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COP30: Brasil apresenta solução com diesel e hidrogênio

O Brasil tem se destacado por uma série de soluções para a transição energética, tanto para geração de energia elétrica quanto para movimentação de veículos. O nosso programa de biocombustíveis mais exitoso é o do etanol, pois temos capacidade produtiva, rede de distribuição e comercialização e veículos preparados para o seu uso. Mesmo em locais onde o preço do etanol não é competitivo, quando comparado ao da gasolina, o biocombustível se faz presente na mistura com a gasolina. O biodiesel já é misturado ao diesel derivado de petróleo, biometano é misturado ao gás natural e caminhamos para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF). Na Universidade de São Paulo há pesquisa avançada para a produção de hidrogênio a partir do etanol [Carros: comum, híbrido, elétrico ou hidrogênio? A resposta surpreende]. O país está trabalhando intensamente, e em várias frentes, na transição energética, utilizando cada vez mais biocombustíveis. A mistura de etanol com gasolina já está em uso na China, Índia, Estados Unidos e em alguns países da União Europeia. Nossos vizinhos também usam, como Argentina e Paraguai. Na geração de energia elétrica, o Brasil tem se notabilizado pelo crescimento da energia solar e eólica, assim como pelo uso de biomassa para usinas termoelétricas com fontes renováveis. Tudo isso se soma às hidroelétricas responsáveis por grande parte da energia elétrica que consumimos. Outra possibilidade é a utilização de hidrogênio com o diesel. Não há nenhuma modificação no motor original (a diesel) e o hidrogênio é injetado na câmara de combustão juntamente com o ar que alimenta o motor. Esse hidrogênio é obtido por um processo de eletrólise, onde a água é separada em seus dois componentes básicos: hidrogênio e oxigênio. Isso é feito com eletricidade gerada pelo próprio veículo. A redução de consumo de diesel pode chegar a 13%, valor significativo quando se considera que esses veículos, em geral, rodam muitas horas todos os dias. É um hidrogênio gerado sob demanda, enquanto o motor é utilizado. Não há a necessidade de armazenamento de hidrogênio em tanques especiais. É uma tecnologia desenvolvida por empresa nacional. Uma empresa de ônibus urbanos já está testando essa solução na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. Uma vantagem do uso do hidrogênio nessas condições é que ele também promove uma limpeza da câmara de combustível, reduzindo a formação de depósitos de resíduos da queima do diesel. A experiência em Guarulhos mostra que o Brasil tem capacidade de desenvolver soluções inovadoras e sustentáveis, adaptadas à sua realidade e à infraestrutura já existente. Ao combinar a robustez dos motores a diesel com a injeção controlada de hidrogênio verde, o país dá mais um passo em direção a uma mobilidade urbana de baixo carbono, sem depender exclusivamente de tecnologias importadas ou de longas mudanças estruturais. Com a proximidade da COP30, iniciativas como essa reforçam o protagonismo brasileiro na transição energética global. Mostrar ao mundo que é possível reduzir emissões usando inteligência tecnológica e aproveitando recursos locais emdash; como a eletrólise integrada ao próprio veículo emdash; é uma oportunidade para o Brasil liderar com soluções acessíveis e replicáveis em países em desenvolvimento, como já ocorre com o etanol.

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Caminhões e ônibus a diesel lideram, e modelos a gás e elétricos crescem

