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OPEP+ deve aprovar outro aumento de produção para novembro

A OPEP+ provavelmente aumentará a produção de petróleo novamente em novembro, enquanto o grupo continua sua estratégia de recuperar a participação no mercado global, segundo pessoas familiarizadas com seus planos. A aliança liderada pela Arábia Saudita considerará adicionar pelo menos o mesmo aumento de 137 mil barris por dia programado para outubro quando se reunir online em 5 de outubro, disseram as pessoas. Elas pediram para não serem identificadas, pois as negociações são privadas. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados começaram a reativar uma nova camada de produção interrompida, totalizando 1,66 milhão de barris por dia, em etapas mensais, apesar dos alertas da indústria do petróleo sobre um excedente iminente. Até agora, o mercado de petróleo absorveu os barris adicionais do grupo sem grandes turbulências, e os contratos futuros do Brent subiram 3% neste mês. Ainda assim, o aumento planejado para outubro é significativamente menor do que os incrementos anunciados pelo grupo nos dois meses anteriores, e os delegados enfatizaram na época que o aumento real da oferta seria ainda menor porque alguns países não têm capacidade para expandir. A próxima reunião também ocorre no contexto de uma viagem planejada do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, a Washington em novembro. Ele se encontrará com o presidente Donald Trump, que tem repetidamente pedido preços mais baixos dos combustíveis enquanto busca controlar a inflação e reduzir as taxas de juros. Nenhuma decisão final foi tomada ainda, e as deliberações ainda podem evoluir antes da reunião de domingo, disseram as pessoas. A expectativa para a reunião foi reportada pela primeira vez pela Reuters. Comerciantes de petróleo esperam que a OPEP+ concorde com outro aumento na produção. (Bloomberg)

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Expopetro 2025 traz marca de sucesso e resiliência

O primeiro dia do 22o Congresso de Revendedores de Combustíveis da Região Sul - Expopetro 2025 - realizado ontem (25), em Porto Alegre, foi um sucesso e reuniu autoridades locais e nacionais, especialistas do setor e teve forte participação de empresários da revenda do Rio Grande do Sul, como também contou com a presença de líderes da revenda de praticamente todo o Brasil. Organizado pelo Sulpetro e demais sindicatos da Região Sul, a Expopetro 2025 trouxe a marca da resiliência para o estado que sofreu a tragédia climática no ano passado, que comoveu o país. João Carlos Dale#39;Áqua, presidente do Sulpetro, iniciou seu discurso com uma saudação e agradecimento pela superação dos momentos adversos, ultrapassados com união de esforços e solidariedade. "Gostaria de fazer um agradecimento pela solidariedade nacional pelos nossos momentos mais duros que passamos. Algumas imagens transmitidas aqui mostraram as dificuldades pelas quais nós passamos e a retomada que estamos fazendo", ressaltou. Dale#39;Áqua também fez referência às operações, organizadas por diversos órgãos, que deflagraram o esquema do crime organizado infiltrado no setor de combustíveis. "A revenda das boas práticas pede socorro, pois não temos como competir com quem pratica em visto das mais variadas formas. Nesse sentido, saudamos com total apoio as recentes operações das autoridades federais e estaduais no combate às ilegalidades e aos desvios que sangram nossa sociedade e penalizam mortalmente a revenda honesta, o trabalho árduo e o mercado e a concorrência leal", enfatizou. James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis, também destacou a batalha pela qual a revenda passa no combate incansável às ilegalidades do setor. "Há anos, temos alertado as autoridades, mostrando a presença do cime organizado e as falcatruas existentes em nosso mercado. Falamos incansavelmente sobre o quanto isso prejudica o nosso setor, que sobrevive com margens muito pequenas, e a cada momento somos surpreendidos por uma nova fraude. Vocês acham que eu tenho esperança de que isso vai acabar um dia? Não. Mas deixo aqui o meu compromisso de que não vamos nos cansar de combater as irregularidades. Vamos continuar em busca de manter um mercado justo e saudável", disse. Thorp também saudou as autoridades presentes e todo o povo gaúcho pela superação dos momentos difíceis com as enchentes. "Eu fiquei impressionado com a recuperação da cidade. Tivemos participações nas reuniões virtuais, acompanhamos o caos que afetou o estado e, passado um tempo, está tudo reconstruído, parece que nada aconteceu. Tenho certeza que as autoridades se dedicaram ao máximo com esforço e dedicação, e deixo aqui o meu profundo reconhecimento", disse. A Expopetro 2025 continua hoje (26), com conteúdo diferenciado por meio de palestras que visam atualizar a revenda sobre os mais diversos assuntos, além de trazer, paralelamente, a feira de exposições, que reúne os principais produtos e fornecedores.

