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Inpasa fará investimento de R$ 3,5 bi em etanol de milho em MT

Em seu movimento de expansão mais agressivo desde sua fundação, a Inpasa deu início a um pacote de investimentos de aproximadamente R$ 3,5 bilhões. A companhia, que faturou R$ 14,9 bilhões no ano passado, vai construir uma nova usina de etanol de milho em Rondonópolis, o principal polo do agronegócio de Mato Grosso, e expandir a indústria que opera em Nova Mutum, no mesmo Estado. Esses investimentos somam-se a outros dois em curso emdash; uma nova usina em Luis Eduardo Magalhães (BA) e outra em Rio Verde (GO). Juntos, os quatro projetos elevarão a capacidade de produção da companhia em 50%, para 8,6 bilhões de litros ao ano. A tacada da empresa, maior produtora de etanol de milho do Brasil, é feita num momento em que há mais de uma dezena de outras usinas de etanol de milho em construção pelo país, enquanto as usinas de etanol de cana-de-açúcar cogitam apostar mais no biocombustível na próxima safra dados os baixos preços do açúcar. Apesar de muitos analistas acreditarem que esse cenário fará com que os preços do etanol recuem no próximo ano, a direção da Inpasa prefere não comentar perspectivas para as cotações e aposta na ampliação dos mercados de etanol e de DDGS (grãos secos de destilaria solúveis), coproduto do processamento usado na nutrição animal. eldquo;É nossa expansão mais acelerada até agora. Mas estamos bem mais preparadoserdquo;, afirmou Éder Odvar Lopes, CEO da Inpasa e filho do fundador, José Odvar Lopes. Também deverá ser o último grande investimento da empresa. Segundo o empresário, quando esse ciclo for concluído, a empresa entrará em uma etapa de eldquo;consolidaçãoerdquo;. De acordo com Gustavo Mariano, vice-presidente de trading da Inpasa, a empresa surfou em um momento eldquo;únicoerdquo; no cenário global recente, marcado por mudanças provocadas pela pandemia na precificação das commodities e pelo impacto da guerra da Ucrânia no valor da energia. eldquo;Colocamos o resultado para dentro e investimos sem necessidade de tomada de dívida de forma intensiva, fazendo toda a expansão que fizemos. Isso nos trouxe ao tamanho que estamos hojeerdquo;, afirmou Lopes. Em cinco anos, a Inpasa já investiu R$ 13 bilhões em expansões industriais, que permitiram a construção de seis novas usinas no país e a expansão da unidade de Sinop (MT), que se tornou a maior usina de etanol do mundo. A companhia tem hoje oito usinas em atividade. No início do ano que vem, deve começar a operar sua nona usina, em Luis Eduardo Magalhães. A unidade em Rondonópolis será a décima. Para a construção, a companhia investirá R$ 2,77 bilhões. A indústria terá capacidade para processar 2 milhões de toneladas de milho ao ano e de produzir anualmente 1 bilhão de litros de etanol, 490 mil toneladas de DDGS e 47 mil toneladas de óleo. Deverá começar a operar no primeiro trimestre de 2027. Lopes ressaltou que a unidade estará em uma localização privilegiada, dada a abundância de milho na região e à proximidade com a Ferrovia Norte-Sul, que passa por Rondonópolis. Além da redução do custo logístico, essa proximidade diminui as emissões de gases do escopo 3, ressaltou Mariano. A indústria já nascerá com dois módulos em operação emdash; cada módulo (ou fase) de uma indústria da Inpasa tem capacidade de fabricar cerca de 480 milhões de litros de etanol anidro ao ano. Na usina de Nova Mutum, que já opera com duas fases, a Inpasa investirá R$ 704 milhões para construir a terceira fase, que aumentará a capacidade de processamento da indústria em 1 milhão de toneladas ao ano. A produção adicional será de 350 milhões de litros de etanol e de 183 mil toneladas de DDGS. Segundo Lopes, essa expansão acompanha o aumento da produção de milho que também vem ocorrendo na região. A terceira fase da usina deverá entrar em operação em novembro de 2026. Para as expansões anunciadas, Inpasa já tem um plano de aumento de originação de biomassa para abastecer suas caldeiras de cogeração de energia que movem as usinas. O perfil da região também reduz o risco de falta de matéria-prima. eldquo;Rondonópolis está em um mar de biomassaerdquo;, disse o CEO. Segundo ele, a companhia realiza contratos com produtores locais de biomassa e tem uma empresa própria de plantio de eucalipto que complementa a oferta de cavaco. Nesta safra, o plantio próprio de eucalipto deve alcançar 40 mil hectares. Mariano também disse não ter preocupações com o mercado de DDGS. Embora as outras usinas que estão sendo inauguradas estejam aumentando a oferta, ele defendeu que a Inpasa aposta na qualidade do seu produto para conquistar mercados. Segundo ele, o DDGS da Inpasa tem características que atendem um mercado eldquo;premiumerdquo;. A Inpasa vende o produto para 40 países, e responde por 95% das exportações de DDGS do país.

