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Cepea/Esalq: etanol fecha em baixa

Entre 6 e 10 de outubro, os preços do etanol recuaram, segundo levantamento do Cepea/Esalq-USP. O etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, apresentou queda de 0,36%, passando de R$ 3,1238 para R$ 3,1126 por litro. O etanol hidratado, destinado a veículos flex e movidos a álcool, caiu 0,40%, de R$ 2,7264 para R$ 2,7156 por litro. Indicador Diário Paulínia Na sexta-feira (10), o etanol hidratado foi negociado pelas usinas a R$ 2.812,50 por metro cúbico, valor 0,25% superior ao registrado no dia anterior.

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Gasolina no Brasil está 8% acima do preço internacional

O preço da gasolina no Brasil está 8% mais cara do que o preço de paridade de importação (PPI), segundo levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Na semana anterior a diferença havia chegado em 10% e recuou com queda nas cotações internacionais e estabilidade de câmbio, que encerrou a última sessão cotado a R$ 5,35 por dólar. O preço interno da gasolina está R$ 0,23 por litro acima da paridade, com variações entre R$ 0,17 e R$ 0,31, dependendo do polo de entrega. De acordo com a Abicom, o mercado permanece com condições favoráveis para a importações do produto em relação aos preços domésticos. Enquanto isso, o diesel é vendido 4% abaixo do preço internacional, o que representa uma defasagem média de R$ 0,14 por litro. Segundo a associação o cenário atual é resultado do câmbio elevado e da desvalorização do petróleo no mercado externo, com o barril do Brent sendo negociado acima de US$ 66.

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Por que montadoras retomam aposta na gasolina

Apesar de investir bilhões de dólares em veículos elétricos, grande parte da indústria automobilística tradicional está se adaptando rápida e alegremente a uma nova realidade: a de uma vida mais longa para o motor a combustão. Jim Farley, executivo-chefe da Ford, chamou essa mudança de eldquo;oportunidade de múltiplos bilhões de dólareserdquo;, enquanto a concorrente General Motors (GM) está apostando US$ 900 milhões no futuro de um motor V8 mais limpo, que pode ser usado em caminhonetes e utilitários esportivos (SUVs) movidos a gasolina ou híbridos. Clique aqui para ler a notícia completa.

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Metanol usado para adulterar bebidas foi comprado de postos de gasolina, diz polícia

