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Mercedes faz nova aposta em um combustível alternativo para caminhões e ônibus

A Mercedes-Benz segue em busca de caminhos sustentáveis para seus veículos pesados no Brasil. Décadas após desistir do etanol e do gás natural veicular (antes de surgir o conceito renovável do biometano), a montadora aposta agora em uma variação do biodiesel, que será testada na estrada. Um comboio formado por dois caminhões Actros Evolution com motor BlueTec de 550 cv, o mais potente da marca no Brasil, e dois ônibus rodoviários O 500 RSD (380 cv) estão fazendo uma viagem de Passo Fundo (RS) a Belém (PA), com paradas em São Bernardo do Campo (ABC) e Brasília. O ponto de partida foi a fábrica da Be8, empresa que fornece o combustível. A expedição se chama Rota Sustentável COP30, já que o destino final é a conferência sobre clima da ONU (Organização das Nações Unidas), que será realizada na capital paraense em novembro. A frota será exposta no espaço da Mercedes na "green zone", local que reúne empresas, entidades e ONGs . O biodiesel foi batizado de BeVant e, segundo a fabricante, tem potencial para reduzir em até 99% as emissões do tanque à roda em relação ao diesel de origem fóssil. A viagem vai comparar o desempenho da nova alternativa com o diesel disponível hoje nos postos, o B15 (com 15% de biodiesel na composição). As medições de consumo, desempenho e durabilidade serão feitas pelo IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), que é parceiro da Folha nos testes de automóveis comercializados no Brasil. Segundo a Be8, sua opção pode ser usada pura nos motores. Isso significa que o veículo poderia rodar usando apenas o combustível renovável elaborado a partir de óleos vegetais e gordura de origem animal. A empresa diz que o processo de produção de seu combustível evita os problemas comuns à essa solução, sendo o principal deles a formação de uma borra que prejudica o motor e seus periféricos. Os problemas têm dificultado a implementação da tecnologia e preocupado os frotistas, devido aos gastos constantes com manutenção. O longo teste vai mostrar se a nova opção é viável ou não. O preço do litro do BeVant é cerca de 10% maior que o do diesel vendido hoje nos postos. Entretanto, o valor estimado é 70% menor que o custo do HVO (sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado), opção que vinha sendo trabalhada pela Mercedes no Brasil. Em um comunicado, a montadora afirma que acumula experiências significativas voltadas à descarbonização no transporte. Outra alternativa em teste é o ônibus elétrico urbano eO500U, que teve 400 unidades vendidas para a cidade de São Paulo. "Na nossa estratégia, os biocombustíveis representam uma solução viável e imediata para reduzir as emissões de COe#8322; e, especialmente, em aplicações onde a eletrificação ainda enfrenta desafios de infraestrutura", diz, em nota, Luiz Carlos Moraes, diretor de relações institucionais da Mercedes do Brasil. (Coluna por Eduardo Sodré)

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Brasil está dando passos em direção à reforma dos subsídios fósseis, mas pode melhorar

Estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostra uma redução de 42% nos incentivos e renúncias fiscais destinados ao setor de petróleo, gás natural e carvão mineral no último ano, quando comparado com 2023. A cifra caiu de R$ 81,7 bilhões, em 2023, para R$ 47 bilhões em 2024. Ainda assim, o relatório aponta que, apesar da redução, para cada R$ 2,52 concedidos ao petróleo e gás, R$ 1 é destinado para fontes renováveis. O regime aduaneiro especial para o petróleo (Repetro), assim como a conta de consumo de combustíveis (CCC) e a conta de desenvolvimento energético (CDE) foram as que mais pesaram na conta das renúncias fiscais. Nos últimos dois anos, o Repetro representou R$ 39,1 bilhões, enquanto a CDE/CCC respondeu por R$ 22,5 bilhões, calcula o estudo publicado na última semana. Vale dizer: o Repetro é um regime de renúncia fiscal temporária. O pagamento de impostos como II, IPI, PIS e Cofins é suspenso na importação de bens para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás, e transferido para a fase de produção. Para a assessora política do Inesc, Alessandra Cardoso, mudanças promovidas pela reforma tributária que desincentivam o uso de combustíveis fósseis e produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente são um sinal dos rumos que o país quer seguir. Mas o governo brasileiro pode ser mais assertivo. A lei que reformou o sistema tributário, aprovada este ano, cria o imposto seletivo e a obrigatoriedade de avaliação, a cada cinco anos, de todos os regimes especiais de tributação. eldquo;Essas medidas representam um avanço institucional essencial para corrigir distorções e alinhar a política fiscal à transição energética. A queda dos subsídios aos fósseis, acompanhada dessas medidas, sinaliza que o Brasil está dando passos na direção da reforma dos subsídios aos fósseiserdquo;, comenta. eldquo;Tais avanços deveriam encorajar o governo a assumir uma postura mais assertiva na COP30, pautando iniciativas também no campo do multilateralismo climáticoerdquo;, completa a assessora do Inesc. Benefício para os mais ricos Os analistas do Inesc citam dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) para refutar a tese de que a manutenção de incentivos aos combustíveis fósseis tem como alvo a população mais pobre. De acordo com o relatório internacional, os subsídios concedidos por governos aos combustíveis fósseis beneficiam os 10% mais ricos até seis vezes mais do que os 20% mais pobres. A pesquisa sobre 32 países em desenvolvimento mostra que, no caso da gasolina, 80% dos subsídios beneficiam uma minoria de 40% das famílias mais ricas. Já no contexto brasileiro, o levantamento anual do Inesc aponta que o recuo nos incentivos teve impacto pouco significativo sobre a inflação. O recuo é consequência da volta da cobrança de PIS e Cofins sobre gasolina, diesel e gás de cozinha, resultando em R$ 33 bilhões aos cofres públicos. Com a redução dos incentivos ao setor, a gasolina subiu 10,21%, o diesel 3,41% e o etanol 20,46%, mantendo-se competitivo com um crescimento de 33,4% no consumo. O instituto associa a persistência inflacionária à assimetria na transmissão de preços por parte de distribuidoras que não repassam reduções promovidas pela Petrobras nas refinarias ao consumidor. Mulheres negras pagam mais pela energia Assunto recorrente nos discursos do governo federal emdash; e que promete ser pauta na COP30 em novembro, em Belém (PA), a pobreza energética tem gênero e cor no Brasil. Dados do Inesc sobre o perfil socioeconômico dos consumidores de energia elétrica mostra que as bandeiras tarifárias têm pesos desproporcionais sobre famílias negras e de baixa renda, especialmente as chefiadas por mulheres. A comparação sobre o peso da bandeira vermelha patamar II entre uma mulher negra e um homem branco aponta que elas podem ter o gasto mensal acrescido em 13,09%, enquanto homens percebem aumento de 7,03% da conta sobre a renda. A análise do Inesc cruzou dados de renda, gênero e raça a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE. Os resultados mostraram que as famílias chefiadas por homens consomem 262,72 KWh/mês, o que representa 2,5 vezes mais do que aquelas lideradas por mulheres negras (102,84KWh/mês). Em números absolutos, lares de mulheres negras de baixa renda arcaram com R$ 230 milhões adicionais das bandeiras tarifárias, enquanto homens brancos de alta renda custearam R$ 106,7 milhões. O estudo estimou que, mesmo diante do aumento na tarifa de eletricidade, famílias de renda média chefiadas por mulheres negras praticamente não conseguem reduzir o consumo, pois já operam no limite do uso essencial. Em contraste, homens brancos de renda alta dispõem de maior margem para ajustar o consumo sem comprometer o bem-estar. eldquo;O modelo atual de bandeiras tarifárias parte do pressuposto de que todos os consumidores podem economizar quando a conta aumenta. Mas essa hipótese ignora a realidade de milhões de famílias que já vivem no mínimo vital. Para elas, reduzir o consumo significa abrir mão de comida refrigerada, de banho quente ou de ventilador em dias de calor extremoerdquo;, explica Cássio Cardoso Carvalho, assessor político do Inesc. Financiamento de fontes renováveis e geração distribuída O estudo também se debruça sobre os dados da geração distribuída, que vem crescimento no Brasil impulsionada por subsídios. Os valores passaram de R$ 7,14 bilhões em 2023 para R$ 11,58 bilhões em 2024. Para o Inesc, embora essa produção independente seja positiva, ela é custeada por todos os consumidores, já que parte dos custos da rede é paga por quem não possui sistemas fotovoltaicos. Como agravante, aponta o fato de o Operador Nacional do Sistema (ONS) não ter controle direto sobre a geração distribuída, o que pode causar desequilíbrios em momentos de sobreoferta e obrigar o desligamento temporário de usinas contratadas. eldquo;O Inesc reforça a urgência para a revisão de benefícios às fontes de energia fóssil ou renovável para eliminar os chamados subsídios ineficientes emdash; que distorcem o mercado, estimulam o consumo e dificultam o combate às mudanças climáticaserdquo;, defende o instituto.

