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Mesmo com alta do petróleo, Petrobras deve segurar reajuste de preços, diz análise

O barril de petróleo do tipo Brent, que é referência de preços para a Petrobras (PETR4), voltou à faixa dos US$ 90, em meio às tensões geopolíticas globais. Desde fevereiro, a valorização da commodity chega a cerca de 17%. Além do petróleo, a taxa de câmbio também traz uma pressão de reajustes. Entretanto, segundo a equipe de análise do Itaú BBA, esses fatores não devem levar a repasses aos preços, por parte da estatal, neste momento. eldquo;Acreditamos que é mais provável que a Petrobras espere mais para ter uma visão mais clara do mercado internacional antes de fazer um ajuste de preço. A Petrobras sempre evitou ajustes rápidos para evitar o repasse da volatilidade dos preços internacionais ao consumidor domésticoerdquo;, escreveram, em relatório. Petrobras deve esperar para reajustes De acordo com o BBA, o preço interno da Petrobras está posicionado 6% abaixo do limite inferior da faixa de preço (banda), após semanas oscilando próximo ao limite inferior. Quanto ao diesel, a faixa de preço de referência manteve-se estável, com o preço da Petrobras ainda posicionado próximo ao limite inferior. eldquo;Neste sentido, embora os preços da gasolina estejam atualmente abaixo da banda, esta tendência ascendente precisaria persistir por mais tempo, uma vez que a empresa provavelmente (como todo o mercado) está avaliando a escalada das tensões no Oriente Médioerdquo;, destaca. Além disso, reforça o BBA, considerando a perspectiva de execução da estratégia comercial, a Petrobras parece ter uma espécie de eldquo;buffererdquo; para utilizar nas próximas semanas, eldquo;já que a empresa pratica preços aproximadamente no meio da faixa desde o início do ano.erdquo;

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Petróleo fecha em leve queda, com dólar forte e de olho em Oriente Médio

O petróleo ficou próximo da estabilidade nesta terça-feira, 16, em meio ao fortalecimento do dólar e enquanto investidores ponderam sobre os riscos de uma escalada nos conflitos no Oriente Médio. Hoje também, um Produto Interno Bruto (PIB) chinês mais aquecido do que o esperado no primeiro trimestre aumentou expectativas por demanda forte do país. O WTI para maio fechou em queda de 0,06% (US$ 0,05), a US$ 85,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho recuou 0,02% (US$ 0,08), a US$ 90,02 o barril, na Intercontinental Exchange. Hoje, o presidente do Irã disse que o país reagirá a ataques israelenses, caso venham. Enquanto isso, Vladimir Putin e outros líderes globais pedem cautela na região. Segundo fontes do governo americano, a reação de Israel deve ser eldquo;limitadaerdquo;. Em meio a tudo isso, analistas continuam indicando que a chance de uma escalada na região é pequena. A Eurasia aponta que o preço do barril de Brent deve ultrapassar os US$ 90 no segundo trimestre, ficando até mesmo acima de US$ 100, caso os conflitos no Oriente Médio se agravem. Segundo a instituição, caso isso aconteça, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) seria pressionada a aumentar sua produção caso haja uma interrupção na oferta, para manter a estabilidade do setor. Pela manhã, os preços do petróleo chegaram a subir, enquanto investidores acompanhavam dados do PIB da China acima da expectativa no primeiro trimestre deste ano, crescendo a uma taxa anualizada de 5,3%. Contudo, outros indicadores chineses, como o investimento imobiliário, a produção industrial e as vendas no varejo de março suscitaram preocupações sobre a demanda interna no final do trimestre. Segundo o Commerzbank, os dados de hoje indicam que a China importou mais petróleo e também exportou mais produtos petrolíferos em março. eldquo;A comparação dos valores mais recentes revela uma tendência ascendente, uma vez que as importações já eram mais elevadas em fevereiroerdquo;, afirma. Também hoje, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou, em seu relatório Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês), que as perspectivas para o preço do petróleo e para o aumento da demanda são eldquo;altamente incertaserdquo;, mas destaca que há riscos de alta dos preços caso haja uma escalada nos conflitos no Oriente Médio ou caso novos ataques a infraestruturas de energia russas sejam realizados pela Ucrânia. Segundo a Capital Economics, as tensões no Oriente Médio ainda podem apoiar o setor petrolífero da Venezuela, visto que o impacto na cadeia de abastecimento global pode forçar os Estados Unidos a renovarem sua isenção de sanções à Venezuela, que expiraria na quinta-feira e retiraria parte do abastecimento de petróleo na região. (Estadão Conteúdo)

