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Vazamento de gás paralisa plataforma da Petrobras na Bacia de Campos

Um vazamento de gás registrado na manhã desta quarta-feira (18) provocou a paralisação total da plataforma P-40, localizada no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro. Não há registro de vítimas. A ocorrência foi informada inicialmente pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), que acompanha o caso e cobra esclarecimentos da Petrobras. A P-40 entrou em operação em 2001 e atua como uma plataforma flutuante de produção, armazenamento e transferência, sendo estratégica para a produção nacional de petróleo. De acordo com o Sindipetro-NF, a plataforma é atualmente operada por equipe de contingência da Petrobras, em substituição aos trabalhadores regulares que estão em greve. eldquo;É mais uma comprovação da irresponsabilidade da Petrobras, em tocar as plataformas com equipes de contingência sem saber se ela tem capacidade técnica para isso. A própria empresa rasga as normas de segurançaerdquo;, disse o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira. Em nota, a Petrobras disse que eldquo;o incidente não tem relação com o movimento de paralisação de trabalhadores da Petrobraserdquo; e que a eldquo;produção das demais plataformas da Bacia de Campos segue normalmenteerdquo;. A estatal confirmou a interrupção da produção, disse que o sistema de proteção da plataforma detectou o vazamento de gás e que atuou imediatamente dentro das normas de segurança. Como medida preventiva, todas as linhas foram despressurizadas e a produção da unidade foi temporariamente paralisada. A empresa também afirmou que a produção das demais plataformas da Bacia de Campos segue normalmente, que está notificando os órgãos reguladores competentes e que será constituída uma comissão especial para investigar as causas do vazamento.

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Comgás reduz preço do GNV para postos em São Paulo

A Comgás, principal companhia de distribuição de gás canalizado da América Latina, anunciou um corte de 26% no preço do gás natural veicular (GNV) fornecido aos postos de abastecimento em sua região de concessão no estado de São Paulo. A diminuição, que representa cerca de R$ 1 a menos por metro cúbico, entrou em vigor em 10 de dezembro de 2025, após autorização da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp). O ajuste considera as oscilações no preço do petróleo e no dólar, além da atualização das margens de distribuição pelo índice de inflação. É importante destacar que o preço final ao consumidor nos postos é decidido livremente por cada revendedor, que pode repassar total ou parcialmente a redução, ou mesmo absorvê-la. Vantagens econômicas Segundo a Comgás, a adoção do GNV em automóveis pode gerar uma economia superior a 60% em relação a outros combustíveis, variando conforme a localidade. eldquo;O GNV emite menos partículas poluentes que outros combustíveis fósseis. Atualmente, ele tem uma função estratégica na diversificação da matriz energética paulistaerdquo;, comenta Thiago Borer, Gerente de Vendas GNV da Comgás. O executivo também enfatiza a segurança e a regularidade do fornecimento, já que o gás chega aos postos por meio de dutos subterrâneos emdash; um contraste com a distribuição por caminhões-tanque, comum para combustíveis líquidos, muitos deles importados. Para frotas pesadas, a economia do GNV frente ao diesel ultrapassa 20% por quilômetro rodado, considerando os preços médios. A companhia tem fomentado a instalação de pontos de abastecimento privativos dentro de empresas de transporte e indústrias, o que pode ampliar a economia para 40% a 50% em comparação com o diesel adquirido em postos comuns. Redução de impactos ambientais Além dos benefícios financeiros, o GNV possibilita cortes significativos na poluição. Em comparação com o diesel, seu uso pode diminuir em até 20% as emissões de dióxido de carbono (COe#8322;) emdash; um dos principais gases do efeito estufa emdash; e em até 90% a liberação de poluentes locais e material particulado, que degradam a qualidade do ar. eldquo;Com o gás natural veicular, reduz-se significativamente a fumaça escura expelida pelos motores a diesel, associada a diversos problemas respiratórios. Adicionalmente, o GNV produz menos barulho e vibração, proporcionando uma operação mais silenciosa e suaveerdquo;, complementa o gerente. Para ampliar e consolidar o uso do combustível, a Comgás está investindo na criação dos chamados Corredores Sustentáveis ao longo de importantes rodovias, garantindo infraestrutura de abastecimento rápido e de alta capacidade para caminhões. A iniciativa está alinhada com as diretrizes do Governo do Estado de São Paulo.