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Ipiranga terá base de distribuição ao lado de usina da 3tentos

Em uma parceria inédita no setor de biodiesel, a Ipiranga acertou a construção de uma base de distribuição de combustíveis ao lado da usina da 3tentos em Vera (MT). A nova base permitirá que o biodiesel eldquo;corte caminhoerdquo; e consiga atender de perto a demanda por diesel no maior polo de agronegócio do país. O valor do investimento não foi divulgado. A nova base será erguida em uma área de 30 mil metros quadrados cedida à Ipiranga em um contrato de comodato de longo prazo pela 3tentos em seu complexo industrial, onde a empresa possui uma esmagadora de soja e uma usina de biodiesel. eldquo;Estar perto de uma base produtora de biocombustível, principalmente de biodiesel, tem muito valor, porque você elimina elsquo;pernasersquo; de frete. Hoje o biodiesel roda muito no Brasil para fazer as misturas [do biodiesel ao diesel]erdquo;, afirmou Leonardo Linden, presidente da Ipiranga, à reportagem. Atualmente, o biodiesel que sai das usinas precisa ser transportado para as bases das distribuidoras, onde ocorrem as misturas, e às vezes o produto ainda segue para outras bases antes de chegar aos postos, aumentando o custo da operação com frete. eldquo;Tem muitas pernas logísticas que tornam isso ineficienteerdquo;, afirmou. A ineficiência é maior considerando que uma parte relevante da demanda por diesel está bem próxima da usina da 3tentos, com milhares de produtores rurais rodando suas lavouras com tratores, colheitadeiras e outras máquinas que consomem volumes elevados de diesel. A nova base será conectada à usina da 3tentos por um duto de aproximadamente um quilômetro, que eliminará a necessidade de transporte do biodiesel por caminhões. A base terá capacidade para movimentar anualmente 360 milhões de litros de combustíveis (entre biodiesel, diesel, gasolina), o que permitirá atender clientes em um raio de aproximadamente 300 quilômetros em mais de 40 municípios. A instalação contará ainda com tanques com capacidade estática de 3 milhões de litros, o que pode ser aumentado futuramente. A primeira etapa da base da Ipiranga deverá ser inaugurada em 2027. Segundo Linden, o ganho de eficiência que a base permitirá ao eliminar os custos com o frete de transporte de biodiesel é estimado em R$ 0,02 a R$ 0,04 o litro. Apesar da vantagem, ele evitou garantir que essa redução de custos se traduzirá em preços igualmente menores para os consumidores na ponta. eldquo;Para o consumidor, depende de como o mercado se comportaerdquo;, disse. A parceria deve ampliar a capacidade da Ipiranga de atender os clientes do agronegócio, que atualmente representam cerca de 30% do consumo de combustíveis no Brasil. eldquo;Consideramos muito promissor esse movimento de aproximar a produção da distribuição. Os ganhos são muito claros para todos nós, na maior região produtora de grãos do país, que é o Centro-Oesteerdquo;, ressaltou Luiz Osório Dumoncel, presidente do conselho da 3tentos, à reportagem. O investimento é feito em um momento com perspectivas favoráveis para o setor de biodiesel, já que a Lei do Combustível do Futuro assegurou uma ampliação do mercado com a previsão de novas altas de mistura até 2030, quando o teor de biodiesel no diesel deverá chegar a 20%. eldquo;Hoje o mercado de biodiesel está mais consolidado no Brasilerdquo;, disse João Marcelo Dumoncel, CEO da companhia. Essa previsibilidade está incentivando investimentos no setor, incluindo da própria 3tentos, que está concluindo a ampliação de suas capacidades no complexo de Vera. Na unidade de esmagamento de soja, a empresa está ampliando a capacidade de 3 mil toneladas por dia para 4,8 mil toneladas por dia até o início de 2026. Na planta de biodiesel, a capacidade está sendo ampliada de 1 milhão de litros por dia para 1,5 milhão de litros por dia. Mesmo com a construção da base da Ipiranga, a produção da 3tentos em Vera continuará abastecendo outras distribuidoras e outros mercados, segundo o CEO. O executivo não descarta a possibilidade de replicar o modelo de parceria na outra usina de biodiesel da 3tentos, em Ijuí (RS). A unidade, que processa o óleo de soja produzido em uma esmagadora anexa e na esmagadora de Cruz Alta (RS), também está passando por uma expansão de capacidade, de 1 milhão de litros ao dia para 1,5 milhão de litros ao dia.

