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Conferência DATAGRO: Com etanol protagonista, Brasil é peça-chave da descarbonização global

Nos últimos dois dias (24 e 25), a 22ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol destacou, para cerca de 1200 participantes presenciais, a constante evolução tecnológica do segmento da cana-de-açúcar, que vem resultando na geração de novos produtos, sobretudo de caráter energético. Durante o evento, o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, enfatizou que no portfólio do setor sucroenergético somam-se agora ao açúcar, ao etanol e à bioenergia, novidades, entre as quais, o biogás/biometano, o carvão mineral advindo do bagaço da cana e a possibilidade do hidrogênio verde a partir do etanol -- todos produtos energéticos renováveis. A capacidade de o país gerar energia a partir de diversas fontes foi também ressaltada pelo presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, em painel. Ele disse que o futuro da mobilidade sustentável no Brasil deverá contemplar variadas rotas tecnológicas. Estas alternativas energéticas proporcionadas pelo setor no Brasil vão ao encontro das metas de descarbonização de vários governos mundo afora que, atualmente, recorrem a fontes não renováveis de energia devido à crise causada pelo confronto entre Rússia e Ucrânia. Pelo 22º ano, e este ano frente a participantes da Índia, Alemanha, Argentina, Suíça, Colômbia, Costa Rica, Nova Zelândia, Estados Unidos, Japão e México, a tradicional Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol mantém seu compromisso de reunir os principais líderes e representantes do setor internacional de açúcar e energia reforçando oportunidades de mercado em todo o mundo, divulgando novas tecnologias e compartilhando know-how brasileiro e fundamentos para estratégia setorial do país que é o maior produtor e exportador mundial de açúcar.

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Preço da gasolina nos postos do Brasil cai em outubro, apontam pesquisas

O preço médio da gasolina nos postos do Brasil recuou até 1,67% em outubro ante o mês passado, segundo pesquisas da ValeCard e da Ticket Log divulgadas nesta quinta-feira. Pelo levantamento da ValeCard, o recuo foi de 0,67% no mês, com um valor médio de 5,16 reais o litro. Já a Ticket Log apontou uma queda mensal maior, de 1,67%, registrando o preço médio de 5,24 reais. Tanto a pesquisa da ValeCard quanto a da Ticket Log constataram altas nos preços em apenas três Estados, todos no Nordeste: Rio Grande do Norte, Sergipe e Bahia. Sergipe e Bahia também registraram alta nos preços do diesel, em grande parte influenciados pelos reajustes na refinaria baiana de Mataripe, operada pela Acelen, segundo outro levantamento da Ticket Log divulgado nesta quinta-feira. Os maiores recuos nos preços da gasolina foram encontrados pela ValeCard na Paraíba, com 2,95%, e no Amapá pela Ticket Log (-6,36%). Ambas as pesquisas foram realizadas entre os dias 1º e 27 de outubro nos postos credenciados às marcas. (Reuters)

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Presidente da Fecombustíveis participa de Encontro dos Revendedores do Pará

O presidente da Fecombustíveis, James Thorp Neto, participou, ontem (26), da cerimônia de abertura do 17o Encontro dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniência do Norte de Brasil em Belém (PA). Thorp citou três conquistas em prol da revenda desde que assumiu a presidência da Federação, ao longo de cinco meses. A primeira delas foi o projeto de lei da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, que passou a avançar no Congresso, e segundo o presidente "em futuro próximo estará resolvido". A Fecombustíveis defende o pagamento de uma taxa mais justa para a revenda, proporcional ao porte do negócio. Hoje, um posto de combustível está enquadrado no mesmo patamar de uma refinaria ou distribuidora. A segunda conquista foi o retorno da tolerância máxima em relação aos erros admissíveis nas aferições de bombas para mais ou menos 0,5% (+/-100 ml em 20 litros). E a terceira vitória foi a Portaria 2.776, do Ministério de Trabalho e Previdência, que alinhou a data do prazo da instalação dos sistemas de recuperação de vapores ao novo Regulamento Técnico Metrológico do Inmetro, para 31 de dezembro de 2024, no caso de bombas fabricadas anteriores a 2004. Thorp também destacou a importância da manutenção da queda da carga tributária após 31 de dezembro. "Estamos do lado da população. Para o posto quanto menor a carga tributária, melhor", disse e passou um recado para a revenda local. "Apoiem o seu sindicato, participem! A casa da revenda é o seu sindicato e a casa dos sindicatos é a Federação. Só conseguiremos sucesso nesse pleito se tivermos apoio de toda revenda", finalizou.

