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São Martinho investirá R$ 1,1 bilhão para dobrar usina de etanol de milho

A aposta da São Martinho no etanol de milho demonstrou dar tanto resultado que a companhia decidiu agora dobrar a aposta. Em reunião do conselho de administração nesta segunda-feira (11), a companhia deu aval para um novo investimento de R$ 1,1 bilhão na ampliação da planta localizada em Quirinópolis (GO), anexa à sua usina de cana Boa Vista. O projeto prevê ampliar a capacidade de processamento de milho em 635 mil toneladas anuais, mais do que duplicando a capacidade atual, de 500 mil toneladas. Apenas a nova fase da fábrica permitirá que a companhia produza 270 milhões de litros de etanol ao ano, o que elevará a capacidade total de etanol de milho da companhia para 485 milhões de litros. Há tempos que a São Martinho vem eldquo;namorandoerdquo; com o projeto de ampliação de sua usina de etanol de milho, mas o negócio precisou se provar viável. No primeiro trimestre desta safra, o negócio de milho contribuiu, sozinho, com 30% de todo o lucro antes de juros e impostos (Ebit) da companhia. Segundo Fábio Venturelli, CEO da companhia, foi fundamental para destravar o projeto a possibilidade de usar a energia cogerada do bagaço da cana da Usina Boa Vista. eldquo;Nós já temos a biomassa, diferentemente dos concorrentes que fazem planta autônoma, que têm que pensar em comprar e plantar eucaliptoerdquo;, disse. A companhia calcula que economiza R$ 120 milhões ao ano ao deixar de comprar cavaco de madeira no mercado, pelos preços atuais, para utilizar a energia que já gera em sua caldeira na planta de cogeração, afirmou o diretor financeiro Felipe Vicchiato. A decisão sai em meio a uma melhora do cenário de mercado do etanol, com o aumento da mistura do anidro à gasolina para 30% (E30), perspectivas de demanda para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF), além das boas projeções para a produção de milho, e com a oferta de instrumentos de crédito com fomento. eldquo;Pelo contorno do projeto, saímos na frente em pegada de carbono, pela biomassa da cana. Qualquer que seja o mercado, a gente está preparado para atender as normas de certificaçãoerdquo;, ressaltou Venturelli. Financiamento Mas o fator determinante para destravar o investimento foi a obtenção das linhas de crédito de fomento. A companhia acertou R$ 728 milhões em financiamentos, sendo R$ 500 milhões via BNDES Fundo Clima, R$ 125 milhões via BNDES Finem e R$ 100 milhões via Finep. No conjunto, essas linhas têm um prazo de 12 anos, com dois de carência, e custo médio de 8,5% ao ano. Apesar do montante, o investimento será dividido em três safras. Neste ciclo 2025/26, a companhia vai desembolsar 40% do valor orçado. A maior parte do investimento (55%) será feito na próxima safra (2026/27), e o restante será investido em 2027/28. A previsão é de que no segundo semestre de 2027 a unidade comece a operar. Boa parte dos investimentos será para a integração com a usina de cana em Quirinópolis. Segundo Vicchiato, a possibilidade de ter, ao fim do projeto, uma usina com capacidade de moagem de mais de 1 milhão de toneladas de milho só é possível porque a Usina Boa Vista também é grande, com capacidade de moagem de 5,2 milhões de toneladas de cana por safra. Ainda segundo o diretor financeiro, a taxa interna de retorno (TIR) do projeto é esperada é de mais de 25%, considerando projeções eldquo;conservadoraserdquo; para preços de petróleo, etanol e milho. Novos mercados O novo projeto também permitirá a produção adicional de 170 mil toneladas de DDGS e 13 mil toneladas de óleo de milho anuais, além de prever melhorias na caldeira da unidade de cogeração a partir do bagaço da cana, o que permitirá maior geração de vapor. O investimento potencializa a atuação da São Martinho em eldquo;novos mercadoserdquo;. eldquo;Para nós é muito importante ter diversidade de origem de Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização]. Quando trabalhamos com base agrícola e produzindo energia, quanto mais diverso for o portfólio, mais resiliente [a empresa] fica diante dos ciclos de cada commodityerdquo;, disse. Além dos negócios de cana e milho, a São Martinho concluiu recentemente a construção da planta de biometano, que agora está em fase de testes. Balanço do 1º trimestre No primeiro trimestre da safra atual, somente a receita do negócio de milho (que inclui vendas de etanol, DDGS, óleo de milho e Créditos de Descarbonização, os CBios, do etanol de milho) teve um