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CVM abre processo para investigar notícias sobre Petrobras

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu nesta quinta-feira (4) um processo administrativo para investigar divulgações de notícias sobre a Petrobras, que passou o dia alvo de especulações sobre troca no comando e sobre a distribuição de dividendos extraordinários. A autarquia, porém, não informa quais informações são alvo do processo, que trata da supervisão de notícias, fatos relevantes e comunicados. Em geral, esse tipo de processo questiona a demora de empresas em se posicionar sobre notícias que impactam o valor das ações. Os papéis da Petrobras tiveram forte oscilação durante o pregão da B3 desta quinta. Abriram em alta com o aumento do preço do petróleo. Mas passaram a cair com especulações sobre eventual demissão do presidente da companhia, Jean Paul Prates. Voltaram a subir após notícias de que o governo chegou a um acordo para distribuir dividendos extraordinários retidos em março e recuaram novamente, fechando o dia em queda de 1,41% (as ações preferenciais). Confusões na divulgação de informações sobre a estatal já foram alvo de críticas de investidores privados. Em março, após o anúncio da retenção de dividendos, o presidente da Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais), Fabio Coelho, disse ver "grave ruído" entre empresa e governo. A sensação, disse ele à época, é que os canais institucionais da empresa não estão sendo respeitados, já que ministros e o próprio presidente têm se manifestado sobre a companhia. "Isso influencia o mercado de maneira negativa, trazendo volatilidade absolutamente desnecessária", escreveu. Nesta quinta, vazaram informações de que os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) mudaram de posição em relação à distribuição dos dividendos extraordinários. Antes resistentes, agora se mostram favoráveis à distribuição do dinheiro a acionistas. A posição dos dois se alinha à do ministro Fernando Haddad (Fazenda), mas a decisão final será tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com base na análise dos riscos para a execução do plano de investimentos da estatal. O debate em torno dos dividendos extraordinários agravou o distanciamento entre Silveira e Costa e o presidente da Petrobras, que decidiu não acompanhar os conselheiros indicados pelo governo e se abster na reunião que deliberou o tema. "Se o presidente da empresa, naquele momento, tivesse votado com o conselho, não teria tido barulho", criticou o ministro de Minas e Energia, em entrevista à Folha nesta quarta (3). A diretoria de Prates havia proposto distribuir 50% dos R$ 43 bilhões do lucro excedente registrado pela empresa em 2023. No fim do dia, a estatal enviou à CVM um esclarecimento sobre o tema, reforçando o que foi decidido na reunião do conselho de administração em março e afirmando que "não há decisão em relação à distribuição de tais valores". "A competência para aprovar a destinação do resultado, incluindo o pagamento de dividendos, é da Assembleia Geral de Acionistas, que será realizada no dia 25/04/2024", completou a estatal.

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Prates ironiza notícias sobre demissão e sindicatos falam em 'espancamento'

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ironizou na tarde desta quinta-feira (4) notícias sobre possível troca no comando da companhia. Ao mesmo tempo, recebeu apoio de sindicatos, que reclamam de "espancamento público" do executivo. Em publicação na rede social X (ex-Twitter) por volta das 15h30, Prates reproduziu uma suposta troca de mensagens de WhatsApp que dizia que ele sairia, sim, da Petrobras, mas para jantar. E estaria de volta no dia seguinte cedo, com a agenda cheia. "Jean Paul vai sair da Petrobras?", pergunta uma mensagem. "Acho que após às 20h02. Vai pra casa jantar... E amanhã às 7h09 estará de volta na empresa, porque sempre tem a agenda cheia." A saída de Prates foi alvo de uma série de rumores nesta quinta, depois de entrevista publicada nesta Folha em que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, admite conflitos com o presidente da estatal. Em Brasília, o nome do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, passou a circular como uma opção para comandar a estatal. A fritura de Prates é vista na Petrobras como uma tentativa de Silveira e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, forçarem a troca no comando da empresa. Não há entre o círculo mais próximo do executivo, porém, a percepção de que ele teria interesse em deixar o cargo. Aliada de Prates desde o início da gestão, a FUP (Federação Única dos Petroleiros), divulgou comunicado nesta quinta criticando "o processo de espancamento público que o presidente da Petrobras" está sofrendo. "A FUP reconhece a atuação da gestão Prates em busca do fortalecimento da Petrobras como promotora de investimentos capazes de contribuir para a geração de emprego e renda dos brasileiros", afirma o texto, destacando ainda que o executivo restabeleceu o diálogo com os petroleiros. Ainda segundo a FUP, ele "promoveu o início da implementação de uma nova e importante política de melhoria das condições de vida do trabalhador brasileiro, como o fim da nociva política de preço de paridade de importação". No mercado financeiro, a possibilidade de demissão de Prates também não é bem vista. As ações da empresa tiveram um dia de grande volatilidade nesta quinta, com um momento de forte queda, recuperando-se depois com notícias sobre pagamento de dividendos. Para a Ativa Investimentos, a saída de Prates, "sobretudo por motivos políticos", seria negativa para a empresa. Eles lembram, porém, que Prates vem sendo alvo de rumores de demissão desde o início do mandato. "O mandatário vem se mostrando equilibrado e conduzindo Petrobras de modo a equilibrar seus anseios corporativos e políticos", diz a Ativa. "Se a sua saída se concretizasse, dificilmente teríamos um substituto com a expertise e know-how do atual CEO." Para a corretora, a principal preocupação é sobre os efeitos do embate político em sua capacidade de manobra para executar a política de preços dos combustíveis, como em 2023. Em 2024, por exemplo, a estatal vem operando com elevadas defasagens em relação às cotações internacionais.