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País cria 278 mil empregos formais em setembro, aponta Caged

O Brasil gerou 278.085 empregos com carteira assinada em setembro, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. O resultado veio abaixo do registrado em setembro do ano passado, quando foram abertas 330.177 mil vagas formais. O saldo verificado no mês passado é a diferença entre as admissões (1,926 milhão) e as demissões (1,648 milhão). O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês, e o resultado veio dentro do intervalo das estimativas de analistas consultados pelo Estadão/broadcast. As projeções eram de abertura líquida de 167 mil a 300 mil vagas, com mediana positiva de 261 mil postos formais de trabalho. No acumulado de janeiro a setembro, o saldo do Caged é positivo em 2,147 milhões de vagas. O número está abaixo dos nove primeiros meses do ano passado, quando houve criação líquida de 2,504 milhões de postos formais. O Caged trata apenas do mercado formal, com carteira assinada. Já o mercado de trabalho brasileiro é formado, na sua maior parte, pelo trabalho informal endash; daí a diferença com os números do IBGE. Desde 2020, o uso do Sistema do Caged foi substituído pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (esocial) para as empresas, o que traz diferenças na comparação com resultados dos anos anteriores. Os dados do Caged podem ser revisados até um ano após novas demissões e contratações. ebull;

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'Conjuntura incerta' leva Copom a manter taxa de juros em 13,75%

