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Petrobras e Sindicato investigam incêndio em plataforma de petróleo

A Petrobras criou uma comissão para apurar as causas do incêndio que atingiu, na manhã de ontem (21), uma plataforma da estatal na Bacia de Campos, no litoral Norte do Rio de Janeiro. Quatorze trabalhadores sofreram queimaduras por conta do acidente na plataforma, situada cerca de 130 quilômetros da costa da cidade de Macaé. Segundo a Petrobras, um dos feridos caiu no mar, mas foi logo resgatado consciente. O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense e diretor da Federace#807;ae#771;o Ue#769;nica dos Petroleiros, Sergio Borges Cordeiro, informou que 176 trabalhadores estavam a bordo da plataforma quando o fogo começou. Disse, ainda, que o escoamento de gás foi interrompido, as comunicações da plataforma caíram e embarcações de emergência foram acionadas. Nas redes sociais ele garantiu que o Sindicato acompanha o caso e cobra providências urgentes. De acordo com a Prefeitura de Macaé, o pessoal do município está de prontidão para auxiliar tanto a Petrobras quanto o Hospital Público Municipal doutor Fernando Pereira da Silva, que recebeu oito trabalhadores com quadro leves. Só no ano passado, segundo a ANP, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, as atividades de exploração e produção de petróleo no país registraram 731 acidentes.

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ANP debate atuação de órgãos públicos e agentes privados na crise do RS de 2024

A ANP realizou, em 16/4, em Porto Alegre (RS), evento para debater e avaliar a atuação da Agência, outros órgãos públicos e agentes privados durante a situação de emergência no estado, em maio de 2024, devido às chuvas. No encontro, foi apresentado o Relatório sobre Logística de Abastecimento no RS, que mostra o trabalho desenvolvido pela ANP na ocasião, relativo à garantia do abastecimento e à fiscalização da qualidade dos combustíveis comercializados na região. Também ocorreram apresentações do Ministério de Minas e Energia (MME), sobre o papel do órgão em situações de crise, e de agentes econômicos do segmento de abastecimento. Na avaliação dos palestrantes, a atuação da ANP foi bem-sucedida, tendo possibilitado a garantia do abastecimento, a manutenção da qualidade dos combustíveis e facilitado a atuação dos agentes regulados na mitigação da crise. Contudo, foi pontuado pela ANP que é importante complementar o Relatório com informações sobre a atuação das empresas privadas relativas a medidas de mitigação de seus riscos internos, bem como sociais e humanitárias. Essas medidas disseram respeito, inclusive, aos seus próprios funcionários, considerando que precisaram, simultaneamente, lidar com a crise em suas próprias casas e famílias, e trabalhar para a mitigação dos efeitos da situação de emergência para a sociedade. Segundo a Agência, essas ações foram acertadas e contribuíram para o sucesso das operações. Por isso, foi solicitado que as empresas enviem esses dados para a complementação do documento. Na abertura do evento, o superintendente de Distribuição de Logística da ANP, Diogo Valerio, ressaltou a importância do trabalho conjunto em situações como essa. eldquo;É preciso destacar o esforço conjunto entre ANP, Ministério, órgãos estaduais e municipais e agentes econômicos do setor para o sucesso desse trabalho. Todo esse esforço, com os órgãos e empresas focando nas questões sociais, trouxe à tona o lado humano da criseerdquo;. O superintendente de Fiscalização do Abastecimento, Julio Nishida, também falou sobre a importância do trabalho integrado e destacou, em especial, a atuação do Núcleo Regional de Fiscalização da ANP em Porto Alegre. eldquo;A equipe mapeou as áreas mais atingidas pelas enchentes, monitorou a evolução dos preços e a disponibilidade de combustíveis automotivos e de GLP, bem como realizou vistorias em campo, a fim de levantar dados sobre estoques e mitigar eventuais desabastecimentos pontuais - tudo isso enquanto lidava com os impactos da crise em suas próprias casas ou nas de familiareserdquo;, afirmou. Na ocasião da crise, a ANP iniciou um trabalho de monitoramento da situação e publicou uma série de decisões para mitigar os efeitos no abastecimento, como flexibilizações nas misturas de biocombustíveis aos combustíveis fósseis e autorizações de cessões de espaço entre distribuidores. A Agência participou ainda de reuniões constantes com órgãos públicos e representantes do setor de combustíveis, para acompanhar a situação e avaliar as ações necessárias. Também foi realizado um trabalho diário em campo, verificando bases de distribuição, postos de combustíveis e revendas de GLP (gás de cozinha) para obter um panorama do abastecimento. No período, a Agência reforçou ainda o trabalho conjunto com órgãos municipais e estaduais de defesa do consumidor, para identificar e coibir a prática de preços abusivos, além da verificação de aspectos de qualidade dos combustíveis. Nessas ações, não foram identificados preços abusivos, apenas variações normais decorrentes da dificuldade logística na região. Tampouco foram registrados importantes problemas de qualidade em decorrência das enchentes. Também foram feitas ações de orientação aos revendedores da região sobre como proceder após a fase crítica da calamidade, de forma a garantir que equipamentos danificados ou produtos contaminados não gerassem prejuízos aos consumidores. Foi divulgada uma cartilha com essas orientações, que pode ser consultada em Orientações para postos revendedores no Rio Grande do Sul. Além da ANP e do MME, fizeram apresentações o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e a Petrobras. As apresentações realizadas pela ANP no evento podem ser consultadas na página Apresentação do Relatório sobre Logística de Abastecimento - RS.