O mercado brasileiro de caminhões e ônibus é dominado pelos veículos a diesel. Mas entre janeiro e abril de 2025, os números indicam que opções mais sustentáveis, como elétricos e veículos a gás, começam a conquistar seu espaço, ainda que de forma tímida. Dessa forma, neste primeiro quadrimestre do ano, a indústria licenciou 44.230 unidades a diesel. O que representa 98,7% do total de veículos pesados vendidos no País, conforme dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Todavia, apesar da hegemonia, o segmento de caminhões e ônibus elétricos mostra sinais de crescimento. No mesmo período, 383 unidades elétricas foram emplacadas. Ou seja, o equivalente a 0,9% do mercado. Seja como for, o número já supera o volume registrado durante o mesmo período em 2024, quando foram comercializados 275 caminhões e ônibus com a tecnologia. Crescimento é discreto, mas constante Assim, o destaque positivo fica para os veículos elétricos, cuja participação no mercado vem oscilando positivamente ao longo dos meses. Em janeiro de 2025, por exemplo, os elétricos responderam por 1,2% dos licenciamentos emdash; o maior índice mensal registrado até agora. A expansão, embora modesta, reflete o interesse crescente de empresas de logística e prefeituras por soluções de transporte mais limpas. Especialmente para frotas urbanas e transporte coletivo. Já os veículos a gás mantêm um desempenho estável. De janeiro a abril de 2025, foram 219 unidades licenciadas, com participação de 0,5%. Em 2024, o total foi de 291 veículos (0,2%) durante todo o ano. Transição energética no transporte pesado Apesar dos números modestos, o setor começa a se mover em direção a alternativas ao diesel. Nesse sentido, a adoção de veículos elétricos e a gás deve se acelerar nos próximos anos. Afinal, políticas ambientais aumentam a demanda de grandes empresas por soluções sustentáveis. Porém, para impulsionar as vendas por entre os desafios que ainda precisam ser superados estão a ampliação da infraestrutura de recarga para veículos elétricos, o custo inicial elevado e a maior oferta de modelos no mercado nacional. Além disso, no gás os corredores azuis ainda estão em expansão. Confira as marcas de caminhões elétricos mais vendidos no acumulado 1. JAC Motors endash; 49 2. VW Caminhões e Ônibus endash; 39 3. Tesla - 16 4. Foton - 8 5. Nanjing - 6 6. Higer endash; 1 Confira as marcas de ônibus elétricos mais vendidos no acumulado 1. Induscar endash; 94 2. BYD endash; 76 3. Mercedes-Benz - 50 4. Higer - 10 5. Ankai - 9 6. Volkswagen Caminhões e Ônibus endash; 3 7. Scania endash; 1 Fonte: Fenabrave

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Usiquímica anuncia Usiblend como nova marca industrial do grupo

A Usiquímica anuncia a criação da Usiblend, nova empresa do grupo com papel central na estrutura industrial da companhia. Instalada no parque fabril de Diadema (SP), a Usiblend nasce da reorganização societária que se seguiu à aquisição, em dezembro de 2024, da operação da YPF Lubrificantes no Brasil, movimento que ampliou significativamente a capacidade produtiva, o portfólio de soluções industriais e assegurou a continuidade da produção local dos lubrificantes da YPF Brasil para o mercado nacional. eldquo;A Usiblend, mais do que uma mudança de nome, representa a criação de uma nova empresa dedicada à terceirização de envase e desenvolvimento de soluções industriais sob medida, operando a partir da planta adquirida da YPF Lubrificanteserdquo;, destaca Osvane Lazarone, diretor comercial da Usiquímica. eldquo;A nova estrutura amplia e especializa as capacidades industriais do grupo Usiquímica, agora com uma gestão própria, foco em multimarcas e maior flexibilidade operacional, além da continuidade da produção dos lubrificantes da YPF para o Brasilerdquo;. Com forte atuação nos segmentos automotivo e agrícola, além de estrutura preparada para atender novos mercados, a Usiblend se posiciona como parceira estratégica para marcas que buscam eficiência, escalabilidade e comprometimento com qualidade. A robustez da planta, somada aos investimentos em ampliação de capacidade, automação de processos, expertise técnica e especialização em soluções customizadas, reforçam o diferencial competitivo da empresa. A criação da Usiblend também reflete a estratégia do grupo Usiquímica de investir em soluções industriais modernas, com foco em inovação, rastreabilidade e crescimento sustentável. A planta já passa por um processo estruturado de modernização, incluindo ampliação do parque de máquinas, reconfiguração de layout e avanços em automação emdash; medidas que fortalecem a capacidade da Usiblend de atender, com cada vez mais eficiência, às demandas do mercado nacional.

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Repasse de participação especial para União sobe 7,3% no 1º tri, a R$ 4,4 bi, diz ANP

Os repasses de recursos à União referentes ao pagamento de Participação Especial em grandes campos de produção de petróleo e gás natural subiram 7,3% no primeiro trimestre do ano, para R$ 4,4 bilhões, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta segunda-feira (19/5). A maior parte dos recursos destinados à União, ou R$ 4 bilhões, é alocada no Fundo Social. O restante vai para: Ministério de Minas e Energia (MME), R$ 216 milhões; Ministério do Meio Ambiente (MMA), R$ 54 milhões; educação, R$ 18,8 milhões; e saúde, R$ 6,2 milhões. No total, foram arrecadados R$ 8,7 bilhões em Participações Especiais de janeiro a março, 4,8% a mais do que no mesmo período de 2024. A distribuição para os estados cresceu 6%, para R$ 3,5 bilhões, e para os municípios somou R$ 878 milhões, 5,7% acima do resultado há um ano. O Rio de Janeiro continua sendo o estado que mais recebeu recursos: R$ 3,1 bilhões. Maricá e Niterói, no Rio, também permanecem como os municípios que mais recebem o benefício, de R$ 368 milhões e R$ 321 milhões, respectivamente. Em termos de número de beneficiários, os repasses foram feitos a 21 municípios e 4 estados. A participação especial é uma compensação financeira extraordinária devida pelos concessionários de exploração e produção de petróleo ou gás natural para campos de grande volume de produção ou de grande rentabilidade. A ANP é responsável por apurar e distribuir a participação especial aos entes beneficiários (União, estados e Municípios). (Estadão Conteúdo)