salto de 94%, a R$ 265,8 milhões. Essa receita representou 14% da receita líquida total da São Martinho no trimestre, que alcançou R$ 1,8 bilhão, um aumento de 6,8%. A operação de milho ainda contribuiu com Ebitda de R$ 95,5 milhões, ou 12% do Ebitda ajustado do período, de R$ 805 milhões. Um ano atrás, o negócio de milho registrou um Ebitda marginal, de apenas R$ 6 milhões. A companhia teve no primeiro trimestre um bom desempenho nas vendas de etanol, aproveitando preços mais altos para comercializar volumes maiores. Porém, o lucro líquido caiu 40,2%, afetado principalmente pela depreciação de seus ativos biológicos, dada a queda do preço do açúcar. No primeiro trimestre deste ciclo, o lucro líquido ficou em R$ 62,8 milhões. Já o lucro caixa cresceu 3,3 vezes, para R$ 157 milhões no trimestre, impulsionado pelo ambiente favorável no mercado de etanol, que compensou os preços em baixa do açúcar.

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ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 11 unidades da Federação (4 a 8/8)

Entre os dias 4 e 8/8, a ANP fiscalizou o mercado de abastecimento em 11 unidades da Federação. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis e lubrificantes. No período, destacou-se a Operação Apate, força-tarefa realizada em Minas Gerais com as Polícias Civil e Militar do Estado, o Instituto de Pesos e Medidas, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. Veja abaixo mais informações sobre essa operação, bem como sobre as principais ações nas demais unidades federativas do país: Minas Gerais Foram fiscalizados 27 postos de combustíveis nas cidades de Alfenas, Boa Esperança, Campos Gerais, Três Pontas, Varginha, Andradas, Botelhos, Campestre, Guaranésia, Guaxupé, Poços de Caldas e Uberlândia. Em Três Pontas, como resultado da força-tarefa Operação Apate (com as Polícias Civil e Militar, o Instituto de Pesos e Medidas, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), três postos de combustíveis receberam autos de infração e interdição total por: rompimento/ocultação de lacres e faixa de interdição anterior da ANP; comercializar gasolina e óleo diesel fora das especificações exigidas por lei, com teor de metanol acima do permitido; apresentar termodensímetro (equipamento acoplado à bomba de etanol para verificar aspectos de qualidade) com funcionamento irregular; e não possuir medida-padrão de 20 litros (equipamento usado no teste de volume, que pode ser exigido pelo consumidor). As interdições por óleo diesel B (S10 e S500) fora da especificação só foram possíveis graças à utilização do novo equipamento (espectrofotômetro, modelo FTIR), que permitiu detectar em campo o teor de biodiesel irregular. Um posto de combustíveis sofreu interdição total em Alfenas e outro em Varginha por também comercializarem gasolina com teor de metanol acima do permitido por lei. Foram lavrados autos de infração em outros quatro postos de combustíveis em Campestre, Poços de Caldas e Uberlândia (nesses dois últimos municípios também em ações decorrentes da Operação Apate) por motivos como: comercializar combustível em recipiente sem certificação do Inmetro; não dispor de medida-padrão de 20 litros; não exibir os fornecedores do combustível comercializado; e não possuir documentação obrigatória. Não foram encontradas irregularidades nas demais cidades. Foram coletadas 15 amostras para análise em laboratório. Alagoas Foram fiscalizados 19 postos de combustíveis em Maceió, Arapiraca, Craíbas e Rio Largo. Em Arapiraca, foram lavrados autos de infração e de interdição em três postos de combustíveis por comercializarem gasolina, etanol e óleo diesel fora das especificações exigidas por lei. As interdições por óleo diesel B (S10) fora da especificação só foram possíveis graças à utilização do novo equipamento (espectrofotômetro, modelo FTIR), que permitiu detectar em campo o teor de biodiesel irregular. Um posto de combustíveis em Rio Largo sofreu auto de infração e interdição por comercializar gasolina fora das especificações legais. Ainda no município, outro posto de combustíveis recebeu auto de infração por dificultar a ação de fiscalização, desatualização cadastral e apresentar rompimento de lacre. Foram coletadas nove amostras de combustíveis para análise em laboratório. Amazonas Em Manaus, foram fiscalizadas cinco distribuidoras de combustíveis, sem registro de irregularidades. Foram coletadas 15 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Bahia Foram fiscalizados seis postos de combustíveis em