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Brasil larga na frente dos EUA na corrida pelo combustível de aviação sustentável

Os EUA deram um enorme salto tecnológico ao lançar a primeira planta de combustível de aviação sustentável a partir de etanol do mundo endash; mas serão os produtores de etanol brasileiros, e não os americanos, que inicialmente colherão os benefícios. Embora seja capaz de processar etanol produzido a partir de milho nos EUA, a instalação da LanzaJet na zona rural do estado da Geórgia deverá funcionar principalmente a base de etanol de cana-de-açúcar importado do Brasil quando sua produção comercial começar. Isso porque muitas das maiores usinas brasileiras já foram certificadas para produzir matéria-prima para o combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês), atendendo aos padrões americanos e internacionais. A São Martinho espera ser a primeira a abastecer o nascente mercado de SAF dos EUA. A empresa recebeu as certificações necessárias endash; incluindo o padrão Corsia globalmente aceito, estabelecido pelo órgão regulador da aviação das Nações Unidas, além do registro na Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) endash; e começou a produzir etanol de cana em conformidade com o SAF para exportação, afirmou o presidente da empresa, Fabio Venturelli, em entrevista. A companhia prevê produzir entre 13 milhões e 15 milhões de litros na atual safra, segundo o executivo. eldquo;Chegou a hora de recebermos o devido reconhecimento pelo nosso trabalhoerdquo;, declarou Venturelli. Para serem elegíveis sob o padrão Corsia de compensação e redução de carbono para a aviação, os produtores devem garantir que o etanol foi fabricado com emissões baixas e não contribuiu para o desmatamento. A EPA exige que os produtores provem que os volumes podem ser armazenados e transportados separadamente de outros combustíveis. Outros grandes produtores brasileiros, incluindo Raízen, BP Bunge Bioenergia e usinas ligadas à Copersucar obtiveram a certificação Corsia. Raízen e Copersucar também se registraram junto à EPA, disseram as empresas. A corrida para fornecer etanol para SAF é crítica para as usinas, diante da ascensão de veículos elétricos que ameaçam diminuir o consumo do biocombustível. A produção mundial de SAF a base de etanol exigiria até 9 bilhões de litros por ano do biocombustível até 2030, estima a Raízen. Isso equivale a quase um terço de toda a produção de etanol de cana no Brasil. eldquo;Estamos prontos para fornecer etanol em diferentes pontos dos EUA, com certezaerdquo;, disse Paulo Neves, vice-presidente da Raízen, uma joint venture entre a Cosan e a Shell. A planta da LanzaJet, que tem o apoio do Departamento de Energia dos EUA, tem utilizado etanol de milho americano durante a fase de testes. O CEO da empresa, Jimmy Samartzis, tem repetido que pretende usar a matéria-prima local novamente quando sua intensidade de carbono diminuir. Também é fundamental que o governo Biden faça mudanças para reconhecer as práticas de redução de gases de efeito estufa que já ocorrem na produção de etanol de milho nos EUA, disse Samartzis por e-mail. eldquo;Temos como prioridade continuar a buscar o etanol americano à medida que melhoras são feitas em sua intensidade de carbonoerdquo;, disse Samartzis. Além do etanol de cana, a usina utilizará uma série de outros tipos de etanol de baixo carbono, como o combustível a base de celulose, quando passar para a fase de produção comercial. Várias das fábricas de SAF deverão ser localizadas perto da costa do Golfo do México, no sul dos EUA, onde as importações terão maior viabilidade econômica. Quando a LanzaJet inaugurou formalmente suas instalações em janeiro, as associações do setor de milho e etanol dos EUA criticaram a falta de etanol americano de baixo carbono disponível para ser utilizado na fábrica. Os membros da indústria americana consideraram a abertura como um alerta para agirem muito mais rapidamente na redução dos gases de efeito estufa em toda a cadeia de produção. eldquo;As plantas não estão no cinturão do milho americano. Então, as portas já estão abertas para o etanol mais competitivoerdquo;, disse Ricardo Carvalho, diretor comercial da BP Bunge. A produção e os embarques de etanol para a fabricação de SAF da BP Bunge ainda não começaram, mas a meta é começar ainda este ano. A empresa disse que poderia exportar até 500 milhões de litros de etanol para SAF assim que mais usinas sustentáveis e#8203;e#8203;de combustível de aviação sustentável entrarem em operação. A indústria de etanol americana corre para nivelar as condições de concorrência através do apoio a projetos massivos de captura e armazenamento de carbono para baixar a pontuação de intensidade de carbono o suficiente para participar no setor de SAF. Mas alguns desses projetos enfrentam oposição de ambientalistas e proprietários de terras. eldquo;Quando olhamos para a cadeia de emissões do etanol de milho americanoerdquo;, disse Tomas Manzano, CEO da Copersucar, eldquo;eles ainda não chegaram láerdquo;. Mas o Brasil também ainda tem trabalho a fazer. Muito do etanol brasileiro é transportado em caminhões, o que pode significar mais emissões de carbono. Há alguns dutos de etanol, mas ainda não chegam ao principal porto do país. No caso da São Martinho, a empresa disse que as emissões relacionadas ao transporte serão menores com o uso de ferrovias. Documentos do padrão Corsia mostram que as emissões do ciclo de vida do etanol de milho americano são quase três vezes maiores do que as do etanol de cana-de-açúcar brasileiro. (Bloomberg)