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou nesta sexta-feira (10) que o metanol usado na produção de bebidas adulteradas em uma fábrica clandestina de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, foi adquirido de postos de combustíveis. Segundo as investigações, o grupo criminoso comprava etanol adulterado com metanol, substância altamente tóxica e de uso industrial, para misturar a destilados como vodca e uísque. A fábrica clandestina, que repassava bebidas para distribuidoras emdash;incluindo uma responsável por abastecer o Bar Torres, na Mooca, zona leste de São Pauloemdash; foi descoberta e interditada após a morte de duas pessoas por intoxicação. As vítimas, Ricardo Lopes, 54, e Marcos Antônio Jorge Júnior, 46, consumiram bebidas contaminadas no bar, que também foi interditado pela Vigilância Sanitária. A proprietária da fábrica foi presa no local, e o marido dela é procurado sob suspeita de envolvimento. Em comunicado divulgado nas redes sociais, o bar Torres afirmou que colabora com as autoridades e que "todas as bebidas são originais, adquiridas apenas de fornecedores oficiais e com nota fiscal, garantindo procedência e confiança". Em entrevista coletiva nesta sexta, Derrite destacou que a compra de etanol em postos de gasolina para fabricação de bebidas já é ilegal, mas que há indícios de que os envolvidos não soubessem que o produto continha metanol. Ele afirmou que as autoridades agora investigam a origem do combustível adulterado e buscam o posto ou rede de postos que teria feito a venda irregular. O secretário disse ainda que, apesar da gravidade do caso, não há motivo para pânico. "A investigação já identificou a cadeia de distribuição e os pontos de contaminação. Isso nos permite concentrar a fiscalização e tranquilizar a população, porque não há indícios de que o problema esteja disseminado em todo o estado." O estado de São Paulo confirmou até esta quinta-feira (9) 23 casos de intoxicação por metanol, incluindo cinco mortes. Derrite também afirmou não haver indícios de que o PCC (Primeiro Comando da Capital) esteja envolvido na adulteração das bebidas. Embora seja possível que o grupo tenha alguma relação com o metanol nos postos de combustíveis, por causa das investigações da Operação Carbono Oculto, até o momento não há evidências de que os criminosos que adulteravam o etanol dos postos soubessem que ele seria comprado por terceiros para a produção de bebidas falsificadas. "Até aqui não tem nenhum indício. O que aconteceu, que nós estamos concluindo, é que criminosos foram prejudicados por uma organização criminosa", afirmou. "Então, o crime organizado, lucrando exponencialmente, tanto com a lavagem de dinheiro, usando CNPJs dos postos de combustíveis, e lucrando com a adulteração do etanol com o metanol, na verdade essa organização criminosa prejudicou esses criminosos que fazem a adulteração da bebida", acrescentou. "Agora, ligação entre eles parece não haver, não tem nenhum indício até aqui de que eles estejam, de fato, juntos nesse processo, nessa cadeia ilícita. Até porque nenhum criminoso preso ou investigado é faccionado, eles não têm a mesma centralização de advogados, isso que é característico da própria organização criminosa", concluiu o secretário. Na terça (7), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que a Polícia Federal investiga se o metanol usado nesses casos é o mesmo que teria sido abandonado após ação policial contra a infiltração do crime organizado em postos de combustível e no setor financeiro. O que foi a Operação Carbono Oculto? No dia 28 de agosto, uma força-tarefa com 1.400 agentes cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão em empresas do setor de combustíveis e do mercado financeiro que têm atuação nesse segmento e são utilizadas pelo PCC. A meta era desarticular a infiltração do crime organizado em negócios regulares da economia formal. A ação aconteceu em São Paulo e outros nove estados. Parte do esquema investigado envolvia desvio de metanol e adulteração de combustíveis. A prática, além de ilegal, pode prejudicar seriamente alguns veículos, segundo especialistas. De acordo com informações que o promotor Yuri Fisberg, do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) disse à Folha na época, alguns postos fiscalizados como parte da investigação no estado de São Paulo tinham até 90% de metanol no combustível. O máximo definido pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) é 0,5%. O metanol é um solvente industrial e matéria-prima da produção de formol, inflamável e tóxico, mas tem características de combustível. Após os casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) divulgou uma nota em que alegava que o metanol usado pelo PCC para adulterar combustível pode ter sido revendido a destilarias clandestinas depois de ações da Carbono Oculto. Para a ABCF, "o fechamento nas últimas semanas de distribuidoras e formuladoras de combustível diretamente ligadas ao crime organizado, que importam metanol de maneira fraudulenta para adulteração de combustíveis, conforme já comprovado por investigações do Gaeco e do MP de SP, podem ser a causa dessa recente onda de intoxicações e envenenamentos de consumidores que, ao tomar bebidas destiladas em bares e casas noturnas, apresentaram intoxicação por metanol". "Ao ficar com tanques repletos de metanol lacrados e distribuidoras e formuladoras proibidas de operar, a facção e seus parceiros podem eventualmente ter revendido tal metanol a destilarias clandestinas e quadrilhas de falsificadores de bebidas, auferindo lucros milionários em detrimento da saúde dos consumidores", acrescentou a associação.

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Setor de energia pode descarbonizar transportes e indústria, mas carece de governança, diz coalizão

O setor elétrico diz que pode ajudar a descarbonizar transportes e indústria no Brasil, contribuindo para as metas de redução de emissões do país, mas cobra maior ação do governo para organizar o mercado, hoje alvo de lobbies que preocupam investidores e elevam o custo das tarifas. A mensagem foi entregue nesta quinta-feira (9) à presidência da COP30 por uma coalizão envolvendo 73 empresas e oito associações. Estão fora da lista, porém, representantes da energia solar, que vêm se beneficiando de subsídios criticados no manifesto. O trabalho elaborado com apoio da consultoria PSR parte do princípio de que a matriz elétrica brasileira já é 90% renovável, então o objetivo de longo prazo é manter esse percentual, que hoje já representa mais do que o dobro da média global. Para isso, diz, é necessário mais do que dobrar a capacidade atual de geração de energia, inserindo 345 GW (gigawatts) em potência nova de energia limpa. Assim, o país chegaria a 2050 com 88% da matriz elétrica renovável. O presidente da PSR, Luiz Barroso, diz que a projeção considera o avanço da eletrificação sobre os setores de transporte e indústria e a implantação de projetos de grande consumo, como data centers ou plantas de hidrogênio verde. E conclui que a manutenção da matriz 90% da matriz renovável tem potencial de promover sinergias para a descarbonização nacional e global da economia em até 176 milhões de toneladas de COe#8322; por ano. O valor é equivalente a 11% das emissões totais do Brasil atualmente. "Hoje, a indústria vive de usar combustível fóssil, seja carvão ou gás para esquentar água ou gerar vapor. A gente assume que muitos desses processos podem ser eletrificados", afirma ele. "Por isso é importante manter a renovabilidade [da matriz]." O manifesto defende, porém, que essa ambição depende de correção de rumos de governança. A avaliação é que o governo deixou de ser o agente central de planejamento do setor, que vem sendo feito de forma equivocada pelo Congresso Nacional. Esse cenário permitiu, por exemplo, a aprovação de leis para a contratação sem necessidade de energias fósseis e diversas prorrogações de subsídios que levaram ao crescimento descontrolado da geração distribuída de energia solar no país. Entre as propostas entregues à presidência da COP, portanto, estão vedações para a contratação de energia fóssil que não esteja prevista pelos órgãos planejadores e para a concessão de novos subsídios setoriais, além daqueles com objetivo social. O setor diz ainda que é importante reduzir subsídios vigentes, modernizar tarifas para fomentar eficiência energética, fomentar investimentos de adaptação da rede de transmissão às mudanças climáticas e reforçar a governança do setor. "A escolha é se vamos ter transição organizada ou caótica. O que enfrentamos agora é transição caótica, o que é sintoma de desordenamento setorial", diz o diretor executivo de Regulação da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica), Ricardo Brandão. Segundo o estudo, a redução da renovabilidade da matriz limita seu impacto sobre a descarbonização da economia brasileira. No limite, o setor pode passar a ser emissor líquido de carbono caso a participação das renováveis seja menor do que 70%. "O recado do setor privado é que precisa de previsibilidade e planejamento", diz a presidente do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), Marina Grossi. "Não se faz nada para 2050 sem planejar um plano de ação para o curto prazo."

