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Alckmin visita concessionária Fiat e cita alta de 108% nas vendas com programa "Carro Sustentável"

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou no sábado (16/8) que houve crescimento de 108% na venda de eldquo;carros sustentáveiserdquo; em uma unidade da concessionária Prima Via Fiat, em Brasília (DF). Ele fez uma visita ao local e conversou com jornalistas. O aumento considera o mês de julho na comparação com a média de janeiro e junho de 2025. O programa do governo, lançado há cerca de um mês, reduz as alíquotas de IPI dos carros mais leves e econômicos, movidos a energia limpa e que atendam a requisitos de reciclabilidade e segurança veicular. Para veículos compactos com alta eficiência energética e fabricados no Brasil, o IPI foi zerado. Segundo o governo, com a medida, a redução dos preços dos chamados carros de entrada chegou, em alguns casos, a R$ 13 mil, em nível nacional. O programa eldquo;Carro Sustentávelerdquo; contribuiu para um crescimento de 16,7% nas vendas de automóveis, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), considerando o balanço nacional. eldquo;Esse programa do carro sustentável, ele tem importância social, porque é o carro de entrada, é o carro mais barato. Então as pessoas que não tinham acesso ao carro, passam a ter. Ele tem importância econômica, porque a concessionária vende mais. E tem importância ambiental, o carro é sustentávelerdquo;, declarou o vice-presidente após a visita. Alckmin também já visitou concessionárias da Renault, Chevrolet, Volkswagen e Hyundai. Para ter direito ao IPI zero, o carro deve atender alguns requisitos, tais como: emitir menos de 83g de CO2 por quilômetro e conter mais de 80% de materiais recicláveis. (Estadão Conteúdo)

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'Sócio estratégico para Raízen é opção que gostamos; temos conversado com a Shell', diz CE

O CEO da Cosan, Marcelo Martins, disse que a companhia gosta da opção de trazer um sócio estratégico para a Raízen e que tem conversado com a sócia Shell sobre essa opção. eldquo;Não faz sentido colocar capital na Raízen hoje. Foco é buscar solução para estrutura de capital da empresa.erdquo; Ele disse que a Cosan está empenhada em trazer esse terceiro sócio estratégico para o negócio. Falando do processo de busca por desalavancagem da companhia, o CFO da Cosan, Rodrigo Araujo, disse que a empresa tem ativos para os quais considera a solução de venda parcial. eldquo;Temos conversas acontecendo e, até o fim do ano, queremos dar indicação clara ao mercadoerdquo;, afirmou. Ele disse, no entanto, que o processo não deve terminar neste ano e que a companhia busca uma dívida próxima de zero na holding. eldquo;Não queremos prejudicar a qualidade do nosso portfólio ao fim do processo de desalavancagemerdquo;, ponderou. A Raízen teve prejuízo líquido de R$ 1,844 bilhão no primeiro trimestre do ano-safra 2025/26 (1º de abril a 30 de junho de 2025) A Raízen registrou prejuízo líquido de R$ 1,844 bilhão no primeiro trimestre do ano-safra 2025/26 (1º de abril a 30 de junho de 2025), revertendo o lucro de R$ 1,066 bilhão obtido em igual intervalo da safra anterior. A receita líquida recuou 6,1%, passando de R$ 57,759 bilhões para R$ 54,218 bilhões na comparação anual. O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 1,889 bilhão, queda de 23,4% em relação aos R$ 2,467 bilhões do primeiro trimestre de 2024/25. Segundo a companhia, a redução no trimestre eldquo;reflete o desempenho inferior no segmento de Distribuição de Combustíveis Argentina, pontualmente afetado pela parada para manutenção da refinaria, mais extensa que o previsto, e por efeitos negativos de inventárioerdquo;. O prejuízo líquido também foi influenciado pelo eldquo;aumento das despesas financeiras em razão do maior saldo de dívida e da taxa média do CDIerdquo;, afirmou a empresa. A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado dos últimos 12 meses subiu para 4,5 vezes, ante 2,3 vezes um ano antes. A dívida líquida avançou 55,8% na comparação anual, atingindo R$ 49,220 bilhões. Os investimentos caíram 23,4%, para R$ 1,704 bilhão. De acordo com a Raízen, o aumento do endividamento reflete, principalmente, eldquo;a substituição de R$ 8,9 bilhões em linhas de capital de giro (operações de convênios com fornecedores e adiantamento de clientes) por instrumentos de dívida mais eficientes e de prazos mais longoserdquo;. Sucessão Martins disse que o tema de sucessão nos negócios é importante e discutido na companhia. No entanto, deixou claro que o poder de decisão é do fundador e sócio controlador da empresa, Rubens Ometto e sua família. A resposta veio após uma pergunta do analista Gabriel Barra, do Citi, que citava o tema da sucessão e questionava sobre a possibilidade de que, na ausência de um sócio estratégico para a Raízen, a Cosan trouxesse um sócio para a empresa mãe. eldquo;Na falta de sócio estratégico na Raízen, não há necessidade de trazer sócio na Cosanerdquo;, pontuou o CEO.