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Além dos combustíveis: Operação revela que PCC usou franquias, imóveis e motéis para lavar dinheiro

Alvo de uma operação na manhã de quinta-feira, a organização criminosa comandada por Flávio Silvério Siqueira usou 267 postos de combustíveis, 98 lojas franqueadas de O Boticário, 60 motéis e empreendimentos imobiliários para lavar dinheiro obtido de forma ilícita. Alguns dos alvos têm relações diretas com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo a investigação. emdash; Na operação de hoje, vimos que a infiltração é mais ampla ainda do que pôde parecer ali na Operação Carbono Oculto emdash; afirmou, em coletiva de imprensa, Robinson Barreirinhas, secretário Especial da Receita Federal, referindo-se ao fato de que o grupo criminoso se valia de outros setores da economia formal para lavar dinheiro, além do de combustível. Batizada de Operação Spare, a ação investiga um esquema de exploração de jogos de azar e venda de combustíveis adulterados que usava uma fintech para lavar dinheiro, a BK Bank. São cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santo André, Barueri, Bertioga, Campos de Jordão e Osasco. Segundo o MP, o chefe do grupo criminoso é Flávio Silvério Siqueira, conhecido como eldquo;Flavinhoerdquo;, suspeito de lavar dinheiro do crime organizado por meio de postos de combustíveis. A defesa de Flávio Silvério Siqueira afirmou que seu cliente eldquo;não tem nada a ver com o crime organizadoerdquo; e que ele está sendo perseguido por policiais que teriam tentado extorqui-lo anos atrás. Ainda segundo o advogado, Siqueira é dono de motéis, e não atua mais no ramo de combustíveis, e que tomará as providências legais cabíveis. emdash; Flávio é um empresário, não tem qualquer participação com o crime organizado. Esse fantasma de que ele tem participação com o crime organizado é por conta de policiais que tentaram extorqui-lo anos atrás. Ele não tem poços de combustíveis, ele tem motéis. Ele já teve postos de combustíveis no passado, mas por conta dessa perseguição de policiais, por tudo isso que aconteceu na vida dele, ele abandonou o ramo e se dedicou ao de motéis emdash; disse o advogado Marco Antonio Gonçalves. De acordo com a promotoria, outro alvo da operação, Maurício Soares de Oliveira, é proprietário de uma rede de lojas de O Boticário, objetos de diversas comunicações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Segundo o MP, as lojas tinham contas bancárias com 100% dos recursos oriundos de depósitos em espécie, mecanismo conhecido das autoridades para a lavagem de dinheiro. Além disso, as franquias de Oliveira apresentaram receita bruta crescente, mesmo durante a pandemia, período em que muitos estabelecimentos comerciais ficaram fechados. O Ministério Público informou que o Grupo Boticário não tinha conhecimento dos atos ilícitos, tampouco responsabilidade por eles. Segundo a Receita Federal, foram identificados ao menos 21 CNPJs ligados a 98 estabelecimentos relacionados à franquia de lojas, todos em nome de alvos da operação, que movimentaram cerca de R$ 1 bilhão entre 2020 e 2024, mas emitiram apenas R$ 550 milhões em notas fiscais. Em nota, o Grupo Boticário informou que não tinha conhecimento e tampouco tem responsabilidade sobre as ações ilícitas denunciadas na Operação Spare, que incluem as acusações referentes a Maurício Soares de Oliveira, sócio de uma empresa terceira que possui participação em lojas franqueadas. "A companhia declara que está buscando informações junto às autoridades competentes e reforça que adota políticas específicas de prevenção à Lavagem de Dinheiro e Anticorrupção, somadas ainda ao seu Código de Conduta e ao próprio contrato de Franquia, que exige cumprimento irrestrito da legalidade". Além disso, o Grupo Boticário diz que "repudia veementemente qualquer ação