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Expansão do etanol de milho impulsiona novas oportunidades de consumo no Brasil

O mercado brasileiro de etanol inaugurou um novo capítulo na indústria de combustíveis de baixo carbono. Após uma década de estabilidade na produção de cana-de-açúcar, o setor vem consolidando uma mudança estrutural. Enquanto a cana dá mais espaço ao açúcar no mix de produção, um novo protagonista ganha força no segmento de biocombustíveis, o renovável feito a partir do milho. Neste cenário de expansão, especialistas apontam para um desafio urgente no curto prazo: como absorver os excedentes de oferta no mercado doméstico? Este será o fio condutor da próxima live da série eldquo;Conexão SCA Brasilerdquo;, marcada para o dia 03 de novembro, ao vivo pelo YouTube e Linkedln. Em sua 17ª edição, o programa, com participação do CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, terá como convidado especial o presidente executivo da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), Guilherme Nolasco. Os dois executivos trarão um panorama da indústria de etanol de milho no Brasil e por que ela impõe desafios e oportunidades de demanda e consumo. Serão abordadas estratégias para equilibrar a indústria, garantindo a rentabilidade do produtor, bem como medidas para incentivar o maior uso de etanol na frota flex, ampliando a competitividade do hidratado em 21 mercados regionais. Atualmente, 80% das vendas de etanol no Brasil concentram-se em seis estados emdash; São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul emdash;, que reúnem mais da metade (55%) da frota nacional de veículos flex. (SCA Brasil)

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Petróleo fecha em queda, com expectativas sobre Fed e encontro Trump-Xi Jinping

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira, 27, após oscilarem entre ganhos e perdas durante a sessão. O foco dos investidores está na decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), na quarta-feira, e no encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, que deve discutir comércio entre as duas principais potências econômicas do mundo na quinta-feira. O petróleo WTI para dezembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 0,31% (US$ 0,19), a US$ 65,31 o barril. Já o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), recuou 0,46% (US$ 0,30), a US$ 64,90 o barril. Nesta segunda-feira, Trump disse que vê uma eldquo;boa chanceerdquo; de fechar um acordo com Pequim e citou seu desejo de visitar o gigante país asiático no início do próximo ano. eldquo;Tenho muito respeito pelo presidente Xi. Gosto dele, e acho que ele gosta de mim também. Ele respeita o nosso paíserdquo;, afirmou, às vésperas do encontro. Na avaliação da Sparta Commodities, as atenções do mercado se concentram em EUA-China, assim como por sinais de possível impacto das sanções contra a Rússia. eldquo;O período de um mês pode dar tempo para que os participantes do mercado se ajustemerdquo;, afirma. Sobre as questões geopolíticas no Leste Europeu, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, sinalizou o desejo de expandir os ataques de longo alcance contra refinarias de petróleo russo, enquanto Trump alertou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre testes de mísseis nucleares de Moscou, aumentando as tensões na região. Para a corretora XM Arabia, os mercados da commodity continuam pressionados pelos riscos de excesso de oferta e pela frágil demanda global, com o sentimento dependendo da estabilidade fiscal e da dinâmica comercial nos próximos meses. (Estadão Conteúdo)

