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Líder do maior bloco da Câmara quer incluir política de conteúdo local no Mover

Líder do maior bloco da Câmara, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) apresentou emenda ao projeto que cria o Mover, programa de Mobilidade Verde e Inovação, para incluir um capítulo dedicado à política de conteúdo local, defendida pelo presidente Lula (PT) em seus dois primeiros mandatos. Os índices foram flexibilizados pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). A emenda indica que o conteúdo local mínimo obrigatório exigido em licitações de blocos para a exploração e produção de petróleo e gás natural sob regime de partilha de produção será de 20% na fase de exploração e de 30% na construção de poço, por exemplo. Também estipula mínimos de conteúdo local obrigatório em licitações de blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural sob o regime de concessão. Em terra, na fase de exploração, esse patamar mínimo é de 50%, enquanto no mar seria de 18%. A emenda prevê ainda preferência à contratação de fornecedores brasileiros sempre que as ofertas tiverem condições de preço, prazo e qualidade mais favoráveis ou equivalentes às de fornecedores estrangeiros. Além disso, estabelece multa no caso de descumprimento dos índices mínimos de conteúdo local. "É oportunidade de emprego e renda para a população brasileira, garantindo ao Brasil assumir a posição que já ocupou na indústria naval no mundo", defende o parlamentar. "A gente está preparado, tem os nossos estaleiros, tem mão de obra preparada e qualificada para fazer essas plataformas, navios como plano de expansão da Transpetro, como plano de expansão da Petrobras. E a gente vai garantir renda para a população brasileira." Ele diz esperar apoio do governo à emenda. "Essa é uma matéria de defesa do governo Lula. Historicamente, o Lula sempre esteve nesse campo."

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Inflação acelera a 0,38% em abril e fica acima das projeções

