriu processo para contratar 500 profissionais para contrato de manutenção de plataformas da Petrobras e vem tendo dificuldade para preencher as vagas. "O grande gargalo, quando falamos do aquecimento vigoroso do setor, é mão de obra, como empresas vão achar no mercado a quantidade de profissionais que precisam", diz o presidente da companhia, Jorge Mitidieri. Mesmo problema vive o segmento de embarcações de apoio à produção, que presta serviços como o transporte de insumos e lançamento de equipamentos submarinos. O setor pede apoio da Marinha para impulsionar a formação de pessoal. O Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) questiona o volume de subsídios governamentais que vem contribuindo para o crescimento do setor. Estudo recente do instituto aponta que foram R$ 260 bilhões entre 2015 e 2023. A assessora política do instituto, Alessandra Cardoso, diz que a falta de debate sobre os subsídios demonstra incoerência com o esforço do governo para fazer do Brasil protagonista do processo de transição energética global. "O governo argumenta que nosso problema de emissões está associado ao desmatamento e ao uso da terra, que nossa matriz é muito limpa e as emissões do setor de óleo e gás é pequena comparativamente a outros países", afirma. "É uma narrativa completamente irresponsável e vazia." Esta semana, a ONG ambientalista 350.org pediu que o governo brasileiro, enquanto ocupa a presidência do G20, pressione por menção à redução da produção de combustíveis fósseis no comunicado final do encontro do grupo, que ocorre em novembro, no Rio de Janeiro. "O Brasil tem a imensa responsabilidade de enviar sinais audaciosos e ambiciosos aos países do mundo, especialmente os mais ricos, de que devemos cortar a causa da crise climática pela raiz: parando de queimar óleo, gás e carvão e financiando uma transição justa", disse Maria Victoria Emanuelli, ativista sênior para a América Latina. Governo e petroleiras alegam que o petróleo continuará sendo consumido e que, com uma produção menos poluente que a de outros países, o Brasil ajuda a descarbonizar essa indústria. "Se o Brasil parar de produzir petróleo, o mundo vai emitir mais", argumenta Ardenghy, do IBP. Ele destaca ainda os impactos econômicos e fiscais da atividade. Nos últimos anos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor foi um dos motores do PIB emdash;no segundo trimestre, por exemplo, ajudou a industria extrativa brasileira a crescer 1% em relação ao mesmo período de 2023. A previsão é os investimentos atuais levem a produção nacional de petróleo da casa dos 4 milhões para mais de 5 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2030. O setor defende que a abertura de novas fronteiras, como a margem equatorial, é fundamental para evitar retração na próxima década.

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Justiça de São Paulo nega pedido da Copape para voltar a operar

A Aster e Copape sofreram um revés na Justiça paulista, que negou reverter decisão da ANP (Agência Nacional de Petróleo) suspendendo as licenças de operação da Copape, que formula combustíveis para a distribuidora Aster. Apesar disso, o grupo tem cinco dias para apresentar um plano de pagamento dos credores diante do impedimento de atuação da Copape no mercado. As empresas ingressaram na Justiça de São Paulo com pedido de recuperação judicial na semana passada. Um dos pleitos foi o cancelamento da suspensão das licenças como forma de retomar as atividades. Em seu despacho, a juíza Andréa Galhardo Palma considerou que a suspensão pela ANP é um ato administrativo e sua contestação já tinha sido levada à Justiça federal, que manteve a suspensão. Ela advertiu ainda para a manobra das empresas, que omitiram ter recorrido previamente à Justiça Federal. "Apesar da omissão dos autores, feita uma simples pesquisa da situação da empresa por este juízo, resta evidenciada a movimentação da máquina judiciária pelos autores, em momento pretérito ao ajuizamento desta demanda, para apreciação exatamente da legalidade do decreto de revogação, ora objeto desta liminar. Esta constatação decorre da simples análise das demandas distribuídas junto à Justiça Federal", escreveu. A Copape pertence a Mohamad Hussein Mourad, investigado pelo Ministério Público de São Paulo por controlar mais de 50 postos e outras empresas do setor em nome de laranjas. Há suspeitas de ligação da companhia com organizações criminosas, como o PCC, o que o grupo nega.

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Projeto cria política de incentivo ao uso de etanol nos carros

O Projeto de Lei 2149/24 cria uma política de incentivo ao uso de etanol no Brasil. O projeto, do deputado Ossesio Silva (Republicanos-PE), está em análise na Câmara dos Deputados. Denominada na proposta de eldquo;Na Hora de Abastecer, Escolha o Etanolerdquo;, a política tem os seguintes objetivos: estimular o consumo de combustível sustentável, limpo e renovável; promover o agronegócio e o combustível proveniente da cana-de-açúcar; fortalecer o setor sucroenergético e os produtores rurais; promover ações para a baixa emissão de carbono na agropecuária; e apoiar a criação de microdestilarias de base associativista como forma de incentivar o consumo de etanol pelos agricultores associados. Carros do governo Ainda segundo o texto, os órgãos públicos federais priorizarão o abastecimento de seus veículos flex com etanol sempre que a utilização desse combustível for mais vantajosa para a administração pública. Além disso, os veículos a combustão adquiridos com recursos de emendas parlamentares deverão preferencialmente ser equipados com motores flex. A União também deverá estimular as empresas sediadas no Brasil a aderir a campanhas internacionais de redução das emissões de carbono e a se comprometer com o consumo preferencial de etanol em seus veículos flex. Valorização Na avaliação de Ossesio Silva, estimular o consumo do etanol é uma forma de demonstrar que o agronegócio brasileiro endash; que tem na cana-de-açúcar um de seus pilares endash; é amigo do meio ambiente. eldquo;A proposição busca conscientizar sobre as vantagens ambientais do etanol, um combustível limpo e renovável, bem como valorizar o setor sucroenergético e os produtores rurais, além de fortalecer toda a cadeia produtiva, que gera milhares de empregos diretos e indiretoserdquo;, afirma o parlamentar. Estimativa da consultoria Datagro apontou que apenas 30% da frota de veículos flex, que é maioria no Brasil, foi abastecida com etanol hidratado em janeiro deste ano. Tramitação O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Administração e Serviço Público; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

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