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Prejuízo bilionário? Consultoria soma perdas da Petrobras com política a combustíveis

A Petrobras (PETR4) teria perdido R$ 9,4 bilhões de receita bruta entre maio do ano passado e março deste ano, após ter abandonado em 2023 a política de preço de paridade de importação (PPI) de combustíveis, segundo estudo da associação de refinarias privadas Refina Brasil. A associação endash; formada pela Acelen, dona da Refinaria de Mataripe na Bahia, e outras companhias, como a Ream e a 3R endash; avalia que as suas empresas vêm sendo prejudicadas pela falta de previsibilidade dos reajustes da Petrobras, além do que considera um represamento de preços pela estatal. A entidade, que reúne refinarias que respondem por cerca de 20% da produção de derivados do país, confirmou informações publicadas mais cedo pelo jornal Valor Econômico. O estudo considerou os volumes de diesel e gasolina produzidos pelas refinarias da estatal no período analisado. Procurada, a Petrobras não comentou o assunto imediatamente. Analistas privados têm apontado que a defasagem de preços da Petrobras em relação ao mercado internacional está aumentando, à medida que o mercado de petróleo subiu para uma máxima de cinco meses, e a estatal não faz repasses. O Brent fechou com leve alta de 0,5% nesta quarta-feira. A defasagem de preços da Petrobras No início da quarta-feira, a defasagem da Petrobras em relação ao chamado PPI estava em R$ 0,37 o litro para o diesel e também para a gasolina, segundo a metodologia da consultoria StoneX. eldquo;Para o diesel, embora a companhia possa estar utilizando como referencial o produto de origem russa, que tem maior competitividade e compõe 66% do diesel sendo importado pelo Brasil em 2024, avalio que os preços da Petrobras estão ainda abaixo dos preços desta referência em cerca de 13 centavos/litroerdquo;, disse o analista Thiago Vetter, da StoneX. Segundo ele, essas não são as maiores defasagens considerando o período desde a publicação da nova estratégia comercial da Petrobras para diesel e gasolina, em maio do ano passado, que foram de 1,17 real/litro para o diesel e 60 centavos/litro para a gasolina emdash; ambas vistas em agosto do ano passado. eldquo;De relevante, está o fato de que esta defasagem está positiva (Petrobras abaixo do preço internacional) desde 19 de janeiro para o diesel e 7 de fevereiro para a gasolina emdash; ou seja, um período relativamente longoerdquo;, afirmou ele. Entre as altas realizadas desde o lançamento da nova estratégia comercial de diesel e gasolina da estatal, eldquo;nota-se que tanto para a gasolina quanto para o diesel os reajustes ocorreram quando a defasagem estava positiva por pelo menos 28 dias úteis e no máximo 45erdquo;. eldquo;Considerando que a gasolina está com defasagem positiva há 39 dias úteis (desde 08/02) e o diesel há 53 dias úteis (desde 19/01), considerando nossas métricas seria esperado pelo comportamento passado da companhia que pudesse haver um reajuste de preços para ambas ainda no mês de abril.erdquo; Questionada sobre a política de preços, a Petrobras não respondeu imediatamente. Petrobras perde bilhões e fatia de mercado? O especialista em combustíveis da Argus, Amance Boutin, destacou que a Petrobras ainda perdeu participação no mercado de gasolina entre os fornecedores nacionais em fevereiro, ao citar dados da reguladora ANP. Ele disse que há tempos a companhia não ficava com menos de 70% nas vendas, e que a gasolina da Petrobras enfrentou maior competição do etanol hidratado e de importadores, que tinham no início do ano arbitragem mais favorável para importar o combustível, o que não acontece neste momento, após a alta de preços internacionais. eldquo;Em janeiro a gente estava com arbitragem mais favorável, o produto vendido em fevereiro, ele foi comprado muitas vezes em janeiro, eles realmente conseguiram pagar um preço mais baixo, naquele momento a arbitragem estava favorável, hoje ela não é mais.erdquo; Em relação ao mercado internacional, Boutin estimou a defasagem da gasolina da Petrobras em 15%, e notou que, com uma recente alta do preço do etanol hidratado, a Petrobras agora teria espaço para aumentar o preço sem prejudicar suas vendas, considerando o combustível concorrente. Antes, entre os motivos para não aumentar a gasolina, estavam o preço mais baixo do etanol e a concorrência com importadores de gasolina, reiterou o especialista. (Reuters)

