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Petrobras terá plano de negócios mais enxuto

O novo plano estratégico da Petrobras 2026-2030, a ser divulgado na quinta-feira (27), deve vir abaixo do atual em valores de investimento, segundo fontes e analistas ouvidos pelo Valor. O planejamento 2025-2029 previu US$ 111 bilhões, sendo US$ 98 bilhões em projetos em execução e US$ 13 bilhões em empreendimentos cuja implantação dependeria de análise da empresa. Agora as estimativas apontam para um montante eldquo;ligeiramenteerdquo; inferior, que ficaria acima dos US$ 106 bilhões, mas abaixo dos US$ 111 bilhões. O novo plano, dizem interlocutores, está bem estruturado, embora haja dúvidas sobre alguns pontos. Um deles é sobre como financiar os projetos diante da queda do petróleo.Desde 21 novembro de 2024, quando a Petrobras divulgou o plano em vigor, até sexta-feira (21), o Brent caiu 16,04%, cotado a US$ 61,94. No documento, a Petrobras trabalhava com um preço médio do Brent a US$ 83 por barril em 2025. A queda foi de mais de US$ 20 por barril. Uma cotação menor do petróleo tem impacto negativo na geração de caixa da companhia e pode influenciar a distribuição de dividendos. Na teleconferência de resultados do terceiro trimestre, a direção da companhia disse não esperar mudança na política de remuneração aos acionistas. A Petrobras também reafirmou regra segundo a qual todos os projetos só podem ser aprovados caso sejam rentáveis a um Brent de até US$ 45 por barril. Para ler esta notícia, clique aqui.

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COP30 termina com acordo que exclui plano de Lula contra fósseis, atende Europa