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Pix Parcelado e Pix em Garantia: confira as novidades e quando entram em vigor

O Banco Central (BC) anunciou novas funcionalidades para o Pix, incluindo o Pix Parcelado e o Pix em Garantia, que permitirão o uso do sistema de pagamentos instantâneo em operações de crédito. As novidades foram detalhadas após a última reunião do Fórum Pix, realizada no final de março. Além disso, as instituições financeiras deverão implementar o autoatendimento do Mecanismo Especial de Devolução (MED), facilitando a devolução de valores em casos de fraude. O Pix Parcelado tem previsão de entrar em vigor em setembro deste ano e possibilitará ao usuário (pessoa física ou jurídica) obter crédito para parcelar uma transação. O recebedor terá acesso imediato ao valor total, enquanto o pagador poderá quitar o débito em parcelas, de forma semelhante ao funcionamento de um cartão de crédito. O Banco Central exemplifica essa funcionalidade em compras no varejo, já que o Pix Parcelado permitirá a aquisição de bens e serviços de maior valor, beneficiando aqueles com menor acesso a outras formas de crédito. Essa modalidade também poderá ser utilizada em qualquer tipo de transação Pix, incluindo transferências. Já o Pix em Garantia tem lançamento previsto para 2026. Ele permitirá que empresas utilizem seus recebíveis futuros de Pix como garantia em operações de crédito. eldquo;O objetivo é baratear o crédito ofertado para as empresas, principalmente para aquelas cujo uso do Pix é mais relevanteerdquo;, informa o Banco Central. De acordo com o BC, essa solução é direcionada a estabelecimentos comerciais e empresas. A complexidade de sua infraestrutura é o motivo apontado pela instituição para o prazo de implementação em 2026. Outra novidade para o Pix, com início de operação previsto para 1º de outubro deste ano, é o autoatendimento do Mecanismo Especial de Devolução (MED). Essa ferramenta possibilitará a devolução de valores em casos de fraude diretamente pelo aplicativo dos bancos. Atualmente, para contestar débitos via Pix decorrentes de fraudes, golpes ou outros crimes, o cliente precisa entrar em contato com a instituição financeira. Com o autoatendimento, os bancos deverão oferecer essa funcionalidade em seus aplicativos de forma totalmente digital, dispensando a necessidade de o usuário buscar atendimento presencial ou remoto para registrar o pedido. Segundo o BC, essa medida visa acelerar o processo de devolução de valores, eldquo;aumentando a chance de os recursos transferidos por fraude serem bloqueados na conta do fraudador e devolvidos para a vítimaerdquo;.