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Petróleo bate US$ 90 pela primeira vez desde outubro

O petróleo disparou na última hora da sessão desta quinta-feira (4) no mercado futuro e levou o barril do Brent a um fechamento acima de US$ 90 pela primeira vez desde outubro de 2023. O mercado segue focado em riscos à oferta da commodity diante do recrudescimento das tensões no Oriente Médio e Leste Europeu. O petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para junho fechou em alta de 1,42%, a US$ 85,81 por barril. Já o Brent - referência global - avançou 1,45%, a US$ 90,65 por barril. Ambos registraram seus maiores fechamentos desde a sessão de 20 de outubro do ano passado. De acordo com veículos da imprensa internacional, oficiais da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, alertaram que o Irã deve atacar Israel nas próximas 48 horas em retaliação ao assassinato de um comandante do exército iraniano após um bombardeio israelense ao consulado do Irã na Síria. O episódio elevou as tensões no Oriente Médio e o mercado teme que a escala do conflito amplie além do confronto entre Israel e o Hamas. Já no Leste Europeu, diversos ataques de drones ucranianos a instalações de energia da Rússia afetaram a produção do país, e consequentemente a sua oferta ao mercado global.

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Petrobras (PETR4) descola da cotação do petróleo e fecha em baixa 0,52%

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) fecharam com queda de 0,52%, aos R$ 38,42, apesar da alta dos preços do petróleo no mercado internacional, com questões locais, do controlador, ainda pesando. Lá fora, o WTI subiu 0,58%, cotado a US$ 85,65 o barril, e o Brent teve alta de 0,48%, a US$ 89,35. O movimento de alta commodity foi impulsionado após o Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial (JMMC, na sigla em inglês) da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) cobrar dos participantes que compensem eventuais excessos de oferta ocorridos no primeiro trimestre, em relação aos níveis de produção recomendados. Na nota, o JMMC expressou satisfação com a promessa do Iraque e do Casaquistão de se comprometer com a conformidade da política de restrição de produção, bem como de compensar pelos excessos cometidos. O comitê também reconheceu o anúncio da Rússia de que seus cortes voluntários no segundo trimestre de 2024 serão na produção, em vez de nas exportações.

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Preço do gás natural no Brasil deve cair 13,8% em 2024, projeta Cbie

O preço do gás natural no Brasil deve cair 13,8% em 2024 na comparação com o ano passado. O valor médio neste ano deve ser de US$ 10,92 por milhão de BTUs, medida que equivale 26,8 m³ (metros cúbicos). A projeção é do Cbie (Centro Brasileiro de Infraestrutura) e consta na nova edição do relatório eldquo;Perspectivas para o Setor Energéticoerdquo;, lançado nesta 4ª feira (3.abr.2024). Eis a apresentação com os destaques do estudo (PDF endash; 2 MB). A queda deve ser puxada pelos preços internacionais. Na Europa, o gás deve ficar em US$ 9 por milhão de BTUs, valor 38% inferior à média de 2023. De acordo com Brun... No Brasil, foram considerados os novos contratos de fornecimento firmados pela Petrobras, o custo da importação da Bolívia e a demanda interna. A estimativa do Cbie considerando esses fatores é a de que o preço médio do gás natural siga em trajetória de queda e saia da casa dos 2 dígitos a partir de 2027 e 2028. eldquo;Aqui no Brasil não vemos uma pressão de preços muito grande. O que vai ditar o ritmo de preços é o cenário sobretudo na Europa e Ásia, além da forma que a Petrobras precifica isso no país. No mercado interno a demanda está estável, sem grande despacho de térmicaserdquo;, afirmou Pascon.... O grande desafio para o mercado interno, segundo Pascon, é o aumento da oferta. A maior abundância de gás no Brasil poderia reduzir os preços nacionais, mas isso esbarra em 2 problemas: a alta reinjeção do gás natural nos poços e a falta de estrutura para escoamento da produção, sobretudo no pré-sal. Para ler esta notícia, clique aqui.

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