A chamada decisão de mutirão, o mais importante documento da COP30, excluiu o plano impulsionado pelo presidente Lula para reduzir o uso de combustíveis fósseis, após o entrave sobre esse tema ameaçar implodir a negociação. O texto, aprovado na tarde deste sábado (22) após a construção de um acordo durante a madrugada, também atende aos interesses da Europa com uma redação branda para o aumento de recursos para adaptação. Por outro lado, o documento traz um reconhecimento inédito da importância das comunidades afrodescendentes no combate à mudança climática e também dos territórios indígenas, e menciona questões de gênero. Como mostrou a Folha, a decisão de mutirão foi uma estratégia da presidência da COP30 para aglutinar em um só debate os quatro temas mais polêmicos das negociações climáticas: financiamento, metas mais ambiciosas de descarbonização, as medidas unilaterais de comércio e os relatórios de transparência. Mapa do caminho dos combustíveis fósseis A ideia do chamado mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis emdash;concebida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silvaemdash; não estava originalmente na agenda da cúpula, nem prevista para ser tratada neste espaço, mas ganhou tração após ser repetidamente defendida pelo presidente Lula. A inclusão formal da proposta nas negociações aconteceu na primeira versão da decisão de mutirão, após pleitos da Colômbia, que angariou o apoio de diversos países neste tema, inclusive a União Europeia. Os países árabes, liderados pelos sauditas, reagiram e afirmaram que não aceitariam qualquer menção a combustíveis fósseis neste documento, ameaçando inclusive travar outras negociações da conferência. No segundo rascunho, a presidência brasileira retirou este mapa do caminho do texto, o que aumentou a tensão entre os países e ameaçou implodir toda a negociação. Diplomatas viraram a madrugada deste sábado em reuniões, até chegar a um acordo, que, finalmente, excluiu o plano contra fósseis do texto. O plano para acabar com o desmatamento também ficou fora da decisão de mutirão. A exclusão é especialmente simbólica, considerando que essa é a primeira edição da COP na amazônia. O texto menciona apenas a importância de "conservar, proteger e restaurar a natureza e os ecossistemas", inclusive "por meio de esforços intensificados para deter e reverter o desmatamento e a degradação florestal até 2030". Segundo o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, o roteiro para o fim do uso de petróleo, carvão e gás será organizado como uma iniciativa do Brasil ao longo do próximo ano. O país também seguirá plano para o fim do desmatamento, prometeu. O texto abre uma brecha para essa iniciativa, decidindo que a presidência brasileira da COP irá atuar com as chefias das edições de 2024 e 2026 da conferência na "Missão Belém para 1,5°C" emdash;em referência à meta mais ambiciosa do Acordo de Paris para frear o aquecimento global. Os diplomatas trabalharão para "viabilizar a ambição e a implementação" das metas climáticas e planos de adaptação nacionais e "refletir sobre a aceleração da implementação, da cooperação internacional e do investimento" para cumprir essas metas. O relatório será elaborado resumindo o trabalho, a ser apresentado na COP31. Ainda nesta linha, a decisão lança também o Acelerador Global de Implementação, outra parceria entre as presidências da COP30 e COP31. Financiamento Os países em desenvolvimento exigem que as nações ricas, maiores responsáveis pelas mudanças climáticas, cumpram o Acordo de Paris e liderem o fluxo de dinheiro, principalmente na forma de doações, troca de dívida ou empréstimo a juros muito baixos. Este é, historicamente, o principal entrave das conferências, e a decisão de mutirão atende tanto os países ricos, mas também alguns pleitos dos em desenvolvimento. O texto trouxe avanços tímidos no financiamento para adaptação climática, acordando que as nações deverão fazer esforços para ao menos triplicar o financiamento para esta área até 2035 emdash;o rascunho anterior tinha um prazo menor, até 2030. No entanto, não explicita valores nem o papel dos governos em mobilizar esses repasses, o que atende a uma demanda da Europa. Por outro lado, o documento cita uma demanda de países em desenvolvimento por criar um programa de trabalho de dois anos sobre financiamento climático, "incluindo o artigo 9, parágrafo 1, do Acordo de Paris". Esse parágrafo é o que determina a obrigação dos países ricos em repassar recursos para as nações menores, e enfrentava resistência sobretudo dos europeus. O texto ainda reconhece que as metas de financiamento climático acordadas até aqui jamais foram cumpridas emdash;os países ricos discordam dessa tese e tentavam barram que ela fosse citada. O enviado climático do Quênia, Ali Mohamed, disse que a COP em Belém reafirmou tanto a urgência da ação climática quanto os riscos desproporcionais enfrentados pelos mais vulneráveis. "O Quênia emdash;e a Áfricaemdash; estão prontos para liderar a transição para energia limpa, mas resiliência e adaptação não podem continuar sendo pensamentos secundários", afirmou. "Os países desenvolvidos precisam finalmente cumprir seus compromissos de financiamento, especialmente para adaptação." O acordo insta as nações desenvolvidas a "aumentarem a trajetória de sua provisão coletiva de financiamento climático para adaptação aos países em desenvolvimento". Pouco tempo depois dos primeiros rascunhos finais serem publicados, o comissário europeu de Meio Ambiente, Wopke Hoekstra, disse que não esconderia o fato que desejava um acordo mais ambicioso, mas que o texto está na direção certa. "É muito claro que devemos estar junto com nossos amigos das nações mais pobres. E o que estamos fazendo é dar um passo significativo em termos de ajuda financeira para a adaptação dessas nações", disse à imprensa, acrescentando que tempos políticos complexos ressaltam a importância do multilateralismo. "Há um valor intrínseco, por mais difícil que seja, de buscar a convergência". Medidas unilaterais de comércio O documento atende ainda a pleitos da China e de outros países asiáticos para que se crie um espaço nas discussões climáticas onde medidas unilaterais de comércio possam ser debatidas. Este item enfrentava resistência da Europa, que é o bloco que mais faz uso deste instrumento, notadamente com seu mecanismo de ajuste de fronteira que cobra um valor extra para produtos importados relacionado à emissão de CO2. O texto "requisita que grupos subsidiários realizem um diálogo [...] para considerar oportunidades, desafios e barreiras em relação a aprimorar a cooperação internacional relacionada ao papel do comércio". A chamada decisão de mutirão também celebra os dez anos do Acordo de Paris, cobra os países que ainda não entregaram as suas metas climáticas a fazê-lo e, no que parece uma provocação aos Estados Unidos, "expressa esperança" de que o acordo alcance novamente quase todos os países existentes. Transição justa Os países participantes da COP30 também aprovaram o desenvolvimento do primeiro mecanismo internacional dedicado exclusivamente a transições justas, com o objetivo de organizar financiamento, cooperação técnica e capacitação principalmente para países em desenvolvimento. O item é o avanço institucional mais concreto desde que o tema entrou na agenda climática nos últimos anos e determina a viabilização de uma transição que seja equitativa e inclusiva. O mecanismo tem visto por governo brasileiro e parte dos ambientalistas como uma das principais entregas políticas da conferência, ao criar um trabalho permanente para que a descarbonização global avance de forma mais igualitária.

