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ANP: etanol segue mais competitivo em relação à gasolina em 13 estados e no DF

O etanol está mais competitivo em relação à gasolina em 13 Estados e no Distrito Federal nesta semana. São eles: Acre, Alagoas, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe e Tocantins. No restante dos Estados, continua mais vantajoso abastecer o carro com gasolina. Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas, no período, a média dos postos pesquisados no País o etanol tinha paridade de 62,48% ante a gasolina, portanto favorável em comparação com o derivado do petróleo. Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. Fonte: Broadcast Agro

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Quem tudo quer nada tem: Brasil precisa pensar em sua estratégia de combustíveis sustentáveis

Apontamos em nosso artigo anterior que existem dilemas não resolvidos na questão energética, tanto na área de combustíveis como na área de energias renováveis. Gostaria de falar hoje do petróleo e de combustíveis sustentáveis, área em que o Brasil é um dos líderes globais graças ao largo uso do etanol e do biodiesel. Existem amplas possibilidades de termos um papel ainda maior pela utilização dos carros híbridos a etanol e pelo desenvolvimento de novos produtos, como combustível de aviação (SAF), hidrogênio verde e outros. Não há dúvida de que esta é uma rota que, estrategicamente, deve continuar a ser perseguida. Entretanto, o apoio à pesquisa, a segurança jurídica, a boa regulação e um ambiente de negócios saudável deverão ser os principais instrumentos da política pública, e não pesados subsídios, dada nossa difícil situação fiscal. Capital de risco, créditos de carbono e fundos do tipo Amazônia deverão ser os protagonistas. Ao mesmo tempo, o auge da produção do pré-sal levará a um forte aumento da oferta de petróleo até 2030, quando os campos na área começarão a declinar. Também será nesse momento que a demanda global de petróleo atingirá seu pico, segundo a Agência Internacional de Energia. A questão relevante é o que ocorrerá a partir daí. Para continuar a termos uma produção relevante de óleo, o investimento em novos campos tem de começar agora. Os novos projetos devem, idealmente, ter três características: baixo custo, baixo carbono e baixo risco ambiental e geopolítico. A título de comparação, o custo do pré-sal é médio, mas ele tem menos carbono. Quando o declínio do petróleo estiver no horizonte, os produtos ruins e os mais caros sairão do mercado. Assim, por mais que o presidente da Petrobras diga que quer ser um dos últimos produtores do mundo, esse lugar já está ocupado pela Arábia Saudita. Será que a Foz do Amazonas é uma boa escolha? Não me parece, dado o risco ambiental. Entretanto, é muito preocupante o que a Petrobras pretende fazer. Segundo o dr. Prates (Financial Times, 7/2), a companhia pretende investir na Europa, na África e na Guiana, além da chamada Margem Equatorial no Brasil. Quer ser líder global em eólica offshore, quer ser importante em biocombustíveis, quer voltar à petroquímica e aos fertilizantes, quer voltar a ter algum papel na distribuição de combustíveis, quer investir em refinarias e quer investir em navios. Tudo ao mesmo tempo. Isso não é estratégia, que exige escolhas, hierarquias e capacidade de entrega. Quem tudo quer nada tem. Opinião por José Roberto Mendonça de Barros (Economista e sócio da MB Associados)

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Fecombustíveis destaca necessidade de combate às irregularidades no encontro da revenda em Gaspar

Santa Catarina iniciou o ciclo de eventos da revenda, com o Encontro Sul-Brasileiro de Revendedores e Lojas de Conveniência, em 15 e 16 de março, em Gaspar (SC). O tradicional evento anual do Sul do país foi um sucesso de público e contou com a participação dos principais líderes da revenda, representantes das distribuidoras, além de autoridades regionais. O anfitrião Júlio Zimmermann, presidente do Sinpeb, durante a abertura do evento prestou uma homenagem a Maria Antonieta Andrade de Souza, ex-superintendente de Qualidade de Produtos da ANP, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido e atenção que dedicou à revenda no período em que atuou na Agência. Durante a cerimônia, James Thorp Neto, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), destacou o envolvimento da entidade nos últimos tempos com o combate ao mercado irregular, juntamente com o Instituto Combustível Legal (ICL), a fim de estimular um mercado leal e justo. eldquo;A gente hoje enfrenta diariamente problemas desse tipo, mas não nos omitimos. Lembramos que nem a Fecombustíveis, nem os sindicatos filiados têm papel de fiscalização, de Polícia ou Receita Federal, mas precisamos, sim, dar subsídios a essas entidades para que o mercado seja cada vez mais leal e justoerdquo;. Thorp também destacou qu a Fecombustíveis está atenta às mudanças propostas pelo projeto de lei Combustível do Futuro. Ele citou que a entidade participou de uma reunião na semana passada com o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania/SP) e está acompanhando os pedidos de mudanças na mistura do etanol anidro à gasolina para 35% e no teor de mistura do biodiesel no diesel para 25%. eldquo;Nós não somos contra os combustíveis verdes, não somos contra a modernidade, mas a gente se preocupa demais borras que são formadas, por isso acompanhamos muito de perto as mudanças para que e essa conta não chegue no colo do revendedorerdquo;, disse. Confira a cobertura completa do evento na próxima edição da revista Combustíveis eamp; Conveniência.