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Governo anuncia salário mínimo de R$ 1.502 para 2025 ao custo de R$ 35,3 bi

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai reajustar o salário mínimo para R$ 1.502 em 2025. O valor consta do (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) apresentado nesta segunda-feira (15). O aumento será de 6,37% em relação ao piso atual emdash;hoje, o mínimo é de R$ 1.412. Com isso, o governo estima um impacto de R$ 35,3 bilhões nas contas públicas. O novo salário foi antecipado pela Folha. Na tarde desta segunda, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) havia confirmado em entrevista à GloboNews que o PLDO estabelece R$ 1.502 de salário mínimo para 2025. "Nós não costumamos antecipar os dados da LDO antes da entrevista oficial, mas vazaram esses dois dados [meta de 2025 e salário mínimo], e aí a imprensa toda está dando. Até me desculpo por estar falando disso antes das 17h, que é o horário combinado. Mas, sim, os dados que eu tenho são esses", disse o ministro. Os números foram posteriormente divulgados pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. De acordo com o PLDO, a cada R$ 1 adicional no salário mínimo, o impacto é de R$ 391,8 milhões. O valor do salário mínimo segue a fórmula de correção da política de valorização, que inclui reajuste pela inflação de 12 meses até novembro do ano anterior mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes (neste caso, a alta de 2,9% observada em 2023). Desde 1º de janeiro de 2024, o salário mínimo é R$ 1.412. A cifra foi atualizada por meio de um decreto de Lula, que aplicou a regra prevista na nova lei de valorização do salário mínimo, aprovada no ano passado. A previsão para 2025 ainda pode mudar ao longo do ano, conforme variações na estimativa para a inflação e eventuais revisões do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no desempenho do PIB de 2023. Uma nova estimativa será encaminhada com a proposta orçamentária, em 31 de agosto. Em relação aos anos seguintes, o governo prevê um piso de R$ 1.582 em 2026, de R$ 1.676 em 2027 e de R$ 1.772 em 2028. Inicialmente, a pasta indicou um valor de R$ 1.722 para 2028, mas o número foi corrigido. No PLDO de 2025, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também propôs uma revisão na trajetória das contas públicas que, na prática, adia o ajuste fiscal para o próximo presidente. A meta fiscal será zero para 2025, igual a este ano, com uma alta gradual até chegar a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2028. Os números sinalizam uma flexibilização em relação à promessa feita no ano passado, na apresentação do novo arcabouço fiscal, de entregar um superávit de 0,5% do PIB no ano que vem e alcançar um resultado positivo de 1% do PIB já em 2026, último ano de mandato de Lula.