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Cade deve abrir investigações por formação de cartel no âmbito da operação Carbono Oculto

A partir de compartilhamento de informações com a Polícia Federal, a área técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve abrir mais de uma investigação por formação de cartel a partir dos dados apurados no âmbito criminal da Operação Carbono Oculto. Deflagrada em agosto, a operação busca combater fraudes tributárias no setor de combustíveis, bem como a infiltração do crime organizado nesse setor, por meio das organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e empresas da Faria Lima. Em entrevista ao Valor, o presidente do Cade, Gustavo Augusto, contou que se reuniu com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para discutir as repercussões do caso no âmbito administrativo, quando o Cade foi chamado para atuar em relação à irregularidade de formação de cartel. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Trabalhadores dos Correios entram em greve em 9 estados

Na última terça-feira (16), sindicatos de trabalhadores dos Correios aprovaram greve por tempo indeterminado em protesto contra medidas adotadas pela estatal e pela falta de um acordo coletivo e reajuste salarial para a categoria. Ao todo, 12 sindicatos em 9 estados iniciaram a paralisação na noite de terça, enquanto outros 24 permanecem em estado de greve. A paralisação atinge estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Procurados, os Correios dizem que todas as agências continuam abertas e que a adesão à greve é parcial e localizada. "Para mitigar eventuais impactos operacionais, a empresa adotou medidas contingenciais que garantem a continuidade dos serviços essenciais à população." O impasse está sendo discutido sob mediação do TST (Tribunal Superior do Trabalho). Nesta quarta-feira (17), o vice-presidente do TST, ministro Caputo Bastos, informou que uma proposta foi construída em audiência com os Correios e as entidades sindicais da categoria. Bastos determinou que a proposta seja amplamente divulgada pelos sindicatos. Fentect e Findect devem cumprir a medida em até 24 horas, publicando a íntegra da proposta em sites, redes sociais e informativos físicos. A divulgação incompleta ou distorcida poderá caracterizar prática antissindical. No despacho, o ministro também estabelece que as federações orientem sindicatos a submeterem a proposta à votação em assembleia-geral extraordinária, que deve ser convocada com urgência. Se a proposta for aprovada, uma audiência para assinatura do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) será realizada no dia 26 de dezembro de 2025, às 14h, na sede do TST, em Brasília, com possibilidade de antecipação a pedido das partes. Caso seja rejeitada, o caso retorna ao ministro. Os Correios haviam acionado o TST na última quinta-feira (11) diante do impasse nas negociações salariais e de benefícios. Em meio a uma grave situação financeira, a empresa pediu a mediação para flexibilizar cláusulas do acordo coletivo que garantem benefícios acima do mínimo previsto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Embora sejam empregados públicos, os funcionários dos Correios são regidos pela CLT, diferentemente dos servidores da administração direta, que seguem o regime estatutário. O atual acordo coletivo prevê incentivos como gratificação maior nas férias e pagamento de hora extra tripla aos fins de semana e feriados. Parte dessas cláusulas foi incorporada recentemente, quando a empresa já enfrentava dificuldades financeiras. Como mostrou a Folha, a despesa com pessoal dos Correios deve alcançar R$ 15,1 bilhões neste ano e é apontada como um dos principais desafios do plano de reestruturação da estatal emdash;a empresa busca fechar empréstimo para bancar o plano. POR QUE A GREVE FOI DEFLAGRADA Segundo Emerson Marinho, secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), a greve é resultado da postura da administração da estatal, que, segundo ele, tem desconsiderado os trabalhadores na definição de medidas para enfrentar a crise da empresa. "Esse movimento tem estressado os trabalhadores e, embora o indicativo da categoria fosse de paralisação no dia 23, algumas entidades optaram por iniciar a greve imediatamente para sinalizar ao governo o descontentamento", afirma. Os sindicatos restantes continuam com indicativo de greve a partir do dia 23. Para Marinho, o anúncio da greve pelas federações depende das propostas que serão enviadas pela estatal. A categoria pede renovação do acordo coletivo e reajuste salarial no próximo ano. Além disso, afirma que trabalhadores estão sem acordo coletivo desde 1º de agosto e define que o governo federal faça um aporte emergencial aos Correios. Em nota, o Sintect de São Paulo, que deflagrou greve na última terça-feira, afirma que a paralisação é uma resposta à falta de avanços nas negociações. "Diante das ameaças de retirada de direitos e da precarização das condições de trabalho, a categoria permanece unida e determinada a resistir", diz a entidades. SINDICATOS EM GREVE Sintect/MG Sintcom/PR Sintect/PB Sintect/VP (São José dos Campos - SP) Sintect/RS Sintect/SC Sintect/CE Sintect/MT Sintect-CAS (Campinas-SP) Sintect/RJ Sintect/SP Sintect/Santos VEJA PRINCIPAIS PONTOS DA PROPOSTA APRESENTADA PELO TST Assinatura imediata do Acordo Coletivo de Trabalho, com a renovação de 79 cláusulas, excluídos os parágrafos 2º e 9º da cláusula 55ª, relativos ao ticket adicional; Reajuste salarial de 5,13% a partir de janeiro de 2026, com pagamento a partir de abril de 2026, incluindo os valores retroativos; A partir de agosto de 2026, aplicação de 100% do INPC (índice referente ao período de agosto de 2025 a julho de 2026). Fixação da vigência do Acordo Coletivo de Trabalho pelo prazo de dois anos; Ponto por exceção, previsto no item I do parágrafo 2º da cláusula 74ª, terá vigência até 31 de julho de 2026; Horas extras incidentes sobre o Repouso Semanal Remunerado com a redação atualmente vigente mantida até 31 de julho de 2026, passando, a partir de então, a observar o percentual previsto na legislação.