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou a 0,38% em abril, disse nesta sexta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice havia subido 0,16% em março. Remédios, alimentos e gasolina pressionaram a inflação de abril, que ficou acima da mediana das previsões do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 0,35%. Apesar da aceleração em abril, a taxa de 0,38% é a menor para o mês em três anos, desde 2021. À época, o IPCA havia subido 0,31%. No acumulado de 12 meses, a inflação brasileira perdeu força. O índice desacelerou a 3,69% até abril. É o menor patamar desde junho do ano passado (3,16%). Ainda assim, o novo resultado ficou acima da mediana das projeções, que era de 3,66%, segundo a Bloomberg. A inflação estava em 3,93% nos 12 meses até março. REMÉDIOS E ALIMENTOS EM ALTA Em abril, 7 dos 9 grupos de produtos e serviços do IPCA tiveram alta de preços. Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e alimentação e bebidas (0,70%) registraram os maiores impactos no índice mensal (0,15 ponto percentual cada). Em saúde e cuidados pessoais (1,16%), a principal pressão veio dos produtos farmacêuticos (2,84%). A carestia ocorreu após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março. Em alimentação e bebidas (0,70%), houve pressão de produtos tradicionais da mesa do brasileiro. A alimentação no domicílio acelerou de 0,59% em março para 0,81% em abril. Foram observadas altas nos preços de mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate (14,09%) e café moído (3,08%). André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA, disse que, de modo geral, os alimentos ainda são impactados por choques climáticos do início deste ano. Eventos como ondas de calor e chuvas intensas afetaram a oferta de mercadorias em regiões produtoras. "Tudo isso acabou prejudicando a produção de diversos alimentos, principalmente daqueles mais sensíveis ao clima. Isso acaba se refletindo nos preços", disse Almeida. POSSÍVEL IMPACTO DAS ENCHENTES NO RS Nos últimos dias, entrou no radar de analistas um novo fator que pode gerar alguma pressão inflacionária sobre os alimentos. Trata-se do possível impacto das enchentes que devastam municípios do Rio Grande do Sul. O temor é de que a catástrofe afete estoques, com repasses para os preços. Já há, inclusive, restrições a compras de itens como arroz em supermercados. O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção do cereal no Brasil. Com o receio do impacto na inflação, o governo federal anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz. A medida é contestada por produtores. Eles dizem que as lavouras gaúchas terão condições de alimentar a demanda nacional, mesmo com as perdas nas enchentes. De acordo com o IPCA, os preços do arroz tiveram queda de 1,93% em abril. Porém, no acumulado de 12 meses, o produto ainda acumula alta de 25,46%. O avanço registrado somente em 2024 foi de 7,21%. "O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz, mas também tem produção de soja e milho, que são importantes na produção de ração animal, por exemplo", afirmou Almeida. O custo da ração é um dos componentes dos preços de carnes e leite. "Essas chuvas podem acabar impactando a produção. Agora, como isso vai se refletir nos preços, a gente tem de aguardar", ponderou Almeida. O IBGE não faz projeções de preços. "É um grupo [alimentação] que deve seguir pressionando a inflação, por conta da tragédia no RS, que é um grande produtor de alimentos do país, principalmente no arroz", afirmou em relatório Andre Fernandes, chefe de renda variável e sócio da A7 Capital. GASOLINA PRESSIONA, PASSAGEM DE AVIÃO ALIVIA No grupo dos transportes, a alta dos preços foi de 0,14% em abril, segundo o IPCA. A gasolina avançou 1,50%. Assim, teve o maior impacto individual entre os subitens em alta no índice (0,08 ponto percentual). A passagem aérea, por outro lado, registrou queda de 12,09% em abril. Com isso, mostrou uma contribuição de -0,08 ponto percentual no IPCA. Foi o maior impacto individual do lado dos subitens em queda. META DE INFLAÇÃO E JUROS O IPCA serve como referência para a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central), cujo centro é de 3% em 2024. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Logo, a meta será cumprida se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) no acumulado do ano. Projeções do mercado apontam alta de 3,72% para o índice em 2024, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda (6) pelo BC. A estimativa está abaixo do teto da meta (4,5%). O principal instrumento do BC para o controle da inflação no Brasil é a taxa básica de juros (Selic). Na quarta (8), o Copom (Comitê de Política Monetária) da instituição decidiu mudar o ritmo de corte da Selic. Depois de promover seis reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual, a diretoria do BC anunciou uma queda de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, que passou de 10,75% para 10,50% ao ano. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, e outros quatro diretores votaram pelo corte menor. Já os quatro indicados pelo governo Lula (PT) desejavam uma redução de 0,50 ponto. A inflação de serviços medida no IPCA, um dos componentes avaliados pelo Copom, desacelerou de 0,10% em março para 0,05% em abril. Em 12 meses, a taxa atingiu 4,60%. É o menor patamar desde setembro de 2021, quando a variação era de 4,41%. A inflação de serviços, porém, ainda segue acima do índice geral (3,69%). "A demanda pode influenciar alguns segmentos [de serviços]", afirmou Almeida, do IBGE. "Existem outros fatores, como aumento de custos, reajustes de planos. Tivemos reajustes de planos de telefonia móvel", completou. Por ora, a Warren Investimentos projeta IPCA de 0,32% em maio e de 0,16% em junho. "Vamos fazer alguns ajustes pontuais, no entanto, vale lembrar que a inflação de curto prazo poderá se mostrar muito volátil, tendo em vista a difícil mensuração dos efeitos das enchentes no RS", disse em relatório Andréa Angelo, estrategista da Warren. A casa espera que o IPCA deste ano e de 2025 fique em 3,80%. O economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), avalia que, após a tragédia gaúcha, a inflação pode passar de 3,9% para 4,5% ao final de 2024, dependendo dos impactos. Ele, contudo, diz que essa é uma estimativa "muito preliminar". DESASTRE NO SUL GERA INCERTEZA NA COLETA DE DADOS Outro possível reflexo da catástrofe no Rio Grande do Sul é a dificuldade para o IBGE realizar a coleta de preços e outros levantamentos. A tragédia deixou um rastro de destruição na logística do estado, incluindo estragos em rodovias e derrubada de pontes. Até o momento, o IBGE diz que segue avaliando os impactos. O órgão promete se pronunciar quando tiver segurança técnica sobre possíveis medidas a serem adotadas, de acordo com cada pesquisa. A coleta dos preços do IPCA-15 de maio, por exemplo, vai do período de 16 de abril a 15 de maio. Esse intervalo já abrange os efeitos das enxurradas. O IPCA-15 é divulgado antes do IPCA, trazendo um panorama dos preços para o indicador oficial.