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Organizações declaram apoio a decreto do RenovaBio

Em nota conjunta, Instituto Combustível Legal (ICL), Bioenergia Brasil, Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) e União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) declararam apoio ao Decreto nº 12.437/2025, publicado nesta quinta-feira (17/4). Para as entidades, o decreto fortalece o RenovaBio com medidas rigorosas para coibir fraudes e garantir a integridade do programa. Também endossam a aplicação de penalidades severas a distribuidoras que descumprirem metas de descarbonização, além da criação de listas públicas de empresas irregulares e o reforço das ações de fiscalização pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). eldquo;A nova legislação aumenta a segurança jurídica, valoriza os agentes que cumprem a lei e contribui para a eficiência e previsibilidade do mercado de biocombustíveis no Brasilerdquo;, diz a nota. As novas penalidades no mercado de combustíveis Lista de inadimplentes sujeita distribuidoras à proibição de comercializar e importar combustíveis. A ANP será responsável por estabelecer os procedimentos e critérios para a aplicação dessa penalidade. A situação do distribuidor só será regularizada por meio da aquisição e aposentadoria dos CBIOs equivalentes às metas não cumpridas. Agentes que estiverem em dívida com as metas do RenovaBio serão vedados de comercializar e importar combustíveis até regularizarem a situação. Multa máxima para quem não cumpre o RenovaBio passa de R$ 50 milhões para R$ 500 milhões. A distribuidora que infringir essas regras será penalizada com multas que variam de R$ 100 mil a R$ 500 milhões, de acordo com o grau de inadimplência. O decreto anterior previa o máximo de R$ 50 milhões em multa para esses casos. Comercializadores e importadores podem sofrer sanções se venderem para inadimplentes. Assim como o inadimplente do RenovaBio pode ser penalizado com multas de R$ 100 mil a R$ 500 milhões, o comercializador ou importador que fizer negócios com essas distribuidoras enquanto houver a vedação também poderão receber as mesmas penalidades. Irregularidades no rateio de CBIOs com produtores de cana podem render multa de até R$ 50 milhões para fabricante de biocombustível. A Lei 15.082/25 também definiu que os produtores de cana-de-açúcar devem ser remunerados com CBIOs, cabendo ao produtor de biocombustíveis o cumprimento dessa obrigação. Nesse caso, eventuais irregularidades nos repasses resultarão em multas proporcionais à quantidade de CBIOs não pagos, assegurando aos produtores da matéria-prima o acesso à participação nas receitas do programa. O valor mínimo está fixado em R$ 100 mil, e o teto, em R$ 50 milhões, para esses casos. A multa será cobrada em dobro caso o produtor de cana forneça ao produtor de biocombustíveis os dados primários para o cálculo da nota de e Eficiência Energético-Ambiental, respeitando o limite máximo. Inconsistências no balanço de estoques de diesel e biodiesel podem suspender o fornecimento de combustíveis a distribuidoras. A ANP realizará o balanço de biodiesel, diesel A e diesel B a partir dos dados fiscais das transações e publicará a lista de distribuidores com balanço inconsistente com os dados das notas fiscais. Os agentes que estiverem nessa lista terão o fornecimento de combustível vedado até a comprovação de adequação. A partir de agora, o descumprimento das metas do RenovaBio passa a ser tratado como crime ambiental. A ANP deverá encaminhar a relação de devedoras à Advocacia Geral da União (AGU), ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Para todas as penalidaes que implicam em multas, os valores não poderão superar 5% do faturamento anual registrado no balanço de dois exercícios anteriores.