Salvador, Camaçari e Lauro de Freitas. Não foram registradas irregularidades. Uma amostra de combustíveis foi coletada para análise em laboratório. Espírito Santo Foram fiscalizadas duas revendas de GLP em Cachoeiro de Itapemirim. Não foram encontradas irregularidades. Goiás Foram realizadas ações de fiscalização, como parte do treinamento prático com Procons (estadual e oito municipais), em seis postos de combustíveis e uma revenda de GLP, nos municípios de Planaltina, Águas Lindas de Goiás, Formosa e Santo Antônio do Descoberto. Não foram encontradas irregularidades. Sete amostras de combustíveis foram coletadas para análise em laboratório. Mato Grosso No estado, em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas, foram fiscalizados dois transportadores-revendedores-retalhistas (TRR) em Lucas do Rio Verde e Matupá. Não foram encontradas irregularidades. Pará Foi fiscalizado um posto de combustíveis em Barcarena, sem registro de irregularidades. Rio de Janeiro Os fiscais estiveram em 14 postos de combustíveis, três distribuidoras de combustíveis e uma revenda de GLP na capital, em Niterói, Duque de Caxias, Cachoeiras de Macacu e Arraial do Cabo. Na cidade do Rio de Janeiro, em parceria com a Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais (SUPCCA), foram lavrados autos de infração e de interdição total em um posto de combustíveis por exercer a atividade sem a autorização da ANP. Foram apreendidos 37.473 litros de combustíveis (24.859 litros de gasolina, 12.517 litros de etanol e 97 litros de óleo diesel). Ainda na capital, também em parceria com a SUPCCA, outro posto de combustíveis recebeu auto de infração e interdição parcial de dois bicos e um tanque, por comercializar gasolina comum com teor de etanol acima do determinado por lei. Houve a apreensão de 3.100 litros de gasolina comum. Em Duque de Caxias, um posto de combustíveis sofreu auto de infração e interdição parcial de seis bicos e um tanque de gasolina aditivada que estava fora das especificações exigidas por lei, com a apreensão de 4.765 litros de gasolina aditivada. Em outro posto do munícipio, foi lavrado auto de infração por não efetuar o controle de drenagem dos tanques de óleo diesel. Um posto de combustíveis de Cachoeira de Macacu sofreu auto de infração e interdição parcial de três bicos e de um tanque por comercializar etanol como se fosse gasolina e não identificar o combustível comercializado na bomba de óleo diesel. Houve a apreensão de 6.890 litros de etanol armazenados no tanque de gasolina comum. Não foram registradas irregularidades nas demais cidades. Foram coletadas 13 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Rio Grande do Sul As ações de fiscalização foram realizadas em oito postos de combustíveis e uma revenda de GLP, nas cidades de Porto Alegre, Viamão, Esteio e Canoas. Em Porto Alegre, um posto de combustíveis sofreu auto de infração e interdição parcial de um tanque e dois bicos de óleo diesel B S10 comum, por comercializar o combustível fora das especificações da legislação, e de um bico de óleo diesel B S10 comum por apresentar bomba medidora com problemas no visor. Foram apreendidos 1.803 litros de óleo diesel B S10 comum. As interdições por óleo diesel B (S10) fora da especificação só foram possíveis graças à utilização do novo equipamento (espectrofotômetro, modelo FTIR), que permitiu detectar em campo o teor de biodiesel irregular. Foi lavrado auto de infração em um posto de combustíveis de Esteio por não identificar na bomba o fornecedor do combustível comercializado. Em ação em parceria com o Procon Municipal, um posto de combustíveis recebeu auto de infração em Canoas, por não identificar na bomba o tipo de combustível comercializado. Não foram encontradas irregularidades em Viamão. Foram coletadas duas amostras de combustíveis para análise em laboratório. São Paulo A ANP fiscalizou 24 postos de combustíveis, três pontos de abastecimento, duas distribuidoras de lubrificantes e uma revenda de GLP, nas cidades de São Paulo, Jundiaí, São José dos Campos, São Caetano do Sul, Diadema e Taubaté. Em Jundiaí, três pontos de abastecimento sofreram autos de infração e interdição total de 10 bicos e sete tanques de óleo diesel B S10, além de cinco bicos e dois tanques de diesel B S500, por operarem sem autorização, compartilharem instalações e fornecerem informações inverídicas na solicitação de Autorização de Ponto de Abastecimento. Foram apreendidos 136.403 litros de óleo diesel B S10 e 15.120 litros de óleo diesel B S500. Foram lavrados ainda autos de infração em outros quatro postos na capital (em ação em parceria com o Procon), em São José dos Campos e Taubaté, por não operar em horário mínimo exigido por lei, não efetuar a drenagem e o registro regular dos resultados em seus tanques de óleo diesel e ostentar marca comercial estando cadastrado como bandeira branca. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. Foram coletadas cinco amostras de combustíveis para análise em laboratório. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, além de penas de suspensão e revogação de sua autorização. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Já a interdição é uma medida cautelar, aplicada para proteger o consumidor, evitando a comercialização de combustíveis fora das especificações, fornecimento de combustível em quantidade diferente da marcada na bomba, entre outras irregularidades. Caso o posto comprove à ANP que o problema foi sanado, a Agência realiza a desinterdição, sem prejuízo do processo administrativo e possíveis penalidades. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do FalaBR, plataforma integrada de ouvidoria e acesso à informação da Controladoria-Geral da União (CGU).

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Petróleo fecha estável antes de negociações entre EUA e Rússia

O petróleo fechou praticamente estável nesta segunda-feira, depois de cair mais de 4% na semana passada, com os investidores atentos às negociações desta semana entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a guerra na Ucrânia. Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam com alta de 0,06%, a US$66,63 por barril. Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos Estados Unidos subiram 0,13%, a US$63,96. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na sexta-feira que se reuniria com o presidente russo, Vladimir Putin, em 15 de agosto, no Alasca, para negociar o fim da guerra na Ucrânia. As negociações seguem o aumento da pressão dos EUA sobre a Rússia, aumentando a perspectiva de penalidades mais rígidas sobre Moscou se um acordo de paz não for alcançado. Trump disse nesta segunda-feira que tanto a Ucrânia quanto a Rússia teriam que ceder terras uma à outra para acabar com a guerra e que suas conversas com Putin teriam como objetivo medir a temperatura em um possível acordo. eldquo;A recente liquidação do petróleo foi interrompida enquanto os mercados aguardam a reunião de alto risco de sexta-feiraerdquo;, disse o analista Alex Hodes, da StoneX, em uma nota nesta segunda-feira. Trump estabeleceu um prazo até a última sexta-feira para que a Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, concorde com a paz ou seus compradores de petróleo enfrentarão sanções secundárias. Ao mesmo tempo, Washington está pressionando a Índia a reduzir as compras de petróleo russo. (Reuters)

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Sabe quantos carros elétricos e híbridos já foram vendidos no Brasil?

Dados divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) indicaram que, em julho de 2025, o Brasil superou a marca de 500 mil carros eletrificados em circulação. Nesse bolo estão veículos totalmente elétricos (BEV), híbridos plug-in (PHEV), híbridos convencionais (HEV) e híbridos com motores flexíveis (HEV Flex). A associação aponta, ainda, que o mês passado foi o melhor da série histórica na comercialização de carros movidos 100% por energia elétrica, com 7.010 emplacamentos. No total, as vendas de veículos eletrificados (excluindo os híbridos leve, mild hybrid, que a ABVE não leva em conta) foi de 19.016 no Brasil, em julho. Não é tanto, comparado com o número total de carros comercializados no País (230 mil unidades) no mesmo período. São menos de 9% do geral, mas é expressivo. Afinal, quando teve início a série histórica, a entidade havia registrado apenas 117 emplacamentos no ano todo. Cabe recordar que em todo o ano de 2024, o volume de emplacamentos de veículos eletrificados no Brasil atingiu 177.358 unidades. Na ocasião, o número resultou em crescimento de 89% na comparação com 2023 - quando foram vendidas 93.927 unidades. Ademais, no primeiro semestre de 2025, os veículos eletrificados já somaram 111.095 emplacamentos. A alta foi de 41,9% na comparação ao mesmo período de 2024. Daqui para frente, no entanto, esse número tende a aumentar, afinal, as fábricas da BYD e da GWM (que promete começar a produção pré-série a partir do dia 15), por exemplo, devem alavancar ainda mais as vendas de modelos elétricos e híbridos.