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve ontem a Selic em 13,75% ao ano e voltou a indicar a permanência da taxa básica de juros em patamar elevado por eldquo;período suficientemente prolongadoerdquo; até a estabilização da inflação. Em comunicado divulgado após sua reunião, também ressaltou que eldquo;a conjuntura, ainda particularmente incerta e volátil, requer serenidade na avaliação dos riscoserdquo;. eldquo;O comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflaçãoerdquo;, diz o comunicado. Na sequência, repete o aviso de que poderá ajustar os passos futuros e que eldquo;não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperadoerdquo;. É a segunda vez consecutiva que o Copom mantém a Selic em 13,75%, depois de ter concluído, no encontro de setembro, o mais longo ciclo de alta dos juros da história endash; iniciado ainda em março de 2021. Nesse processo de aperto monetário, foram 12 altas consecutivas, com um aumento acumulado de 11,75 pontos porcentuais, o maior desde 1999. Mesmo com a manutenção, a Selic está no patamar mais alto desde o fim de 2016. Para a economista da XP Tatiana Nogueira, o BC vai se manter em modo eldquo;esperar para vererdquo; até as incertezas tanto no Brasil quanto no exterior se dissiparem . Ela lembra que tanto o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), adversários no segundo turno da eleição presidencial, já disseram que vão mexer na regra do teto dos gastos. eldquo;Dado que a dívida e o serviço da dívida brasileiros continuam elevados, consideramos uma nova âncora fiscal (crível) como condição essencial para que as expectativas de inflação convirjam para a trajetória da metaerdquo;, afirmou. eldquo;Esperávamos que ele (o Banco Central) iria manter esse discurso conservador, porque o IPCA ainda tem mostrado uma desinflação pequena no curto prazo, com a queda mais focada em administradoserdquo;, afirmou o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. eldquo;Acho que ele (o BC) entregou uma mensagem mais dura hoje (ontem), com alterações no texto apenas para incorporar os últimos 45 dias.erdquo; RISCOS. Entre os riscos de alta para o cenário de inflação, o Copom mencionou três fatores. O primeiro é uma maior persistência das pressões inflacionárias globais. O BC também cita a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal no Brasil e estímulos fiscais adicionais que podem sustentar a demanda agregada, que, para o comitê, estão parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos. Há ainda o risco de a ociosidade presente na economia ser menor do que a projetada pelo BC endash; eldquo;em particular no mercado de trabalhoerdquo;. O BC também atualizou suas projeções para a inflação. A projeção para o IPCA de 2022 foi mantida em 5,8%. No caso de 2023, a projeção passou de 4,6% para 4,8%. Para 2024, a atualização foi de 2,8% para 2,9%. O aumento ou a manutenção de juros em patamar elevado se reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A Selic também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos. Por outro lado, aplicações em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures (títulos de empresas), passam a render mais. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou entender a decisão do Copom, mas disse esperar o início em breve do processo de redução da Selic. eldquo;Os juros em nível mais baixo deixam de representar entrave tão intenso ao consumo e aos investimentos e, assim, permitem melhor desempenho da economia. E, além disso, não comprometem o processo de combate à inflação. Para permitir um início mais rápido e uma queda mais intensa da taxa de juros, é importante o controle dos gastos públicos e compromisso com o equilíbrio fiscalerdquo;, afirmou o presidente da entidade, Robson de Andrade. ebull; Confederação Nacional da Indústria afirma entender a decisão, mas diz esperar para breve o recuo da Selic Mercado indica formar uma carteira tanto com papéis pós-fixados quanto prefixados Cena política pode mexer com dólar e, por tabela, com a inflação; títulos prefixados voltam a ganhar terreno A decisão do Copom de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano já era esperada pelo mercado. Apesar dessa certeza, os gestores de investimento ainda aguardam o resultado de outro evento antes de definir suas estratégias para os próximos meses: o segundo turno das eleições, neste domingo. Até lá, a recomendação é de cautela, mas, dado o contexto macroeconômico, a renda fixa continua sendo a melhor opção para o investidor, por proporcionar bom retorno com baixo risco. Para além das incertezas geradas pela cena política nacional endash; que têm o poder de fazer com que o dólar suba e, consequentemente, também a inflação endash;, há crises internacionais que geram dúvidas antagônicas entre os gestores. No radar, está a possível desaceleração da China, que pode gerar uma crise desinflacionária, como também está o agravamento da crise na Europa, que pode elevar a inflação. Até aqui, os investimentos pós-fixados atrelados a taxas flutuantes endash; como Selic, CDI (Certificado de Depósito Interbancário, a taxa de juros cobrada nos empréstimos entre bancos) e IPCA endash; eram os mais recomendados, pois esses índices corrigem o retorno do investimento conforme suas respectivas variações. Porém, com a leve melhora da inflação e a perspectiva de que a taxa de juros comece a cair em meados de 2023, os prefixados começam a ganhar terreno em algumas gestoras. É o caso da Warren, conforme explicou o especialista em alocação de investimentos da casa, Carlos Macedo. eldquo;À medida que o Banco Central chega perto do fim do ciclo (de alta de juros), isso significa que talvez essa taxa seja o suficiente para desinflacionar a economia. Assim, o retorno dos investimentos indexados à inflação deve cair. Então, é melhor elsquo;travarersquo; essa taxa agora com uma parte em prefixados.erdquo; Os ativos prefixados são mais arriscados do que os pósfixados, pois o seu rendimento não varia conforme os indicadores econômicos. Ou seja, ano que vem, caso a economia piore e a Selic e o IPCA subam, os investimentos prefixados não vão acompanhar os índices, uma vez que o rendimento já é determinado no momento da compra do papel e não muda a partir daí. A recomendação, então, é diversificar a carteira. CURTO PRAZO. Paraumaestratégia de curto prazo, o Tesouro Selic é uma boa alternativa para uma reserva de emergência, pois, lembra Lucas Carvalho, analistachefe da Toro, o risco é baixíssimo e é possível ganhar mais de 1% bruto ao mês. Papéis atrelados ao CDI também acompanham os movimentos da Selic e podem ser utilizados com o mesmo propósito de investimento com alta liquidez. Já para o longo prazo, os títulos indexados à inflação são os mais indicados. eldquo;Estão pagando muito bem, porém estão oscilando bastante por conta da deflação em alguns meses, e também por uma inflação que deve ser cada vez menor. O que pode jogar a favor desses títulos são as taxas fixas que hoje estão pagando a inflação do período mais o prêmio de 9%erdquo;, explicou Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos. No caso da renda variável, Macedo, da Warren, disse que há um otimismo em relação à Bolsa brasileira eldquo;independentemente do próximo governanteerdquo;. O que muda é em qual setor apostar. eldquo;Se (Jair) Bolsonaro ganhar, você deve ter um maior conforto em empresas estatais e utilities. Se for um governo Lula, é de se imaginar que voltem com mais força o programa Minha Casa Minha Vida, o que beneficia construtoras; se voltar o Fies, isso beneficia as empresas de educação. Se vier uma política firme de transferência de renda, isso beneficia o varejo e de valor agregado menor, como vestuárioerdquo;, disse. ebull;