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Revolução silenciosa: etanol de milho redefine pecuária verde

O Brasil vive uma transformação estrutural silenciosa, mas de impacto profundo na integração entre combustível, agricultura e pecuária. A ascensão do etanol de milho, especialmente o proveniente da segunda safra, somada ao aproveitamento dos grãos secos de destilaria na alimentação animal, está redefinindo a eficiência da produção nacional de energia renovável e proteína animal, com ganhos econômicos e ambientais expressivos. A trajetória do etanol de milho no Brasil é marcada por um crescimento impressionante nos últimos anos. De apenas 1,2 milhão de toneladas de milho processadas em 2018, o setor saltou para 19,6 milhões de toneladas em 2024. As projeções para 2034 indicam que a capacidade instalada poderá alcançar 56,6 milhões de toneladas por ano, resultando em uma produção estimada de 25 bilhões de litros de etanol, o que representa mais que o triplo dos atuais 8 bilhões de litros. Nessa rota exponencial, o avanço do etanol de milho gerou uma derivada transformadora para a pecuária brasileira: a expansão expressiva da oferta de grãos secos de destilaria. Para cada tonelada de milho processada, são gerados em média 420 litros de etanol e 300 quilos de grãos secos de destilaria, um produto de alto valor nutricional, com teor proteico entre 28% e 32%, significativamente superior aos 8% a 10% do milho integral. Essa oferta abundante e rica em proteína permite a formulação de dietas mais eficientes e econômicas, reduzindo custos de produção e intensificando a engorda do rebanho, especialmente bovino. Estudos da Embrapa Gado de Corte mostram que dietas com grãos secos de destilaria elevam o ganho diário dos bovinos para até 1,8 kg, ante 1,2 kg em sistemas tradicionais, reduzindo a idade média de abate de 36 para cerca de 24 meses. Além dos ganhos zootécnicos e econômicos, essa integração entre etanol de milho e pecuária redefine o papel da agropecuária na transição para uma economia verde: ao produzir mais carne em menos tempo e área, e ao promover o sequestro de carbono no solo por meio de pastagens bem manejadas, o setor transforma produtividade em ganho climático e ambiental. O resultado é um ciclo produtivo baseado em um sistema de integração lavoura-energia-pecuária-clima, em que cada tonelada de milho produzida no campo e processada na indústria gera simultaneamente energia limpa, proteína animal e desenvolvimento regional. Essa é a verdadeira revolução silenciosa que posiciona o Brasil como protagonista global na produção pecuária sustentável. Mais uma vez, o produtor rural brasileiro demonstra sua notável capacidade de fazer mais com menos. Nesse modelo, a antiga equação eldquo;combustível versus comidaerdquo; se inverte completamente, pois a produção de energia passa a impulsionar uma cadeia integrada que gera ainda mais alimento, renda e equilíbrio ambiental, uma solução climática e ambiental lucrativa. *Por Joaquim Leite, ex-ministro do Meio Ambiente

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Governo da Bolívia anuncia fim de duas décadas de subsídios aos combustíveis

O novo governo da Bolívia anunciou na quarta-feira que acabará com o programa de subsídios aos combustíveis, cujos preços permaneceram congelados durante 20 anos de administrações de esquerda. A política de subsídios drenou as reservas internacionais de dólares do país e desencadeou a pior crise econômica em quatro décadas. A Bolívia centraliza as importações de gasolina e diesel, que compra a preço internacional e revende com prejuízo. Segundo o governo de centroe#8209;direita do presidente Rodrigo Paz, que assumiu o poder em 8 de novembro, o programa fomentou esquemas bilionários de corrupção e contrabando. emdash; Com a publicação do decreto, serão anunciados os novos preços dos hidrocarbonetos (...). A retirada de subsídios mal concebidos no passado não significa abandono. Significa ordem, justiça, redistribuição clara emdash; afirmou o presidente Paz em um discurso exibido na televisão. O mandatário também informou que o diesel será retirado da lista de substâncias controladas pelo governo, para facilitar a importação pelo setor privado. emdash; Os subsídios que foram usados para esconder o saque não voltarão a condenar a Bolívia. A estabilização dos preços (...) permitirá gerar recursos fiscais adicionais emdash; acrescentou o mandatário. Desde 2023, o país registrou períodos constantes de desabastecimento nos postos de combustível, com longas filas de veículos que aguardam por horas e, às vezes, dias. e#39;Emergênciae#39; Nos primeiros dias de governo, Paz denunciou que a esquerda deixou o Estado transformado em "esgoto de dimensões extraordinárias" e anunciou investigações para identificar os responsáveis por supostos crimes de corrupção. emdash; Declaramos emergência econômica, financeira, energética e social, porque a Bolívia não podia continuar funcionando com as normas dos últimos 20 anos emdash; declarou o governante na quarta-feira. Além da eliminação dos subsídios, o presidente anunciou outras medidas econômicas que integram o que chamou de uma "decisão histórica de salvamento da pátria". emdash; Simplificaremos os impostos, incentivos para a compra de máquinas e outros. Apoiaremos empreendedores e vamos liberar as exportações emdash; disse ele. Paz anunciou ainda que isentaria de impostos a repatriação dos capitais que foram retirados do país durante os governos de Evo Morales (2006-2019) e Luis Arce (2020-2025). Segundo dados do governo, o imposto sobre grandes fortunas estabelecido em 2020, e recentemente eliminado por Paz, propiciou a fuga de mais de US$ 2 bilhões de dólares (R$ 11 bilhões de reais) do país. O salário mínimo será elevado de US$ 395 para US$ 474 dólares (de R$ 2.184 para R$ 2.620 reais) a partir de janeiro de 2026. Além disso, o governo prometeu aumentos aos já existentes bônus assistenciais para populações vulneráveis. A inflação na Bolívia se aproximou de 12% em termos anuais em novembro, após atingir um pico de quase 25% em julho. O dólar ainda é escasso no país e acessível apenas em um mercado paralelo que negocia a moeda acima do preço fixo oficial. O pacote de medidas do governo é parte de outras promessas anunciadas, como a redução de 30% do déficit fiscal.