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Do poço ao posto: Petrobras planeja voltar a vender gás de botijão e combustível

Do poço ao posto. É com essa máxima que a Petrobras quer retomar sua atuação original, depois de ter vendido uma série de ativos nos últimos anos, que resultaram na saída da empresa de áreas como venda de combustíveis e de gás de botijão ao consumidor final. Na noite de quinta-feira, a estatal anunciou que seu Conselho de Administração aprovou o retorno ao setor de distribuição. Segundo fontes, a investida atende a um pedido de Lula, que, por diversas vezes, já reclamou que reduções de preços anunciadas pela estatal na refinaria não chegam nas bombas e está de olho na popularidade para 2026. Além de já vender diesel a grandes consumidores, como indústrias e empresas de transporte, e gás natural no mercado livre, a Petrobras planeja o retorno ao setor de distribuição de gás de botijão (GLP) já no início do próximo ano, por meio de aquisição ou parceria com alguma empresa do setor, segundo fonte ouvida pelo GLOBO. Hoje, a estatal vende GLP apenas para as distribuidoras. A Petrobras já esteve presente no segmento com a Liquigás, empresa vendida para a Copagaz em 2021, no governo de Jair Bolsonaro. elsquo;Portas abertasersquo; O novo posicionamento da Petrobras para o segmento de distribuição também mira a venda de combustíveis líquidos em postos. Ao vender a BR Distribuidora (hoje Vibra), durante o governo Bolsonaro, a Petrobras assinou contrato de não competição até 2029. Ou seja, até lá a estatal não pode vender gasolina e diesel em postos ao consumidor final. Segundo essa fonte, o aval do Conselho permite que a empresa comece, agora, a preparar seu retorno ao setor. Não estaria descartada uma rodada de negociações com a Vibra. Magda Chambriard, presidente da Petrobras, afirmou querer eldquo;portas abertaserdquo; para a distribuição, em teleconferência com analistas para tratar dos resultados do segundo trimestre. emdash; O que não podemos ter é limitação para fazer esses esforços e avanços. Tudo o que for necessário, seja no B2B (venda de empresa para empresa), para o grande consumidor, seja uma venda para o consumidor final em postos de combustíveis, seja na direção do gás. Nós queremos portas abertas para optar pela empresa para a melhor agregação de valor possível e a forma mais eficiente de colocar esse nosso produto no mercado. Quando entendemos que a Petrobras, ao longo do tempo, se posicionou pela obrigação de sair de alguns mercados, a gente diz assim: eldquo;Por que vamos ter obrigação de sair e por que não podemos deixar essa porta aberta para que seja usada da melhor maneira possível?erdquo; emdash; Em conversa com analistas e imprensa, Fernando Melgarejo, diretor financeiro e de Relações com Investidores, afirmou que eldquo;o compromisso de não competição (com a Vibra) será cumpridoerdquo;. No comunicado divulgado pela estatal, o posicionamento para a atuação em distribuição prevê a entrada em eldquo;negócios rentáveis e de parcerias nas atividades de distribuição, observadas as disposições contratuais vigenteserdquo;. Além disso, a companhia destacou três direcionamentos: eldquo;atuar na distribuição de GLPerdquo;, eldquo;integrar com demais negócios no Brasil e no mundoerdquo; e