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Trump e Lula saem de sua primeira reunião otimistas sobre acordo no comércio

Após meses de afastamento econômico e político entre Brasil e EUA, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram ontem pela primeira vez, na Malásia. Ambos se declararam otimistas sobre uma reversão do quadro, informa o enviado especial Felipe Frazão. Após o encontro, Lula afirmou que a busca de soluções para as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e a revisão de sanções a autoridades começam eldquo;imediatamenteerdquo;. Trump não tomou decisão imediata, mas afirmou que os EUA estão abertos a eldquo;avançar rápidoerdquo;. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, lembrou divergências com o Brasil sobre eldquo;como alguns de seus juízes têm tratado o setor digital dos EUAerdquo;, mas também adotou tom positivo. O Brasil se propôs a mediar a crise envolvendo a Venezuela endash; os EUA têm afundado barcos que relaciona ao narcotráfico. Antes da reunião, Trump foi questionado por um jornalista se a negociação incluiria o julgamento de Jair Bolsonaro. O americano respondeu eldquo;não é da sua contaerdquo;. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano Donald Trump mostraram otimismo sobre um avanço na negociação comercial entre os dois países. Eles se reuniram na tarde de ontem, na Malásia (madrugada no horário do Brasil). Em postagem nas redes sociais, Lula afirmou que a busca de soluções para as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e a revisão de sanções a autoridades começam eldquo;imediatamenteerdquo;. Trump não tomou uma decisão no encontro, mas disse que os EUA estão abertos a eldquo;avançar rápido na discussãoerdquo;. eldquo;Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateralerdquo;, relatou Lula. eldquo;Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras.erdquo; Trump disse que estavam abertos a eldquo;avançar rápidoerdquo; na discussão sobre o tarifaço, mas desconversou quando questionado sobre quais eram as condições que o fariam reduzir as tarifas ao Brasil. eldquo;Vamos discutir por um tempo e provavelmente chegaremos a uma conclusão muito rapidamenteerdquo;, falou. Logo após o encontro, o ministro das relações exteriores, Mauro Vieira, avaliou que o encontro entre o presidente Lula e o presidente Donald Trump foi positivo. Ele disse que uma nova reunião ministerial entre os dois governos seria realizada ainda ontem à noite. Segundo o chanceler, o Brasil busca a suspensão do tarifaço durante o período de negociações. A pausa seria semelhante à concedida a outros países, como a China. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse que um acerto levará ainda algum tempo de negociação. eldquo;Acreditamos que, no longo prazo, é benéfico para o Brasil nos tornar seu parceiro comercial preferencial em vez da China endash; por causa da geografia, por causa da cultura, por causa de um alinhamento em muitos aspectoserdquo;, disse Rubio. eldquo;Obviamente, temos alguns problemas com o Brasil, particularmente em relação a como alguns de seus juízes têm tratado o setor digital dos Estados Unidos, afetando pessoas localizadas em nosso país por meio de postagens em redes sociais. Teremos que lidar com isso também. Isso acabou se misturando a toda essa questão. Mas o presidente vai explorar se há maneiras de superar tudo isso, porque acreditamos que seria benéfico. Vai levar algum tempoerdquo;, afirmou o chefe da diplomacia dos EUA. Além da taxação, outros temas foram colocados na mesa pelo presidente brasileiro. Lula se ofereceu para intermediar as questões com a Vene z u e l a , d e f e ndeu q u e a América do Sul é zona de paz, e fez comentários sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para afirmar que não há motivo para sanções a autoridades brasileiras. Durante fórum de empresários de Brasil e Malásia, o