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ANP retoma mistura maior de biocombustíveis na maior do parte do RS após pedido do setor

A reguladora do setor de petróleo e combustíves ANP diminuiu nesta sexta-feira (10) a abrangência de uma redução temporária na mistura mínima de biodiesel no diesel e de etanol anidro na gasolina no Rio Grande do Sul, diante dos eventos climáticos, para apenas quatro municípios. A partir de agora, segundo a reguladora, apenas Canoas, Esteio, Rio Grande e Santa Maria poderão reduzir temporariamente os percentuais de mistura obrigatória de biocombustíveis e não mais o Estado inteiro, conforme o anunciado na última segunda-feira. "A redução da abrangência para esses quatro municípios se deu devido à identificação, pela ANP, de que a situação do abastecimento no restante do Estado se estabilizou", explicou a autarquia, que manteve ainda o prazo de 30 dias para a medida, a contar da decisão original de 4 de maio. A medida foi anunciada após a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel do Congresso Nacional (FPBio) ter defendido que decisão anterior era prejudicial à economia no momento de recuperação do Estado, em razão da calamidade que atinge a população gaúcha. (Reuters)

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Estudo mostra que interesse por carros elétricos avança no Brasil

A edição mais recente da pesquisa Ipsos Drives, realizada em março, mostra que 16,1% dos entrevistados consideram como muito provável a aquisição de um carro 100% elétrico em um futuro próximo. Em 2023, o índice de pessoas muito interessadas em um veículo dessa categoria ficou em 14%. Pode parecer pouco, mas, com base nas vendas de veículos leves em 2023, o público disposto a investir nos carros a bateria poderia levar à venda de 350 mil unidades por ano. O estudo mostra ainda que 55,5% das 1.200 pessoas consultadas citam que a maior influência positiva para a compra de um veículo desse tipo é o fato de não emitir poluentes no uso. Já a principal barreira está nos preços praticados, considerados altos para 48,3% dos ouvidos. A escassez de infraestrutura foi considerada um problema para 34,8%. A pesquisa mostra que 18,9% dos entrevistados acreditam que os carros elétricos serão maioria nas ruas em um prazo de cinco anos. Em 2022, esse percentual era 14%. Na outra ponta, o ceticismo diminuiu. Em 2022, 32,7% dos pesquisados acreditavam que os elétricos só seriam predominantes em um intervalo entre 15 e 20 anos. Hoje, esse percentual caiu para 15,7%. Para ajudar a conhecer melhor esses modelos, a Folha reúne testes feitos em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia. Os dados de consumo de energia permitem calcular o gasto de acordo com a tarifa vigente. A depender da região do país, recarregar um carro elétrico em casa custa bem menos que abastecer um modelo a combustão. Esse é um dos fatores que tem feito esses veículos ganharem mercado. Em 2023, 19.310 carros 100% elétricos foram comercializados no Brasil. O número divulgado pela ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) representa alta de 128,3% na comparação com 2022. O interesse por esses automóveis deve continuar crescendo, mas as atenções tendem a se diluir com a chegada dos modelos híbridos flex (capazes de rodar com etanol, gasolina e eletricidade). Ainda assim, caso a intenção manifestada no estudo Ipsos Drives seja convertida em compra, o volume de elétricos puros tende a aumentar de forma significativa nos próximos anos. COMO SÃO FEITOS OS TESTES Para aferir o desempenho dos carros, o Instituto Mauá de Tecnologia utiliza o V-Box, equipamento que usa sinal de GPS. Os testes de aceleração e retomada são feitos na pista da empresa ZF, em Limeira (interior de São Paulo). A etapa que verifica o consumo na cidade tem 27 km. Para simular um percurso rodoviário a 90 km/h, os pilotos de teste dirigem por 31 km. Ambos os trajetos ficam em São Caetano do Sul (ABC), onde está a sede do instituto. O consumo de modelos elétricos é medido por meio do carregador instalado no IMT. O teste calcula o gasto para rodar 100 km nos modos urbano e rodoviário.

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Petrobras diz que Brasil já descobriu 'filé-mignon' do Sudeste e precisa de margem equator