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Petrobras estuda investir na Raízen em volta ao setor de etanol

A Petrobras tem hoje na mesa estudos para investir na Raízen, uma joint venture (parceria) entre Cosan e Shell. De acordo com fontes do setor, a estatal analisa diversas possibilidades, como se tornar sócia da companhia ou comprar ativos, o que marcaria sua volta ao setor de etanol, estratégia já anunciada por Magda Chambriard. A ideia, revelam essas fontes, é que uma decisão final seja tomada até o fim deste ano. A Raízen é uma das principais produtoras de etanol a partir de cana-de-açúcar do Brasil e a única no mundo a produzir o biocombustível em escala comercial a partir do reaproveitamento (o etanol de 2ª geração), por meio de 29 usinas. Atua ainda na distribuição de combustíveis por ter a licença da marca Shell no Brasil, Argentina e Paraguai, com uma rede de mais de 8 mil postos revendedores. Segundo as fontes ouvidas pelo GLOBO, a ideia da Petrobras é se tornar um ator relevante no mercado de etanol neste primeiro momento. A discussão interna na empresa é justamente como poderia entrar na Raízen sem ferir a cláusula de não competição com a Vibra (a antiga BR Distribuidora) até 2029 no setor de distribuição. Por isso, há diversas opções na mesa de negociação, como uma separação de ativos ou um acordo específico em relação à gestão dos ativos. eldquo;Mas ainda não há uma decisão tomada, pois há várias opções na mesa, o que inclui também estudos de outras empresas ou a compra de ativos isolados da Raízenerdquo;, ressaltou uma das fontes ouvidas pelo GLOBO. Para um analista que não quis se identificar, a entrada da Petrobras na Raízen poderia ser um primeiro passo para sua volta ao setor de distribuição. Na semana passada, Magda disse querer portas abertas para voltar ao segmento: emdash; Tudo o que for necessário, seja no B2B (venda de empresa para empresa), para o grande consumidor, seja uma venda para o consumidor final em postos de combustíveis, seja na direção do gás, nós queremos portas abertas para optar pela melhor agregação de valor possível. Ajuste no portfólio A Cosan, por outro lado, busca novos sócios para seus ativos. O presidente da empresa, Marcelo Martins, disse ontem, em conferência com analistas, que as prioridades são a desalavancagem da companhia e um portfólio equilibrado. A empresa anunciou uma dívida de R$ 17,5 bilhões no segundo trimestre, quando registrou prejuízo de R$ 946 milhões, após perda de R$ 227 milhões no mesmo período do ano anterior. emdash; O balanceamento do portfólio é muito relevante no momento em que discutimos alternativas para a Raízen. É uma solução que faz parte da nossa estratégia neste momento. Agora, não faz sentido colocar capital na Raízen, pois ela busca seu reequilíbrio de estrutura de capital. Mas entendemos os desafios da Raízen no portfólio e estamos endereçando esses desafios junto com a Shell. Esperamos ter algo para dizer ao mercado o mais breve possível. Segundo Martins, o senso de urgência não só existe na busca de alternativas como tem avançado: emdash; Trazer um sócio estratégico é uma opção de que gostamos. Trazer alguém que tenha alinhamento com a nossa estratégia e com a da Shell também é relevante. É um esforço que temos feito junto com a Shell. Entendemos que há opções que fazem sentido. O timing é importante, e estamos buscando acelerar essas alternativas. Reafirmo nosso interesse em trazer um sócio estratégico. Para o executivo, a busca de um sócio é um foco da empresa: emdash; Temos hoje mais alternativas do que há alguns meses atrás. A execução dessas transações não é óbvia, ainda mais em um momento complexo do Brasil, com a volatilidade que temos observado. Mas nosso foco é absolutamente total para que possamos buscar uma solução para a estrutura de capital da Cosan, à medida que também olhamos para as empresas do portfólio. Enquanto busca um novo sócio, a Raízen vem ajustando seu portfólio. Este ano, encerrou as operações da usina Santa Elisa, em São Paulo, e vendeu contratos para a São Martinho. Além disso, desfez-se de 55 usinas de geração distribuída para a Thopen Energia e a Gera Holding. Também está em negociação, segundo fonte do setor, a venda de usinas no Mato Grosso do Sul e em São Paulo. Procuradas, Cosan e Raízen não comentaram as negociações com a Petrobras. A estatal também não comentou. Martins lembrou ainda que a Cosan eldquo;considera a venda parcial de ativoserdquo;. A empresa, que é dona de Rumo, Compass, Moove e Radar, desfez-se de suas ações da Vale no início deste ano, em um negócio que gerou cerca de R$ 9 bilhões. emdash; Temos conversas em andamento já há algum tempo, e outras são mais recentes. Nosso objetivo é, até o final do ano, ter uma indicação clara de quais negócios eventualmente vamos monetizar para levantar a quantidade de recursos que consideramos viável e adequada para este ano. O esforço de desalavancagem da Cosan não termina este ano. Ele continua. Nosso objetivo é chegar a uma dívida próxima de zero na holding.