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Diesel tem distribuição restrita na Bahia

O Sindicombustíveis Bahia, que representa os revendedores de combustíveis, vem recebendo informações de restrição na entrega do diesel, em especial o tipo S10, por parte das distribuidoras. Segundo os casos que chegaram ao sindicato, não é dada uma explicação pela ausência, ou então a justificativa que recebem é que a refinaria não está fornecendo o produto. Como já ocorreu em outras ocasiões, o Sindicombustíveis fará uma solicitação formal junto à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para que atue com as distribuidoras tendo em vista a solução do problema, que pode afetar o abastecimento do produto para o consumidor final.

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Petrobras planeja diesel coprocessado com 20% de conteúdo renovável

Um combustível idêntico ao diesel fóssil que de tão parecido é difícil identificar qual é qual até mesmo com testes de laboratório. Essa é a proposta da Petrobras com o novo Diesel-R, uma mistura do tradicional combustível fóssil com óleos vegetais. Atualmente, a estatal consegue alcançar apenas a concentração de 10% de insumos renováveis no combustível, mas mira dobrar o nível nos próximos anos em meio à estratégia de avançar na agenda de sustentabilidade. Ao CNN Money, Magda Chambriard, CEO da Petrobras, destacou o impacto positivo do produto na redução de emissões de gases poluentes. eldquo;Nessa parte de óleo vegetal, conseguimos uma redução de emissões de 87%, isso significa uma redução de emissões importante no Brasil e o compromisso da Petrobras com a descarbonizaçãoerdquo;. Para avançar para o patamar de 20%, serão necessários novos investimentos no curto prazo emdash; um movimento que já está no pipeline da empresa. eldquo;Ele é tão escalável que nós já estamos investindo, o projeto já está na rua, para a primeira biorrefinaria 100% no Brasil, no Rio grande do Sulerdquo;, diz a CEO. O óleo de soja a Petrobras usa é igual ao usado para cozinha. A matéria-prima chega na refinaria para ser misturado com diesel mineral. A mistura vira hidrogênio e tira poluentes contaminantes. O resultado é um combustível idêntico ao S-10, já usado em veículos, sem a necessidade de adaptações. O foco do produto está em clientes que buscam reduzir a pegada de carbono e cumprir metas ambientais voluntárias. A Volvo faz parte deste grupo, e usa o combustível em diferentes frentes na sua planta de produção de Curitiba. eldquo;Estamos utilizando para o primeiro abastecimento de todos os caminhões que são abastecidos na fábrica, e também utilizamos esse combustível em todos os testes que realizamos dentro da plantaerdquo;, explica Alan Holzmann, diretor de estratégia e planejamento de produto caminhões da Volvo. O produto será uma evolução do Diesel-R10, lançado durante a COP30 e utilizado para abastecer os ônibus que transportaram participantes da cúpula do clima, realizada em Belém. Atualmente, a linha Diesel-R, em diferentes concentrações, é comercializada apenas para grandes consumidores que, de forma voluntária, buscam reduzir suas emissões de carbono. A venda ocorre sob demanda, sem produção contínua. Na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), por exemplo, a capacidade instalada é de até 60 milhões de litros do combustível. Ainda assim, a produção depende do apetite dos parceiros. O aumento da concentração de conteúdo renovável para 20% envolve desafios técnicos e financeiros. O processo de hidrotratamento do diesel coprocessado demanda maior volume de hidrogênio do que o diesel convencional e resulta em uma reação mais instável. eldquo;Por passar por esse processo de remoção de impurezas, ele tem uma condição de estabilidade e dificuldade maior de formação de gomas e outros componentes que podem ser prejudiciais ao motorerdquo;, detalha Edson Bruel, gerente de empreendimentos da RPBC. Além disso, o projeto precisa ser economicamente viável. Hoje, o biodiesel é comercializado a preços muito próximos aos do diesel fóssil, o que limita margens e pressiona a competitividade do produto. Essa estratégia deve orientar a atuação da Petrobras na transição energética ao longo da próxima década. De acordo com a presidente da companhia, o foco da estatal seguirá concentrado em soluções baseadas em eldquo;moléculaserdquo;, ou seja, combustíveis líquidos.

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Reforma tributária: 'Split payment' avança, mas setor financeiro negocia custo para operar sistema