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, diz que é preciso "desmistificar" a relação entre a atividade petrolífera no litoral do Amapá e potenciais impactos ambientais na amazônia. A estatal iniciará nova ofensiva para reverter negativa de licença para um poço no bloco 59, que completa um ano este mês, e defende que eventual produção de petróleo na área teria impacto mínimo, sem necessidade de infraestrutura em terra. "Em que um poço a 170 km de Oiapoque, ou uma produção que vem a ser robusta, afeta [a floresta amazônica]?", questiona. "Você gosta de Búzios, Ipanema, Leblon? Tem muito mais plataforma [de petróleo] lá." Em abril, a Petrobras anunciou uma descoberta em águas profundas na bacia Potiguar, que confirma expectativas de que há petróleo na margem equatorial brasileira e reforça o esforço pela liberação da atividade. Mendes rebate ambientalistas e diz que o Brasil não tem alternativas no pré-sal para repor reservas e evitar voltar a ser importador de combustíveis na próxima década. "Já achamos todo o filé-mignon." O que representa a recente descoberta de petróleo no Rio Grande do Norte e que efeitos terá no esforço para exploração da margem equatorial? É uma boa notícia ao confirmar que há hidrocarbonetos naquela profundidade naquela bacia, como imaginavam nossos geocientistas. Mas ainda não temos elementos suficientes para dimensionar essa descoberta. Teve gente, ex-empregada da empresa, que disse que é maravilhoso, mas a gente prefere ficar mais contido. A gente precisa fazer uma campanha exploratória na margem equatorial. Supúnhamos que tinha hidrocarboneto naquela região e agora temos certeza. Há similaridade entre a descoberta e reservatórios gigantes da Guiana e do Suriname. Isso aumenta as chances de descobertas na margem equatorial? Em águas profundas, a gente só tinha feito um poço lá em 2014, 2015. Então, a gente comprovou aquilo que a gente imaginava. Mas a margem equatorial são várias bacias. É uma região muito extensa. A gente precisa realmente fazer uma pesquisa mais robusta. O sucesso na Guiana e no Suriname e a comprovação da presença de hidrocarboneto na bacia Potiguar nos leva a crer que, em algum momento, em alguma dessas bacias, a gente vai ter alguma descoberta relevante. Essa é a nossa expectativa. Desde que a licença para o bloco 59 foi negada, a Petrobras diz ter apresentado ajustes que cumprem os requisitos questionados. A partir daí não teve notícia nenhuma mais? Não teve. Todos os questionamentos envolvem coisas pequenas perto de uma campanha desse tipo. O tempo de resgate do animal, no caso de um grande vazamento, é de 44 horas e o Ibama quer 24 horas? A gente bota a embarcação no meio do caminho. A base de Belém é muito longe? A gente faz uma base lá em Oiapoque. A gente destinou a esse projeto recursos, embarcações, em volume maior do que temos na bacia de Campos. Para atender a todos os desejos, para demonstrar que a gente vai fazer tudo o que tiver que ser feito. A rota do helicóptero está próxima lá da terra indígena? Isso tudo se resolve. Se forem coisas factíveis dentro do processo legal, não tem dificuldade técnica. A gente pode botar a melhor sonda do mundo, a gente pode botar as melhores embarcações, os melhores helicópteros, as melhores pessoas que nós já temos. Agora, se não quiser que haja exploração de petróleo na margem equatorial brasileira, aí não cabe ao Ibama. Não cabe ao ministro A ou B, cabe ao Conselho Nacional de Política Energética. E o fato é que, para fazer o leilão dessa área, em 2013, foi necessário um ok do ministro do Meio Ambiente. Não há outras oportunidades para descobrir petróleo no Brasil além da margem equatorial? Não. Eu até vi uma reportagem da Folha [publicada em 20 de abril], com um viés de dizer: "Temos muitas reservas, a reserva está crescendo, não precisamos mais de petróleo". Isso não foi dito, mas eu li dessa forma. É um grande equívoco. Eu não quero ser indelicado contigo, mas aquele tipo de reportagem acaba sendo um desserviço, porque induz a dizer que os ambientalistas estão certos, que o Brasil não precisa explorar mais petróleo. E isso não é verdade. O crescimento da produção vai até 2030, 2032. Depois a produção começa a decair. Se a gente não agregar novas reservas, a partir de 2035, a gente estará produzindo menos que hoje. Teremos novas plataformas nos próximos anos, mas, só para manter a produção, temos que botar 300 mil barris por dia de óleo novo. Mas há ao menos 28 áreas exploratórias na bacia de Santos, a maior do país, ainda sem perfuração. Não é possível encontrar petróleo novo lá? Não. A gente tem muita área exploratória e vamos investir US$ 2,5 bilhões nas bacias de Campos e Santos. Então nós continuaremos fazendo poços lá. Mas a gente já achou o "filé-mignon". A gente não vai mais descobrir nas bacias de Santos e de Campos nenhum campo gigante como Marlim, Roncador, Tupi... Por que apostar inicialmente em uma área ainda sem nenhuma estrutura para a indústria de petróleo, com litoral preservado? A gente herdou aquele processo de licenciamento da [empresa] BP extremamente adiantado. Então, contratamos uma sonda para fazer esses três poços: o bloco 59 e os dois poços da Potiguar. Era essa sequência. Estava adiantado o processo de licenciamento. Simples assim. Mas não é uma atividade que necessita de muita estrutura. Quando a gente começou na bacia de Campos, a gente começou em águas rasas. E tudo vinha para a terra através de dutos e através de gasodutos. Hoje não. Hoje o óleo sai de um FPSO [navio-plataforma] e vai para o mundo. O gás pode ser reinjetado nos poços. Se for muito gás e o Ibama não quiser autorizar gasoduto, pode sair por GNL [gás natural liquefeito]. Mas tem estrutura de apoio, que demanda porto, aeroporto, retroárea... Estrutura de apoio são embarcações, hoje em dia extremamente modernas, e helicópteros. Hoje, em Belém, você tem tudo isso. Dá para fazer de Belém. Para deslocar pessoas quando a sonda esteve lá, a gente fez de Oiapoque. Mas isso vai antropizar o mínimo. O que mais pesou em lugares como Macaé foi ter o escoamento de petróleo, o escoamento de gás... Tudo concentrado ali. A gente consegue fazer tudo aquilo que a gente está pretendendo com o mínimo de impacto. E, quando você olha o consumo energético por pessoa no Brasil, ele é quatro vezes menor do que nos Estados Unidos. E no Norte, no Nordeste, ele é menor do que a média brasileira. Você tem ali, literalmente, uma pobreza energética. Está sendo tirada daquela região do país a hipótese de verificar se dá para ser menos pobre energeticamente, se dá para ter um desenvolvimento bom naquela região. Em 2023, a Petrobras arrematou algumas áreas na bacia de Pelotas, no sul do país. Qual o potencial? A gente ficou animado. E o leilão foi um sucesso. A Petrobras teve que ganhar de outro concorrente ali. Porque está todo mundo olhando para o sucesso do oeste da África e pode haver similaridades geológicas com o oeste da África. Mas aí também teremos uma questão de licenciamento, também é uma nova fronteira. Mas é uma área menos sensível do que o Amapá, não? Qual é a questão da amazônia? É floresta. Em que um poço a 170 quilômetros de Oiapoque, ou uma produção que vem a ser robusta, afeta? Demos um grande azar de um dia terem colocado naquela bacia o nome da Foz do Amazonas. A marca registrada da Amazônia, isso é forte pra caramba, imagina colocar oito, dez plataformas lá. Mas o bloco 59 nada tem a ver com a Amazônia, só está na bacia sedimentar chamada Foz do Amazonas. Você gosta de Búzios, Ipanema, Leblon? Tem muito mais plataforma que isso lá. Entendeu? São crendices que a gente está tentando desmistificar.