ilegal, irregular ou que contrarie seus valores e princípios, e reafirma seu compromisso de atuar sempre em total colaboração com as autoridades competentes". No caso dos motéis, a maioria deles estava em nome de eldquo;laranjaserdquo;, pessoas que não são efetivamente donas das empresas, apenas emprestam seu nome para figurar nos registros, mas quem operava era o grupo criminoso, diz o MP. Os mais de 60 motéis identificados movimentaram em torno de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024, e distribuíram R$ 45 milhões em lucros e dividendos. No setor imobiliário, uma das incorporadoras comprou um imóvel de R$ 1,8 milhão, em 2021, e de R$ 5 milhões, em 2023. Conexões com PCC O promotor de Justiça Silvio Loubeh, do Ministério Público de Santos, explicou que, até o momento, a investigação não identificou nenhum alvo batizado pelo PCC, ou seja, que integra a facção. Mas alguns deles, incluindo Siqueira e Oliveira, tinham conexões variadas com lideranças do PCC. emdash; Alguns deles [integrantes do PCC], inclusive, já até morreram, como o Cabelo Duro [Wagner Ferreira da Silva], assassinado no bairro do Tatuapé anos atrás, que frequentava a casa do líder deste grupo. Já Alemão [José Carlos Gonçalves] é sócio dele em uma aeronave e negócios imobiliários. O Japonês [Rafael Maeda Pires], também assassinado, frequentava a residência deles. Além disso, identificamos empresas controladas pelo grupo que recebiam volumes absurdos de depósitos em dinheiro, em espécie, que provavelmente são valores advindos do crime organizado emdash; disse Loubeh. Durante a coletiva, autoridades do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e da Receita Federal anunciaram que as duas operações recentes, a Carbono Oculto e a Spare, bloquearam R$ 7,6 bilhões em bens de 55 investigados. Segundo Paulo Ribeiro, subsecretário adjunto da Fazenda, as ações buscam multar os criminosos para compensar o dinheiro desviado do estado. Com os recursos obtidos por meio do esquema, os alvos adquiriram imóveis e bens de alto valor, diretamente ou por meio de empresas patrimoniais e de fachada. Entre os bens, estão um iate de 23 metros, inicialmente comprado por um dos motéis e depois transferido a uma empresa de fachada, que também adquiriu um helicóptero; outro helicóptero (modelo Augusta A109E), comprado em nome de um dos investigados; um Lamborghini Urus, adquirido por empresa patrimonial; além de terrenos onde estão localizados diversos motéis, avaliados em mais de R$ 20 milhões. Estima-se que os bens identificados representem apenas 10% do patrimônio real dos envolvidos, segundo a Receita Federal. Spare A operação de hoje é um desmembramento da Carbono Oculto, deflagrada em 28 de agosto, para desmantelar um esquema bilionário de sonegação fiscal, fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis no qual teriam se infiltrado integrantes do PCC. As investigações contra o grupo criminoso tiveram início com a apreensão de máquinas de cartão em casas de jogos clandestinos na cidade de Santos, no litoral paulista. Um dos aparelhos estava vinculados à empresa Posto Mingatto Ltda. Em paralelo, o MP conduzia outra investigação depois de cumprir um mandado de busca em um imóvel em Santos, onde também funcionava uma casa de jogos de azar. No endereço, uma máquina de pagamentos registrada em nome do Auto Posto Carrara Ltda. foi apreendida. A quebra de sigilo revelou movimentações financeiras idênticas dos dois postos. Ambos transferiam valores recebidos para a fintech BK Bank, que ficaria responsável por ocultar a origem ilícita e a destinação final. A fintech já havia sido alvo da Carbono Oculto. O GLOBO procurou a defesa de Maurício Soares de Oliveira, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

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Refit vira alvo de operação intensiva da ANP