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Petrobras adia investimentos no Rio e em Sergipe

Com o adiamento de projetos e dificuldades para avançar em novas áreas, a Petrobras apresenta na próxima sexta-feira (28/11) o Plano de Negócios 2026-2030, após uma revisão nos investimentos frente ao menor preço do barril de petróleo. Em agosto, a presidente da estatal, Magda Chambriard, já havia indicado em participação no energy talks que a companhia iria adequar os investimentos ao novo patamar de preços. Na sexta (21), o barril tipo Brent recuou 1,29% (US$ 0,82) e encerrou a semana a US$ 62,56. Os preços atuais estão bem abaixo das cotações na casa dos US$ 80 nesta mesma época no ano passado, quando a estatal anunciou a intenção de investir US$ 111 bilhões até 2029. Em um balde de água fria para o avanço dos projetos de produção, Chambriard confirmou na semana passada que vai postergar os planos de revitalização da Bacia de Campos e de Sergipe Águas Profundas (Seap) para depois de 2030 (Agência Estado/Terra). Principal fronteira para a ampliação da produção de gás nacional nos próximos anos, o projeto de Seap está sendo adiado há anos. Depois de dificuldades para contratar as duas plataformas que vão produzir na região, a Petrobras está em fase de negociações para as unidades A companhia também enfrenta problemas para contratar plataformas para os projetos na Bacia de Campos. A empresa vem sinalizando que as iniciativas em discussão no Congresso e no governo, como a alteração dos preços de referência para o cálculo de royalties prevista na Medida Provisória 1304/2025, vão impactar a viabilidade dos empreendimentos. Já na área de exploração, este será o primeiro plano depois que a estatal conseguiu, enfim, começar a avançar na perfuração da região que é a próxima aposta como fronteira exploratória, a Margem Equatorial. O plano anterior, divulgado em novembro do ano passado, previa US$ 3 bilhões em investimentos para a região entre 2025 e 2029. Depois de anos em discussão, a companhia começou a perfurar em 20 de outubro o poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas, considerada a mais promissora da região. Mas, como o início desta primeira perfuração ainda é recente e os trabalhos devem durar pelo menos cinco meses, ainda não são esperadas grandes atualizações nesse sentido. O mercado também está atento ao grande anúncio do plano anterior: a entrada no mercado de biocombustíveis. Ainda não saiu do papel a grande promessa de US$ 2,2 bilhões em etanol até 2029 e chegar a uma produção anual de 2 bilhões de litros ao ano. A companhia já indicou que avalia também associar a entrada no etanol à produção de biometano, de olho nos novos mandatos que vão passar a ser exigidos do mercado, com a Lei do Combustível do Futuro. Para relembrar: Confira os principais anúncios da Petrobras no Plano 2025-2029. Por outro lado, avançou ao longo deste ano o retorno ao segmento de fertilizantes, que também deve ter espaço no novo planejamento. Em junho, voltou a operar parcialmente a fábrica de fertilizantes da Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná. Já as fábricas da Bahia e de Sergipe devem voltar a produzir ainda em 2025. Para o próximo ano, está prevista a retomada da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), no Mato Grosso do Sul. E vale ficar de olho também nos planos da estatal para o mercado de geração termelétrica. A companhia aposta nos leilões de reserva de capacidade para recontratar parte das unidades existentes e anunciar novos projetos. Os leilões tiveram as regras reformuladas e agora estão previstos para março de 2026.