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Federação critica lei que desobriga Petrobras de operar todo o pré-sal

O anúncio de um reservatório de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos, no último dia 4, provocou queixa da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Não que a instituição que representa trabalhadores da indústria do petróleo seja contra a exploração, mas é que o anúncio foi feito pela multinacional britânica BP Energy. A empresa classificou a descoberta como eldquo;significativaerdquo; e afirmou ser a maior da companhia em 25 anos. O reservatório anunciado fica no bloco Bumerangue, a cerca de 400 metros da costa do Rio de Janeiro. Para efeito de comparação, é quase a distância entre as cidades do Rio e de São Paulo (417 km). A insatisfação da FUP é pelo fato de o bloco pertencer cem por cento à BP, sem participação da Petrobras. O direito de explorar o bloco foi arrematado em 2022, em leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão regulador da indústria do petróleo, vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME). Em comunicado divulgado após o anúncio de Bumerangue, a FUP considera que a descoberta mostra eldquo;os riscos da entrega do pré-sal ao capital estrangeiro e os retrocessos causados pela flexibilização do regime de partilhaerdquo;. eldquo;A operação reforça a perda de controle nacional sobre recursos estratégicoserdquo;, diz o coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar. Mudança na lei Bacelar critica a Lei 13.365, de 2016, que desobriga a Petrobras de ser operadora de todos os blocos do pré-sal. O texto alterou uma legislação de 2010, fazendo com que a Petrobras tenha o chamado direito de preferência, isto é, pode escolher se quer ou não ser operadora. Em caso positivo, terá participação de ao menos 30% do consórcio explorador. À época, os defensores da mudança diziam que desobrigar a Petrobras de ser operadora de todos os blocos seria um alívio para a situação financeira da companhia, que enfrentava grave crise em 2016, na esteira da Operação Lava Jato, e apresentava dificuldade para investir. O então presidente da estatal, Pedro Parente, entendia que a obrigatoriedade impedia a empresa de escolher as opções que atendessem melhor ao interesse dela. Para a FUP, a flexibilização abriu espaço para importantes descobertas pelas petroleiras internacionais. A representação de trabalhadores aponta ainda que a mudança fez com que blocos pudessem ser arrematados com menor ágio, ou seja, pagando mais barato. Em Bumerangue, a BP ofereceu à União parcela de óleo excedente de 5,9%, caracterizando ágio de 4,24%. Ágio é a diferença entre o excedente mínimo exigido pelo leilão e o oferecido pelo lance. eldquo;A mesma BP ofertou apenas 6,5% no bloco Tupinambá, arrematado em 2023, consolidando uma tendência de baixa compensação ao país e alta concentração de exploração por empresas estrangeiraerdquo;, diz Deyvid Bacelar. Como funciona o leilão A descoberta do pré-sal foi tão significativa para o potencial de produção de petróleo brasileiro que levou o governo e#9472; com o aval do Congresso nacional e#9472; a mudar o regime que autorizava as empresas a explorarem a riqueza submersa. Dessa forma, nas áreas de pré-sal vigora o regime de partilha. Nesse modelo, além de a petroleira pagar o chamado bônus de assinatura, a produção de óleo excedente (saldo após pagamento dos custos) é dividida entre a empresa e a União. Quando é realizado o leilão, vence o direito de explorar a companhia que oferece a maior parcela de lucro à União, ou seja, maior percentual do excedente. As empresas pagam também royalties. Essa regra é diferente do modelo de concessão, válido nos demais blocos de óleo e gás. No modelo tradicional, o risco de investir e encontrar endash; ou não endash; petróleo é da concessionária, que se torna dona de todo o óleo e gás que venham a ser descobertos. Além do bônus de assinatura ao arrematar o leilão, a petrolífera paga royalties e participação especial (no caso de campos de grande produção). Tanto no leilão de Bumerangue quanto no de Tupinambá, a BP disputou sozinha. Em Tupinambá, o ágio foi de 33,20%. Indústria defende modelo A indústria do petróleo defende o modelo atual, com a Petrobras tendo apenas o direito de preferência. Procurado pela Agência Brasil, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás e#9472; que representa empresas do setor, entre elas a Petrobras e#9472; afirmou que a atual política brasileira de exploração e produção de óleo e gás, que prevê a presença de múltiplos operadores, tem demonstrado resultados positivos. eldquo;A atuação de vários operadores, inclusive no pré-sal, permite aumentar o conhecimento geológico da região, acelerar a exploração e maximizar o potencial da baciaerdquo;, defendeu o presidente do IBP, Roberto Ardenghy. eldquo;O IBP defende que a presença de diversas empresas, nacionais e internacionais, com suas diferentes tecnologias e expertises, distribui o risco, promove maior competição, atrai investimentos e, consequentemente, amplia a