eldquo;oferecer soluções de baixo carbono a clienteserdquo;. emdash; Somos uma empresa que nasceu integrada, uma empresa do poço ao posto. Quando olhamos o aumento de produção de gás, temos um produto que vai ter uma produção crescente e, se isso for bom e lucrativo e tiver atratividade, por que não exercer essa sinergia? Mas não há projeto de aquisição de GLP na carteira da Petrobras, apenas a garantia de que as portas estejam abertas para uma eventual possibilidade, caso o projeto seja bom e rentável emdash; disse Magda. Caminho difícil Segundo ela, com a produção aumentando, o desafio é colocar os produtos no mercado. Ela destacou a mesma estratégia para o diesel. Hoje, a estatal só pode vender diesel a grandes consumidores: emdash; A produção é crescente e deságua na ampliação do refino. Temos a pretensão de aumentar o diesel S10 até 2029 em mais 200 mil barris por dia. E isso gera uma pressão por ampliação de mercado. Estamos indo direto na porta dos grandes consumidores, como o do agronegócio, e buscando colocar GLP industrial e GLP residencial, com a ampliação do mercado de gás natural. Entenda: Qual é o peso da Rússia na importação de diesel pelo Brasil? A importação pode virar novo alvo de Trump? Vitor Sousa, analista da Genial Investimentos, avalia que o retorno da Petrobras à distribuição poderia pressionar os preços para baixo, no geral. No entendimento do analista, o cenário é exatamente o mesmo no mercado de gás. emdash; Parece ser um pouco de pressão do presidente, do governo emdash; diz Sousa. emdash; No limite, olhando para o futuro (e para eleições 2026), pode ser isso. A Petrobras sempre investe pouco abaixo do prometido. Agora, estão querendo mudar, investir um pouco mais, mas investir pior. Reforçaram o desejo de voltar a ser uma empresa integrada. Para Felipe Feres, sócio na área de Infraestrutura e Energia do Mattos Filho Advogados, diz que voltar ao posto não será tarefa fácil: emdash; Se o acordo é vinculante, dificilmente a Petrobras poderia questionar. E o setor de distribuição é baseado em infraestrutura. Como vai voltar a distribuir sem essa infra? Teria de fazer parceria ou comprar uma grande distribuidora. Margem na revenda Levantamento feito por Eric Gil Dantas, economista do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), antecipado pela Folha de S.Paulo, aponta que a margem na revenda de combustíveis nos postos subiu muito acima da inflação nos últimos anos. Desde 2021 e até junho deste ano, a alta na margem da gasolina alcançou 97%, enquanto no diesel foi de 89%. Para o GLP, o aumento foi de 58%. Nesse mesmo período, a inflação geral medida pelo IBGE ficou em 31,5%. No recorte de 2025, o aumento no caso da gasolina é de 13% e o do diesel, 32%, enquanto o GLP ficou estável. Já a inflação subiu 2,99%. James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis, evitou fazer comentário sobre a Petrobras, mas destacou que quanto mais concorrência, melhor. Ele refutou, porém, o levantamento de preços: emdash; A margem bruta, em revenda, distribuição e transporte, é de 20%. São 20% para dividir por três elos. Margem bruta é a diferença entre o valor de compra e o de venda, mas tem de tirar os demais custos que vêm subindo de forma galopante, como energia, insumos, pessoal emdash; disse.