presidente a f i r mou que e l e e Trump conseguiram o que parecia eldquo;impossívelerdquo;. eldquo;O presidente Trump teve que viajar 22 horas dos EUA para Malásia, e eu viajar 22 horas para Malásia. Nós conseguimos fazer uma reunião que parecia impossível nos EUA e no Brasil, aqui na Malásiaerdquo;. ENCONTRO. Os dois mandatários conversaram com jornalistas antes de se reunirem. Aparentemente desconfortável com a situação, o petista pediu que a imprensa fosse retirada da sala, para que não perdessem tempo de negociação. Trump concordou. eldquo;A imprensa vai ter boas notícias assim que acabar a reunião. Antes, são só suposiçõeserdquo;, disse Lula. eldquo;O Brasil eldquo;Quando dois presidentes sentam na mesa e cada um coloca os seus problemas, a tendência natural é que se encaminhe para um acordo. Antes de vir, eu disse que estava muito otimista com a possibilidade para avançarmos para ter uma relação mais civilizada com os Estados Unidoserdquo; Luiz Inácio Lula da Silva Presidente da República tem interesse em ter uma relação extraordinária com os EUA, como temos há 201 anos. Não há nenhuma razão para desavença entre Brasil e EUA. Quando dois presidentes sentam na mesa e cada um coloca os seus problemas, a tendência natural é que se encaminhe para um acordo. Antes de vir, eu disse que estava muito otimista com a possibilidade para avançarmos para ter uma relação mais civilizada com os Estados Unidos.erdquo; Em princípio, participariam da reunião apenas Lula e Trump e assessores diretos, além de intérpretes. Na sala 410, Trump estava acompanhado de Marco Rubio (secretário de Estado), Scott Bessent (secretário do Tesouro) e Jamieson Greer (USTR). Com Lula, participaram o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores), o embaixador Audo Faleiro (Assessoria Especial) e o secretário executivo Márcio Elias Rosa (MDIC). CHINA. Lula também comentou sobre as relações do Brasil com outros países e pregou o não alinhamento a nenhuma potência. eldquo;Não queremos uma disputa que nos obrigue a escolher entre ficar do lado da China ou dos EUA. Queremos ficar ao lado da China, dos EUA, da Malásia, e de todos os paíseserdquo;, afirmou. O Estadão questionou se Trump estava preocupado com a relação privilegiada do Brasil com a China, principal parceiro comercial do País e rival dos EUA. Trump disse apenas que deve se reunir como país asiático nos próximos dias. eldquo;Acho que teremos um acordo com a China. Vou me reunir com o presidente Xi na Coreia do Sul. Eles querem fazer um acordo e nós queremos fazer um acordo. Vamos nos encontrar depois na China e nos EUA, em Washington ou Mar-a-Lago. Tivemos muitas conversas antes de nos reunir, tivemos conversas com o Brasil. Acho que terminaremos com um bom acordo para os dois países, com a China isso vai acontecer. As pessoas parecem estar muito interessadas na China, acho que teremos uma reunião muito justa com a China.erdquo; Antes da reunião, Trump chegou a dizer que poderia baixar o tarifaço de 50% sobre a pauta de exportações brasileira, sob certas condições. Lula disse que um acordo amplo talvez não fosse atingido agora. A declaração reflete uma preocupação de fundo com a influência chinesa na América Latina. Se Trump decidir apelar e pedir um afastamento de projetos da China, deverá ouvir de Lula um sonoro eldquo;no wayerdquo;, segundo um estrategista do governo brasileiro. Essa pressão já foi feita pelos Estados Unidos com a Argentina, para um socorro financeiro ao governo Javier Milei, e sobre o Panamá, com a ameaça de retomar o controle do canal. Mas a diplomacia aposta que a não adesão brasileira à Nova Rota da Seda endash; programa chinês lançado em 2013 com o objetivo de investir em infraestrutura em outros países como forma de aumentar a influência de Pequim em todo o mundo endash; pode ser um atenuante. ebull;

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