arrecadação de royalties e participações especiais para o país. Isso resulta em maior valor para a sociedade brasileira", completou. A Agência Brasil pediu comentários à Petrobras sobre o modelo atual de preferência sem obrigatoriedade, mas não recebeu retorno. Na última sexta-feira (8), durante teleconferência com analistas e investidores, a presidente da companhia, Magda Chambriard, foi questionada sobre participação em outros tipos de leilão, como o de áreas não contratadas (quando o governo vende direitos de produção de campos ainda não contratados). Na resposta, Chambriard afirmou que eldquo;a empresa estará sempre presente em toda e qualquer oportunidade de leilão da ANPerdquo;. eldquo;O território brasileiro é nossa casa e, quando se oferta áreas do pré-sal, então, nem se fala, claro que estaremos presentes do leilão, é do nosso interesseerdquo;, respondeu. Entretanto, Magda Chambriard ponderou os interesses da empresa. eldquo;Independentemente de qualquer coisa, isso só vai acontecer se fizer sentido econômico para nós. Ninguém aqui está pensando em nenhuma aventura desmedida. Se o projeto for bom, se o projeto estiver valendo a pena e se estiver previsto no nosso plano de negócios, é essa direção que vamos seguirerdquo;, afirmou. Procurada pela Agência Brasil, a ANP afirmou que não cabe à instituição, enquanto agência reguladora, comentar leis aprovadas pelo Congresso. eldquo;A ANP cumpre a legislação em vigor e implementa políticas emanadas do governoerdquo;, disse em nota. O MME não respondeu ao pedido de comentários. Prós e contras O professor Geraldo Ferreira, do Departamento de Engenharia Química e Petróleo da Universidade Federal Fluminense (UFF), lembrou que a alteração na lei e na postura da Petrobras se deu após mudança de governo, com a presidência de Michel Temer (2016-2018), o que Ferreira classifica como eldquo;mais orientada para o mercadoerdquo;. eldquo;A gestão da Petrobras também é trocada para ficar em sintonia com os novos tempos do mercadoerdquo;, diz o professor, que cita prós e contras na mudança de legislação. Ele assinala que, desonerando a Petrobras de ter que investir em todas as áreas, há uma flexibilidade que permite eldquo;desenvolvimento mais rápido onde a empresa não priorizariaerdquo;. Por outro lado, Ferreira acredita que há eldquo;enfraquecimento do controle estratégico do setor de óleo e gás pelo Estado brasileiroerdquo;. Entre os efeitos desse enfraquecimento estão eldquo;menor participação governamental por barril em alguns contratos, coordenação mais fraca para a política industrial e maior risco de subfinanciamento do Fundo Social emdash; especialmente em empresas de petróleo com lances baixos, como a Bumerangueerdquo;. O Fundo Social foi criado para que parte dos recursos que o governo arrecada no pré-sal seja destinada a áreas como saúde, educação e meio ambiente. Para Ferreira, o atual cenário é mais favorável a empresas estrangeiras e isso, não necessariamente, é um incentivo para a indústria brasileira do petróleo. "Somente se combinada com condições firmes e inteligentes que transformem a presença de operadores estrangeiros em capacidade doméstica, provendo a industrialização, formação de recursos humanos e absorção de tecnologiaerdquo;, diz. Caso contrário, completa o especialista da UFF, o Brasil será mero exportador de commodities (matérias-primas negociadas em larga escala e com preços internacionais). eldquo;Como ocorre desde o passado, sendo exemplos o ouro e diamante em Minas Gerais no século 19erdquo;, acrescenta. Ferreira acredita também que a não onipresença da Petrobras no pré-sal resulta em eldquo;não haver mais garantia de liderança na coordenação do desenvolvimento de vários blocos, com planejamento e implantação associada de infraestruturaerdquo;. Outros leilões O próximo leilão de exploração será daqui a pouco mais de dois meses. É o 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha, marcado para 22 de outubro. Estarão em disputa 13 blocos exploratórios, localizados nas bacias de Santos e Campos. Quinze empresas se habilitaram, entre elas as brasileiras Petrobras, Prio e 3R (Brava Energia), e as multinacionais Chevron (Estados Unidos), Ecopetrol (Colômbia), Equinor (Noruega), Petrogal (Portugal), Petronas (Malásia), QatarEnergy (Catar), Shell (anglo-holandesa), Total Energies (França), Karoon (Austrália), além das chinesas Cnooc e Sinopec. Em junho, a ANP realizou o leilão do 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, que incluía áreas na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, região considerada eldquo;o novo pré-salerdquo;, com expectativa de grandes descobertas. A Petrobras já detém blocos na região, mas ainda precisa de autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), autoridade ambiental ligada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Foram oferecidos 19 blocos na região, sendo a Petrobras um dos destaques, com 10 áreas arrematadas, todas em consórcio com a americana ExxonMobil. Nove blocos foram adquiridos pela Chevron em consórcio com a chinesa CNPC.