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Dividendos e volta a mercado de gás de cozinha derrubam valor da Petrobras

Um dia após divulgar balanço, estatal perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado. Ações ordinárias caíram 7,95% e preferenciais, 6,15%. Um dia depois da divulgação de balanço referente ao segundo trimestre, as ações da Petrobras despencaram ontem na Bolsa de Valores, com a avaliação de investidores de que ficou aquém do esperado o valor dos dividendos anunciados pela estatal no período, de R$ 8,66 bilhões. Também pesou nos negócios a decisão da Petrobras de voltar ao setor de distribuição, seis anos após ter saído da área com a venda da BR Distribuidora. As ações ordinárias caíram 7,95%, enquanto as preferenciais recuaram 6,15%. O mau humor contaminou o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que recuou 0,45%. Como resultado, só ontem a Petrobras perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado. Foi a maior perda em um só dia desde 15 de maio de 2024, quando os investidores se abalaram com a renúncia do então CEO Jean Paul Prates. O valor de mercado da estatal caiu de R$ 442,1 bilhões para R$ 410,2 bilhões, o menor nível desde junho deste ano, quando havia perdido o piso de R$ 400 bilhões pela primeira vez após dois anos. Na Bolsa de Nova York (NYSE), os certificados de ações (ADRs) relati Tombo Valor de mercado da estatal caiu de R$ 442,1 bi para R$ 410,2 bi; ação ON recuou 7,95% vos à ação ON recuaram 7,34%, enquanto os equivalentes à PN cederam 6,42%. Para o analista Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, os números da Petrobras vieram abaixo do consenso, com maior volume de despesas de capital (capex, no jargão do setor) e piora nos indicadores de retorno sobre o capital investido. eldquo;Olhando para frente, mesmo com expectativa de maior produção no ano, o capex deverá seguir elevado diante da transição de FPSOs (navios-plataforma) arrendados para próprios.erdquo; RETORNO À DISTRIBUIÇÃO. Outro ponto que desagradou ao mercado foi a aprovação à volta da atividade nos segmentos de refino, transporte e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP, gás de cozinha), pelo conselho de administração da estatal. Segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras prevê primeiramente a expansão na distribuição de GLP, a integração com outros negócios no Brasil e no exterior e a oferta de soluções de baixo carbono aos clientes. À noite, em evento no Rio, a presidente da Petrobras, Magda Chambriad, disse que eldquo;quem apostar contra a Petrobras vai perder dinheiroerdquo;. No segundo trimestre, a petroleira obteve lucro líquido de R$ 26,6 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 2,6 bilhões no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida), que mede a capacidade da empresa em gerar caixa, foi de R$ 52,2 bilhões, resultado 5,1% superior ao do segundo trimestre de 2024. ebull; Apesar de a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defender a intenção da empresa de voltar ao setor de distribuição de gás de cozinha, especialistas de mercado desaprovam a iniciativa. Durante teleconferência ontem com analistas, a executiva enfatizou que o atual tamanho da Petrobras se deve à visão de integração e à busca por sinergias, o que explica a decisão de voltar ao setor. eldquo;Somos uma empresa que nasceu integrada do poço ao posto. Diante de um produto que vai ter uma produção crescente, e se for um bom negócio para a companhia com uma atratividade adequada, por que não exercer mais essa sinergia?erdquo;, questionou. Magda disse que, com a produção de GLP aumentando, o grande desafio da companhia é colocar os produtos no mercado. eldquo;Temos pressão por ampliação de mercado, estamos indo direto aos grandes consumidores de GLPerdquo;, afirmou. A executiva afirmou que a Petrobras não pode ter limitação para o avanço do GLP e que deve buscar venda, seja no modelo B2B (de empresa para empresa), seja para o consumidor final. O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse que a empresa busca grandes clientes para o fornecimento de GLP de forma direta, caso de Vale e produtores do agronegócio. eldquo;Quando se fala em distribuição, é que estamos nos aproximando dos clientes. Estamos muito ligados a oferecer para o agronegócio, ir direto para grandes consumidores.erdquo; DESAPROVAÇÃO. Analistas de mercado desaprovaram a iniciativa. eldquo;Vemos a medida sob uma ótica negativaerdquo;, afirmou Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, em nota. eldquo;Trata-se de um segmento com margens historicamente mais apertadas, o que tende a reduzir a eficiência da alocação de capital e pressionar o rendimento anualizado do caixa livre.erdquo; O Citi afirmou em relatório que o ritmo de despesas de capital ( capex, no termo usado pelo mercado) está mais alto do que o previsto, indicando que a Petrobras se aproxima de atingir sua orientação de US$ 18,5 bilhões. eldquo;A maior alavancagem chama a atenção para o fato de que, pela primeira vez em muito tempo, a Petrobras ultrapassou US$ 65 bilhões de dívida brutaerdquo;, afirmam os analistas. No caso dos combustíveis líquidos, segundo apurou o Estadão/Broadcast, na reunião de anteontem do conselho de administração decidiu-se que era cedo para discutir a volta aos postos de abastecimento, já que até 2029 a Petrobras não pode, por contrato, concorrer com a Vibra (ex-BR Distribuidora). Apesar da mudança de nome, a marca Petrobras foi mantida com a Vibra por dez anos. A subsidiária foi vendida no governo Bolsonaro, em 2019, por R$ 9,6 bilhões. À época, a BR era a maior distribuidora do País, com quase 8 mil postos. ebull;

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