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COP30 aprova texto sem fósseis e deixa roteiro para transição nas mãos do Brasil

Sob protestos de Colômbia, Panamá e outros países latino-americanos, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) aprovou os textos finais neste sábado (22/11) em Belém (PA) com a designação do Brasil para liderar a construção dos roadmaps de transição para longe dos combustíveis fósseis e fim do desmatamento. A plenária foi suspensa no início da tarde para tratar das objeções da Colômbia ao tratado sobre mitigação, por não fazer menção explícita à eliminação gradual de óleo, gás e carvão das matrizes energéticas. E retomada cerca de uma hora depois confirmando a adoção dos resultados. Embora não tenham entrado nos documentos de conclusão da cúpula climática com sinalizações mais claras como queriam algumas dezenas de países, os roteiros têm prazo para ficar prontos: devem ser concluídos antes da COP31, na Turquia. No documento final, foram possíveis acordos sobre financiamento de adaptação, um acelerador de implementação para manter 1,5°C ao alcance e o mecanismo para fortalecer a cooperação internacional em torno da transição justa. eldquo;Nós sabíamos que alguns de vocês tinham ambições maioreserdquo;, disse o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, aos delegados durante a plenária de encerramento. eldquo;Eu sei que a sociedade civil vai cobrar para que a gente faça mais para lutar contra a mudança do clima. Eu quero reafirmar que vou tentar não desapontar vocês durante a minha presidênciaerdquo;. O embaixador citou o discurso do presidente Lula (PT) na Cúpula de Líderes, dizendo que é preciso mapas para que a humanidade eldquo;de uma forma planejada e justaerdquo; supere a dependência dos combustíveis fósseis e desmatamento, além de mobilizar recursos para isso. eldquo;Como presidente da COP30, vou criar dois mapas. Um sobre desmatamento e outro sobre como fazer a transição dos combustíveis fósseis de uma forma justa e igualitáriaerdquo;. Foi também a primeira vez que a menção a afrodescendentes entrou nos textos da UNFCCC (a agência da ONU para o clima). A necessidade de garantir participação e respeito aos direitos de pessoas de ascendência africana consta nos documentos sobre Transição Justa, Plano de Ação de Gênero, Objetivos Globais de Adaptação e na Decisão Mutirão. Os textos fazem menções, ainda, aos direitos de povos indígenas e promoção da equidade de gênero no combate à crise climática. Solução criativa para os fósseis Em meio ao bloqueio de Arábia Saudita, Rússia, China e Índia à inclusão do tema combustíveis fósseis nos documentos finais, a presidência brasileira costurou uma solução alternativa: um mapa do caminho, não impositivo, a ser desenhado ao longo dos próximos onze meses. A ideia é apontar meios de viabilizar o cumprimento do artigo 28 do acordo da COP28 de Dubai, o Global Stocktake (GST). Nele, 194 países concordam com a transição para longe dos combustíveis fósseis, embora de forma vaga, sem dizer como ou quando. Apesar de contrariar expectativas de quem queria o roadmap na decisão mutirão, a iniciativa é uma oportunidade para abrir esse debate, que costuma ficar travado nas negociações das COPs Brasil já tem um ponto de partida O Brasil já tem um ponto de partida para este roteiro. A presidência brasileira da COP30 levou a Belém uma metodologia desenvolvida pela consultoria Catavento, que propõe critérios para orientar o eldquo;mapa do caminhoerdquo; para longe dos combustíveis fósseis. O modelo reúne 22 indicadores em três dimensões emdash; econômica, energética e climática emdash; para classificar países segundo seu grau de prontidão para a transição. Nele, a Alemanha aparece ente os países bem preparados emdash; economia diversificada, instituições robustas e dependência moderada de fósseis emdash; capaz de acelerar e liderar a transição. Em seguida, vêm os movers, que inclui Brasil, Rússia, Noruega e Emirados Árabes Unidos, nações que possuem um papel significativo na indústria de Oeamp;G, mas estão investindo em energia limpa e possuem capacidades institucionais e sociais para avançar na transição. Por fim, o grupo dos adapters, composto por Índia, Arábia Saudita e Nigéria, enfrenta desafios significativos devido à alta dependência dos combustíveis fósseis e às dificuldades econômicas e institucionais para viabilizar a transição. Agenda de Ação ganha relevância Embora voluntária, a Agenda de Ação é um componente das iniciativas climáticas que está aumentando sua relevância nas negociações comerciais. Ela garantiu bilhões em acordos para energia, redes elétricas, florestas, saúde, oceanos e ações relacionadas ao metano. Veja o relatório (.pdf) O mecanismo conseguiu mobilizar compromissos de investimento que somam US$ 82 bilhões em redes elétricas e armazenamento de energia anualmente. Além de pelo menos US$ 590 milhões para esforços de redução de metano. Já as florestas conquistaram um recorde de cerca de US$ 9,5 bilhões em anúncios. Paralelamente, US$ 1,8 bilhão será direcionado a apoiar reivindicações territoriais dos povos indígenas, US$ 300 milhões para sistemas de saúde resilientes às mudanças climáticas e US$ 20 bilhões para os oceanos.