Uma das peças-chave da reforma tributária, o split payment deve entrar em operação em 2027, com aplicação para transações entre pessoas jurídicas. Esse é o plano do setor financeiro, que vem desenvolvendo a funcionalidade com o governo. A informação foi repassada ao Estadão/Broadcast durante a primeira entrevista de Cristiane Coelho como presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin), instituição que reúne 15 associados, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima), a B3 e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). E, afinal, o que é o eldquo;split paymenterdquo;, que em um futuro próximo entrará no dia a dia dos consumidores? Em vídeo, a Duquesa de Tax, colunista do Estadão, explica. O sistema separa automaticamente a parcela que corresponde ao imposto e a envia diretamente aos cofres públicos. Já o valor referente ao preço da mercadoria ou do serviço segue para a conta da empresa. Nada muda na operação: mesma alíquota, mesmo tributo, mesmo valor final. O que muda é apenas o caminho do dinheiro. Na prática, é como se alguém estivesse na porta da conta bancária avisando: eldquo;Essa parte nunca foi sua. Sempre foi impostoerdquo;, diz a Duquesa. Do ponto de vista técnico, o desenvolvimento do produto está avançado, e falta apenas conectar os sistemas das instituições financeiras (IFs) às bases do governo. Mas o setor financeiro ainda quer debater com o Executivo a remuneração das instituições que vão aplicar o split payment, que requer o manejo de grandes quantidades de informações. Além disso, apesar de ser apenas B2B (de negócio para negócio) e, consequentemente, haver um volume menor de transações do que haveria se também servisse ao consumidor final, trata-se de operações de altos valores e que requerem grande responsabilidade e garantia de segurança. eldquo;O split payment não é uma obrigação acessória, e está muito claro que não é o nosso business que gera isso. Não temos nada a ver com a criação de base tributávelerdquo;, disse a presidente da Fin, que sucede o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia no cargo. eldquo;A remuneração não inviabiliza os ganhos do split payment, o governo ainda vai ter muitos ganhos depois dissoerdquo;, alegou. Segundo a executiva, ainda não há um consenso com o governo sobre o ponto da remuneração. O entendimento da Fin, que sempre apoiou a reforma tributária e não queria ser vista como uma barreira agora, é o de que o pagamento deve ficar a cargo da Receita Federal, que já arca com obrigações similares emdash; por exemplo, na emissão de um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf). Reuniões para debater o tema já ocorreram, mas as negociações sobre os valores que serão pagos às instituições financeiras ainda não avançaram. Modelo elsquo;com maioneseersquo; Resolvido o problema da remuneração, Coelho diz que há condições de colocar o split payment de pé já em 2027, com os primeiros efeitos da reforma tributária. O modelo desenhado pelo setor financeiro e governo para o primeiro momento vem sendo chamado de eldquo;split payment superinteligente B2Berdquo;. A ferramenta é considerada sofisticada porque analisará de forma instantânea o crédito tributário das partes envolvidas na operação. O escopo inicial é o B2B opcional, que tem esse nome porque dependerá da opção do pagador ou do fornecedor de uma das Pessoas Jurídicas envolvidas acenar que deseja a operação eldquo;com maioneseerdquo;, como vem sendo nomeado informalmente o instrumento entre os seus desenvolvedores. Nessa primeira fase, serão alcançados boletos e a maioria dos tipos de Pix (como QR Code, por exemplo) entre