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) iniciou às 10h deste quinta (25) uma ação de fiscalização na refinaria de Manguinhos, da Refit, no Rio de Janeiro. A operação, ainda em andamento, ocorre após a citação da Refit nas investigações que resultaram na megaoperação Carbono Oculto. Consultada, a agência confirmou a ação, mas não forneceu detalhes. "Mais informações só poderão ser passadas ao final", disse. Técnicos da ANP fazem uma "varredura" nas instalações da Refit e na composição dos combustíveis ali produzidos. A companhia do empresário Ricardo Magro foi apontada na operação Carbono Oculto como a principal fornecedora da Rodopetro, empresa suspeita de ter centralizado o abastecimento de postos ligados ao PCC após a formuladora de combustíveis Copape e sua distribuidora Aster perderem a licença da ANP para operar em 2024. Na época, Copape e Aster foram cassadas por envolvimento em esquema de fraudes fiscais e contábeis, mas ainda não havia conclusões nas investigações do Ministério Público de São Paulo sobre ligação com o PCC, algo revelado pela Carbono Oculto. Segundo consta em relatório da megaoperação, depois de Copape e Aster serem cassadas, a Rodopetro elevou significativamente a compra de combustível refinado da Refit e passou a centralizar o abastecimento da rede de postos usadas para lavar dinheiro do PCC. A investigação aponta que a Rodopetro tinha operação em um terminal de abastecimento da Refit, na zona norte do Rio de Janeiro, assim como outras distribuidoras. A Refit afirma que não foi alvo da operação Carbono Oculto e não tem nenhuma relação com o crime organizado. Em entrevista à Folha, Ricardo Magro, dono da empresa, afirmou que controla a venda do combustível da Refit para que não seja destinado a organizações criminosas. Ele disse, inclusive, ter sido ameaçado por facções. Consultada, a companhia disse que adota um programa de governança (compliance) ao longo da cadeia de distribuição de seu combustível para impedir que seus produtos sejam adulterados ou comercializados por estabelecimentos comandados por facções criminosas. "Cabe ressaltar que a empresa sempre atuou de forma transparente, fornecendo regularmente informações à ANP sobre suas operações e cumprindo todas as normas que regem o setor, inclusive no processo de importação de matérias-primas", disse em nota. "A Refit está sempre à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que julgarem necessários."

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IPCA-15 tem alta de 0,48% sob pressão da conta de luz em setembro, após cair em agosto

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) teve alta (inflação) de 0,48% em setembro, após registrar queda (deflação) de 0,14% em agosto. É o que apontam dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta de 0,48% é a maior para meses de setembro em quatro anos, desde 2021 (1,14%). A variação, contudo, ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,51%, segundo a agência Bloomberg. O novo resultado foi puxado pelo avanço de 12,17% nos preços da energia elétrica residencial. A conta de luz subiu com o fim do desconto temporário do bônus de Itaipu, creditado nas faturas de agosto. O bônus havia impulsionado a deflação do IPCA-15 no mês passado, quando a energia elétrica teve queda de 4,93%. A reversão desse quadro já em setembro era aguardada por analistas. No acumulado de 12 meses, a inflação medida pelo IPCA-15 voltou a ficar acima de 5%. Acelerou a 5,32% até setembro. É a maior alta no acumulado desde maio deste ano (5,40%). A variação estava em 4,95% até agosto. LUZ EM ALTA, ALIMENTOS EM BAIXA Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15, 5 tiveram variação positiva no mês de setembro. A maior taxa e o principal impacto vieram de habitação (3,31% e 0,50 ponto percentual). É o segmento que engloba a conta de luz. O grupo alimentação e bebidas, por outro lado, registrou a quarta redução consecutiva (-0,35%). Assim, impediu uma aceleração maior do IPCA-15 em setembro. Dentro de alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio também teve a quarta queda seguida (-0,63%). Contribuíram para esse resultado as baixas do tomate (-17,49%), da cebola (-8,65%), do arroz (-2,91%) e do café moído (-1,81%), disse o IBGE. Do lado das altas, o instituto destacou as frutas, que subiram 1,03% em média. Conforme analistas, a trégua dos alimentos ocorre após a ampliação da oferta de produtos com a melhora das condições de safra. Outro grupo que ajudou a impedir uma aceleração mais intensa do IPCA-15 foi o dos transportes. O segmento teve a segunda queda consecutiva nos preços (-0,25%). O resultado foi influenciado pela redução do seguro voluntário de veículo (-5,95%) e das passagens aéreas (-2,61%). Ainda nos transportes, combustíveis como o gás veicular (-1,55%) e a gasolina (-0,13%) também registraram queda, enquanto o óleo diesel (0,38%) e o etanol (0,15%) apresentaram altas. IPCA-15 E IPCA Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial de inflação do país. Uma das diferenças é o período de coleta das informações pelo IBGE. A apuração dos preços do IPCA-15 se concentra na segunda metade do mês anterior e na primeira do mês de referência. No caso do índice de setembro, a coleta foi realizada de 15 de agosto a 15 de setembro. Já a apuração do IPCA ocorre ao longo do mês de referência. Por isso, o resultado de setembro ainda não é conhecido. Será divulgado em 9 de outubro. PROJEÇÕES E META DE INFLAÇÃO Na mediana, as projeções do mercado apontam IPCA de 4,83% no acumulado de 2025, de acordo com a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC (Banco Central) na segunda (22). A previsão passou por uma série recente de revisões para baixo, mas continuou acima do teto de 4,5% da meta de inflação. Em 2025, o BC passou a perseguir o alvo de maneira contínua, abandonando o chamado ano-calendário (janeiro a dezembro). No novo modelo, a meta de inflação é considerada descumprida quando o IPCA acumulado permanece por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). O centro é de 3%. O IPCA estourou a meta contínua pela primeira vez em junho. Para tentar conter a inflação, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, a 15% ao ano endash;patamar mantido em reunião na semana passada.