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Petróleo cai mais de 2% com sinais de progresso em negociações entre EUA e Irã

Os preços do petróleo fecharam com queda de mais de 2% nesta segunda-feira (21), devido a sinais de progresso nas negociações entre os Estados Unidos e o Irã, enquanto os investidores continuaram preocupados com os ventos contrários econômicos das tarifas que poderiam reduzir a demanda por combustível. Os contratos futuros do petróleo Brent caíram US$ 1,70 (R$ 9,95), ou 2,5%, a US$ 66,26 (R$ 387,97) por barril, após fecharem em alta de 3,2% na quinta-feira (17). Quinta-feira foi o último dia de fechamento da semana passada, devido ao feriado da Sexta-feira Santa. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA caiu US$ 1,60 (R$ 9,37), ou 2,5%, para US$ 63,08 (R$ 369,35) por barril, depois de fechar em alta de 3,54% na sessão anterior.

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Trump e mudanças na Europa derrubam entusiasmo com hidrogênio verde no Brasil

Há alguns meses, tanto governo brasileiro quanto empresários estavam empolgados com a possibilidade de o Brasil ser o vanguardista na produção em escala de hidrogênio verde no mundo. O pioneirismo, apontavam, abriria portas de mercados avançados para a indústria nacional e permitiria o desenvolvimento do Nordeste, região que abriga os principais projetos do combustível no país. Esse entusiasmo, no entanto, dissipou-se e os brasileiros caíram na real, nas palavras de alguns executivos do setor. A chegada de Donald Trump à presidência dos EUA só aumentou as incertezas preexistentes com o combustível do futuro, e até a Europa endash;que abrigará a primeira demanda desse mercadoendash; deu alguns passos atrás nas últimas semanas. O próximo primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, por exemplo, é reticente quanto às metas ambiciosas do atual governo e já questionou a viabilidade de substituir o uso de gás na produção de aço por hidrogênio verde. A narrativa pode ganhar força em caso de um cessar-fogo na guerra na Ucrânia e uma retomada de exportação de gás russo para a Europa. Sem uma meta ambiciosa dos alemães, que lideram a pauta ambiental na Europa, dificilmente o mercado deve caminhar com a velocidade que se esperava. "A Europa tinha uma missão publicada de 10 milhões de toneladas de importação, o que equivale a 60 gigawatts de eletrolisadores. Mas eles estão passando por conflitos e por uma série de coisas, o que faz com que a gente entenda que a demanda atual seja bem menor", diz Luis Viga, responsável pelo projeto da Fortescue no Brasil e presidente do conselho da ABHIV (Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde). "Com isso, muitos projetos no mundo foram cancelados." Especialistas também apontam que as pesquisas relacionadas à produção de hidrogênio verde avançaram menos do que o planejado e é difícil estimar quando o combustível terá o mesmo preço do hidrogênio cinza, feito a partir de combustível fóssil. A Bnef, braço da Bloomberg responsável por pesquisas sobre transição energética, apontou neste mês que dificilmente o quilo do hidrogênio verde custará, em algum momento, US$ 1, valor necessário para que se equipare ao hidrogênio cinza. Hoje, nas contas da consultoria, no melhor cenário possível, o combustível limpo custa US$ 3,2 por quilo na China. Fora do gigante asiático e com tecnologias menos avançadas, no entanto, esse valor sobe para US$ 4 na Arábia Saudita, US$ 6,3 na Índia, US$ 6,7 na Espanha e US$ 7 no Brasil. As análises levam em conta projetos desconectados da rede elétrica, mas no caso do Brasil os projetos devem estar conectados, o que reduziria o atual preço para cerca de US$ 3,5, segundo executivo do setor. Ainda assim, o avanço de alguns projetos fora do Brasil a partir de subsídios públicos e as dificuldades físicas para transportar o hidrogênio para a Europa colocaram alguns países mais próximos dos europeus na dianteira da corrida pelo primeiro fornecimento. No ano passado, um projeto de hidrogênio verde no Egito foi o campeão de um leilão organizado com o governo alemão para abastecer o país a partir