as empresas. A avaliação inicial é a de que o comprador tenda a ser mais proativo e peça sua transação eldquo;com maioneseerdquo;, já que poderá fazer o pagamento com o split, dando mais segurança de que terá o crédito tributário associado àquela empresa. O acionamento do mecanismo pode ser feito por qualquer empresa que inicia um pagamento. Basicamente tratam-se das quase 300 companhias que atuam com o Pix atualmente. Apesar de a consulta ao crédito ser praticamente instantânea, não é possível ter a mesma rapidez de execução com Pix chave para pessoas físicas. Este é um dos motivos pelos quais essa fase não será adotada num primeiro momento e só no futuro, portanto, é que deve ser lançado o split powerful. O layout da plataforma também é importante porque ele é que determinará o tamanho do tributo, segundo Coelho, e aqui está outro argumento para que haja remuneração do governo para o setor privado pelo serviço. Atualmente, bancos arrecadam para a Receita, por exemplo, a tributação de IOF, sem custos para a administração pública. eldquo;A gente nunca poderia aceitar essa mesma lógica porque a empresa seria a corresponsável por todas as transações de pagamentoerdquo;, salientou a executiva, explicando que não haveria segurança para afirmar que determinado produto foi realmente transacionado entre as partes. O temor faria com que a alíquota aplicada fosse estratosférica como uma forma de garantia, mas a definição do tributo não é um papel das empresas do setor, mas do governo. Riscos de ataques financeiros A presidente da Fin constatou durante a entrevista que o split payment pode funcionar como um mecanismo de conformidade, ainda que este não tenha sido o objetivo inicial, em meio a tantas operações do governo em busca de sonegadores e lavadores de dinheiro, além da própria aprovação recente pelo Congresso do projeto de lei do Devedor Contumaz. eldquo;Esta é uma boa perspectivaerdquo;, considerou. Inicialmente, o setor privado estava reticente com a aplicação do instrumento e chegou a considerá-lo como um eldquo;cavalo de Troiaerdquo;, mas depois entendeu que ele seria a eldquo;espinha dorsalerdquo; para colocar a reforma de pé. Isso porque, na avaliação do setor privado, trata-se de uma ferramenta cara e eldquo;desafiadoraerdquo; para que possa ser operada plenamente. A defesa do split payment no Congresso, por sua vez, foi mais arrebatadora, conforme a comandante da Fin por causa da expectativa de redução da sonegação e de até dois pontos na alíquota. eldquo;É óbvio que foi uma decisão super complexaerdquo;, afirmou. Para que as engrenagens estejam todas funcionando, será preciso que o Banco Central apresente eldquo;um caminhãoerdquo; de novas resoluções e revisões das existentes. Também é preciso uma regulamentação do Comitê Gestor e da Receita específica para que o próprio split payment possa começar a operar. O texto já foi iniciado, com a definição de cada uso do sistema, e agora passa por ajustes. Além disso, é necessária ainda uma regulamentação para a remuneração dos operadores. O modelo tributário das empresas associadas à Fin não contava com impostos ou contribuições de Estados, eram apenas da esfera federal. Agora, isso mudou e uma aproximação com os secretários de Fazenda para discussões sobre impostos deve ser ampliada, conforme a executiva. eldquo;A gente não era tão próximo dos Estados. A gente vai começar a ter uma interação econômica tributária maior e eu acho que isso vai se espalhar para outros temas, como até da questão das fraudes digitais, da segurança pública... Isso é algo relevante.erdquo;

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