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Os combustíveis fósseis são cruciais na transição energética

Adriano Pires - A discussão acerca da transição energética já perdeu a intensidade adquirida há 3 anos, no auge da pandemia de covid-19. Os combustíveis fósseis, condenados com efervescência, se mostram imprescindíveis, com a demanda crescente, sobretudo nos países em desenvolvimento e emergentes. Esse período foi relevante para provar que a discussão sobre a transição não pode perder o contato com a história econômica e a realidade. É importante ter em mente que a relação da humanidade com o petróleo e outros combustíveis fósseis não é de hoje e não se encerrará tão cedo, quiçá repentinamente. Nas transições anteriores, as novas fontes foram adicionadas às matrizes energéticas, sem expulsar as fontes dominantes. Foi só na década de 1960, por exemplo, o petróleo ultrapassou o carvão como a fonte de energia número um do mundo. Contudo, até hoje, o carvão não desapareceu. Em 2023, o combustível registrou recorde de consumo global, com 8,53 bilhões de toneladas queimadas, segundo dados da IEA (Agência Internacional de Energia). A transição proposta atualmente tenta ir de um sistema para outro, em um tempo curtíssimo, sem atentar-se ao planejamento e, por consequência, à quantidade de recursos necessários. As manifestações mais intensas sobre a transição surgiram em contexto atípico: a demanda global de energia entrou em colapso e os preços estavam enfraquecidos, em razão da pandemia. No mundo pós-covid, as economias se restabeleceram, e lidam com uma série de fatores como a guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito entre Israel e Hamas, que, consequentemente, trouxeram maior volatilidade dos preços. É preciso ter discernimento sobre a conjuntura e o real sentido da transição energética. Deve-se considerar, inclusive, as especificidades de cada região do mundo. Com o fim da era nuclear na Alemanha, as renováveis foram postas no centro da nova estratégia energética do país. Todavia, recentemente, o governo alemão anunciou planos para construir usinas a gás para que não haja um deficit de eletricidade. Esse é um exemplo claro de que a transição não avança sem segurança energética. É fato que as renováveis devem e estão ampliando a participação na produção de energia, mas essa inserção deve ser segura, justa e equitativa. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Instituto Combustível Legal avalia que interrupção da reunião do Comsefaz

O Instituto Combustível Legal (ICL) lamenta que a interrupção da reunião do Comsefaz, realizada na exta-feira (12.04), tenha terminado com pedidos de vista e sem qualquer votação com foco na permissibilidade tributária, determinada no Norte do país, para importação de combustíveis, como nafta, gasolina e diesel russo. Este benefício tributário proporciona distorção de mercado diante da perspectiva do fluxo estrangeiro ser nacionalizado no Norte para depois ser redirecionado a outros locais, sem a necessidade de desembarque prévio do produto, possibilitando fraudes e importações com declarações incompletas ou falsificadas. Além disso, cabe destacar que o tratamento favorecido à importação foi concedido de forma unilateral, desconsiderando a exigência de convênio previsto no art. 155, § 2º, XII, eldquo;gerdquo;, da Constituição c/c art. 2º, § 2º, da LC n. 24/75. Graças a esse regime especial, os benefícios fiscais concedidos por meio do eldquo;corredor de importaçãoerdquo; viabilizaram amplos ganhos financeiros e elevados créditos presumidos para empresas locais não ortodoxas, sem intenção de pagamento deste tributo. O ICL analisa que este cenário proporciona perda de receitas para os demais estados da Federação e determina uma crise tributária de caráter federativo. Na 44ª Reunião Ordinária do Comsefaz, o ICL apresentou um estudo do impacto da Concessão de Regime Especial na Importação de combustíveis, solicitando a revisão de processos para autorização e para desembaraço de importação dos insumos. A análise considera perdas estimadas em mais de Re#65284; 1 bilhão para os Estados nestes últimos 6 meses. O ICL ainda solicitou a criação de painéis dinâmicos para acompanhamento de importações e integração de sistemas com aprimoramento de controles e fiscalização assertiva alfandegária e a uniformização dos procedimentos para cobrança do ICMS na entrada de bens ou mercadorias estrangeiros no país. O Instituto Combustível Legal, em parceria com outras entidades do segmento, reforçará o diálogo com o governo federal para apresentar os significativos impactos que essas atividades vêm trazendo ao mercado de combustíveis brasileiro.

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