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Petrobras prevê queda de 10% no preço do gás após aprovar novas modalidades de venda

A Petrobras aprovou nesta sexta-feira, 10, novas modalidades comerciais nas vendas de gás natural para distribuidoras estaduais e para os consumidores livres. Com este novo mecanismo, a depender dos contratos e volumes movimentados, as distribuidoras terão uma redução adicional de até 10% nos preços da molécula de gás, disse a companhia. O novo desconto amplia a queda já acumulada da ordem de 25% no preço médio da molécula desde o início de 2023, com potencial de atingir uma redução de até 35%, informou a companhia. Para as distribuidoras, a Petrobras ofertará mecanismo de redução de preço nos contratos de venda de gás natural atualmente vigentes, de acordo com seu desempenho. Já para os consumidores livres, a Petrobras oferecerá uma nova carteira de produtos de venda em condições mais customizadas e competitivas. eldquo;Desta forma, a Petrobras intensifica sua atuação no processo de abertura de mercado, contribuindo para expansão e fortalecimento de um mercado livre mais líquido, competitivo e diversificadoerdquo;, disse a Petrobras em nota. No dia 1º de maio, os preços do gás natural já haviam sido ajustados, com redução de, em média, 1,5% em reais por metro cúbico (R$/m³) da molécula vendida às distribuidoras, em relação ao início do trimestre fevereiro-março-abril de 2024. A queda de preços também refletiu a redução no preço do petróleo Brent e a apreciação do dólar, conforme indicadores de referência previstos nos contratos.

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