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A Petrobras e seu papel na transição energética

Adriano Pires - O mundo todo fala sobre a transição energética promovida por grandes petroleiras. Enquanto isso, no Brasil muitos criticam a posição da Petrobras, alegando que a empresa estaria muito atrasada nos seus investimentos em energia renovável. Vamos aos fatos. A Petrobras, em 2015, era uma empresa tecnicamente quebrada. Tinha uma dívida de mais de US$ 100 bilhões, uma alavancagem (relação entre a dívida liquida e o Ebitda) que chegou a quase 5 vezes, passando a ser a empresa com maior dívida e alavancagem, quando comparada às outras grandes petroleiras. As razões para a Petrobras chegar a esses números, que levaram a empresa a uma situação caótica, foram uma total perda da disciplina de capital, em função principalmente de uma política de preço de combustíveis subsidiada e investimentos em ativos sem o menor cuidado de olhar as taxas de retorno. Dentro desse contexto, a Petrobras criou uma empresa chamada Petrobras Biocombustíveis (Pbio) cujo pano de fundo era dar início ao processo de transição energética. O problema é que a Pbio passou a ser uma empresa constituída de ativos ruins, que foram comprados para atender a interesses políticos, sem se preocupar com o retorno desses investimentos para a empresa. Algumas medidas foram tomadas para que a empresa voltasse a ter disciplina de capital, reduzindo a dívida pela metade e a alavancagem para algo em torno de 1,4 vez. A partir do governo Temer, com um aprofundamento no governo Bolsonaro, foram implantadas uma política de preços seguindo a paridade internacional (PPI), redução de custos, plano de desinvestimentos e investimentos onde existissem taxas de retorno adequadas a uma empresa de petróleo. Portanto, o desafio que se colocava era fazer a Petrobras voltar a ter saúde financeira, recuperando o valor das suas ações e a sua imagem perante os seus acionistas e ao mercado. Esse desafio foi cumprido. Hoje, a Petrobras é uma empresa com os melhores indicadores econômico-financeiros e um valor de mercado acima de R$ 520 bilhões, o maior da sua história. Portanto, pronta para iniciar um novo ciclo ou, melhor, apresentar um plano de negócios onde um dos eixos principais certamente será o seu posicionamento sobre como pretende investir na transição energética. Quando olhamos o atual portifólio da Petrobras temos a certeza de que o valor da empresa pode ainda crescer muito. Basta olhar o potencial do pré-sal, que possui um diferencial importante nos tempos de transição energética. Se o petróleo do pré-sal de baixo teor de enxofre substituir o produzido por outros competidores, isso irá reduzir as emissões de carbono. Um outro passo, já dado, foi a assinatura com o Cade de um compromisso que obriga a empresa a vender metade da sua capacidade de refino, que são ativos de alto risco ambiental. Isso permitirá que a Petrobras concentre nas refinarias do Rio e São Paulo investimentos em melhoria de eficiência energética e ambiental, transformando essas refinarias em biorrefinarias, produzindo produtos de maior valor agregado, como diesel verde, bioquerosene de aviação e lubrificantes do grupo 2 e 3. A Petrobras não pode e nem deve renunciar à disciplina de capital e para isso não pode cair no erro de criar uma nova Pbio. Isso só levará à perda do valor da empresa conquistado nos últimos anos. Voltar a usar a Petrobras como instrumento político sob a justificativa de estar promovendo a transição energética será um retrocesso. * Adriano Pires é sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

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