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BNDES pode participar de solução para Raízen

A administração e os principais acionistas da Raízen esperavam já ter um desenho do que deve ser a operação de capitalização da companhia ainda neste ano, mas isso deve escorregar para janeiro.Uma das razões é que o fechamento da venda dos ativos na Argentina, que traria uma redução na necessidade de capital e algum alívio para investidores, também pode acabar ficando para a virada do ano, apesar das tratativas bem avançadas. Mas o ponto principal ainda é quem entra com quanto na capitalização. Já é consenso que parte relevante do capital deve vir de desembolso da Shell, que quer evitar de qualquer maneira um pedido de recuperação judicial emdash; a primeira solução proposta pelo BTG Pactual, que se tornou co-controlador da Cosan neste ano, e que atua como assessor financeiro. A Raízen é uma joint venture de Cosan e Shell, com 12% do capital no mercado. Clique aqui para continuar a leitura.

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ANP fará consulta e audiência públicas sobre revisão de normas para biometano

A Diretoria da ANP aprovou hoje a realização de consulta e audiência públicas, sobre a revisão das regras de especificação e controle da qualidade do biometano, atualmente estabelecidas pelas Resoluções ANP nº 886/2022 e nº 906/2022. As duas normas serão unificadas em um novo ato normativo. A proposta decorre dos resultados de Análise de Impacto Regulatório (AIR) realizada pela ANP e busca aprimorar o arcabouço regulatório à luz da ampliação do mercado e do novo marco legal de incentivo ao biometano. Entre as principais alterações em discussão, destacam-se: - Uniformização da periodicidade da análise de enxofre total para monitoramento diário no biometano oriundo de aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto, com aquele oriundo de resíduos agrossilvopastoris; - Simplificação e ajustes nas diretrizes aplicáveis à aprovação da análise de riscos e ao gerenciamento de barreiras técnicas, conferindo maior clareza ao processo; - Inclusão e atualização de métodos de ensaio; - Ajuste das frequências de monitoramento dos contaminantes siloxanos, clorados e fluorados; - Previsão de requisitos para controle microbiológico e para situações de contaminação por óleo e partículas sólidas; - Possibilidade de avaliação, em caráter excepcional e mediante autorização prévia da ANP, da injeção de biometano com especificação diversa na rede de distribuição, desde que assegurada a conformidade da mistura final com a especificação vigente e a proteção do consumidor. As propostas visam simplificar procedimentos, reduzir custos regulatórios e contribuir para o fortalecimento do mercado de biometano e sua maior inserção na matriz energética nacional. Durante o período da consulta pública, os agentes afetados diretamente e indiretamente, bem como a sociedade em geral, poderão encaminhar sugestões e comentários. A audiência pública permitirá a manifestação oral dos participantes e o aprofundamento do debate técnico sobre a proposta apresentada. A ANP reforça que a participação social é etapa fundamental do processo regulatório e contribui para o aperfeiçoamento das normas, garantindo decisões mais transparentes, fundamentadas e alinhadas ao interesse público.

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