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Petrobras foi multada em R$ 1 bilhão por infrações ambientais em 10 anos e só pagou 5%

A Petrobras cometeu infrações ambientais que resultaram na aplicação de mais de 3 mil multas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nos últimos dez anos. As autuações somam R$ 985,6 milhões. O andamento desses autos de infração mostra que houve baixas de processos - o que inclui a quitação de parte dos débitos - no valor de R$ 49,9 milhões, apenas 5% do total. O restante, R$ 935,6 milhões, segue em aberto no sistema do órgão federal. Clique aqui para ler mais.

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Com crise, presidente da Petrobras 'vira' Ronaldinho Gaúcho

A crise entre o governo e a cúpula da Petrobras chegou aos petroleiros que, com dose de humor, passaram a chamar o presidente da estatal, Jean Paul Prates, de Ronaldinho Gaúcho. Integrantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) explicam que a alcunha se deve à imprevisibilidade dos seus movimentos em campo. Embora Prates seja um senador do PT licenciado, tem sido visto como um executivo que faz movimentos alinhados com o mercado. A comparação se deve às críticas feitas, recentemente, por integrantes do governo de que a condução da companhia está mais alinhada ao mercado e menos preocupada com a política de preços dos combustíveis. Lula pretende baratear a gasolina, o diesel, e o querosene de aviação como forma de melhorar sua popularidade e segurar mais a inflação. Na semana passada, esse embate chegou ao conselho de administração. Representantes do governo decidiram reter o pagamento de dividendos extraordinários, contrariando acionistas minoritários. Jean Paul afirmou, publicamente, que o adiamento não permitiria que o dinheiro represado fosse utilizado em despesas correntes ou investimentos, como cogitaram assessores de Lula.

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Sinalização sobre ritmo de corte de juros gera expectativa em Copom previsível