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Receita Federal terá delegacia para combate a crime organizado, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quinta-feira (25) a criação de uma delegacia no âmbito da Receita Federal para combate ao crime organizado. Segundo Haddad, a Fazenda vai encaminhar a criação do instituto para o Ministério da Gestão nas próximas semanas. Ele afirmou que já existe na Receita um núcleo informal que atua no combate ao crime, mas que a institucionalização seria um avanço. "A criação da delegacia, no âmbito da Receita, vai ser muito útil para que isso seja estruturado, independentemente de governo. Até para cobrar do poder público ações efetivas contra o crime organizado, é bom saber que tem um órgão criado com essa finalidade." O anúncio surge no mesmo dia em que a deflagração da Operação Spare, que identificou ao menos 267 postos ainda ativos, que movimentaram mais de R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, mas recolheram apenas R$ 4,5 milhões em tributos federais endash;o equivalente a 0,1% do total movimentado. "Isso chamou a atenção da Receita Federal, a baixíssima arrecadação dessa montanha de recursos. Desde 2023, foi montado aqui um núcleo de fraude estruturada para combater justamente o crime organizado e a intersecção entre o crime organizado e a economia real. Porque a lavagem de dinheiro implica muitas vezes ter atividades, entre aspas, lícitas para lavar." A operação deflagrada hoje é uma continuação da Carbono Oculto, que mostrou vínculos entre o PCC e o setor de combustíveis, além de fintechs da Faria Lima, de acordo com o ministro. A operação teve como alvos suspeitos de usar postos de combustíveis, empreendimentos imobiliários, motéis e lojas de franquia para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Além da delegacia, a Receita também publicou nesta semana uma portaria com medidas para o combate a crimes em importações, com regras mais restritivas para a compra de combustíveis. Entre as novas regras estão o tratamento prioritário para crimes tributários e de aduana, com maior articulação entre a Receita e os órgãos de segurança pública. O despacho aduaneiro antecipado, quando mercadorias são liberadas antes da chegada ao país de destino, terá regras mais restritivas no caso de petróleo, etanol e combustíveis. Para o importador ter direito ao despacho, precisará de uma autorização formal da Receita. Nesta quinta (25), o ministro defendeu ainda a aprovação do projeto de lei do devedor contumaz, em tramitação no Congresso Nacional. O projeto visa punir quem descumpre reiteradamente o pagamento de tributações, com estabelecimento de uma dívida mínima de R$ 15 milhões para caracterizar um devedor contumaz, que também deverá ter uma inadimplência recorrente e injustificada. Haddad também criticou as fake news sobre instrução normativa de fiscalização do Pix, que se popularizaram na internet no início do ano. A norma foi publicada de novo após a operação Carbono Oculto. "A polêmica gerada no começo do ano inibiu o combate ao crime e foi uma feita em busca de efeitos muito deletérios sobre as investigações. Mas nós conseguimos superar. Ela está publicada, obrigando todas as fintechs a prestarem as informações."

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