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Petróleo fecha em queda de mais de 1% no aguardo de reunião EUA-Rússia

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta sexta-feira (15) devolvendo parte dos ganhos da véspera, enquanto investidores seguem com atenção voltada ao encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin. Na Nymex (New York Mercantile Exchange), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 1,81% (US$ 1,16), a US$ 62,80 o barril - com recuo de 1,7% na semana. Já o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 1,48% (US$ 0,99), a US$ 65,85 o barril. Na semana, o Brent cedeu -1,1%. O mercado segue ponderando que, embora Trump tenha alertado sobre "consequências severas" caso Putin não concorde com um cessar-fogo, ele também expressou otimismo de que algo sairá do encontro. O republicano afirmou que quer rapidamente o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia e ressaltou que "não ficará feliz" se não acontecer hoje. Enquanto o preço de hoje do petróleo indica um possível relaxamento de tensões geopolíticas, a falta de um acordo pode exercer pressão de alta sobre os preços, diz Neil Crosby, da Sparta Commodities. "A ausência de acordo pode muito bem significar mais pressão sobre a Rússia e seus compradores também, o que pode levar a Índia ainda mais profundamente ao mercado spot de petróleo e até fazer com que seu governo determine que todas as refinarias se afastem do petróleo russo", disse. Segundo o BofA (Bank of America), as tensões no Irã, com a falta de negociações sobre o programa nuclear, e conflitos regionais podem aumentar o prêmio de risco geopolítico após o verão do hemisfério Norte. A decisão de setembro do Grupo dos Oito dentro da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) também pode pressionar os preços do petróleo, caso não haja outros fatores compensatórios. Investidores seguem digerindo relatório da AIE desta semana que apontou que a oferta da commodity deve crescer em ritmo mais de três vezes superior ao da demanda. *Com informações da Dow Jones Newswires (Estadão Conteúdo)