Em um cenário no qual uma nova redução de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), a 10,75% ao ano, é dada como praticamente certa na próxima quarta-feira (20), as atenções dos economistas se voltam para os passos futuros do Copom (Comitê de Política Monetária) e uma potencial mudança em sua comunicação sobre o ritmo de cortes à frente. A discussão ganha espaço na medida em que o colegiado do Banco Central avança no ciclo de flexibilização dos juros. Desde agosto do ano passado, foram cinco cortes consecutivos na mesma intensidade. Em todas as ocasiões, o Copom indicou que repetiria a dose "nas próximas reuniões", o que significa que o ritmo de redução se manteria ao menos nos dois encontros seguintes. "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões [...]", diz comunicado da última reunião do Copom. Uma possível flexão do plural para o singular em três das quase 800 palavras que compõem o texto vem gerando debate no mercado financeiro às vésperas do próximo encontro do Copom. Isso porque esse trecho carrega uma pista sobre o potencial tamanho do ciclo de queda de juros neste ano. Se não houver alteração, o BC sinaliza que deve, ao menos até junho, manter o ritmo de cortes da Selic adotado até agora. Em se concretizando a orientação, a taxa básica retornaria ao patamar de um dígito em meados do ano, chegando a 9,75% ao ano. Os juros estão em dois dígitos desde fevereiro de 2022. Por outro lado, uma eventual mudança na comunicação daria maior grau de liberdade à atuação do Copom em um ambiente marcado por incertezas no cenário global e dúvidas quanto à trajetória da inflação de serviços. Ao mesmo tempo, a falta de previsibilidade com relação à Selic ao término do atual ciclo de queda de juros poderia gerar maior volatilidade nos preços dos ativos endash;o que abriria espaço para o colegiado do BC ser mais conservador. O tema do "forward guidance" (orientação futura, no linguajar técnico do mercado) foi também debatido por alguns membros da alta cúpula do BC. No início do mês, o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, ressaltou que os dados que servem de subsídio para a decisão do comitê a cada 45 dias estão acima de qualquer prescrição. "A gente adotou os cortes de 50 pontos-base [0,5 ponto percentual] justamente para ter a vantagem de ganhar tempo e ver como as coisas vão acontecendo", afirmou. As falas públicas dos diretores do BC sobre os prós e contras de uma possível mudança na orientação indicam que o assunto vai ser ao menos trazido à mesa na reunião do Copom da próxima quarta-feira, na opinião do economista-chefe da Santander Asset, Eduardo Jarra. "Vejo uma chance considerável da alteração do plural para singular. Mas, se no comunicado só mudar [o trecho] elsquo;nas próximas reuniõesersquo; para elsquo;na próxima reuniãoersquo;, isso não leva a uma mudança de visão de cenário. Ele [Copom] pode ir a conta-gotas", afirma. Jarra, contudo, diz não haver urgência para essa mudança. Para o economista, o colegiado do BC seguirá com cortes de juros de 0,5 ponto percentual até o fim do primeiro semestre, reduzindo a intensidade até a Selic atingir 8,5% ao término do ciclo. Sua projeção está abaixo da mediana do mercado financeiro. Segundo a última edição do boletim Focus, os agentes esperam que a taxa básica de juros feche 2024 em 9% ao ano. Dentro desse grupo de instituições está a XP, que vê na composição do cenário menor probabilidade de o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) cortar juros no curto prazo, sinais de um mercado de trabalho ainda muito aquecido, e indicações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de medidas de expansão parafiscal endash;como maior liberação de crédito feita por bancos públicos, por exemplo. Quanto à comunicação, o economista-chefe da XP, Caio Megale, que é ex-assessor no Ministério da Economia, considera que não houve aumento de incerteza em grau suficiente para que o comitê mude a sua orientação. Para ele, a discussão sobre o "forward guidance" é válida diante do maior risco para a convergência da inflação em direção à meta de 2025 endash;3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No entanto, descarta mudança na próxima reunião devido ao patamar ainda elevado da Selic. "Se mantiver o plural, significa que ele [Copom] tem na cabeça chegar [com a Selic] em pelo menos 9,75% [ao ano]. Ninguém acha hoje que a Selic tem que ser 9,75% ou mais", diz. Megale vê chance de o comitê explicitar no comunicado que a orientação é um indicativo do cenário mais provável, não um compromisso formal do Copom, conforme alerta dado pelo diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, para que o mercado não confunda "guidance" com determinação de juros. Na opinião do economista, a partir do momento em que a Selic voltar a um dígito, será a hora de o colegiado do BC fazer um ajuste fino. Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, entende as recentes declarações de Galípolo e Guillen como uma forma de o BC preparar o terreno para a retirada do plural na orientação futura. "Não é o fim do mundo. Não vai mudar a política monetária do Banco Central. Simplesmente vai ganhar graus de liberdade", afirma. Ele projeta que o Copom desacelere o ritmo de cortes a partir de junho, seguindo com reduções de 0,25 ponto percentual até fechar o ano com a Selic em 9%. "A partir do momento em que existe um risco de ter que reduzir o ritmo [de cortes da Selic], ele [Copom] manter o forward guidance seria contraproducente, porque, quando não cumpre o forward guidance, perde credibilidade", diz. Quanto ao processo de desinflação, Leal mostra cautela. De um lado, vê um cenário de maior incerteza global no segundo semestre com a possibilidade de Donald Trump voltar a ser eleito nos EUA. De outro, coloca a inflação de alimentos como um risco de alta diante do impacto de efeitos climáticos sobre os alimentos elsquo;in naturaersquo;. O grupo alimentação e bebidas continuou sendo destaque no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em fevereiro. No acumulado em 12 meses, a inflação oficial do Brasil atingiu 4,5% endash;teto da meta perseguida pelo BC. Heron do Carmo, professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária, da Universidade de São Paulo), diz não estar tão tranquilo em relação ao cenário inflacionário do país quanto estava no fim de 2023. "Não estamos com muito espaço para redução da inflação", diz. O especialista espera que a inflação caia até maio e depois fique sujeita a pressões vindas dos grupos de alimentos, combustíveis e serviços. "Tudo indica que nós teremos uma pressão de alimentos [sobre a inflação], porque nós vamos sair de uma situação de uma supersafra para uma safra menor", afirma. "Se tivermos algum problema sério com alimentos ou combustíveis, isso pode fazer com que a inflação se mantenha muito próxima ao teto da meta, um pouquinho abaixo, até meados do ano, e depois comece a passar o teto", projeta. Já Tatiana Pinheiro, economista-chefe para o Brasil da Galapagos Capital, mostra um pouco mais de otimismo. Os dados mais recentes do IPCA, segundo ela, mostram o componente "serviços" bem comportado, reforçando a expectativa dos economistas para a trajetória da Selic. Ao término do ciclo, a economista projeta que a taxa básica de juros atinja 8%. Olhando para a taxa de juros real, ela considera que o Copom tem um espaço "relativamente confortável" para dar prosseguimento à flexibilização dos juros. "Nesse espaço de conforto, faz sentido o Banco Central priorizar o forward guidance para redução da volatilidade [nos preços dos ativos]", diz. "Essa orientação ainda deve fazer sentido para mais algumas reuniões".

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