de 2027. "O que houve, na verdade, foi um choque de realidade de qual é o tamanho desse mercado e no que ele pode ser usado", diz Vinicius Nunes, chefe de pesquisa do mercado brasileiro de transição energética na Bnef. "Mas, ao mesmo tempo, não necessariamente o Brasil vai ser o fornecedor; o país pode até ser competitivo, mas há subsídios e regulações [que afetam a corrida]." A proximidade dos projetos com a Europa é um dos pontos mais levados a sério nas análises de viabilidade feitas pelas grandes empresas do setor, segundo Hanane El Hamraoui, vice-presidente da HDF, empresa francesa com vários projetos de H2 verde no mundo. O custo logístico do hidrogênio é alto e, em caso de transporte por navios, é necessário transformá-lo em amônia no país exportador e reconvertê-lo em hidrogênio no país importador. Uma das soluções mais viáveis encontradas pelos europeus é o transporte via gasodutos endash;em janeiro, Itália, Alemanha, Áustria, Argélia e Tunísia anunciaram um plano de avançar na construção da infraestrutura. "Se quisermos evitar uma infraestrutura muito grande a ser instalada, projetos próximos ao mercado é melhor. O Egito, por exemplo, está próximo do mercado, assim como Marrocos e Tunísia", diz El Hamraoui. O cenário desfavorável aos projetos brasileiros prejudica a assinatura de contratos com empresas interessadas em comprar antecipadamente a produção. Essas negociações são responsáveis por injetar investimentos nas instalações ou por facilitar a interlocução com bancos privados. "Aqui no Brasil ninguém ainda tem contratos de offtake [fornecimento antecipado]. E todos os projetos grandes têm que ser financiados, porque o banco só vai emprestar se tiver offtake", diz Viga, da Fortescue. Executivos acreditam que esses contratos só serão assinados quando os projetos tiverem concluído suas engenharias. Mas o primeiro grande contrato de offtake pode estar prestes a acontecer. No final de abril, a Hintco, organização responsável por gerir o leilão que consagrou o projeto no Egito, visitará São Paulo para apresentar seu novo leilão endash;desta vez com um lote dedicado apenas a projetos na América Latina e Oceania. A Hintco garante o pagamento de 484 milhões de euros (R$ 3 bilhões) ao projeto vencedor em troca de fornecimento do hidrogênio verde para empresas europeias de 2028 a 2036 emdash;em comparação, o projeto da Fortescue exige R$ 20 bilhões. Vence o projeto com o menor preço, sendo que a diferença entre o valor vendido e o pago pelas empresas será bancado pelo governo da Alemanha. A quantia só será entregue ao projeto após o fornecimento, mas uma garantia antecipada de demanda pode facilitar a interlocução com bancos privados. "Nós oferecemos acordos de compra de longo prazo, com preços fixos, e isso permite que os projetos tomem a decisão final de investimento e tenham um caso de negócio viável. Com isso, eles têm um comprador que está além de qualquer risco de crédito, já que o leilão é apoiado pelo governo alemão", diz Timo Bollerhey, CEO da Hintco. O vencedor deve ser anunciado no início do ano que vem. A expectativa é que, caso o vencedor seja um projeto brasileiro, o andamento da primeira produção possa alavancar a demanda interna do país, o que desprenderia os interesses do Brasil das políticas europeias. "Uma vez que você comece a produzir e a aumentar a escala, o seu custo de produção diminuirá. E então isso chegará a um ponto onde também será interessante para o consumo local", diz Bollerhey. A demanda local, aliás, é vista por alguns especialistas como a origem da real viabilidade dos projetos brasileiros de hidrogênio verde, hoje ainda muito voltados para exportação. "O Brasil tem que olhar principalmente para o mercado doméstico, porque o maior uso hoje de hidrogênio no país é a Petrobras, então você já tem um uso que poderia ser descarbonizado. Se a possibilidade de exportação acontecer, acho que é ótimo, mas o Brasil tem que focar também projetos domésticos", diz Nunes, da BloombergNEF. O jornalista viajou a convite do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha

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