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Etanol: Hidratado sobe 1,13% e anidro 1,05% na semana nas usinas de SP

O preço do litro do etanol hidratado subi 1,13% e o do anidro 1,05% na semana nas usinas do Estado de São Paulo segundo o Indicador Semanal do Etanol do Cepea/Esalq/USP (Da Redação, 21/11/25)

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Audiência pública debate revisão de norma para medida reparadora de conduta (MRC)

A ANP realizou, em 18/11, a Audiência Pública n° 10/2025, sobre a revisão da Resolução ANP nº 688/2017, que trata da medida reparadora de conduta (MRC). A minuta de resolução passou por análise de impacto regulatório e consulta pública de 45 dias. A MRC é um instrumento pelo qual a ANP concede um prazo para o agente econômico reparar uma irregularidade de menor gravidade, sem sofrer penalidades. Caso o problema não seja corrigido, a Agência aplica, em uma próxima fiscalização, um auto de infração, que dá início a um processo administrativo sancionador. As alterações propostas pela ANP para as regras vigentes, além de garantir a proteção do consumidor, visam reforçar o uso eficiente da inteligência de dados no planejamento das ações de fiscalização e no compartilhamento de informações com outros órgãos públicos. Com a revisão da resolução, a Agência adequará a norma, ainda, à evolução regulatória ocorrida nos últimos anos, além de alinhá-la às demandas relativas à modernização das ferramentas de planejamento da fiscalização. Na abertura da audiência, o superintendente de Fiscalização da ANP, Julio Nishida, destacou, dentre outros temas relativos à revisão da resolução, a retirada da possibilidade de MRC para casos de desatualização cadastral dos agentes regulados nos sistemas da ANP. Ele reforçou a importância da atualização do cadastro, lembrando que essa base de dados serve de apoio para operações de fiscalização, como a Carbono Oculto e as ações de desintrusão da Terra Yanomami. eldquo;A ANP participa desde o início da Operação Yanomami, mas essa atuação se intensificou nos últimos dois anos, graças à cooperação para compartilhamento de dados que a Agência firmou com o Ministério dos Povos Indígenas para essa e outras operações de desintrusão. A nossa base cadastral também é fundamental no combate a garimpos ilegais e, mais recentemente, foi ponto crucial para o planejamento da Operação Carbono Ocultoerdquo;, reforçou. Assim, a ausência de informações cadastrais precisas, como, por exemplo, sobre quadro societário atualizado, passa a ser motivo para autuação, porque dificulta a identificação de redes ao longo da cadeia de abastecimento. Além disso, dados sobre tancagem e bicos abastecedores são fundamentais para identificar movimentações de produtos inconsistentes ou destinações fraudulentas. Outra das principais alterações trazidas pela minuta é a exclusão da aplicação de MRC quando for constatada a ausência de adesivo na bomba indicando a distribuidora que forneceu o combustível. Neste caso, o agente econômico será autuado, porque se trata de informação essencial para a decisão do consumidor. No primeiro semestre deste ano, a ANP realizou workshops com o mercado sobre o tema. Entre as sugestões trazidas, a Agência incluiu na minuta de revisão da resolução a proposta de ampliação do prazo para a adoção da MRC, de cinco dias úteis para trinta dias corridos. A mudança se justifica pela dificuldade encontrada pelos agentes econômicos, sobretudo aqueles situados fora dos grandes centros urbanos, em adquirir e instalar placas e adesivos, que são fornecidos por empresas, muitas vezes, localizadas em outras cidades.

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