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Como funciona o novo laboratório que produzirá combustível verde em SP

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, inaugurou na quinta-feira, 9, o Laboratório de Hidrogênio, LabH². No local, será produzido hidrogênio para pesquisar como baratear seu preço, tornar seu uso mais eficiente e como armazená-lo de forma segura, além de como automóveis ou indústrias podem utilizá-lo. O objetivo do laboratório é acelerar o uso de hidrogênio no Brasil e facilitar a implementação dessa tecnologia, com potencial para reduzir significativamente as emissões de gás carbônico, o principal causador do efeito estufa. O LabH² vai ainda formar mão de obra especializada por meio de cursos de pós-graduação e realizar projetos de pesquisa, em parceria com empresas, prefeituras e instituições de outros países, como a Alemanha e Portugal. O laboratório fica na Cidade Universitária da USP, na zona oeste de São Paulo. São 1 mil m² de área construída, com dois pontos para abastecimento com hidrogênio, que permitirão atender tanto automóveis quanto ônibus e caminhões, e 30 técnicos especializados em energia renovável. O governo investiu R$ 50 milhões no local. eldquo;Automóveis movidos a hidrogênio vão ser uma grande revoluçãoerdquo;, afirmou Anderson Correia, diretor-presidente do IPT. eldquo;Além de não fazer barulho, a energia gerada pelo hidrogênio é limpa, enquanto a que vem do petróleo e do carvão é suja, polui.erdquo; O LabH² é um exemplo de parceria entre a administração pública, o mundo acadêmico e a iniciativa privada, um modelo que pode alavancar projetos ligados à inovação. Na década de 1970, o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), por exemplo, colocou o Brasil na dianteira do desenvolvimento de bioenergia graças ao esforço conjunto de cientistas, empresas e poder público. Modelos de automóveis a hidrogênio A inauguração do LabH² ocorre em meio às negociações com quatro empresas emdash; Toyota, Hyundai, GWM e Tupi emdash;, além de parceria já assinada com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU). Com as montadoras, Correia conta que a ideia é estimular a fabricação no Brasil de modelos de automóveis a hidrogênio, como os carros Hyundai Nexo e Toyota Mirai e o caminhão GWM Hydrogen Truck. Esses modelos marcaram a abertura do LabH2. eldquo;Estamos testando como armazenar o hidrogênio dentro do motor para ficar o mais seguro possível, estudando qual o melhor metal a ser usado, como garantir a segurança em caso de acidente para que o hidrogênio não escapeerdquo;, afirma o presidente do IPT. A ausência de postos no País emdash; devido à dificuldade e ao alto custo de armazenamento do hidrogênio emdash; é um dos grandes gargalos para o uso de automóveis movidos pela substância. Por isso, o IPT já testa alternativas para esse armazenamento. eldquo;Vamos testar ônibus movidos a hidrogênio com a EMTU. A empresa gerencia 5 mil coletivos na Grande São Paulo. O governo do Estado pode criar postos de abastecimento com hidrogênio para esses ônibus, porque precisa ter uma demanda para funcionar. É isso que tentamos incentivarerdquo;, disse o presidente do IPT. Como funciona Com o LabH², o IPT passa a ter estrutura para produção, compressão, armazenamento e fornecimento de hidrogênio. A produção pode envolver processos que utilizam exclusivamente energia renovável ou também com baixa emissão, por exemplo, a partir do aproveitamento de resíduos. O hidrogênio é vantajoso tanto em usos de mobilidade quanto em processos de aquecimento na indústria, a exemplo da cerâmica e de metais. No carro a hidrogênio, a energia usada para mover o veículo é produzida no motor, de forma constante, o que torna o veículo mais eficiente. Assinado em 2015, o Acordo de Paris prevê esforços para limitar alta da temperatura global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais (meados do século 19). Tecnologias que permitam uma transição energética são essenciais para evitar a queima de combustíveis fósseis.

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