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Mudança de regras para gás de cozinha abre espaço para crime organizado, diz Ultra

O CEO do grupo Ultra, Rodrigo Pizzinatto, afirmou nesta quinta-feira (14) que a proposta de revisão das regras de venda de gás de cozinha no Brasil "abre espaço para o crime organizado" e deveria ser rejeitada. A revisão regulatória está sendo debatida pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e traz de volta propostas que já foram debatidas, mas nunca colocadas em prática, como o fim da exclusividade de marca e o enchimento parcial de botijões. "A proposta em estudo pela ANP de fim de respeito à marca e enchimento fracionado coloca em risco a segurança da população no segmento de envasado, abrindo espaço para irregularidades e crime organizado, como no caso do México", afirmou Pizzinatto. Em nota, a ANP diz que ainda não apresentou propostas para a nova regulação, mas que não faz sentido afirmar que alternativas em estudo abririam espaço para a atuação do crime organizado no setor. O relatório da análise de impacto regulatório que gerou as críticas, diz o órgão, "deixa claro que, no caso de adoção dessas alternativas, as empresas terão que adotar medidas de segurança e rastreabilidade dos botijões, que permitirão não apenas manter, como melhorar a fiscalização, que já é realizada pela ANP". O raro questionamento público à agência reguladora foi feito em teleconferência com analistas para detalhar o balanço do segundo trimestre de 2025, quando o Ultra lucrou R$ 1,2 bilhão. O grupo controla a Ultragaz, uma das cinco grandes empresas que dominam o setor de distribuição de gás de cozinha no país, ao lado de Supergasbrás, Copagaz, Liquigás e Nacional Gás Butano. Juntas, elas são responsáveis por cerca de 80% das vendas do setor. A redução da concentração é um dos argumentos da ANP e do governo para debater a mudança nas regras. O objetivo é buscar alternativas para permitir a entrada de novas empresas no setor, informou a agência, na nota. "sem prejudicar o controle e fiscalização do mercado por parte da ANP". Entre as alternativas criticadas por grandes distribuidoras, estão o enchimento parcial de botijões e de permissão para que empresas encham botijões de outras marcas. A avaliação é que abririam espaço para empresas oportunistas, que poderiam operar sem a necessidade de grandes investimentos. Falam ainda de riscos provocados pelo enchimento de botijões fora de bases de distribuição e pela falta de requalificação dos botijões, que é feita no processo de destroca. A ANP, porém, afirma que já existe enchimento fracionado no país, como por exemplo, no caso de recipientes utilizados em empilhadeiras, a partir de centrais de GLP, instaladas em unidades dos consumidores. E que o estudo concluiu que essa alternativa não aumenta riscos. Diz ainda que os grandes distribuidores já enchem botijões de outras marcas e que a maior parte dos vasilhames hoje disponíveis no mercado pertencem a consumidores e revendedores. Em ambos os casos, completa, a implantação de um novo sistema de rastreamento dos botijões, que o setor alega não existir em outros países, facilitaria a fiscalização e o controle sobre requalificação dos botijões. Defensores das alternativas estudadas pela agência dizem elas reduziriam o preço do botijão, já que eliminam o processo de destroca dos vasilhames para que cada empresa encha apenas o de sua marca e permitem a instalação de bases avançadas de enchimento em mercados longe das refinarias. Pizzinatto questionou na teleconferência o argumento, dizendo que a destroca representa apenas R$ 0,50 do preço final do botijão, hoje em R$ 107,49, segundo a ANP. Ele defendeu ainda que a margem das distribuidoras tem se mantido estável nos últimos cinco anos. O setor vem sendo alvo de críticas frequentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que determinou à AGU (Advocacia- Geral da União) pedir investigações sobre os preços do botijão de gás no país.

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