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ANP divulga resultados de ações de fiscalização em dez unidades da Federação (12 a 15/5)

Entre os dias 12 e 15/5, a ANP fiscalizou o mercado de abastecimento em dez unidades da Federação. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis e lubrificantes. No período, destacou-se força-tarefa na Paraíba, na qual a ANP atuou com cinco órgãos estaduais, para fiscalizar postos de combustíveis. Veja abaixo mais informações sobre essa operação, bem como sobre as principais ações nas demais unidades federativas do país: Paraíba No estado, a ANP fiscalizou 12 postos de combustíveis e uma revenda de GLP, em Alcantil, Campina Grande e Lagoa Seca. Em Campina Grande e Lagoa Seca, a Agência atuou em força-tarefa com Ministério Público Estadual, Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial (IMEQ/PB), Superintendência de Administração do Meio Ambiente do Estado (Sudema), Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. Nessa ação, um posto sofreu auto de infração, por não dispor de equipamentos necessários à realização dos testes de qualidade dos combustíveis quando solicitado pelos consumidores. Em ações individuais da ANP, um posto recebeu auto de infração por retirar lacre de fiscalização anterior sem autorização, estar com a medida-padrão de 20 litros (equipamento para o teste de volume) em desacordo com as normas e exibir marca de distribuidor estando cadastrado na ANP como bandeira branca. Outro posto, em Campina Grande, teve 978 litros de óleo lubrificante apreendidos por não ter registro do produto na ANP. É importante destacar que qualquer agente econômico ou cidadão pode verificar os registros de lubrificantes que estão ativos na Agência. Basta acessar a eldquo;Ferramenta de Pesquisa de Registro de Produtoserdquo; ou o Painel Dinâmico do Registro e Óleos e Graxas Lubrificantes. Essa consulta evita a aquisição e a comercialização de óleos clandestinos, que podem acarretar a diminuição da vida útil do motor, gerando prejuízo ao consumidor. No estado, foram coletadas seis amostras de combustíveis para análise em laboratório. Bahia Os fiscais da ANP estiveram nas cidades de Salvador, Candeias, Lauro de Freitas, Iraquara, Seabra, Lençóis e Mata de São João, fiscalizando 24 postos de combustíveis, três revendas de GLP e uma planta de produção de biodiesel. Um posto de Seabra sofreu autos de infração e interdição por comercializar etanol fora das especificações da ANP. Outro posto na mesma cidade recebeu auto de infração por estar com o termodensímetro (equipamento acoplado à bomba de etanol para verificar aspectos de qualidade) em desacordo com as normas. Em Iraquara, foi aplicado auto de infração a outro posto por estar com a medida-padrão de 20 litros (equipamento para o teste de volume) em desacordo com as normas e por problemas de segurança. Na mesma cidade, uma revenda de GLP sofreu autos de infração e interdição por não ter balança disponível para pesagem dos botijões e por falta de segurança nas instalações. Não foram encontradas irregularidades nas demais cidades. No estado, foram coletadas sete amostras de combustíveis para análise em laboratório. Ceará Foram fiscalizados 16 postos de combustíveis e duas bases distribuidoras de combustíveis no período, nas cidades de Fortaleza, Tauá, Juazeiro do Norte, Jardim e Eusébio. Dois postos sofreram autos de infração e de interdição por operarem bombas em más condições de uso e conservação, sendo um em Juazeiro do Norte e o outro, em Jardim. Em Tauá, um posto recebeu autos de infração e de interdição por operar bombas sem a utilização de dispositivos de segurança obrigatórios e ter um bico de abastecimento de diesel fornecendo volume diferente do registrado na bomba. Houve ainda autos de infração, sem interdições, aplicados a dois postos, em Tauá e Eusébio, por irregularidades nas bombas e por não realizar a drenagem periódica dos tanques de diesel. Não foram encontradas irregularidades em Fortaleza. No estado, foram coletadas 12 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Goiás Em Itumbiara, a ANP realizou ação conjunta com o Procon Municipal em três postos de combustíveis. Não foram registradas irregularidades. Minas Gerais Os fiscais da ANP estiveram em 26 postos de combustíveis, três revendas de GLP e um distribuidor de asfalto, nos municípios de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Conselheiro Lafaiete, Ouro Preto, Prudente de Morais, Sete Lagoas, Miraí, Muriaé, Tabuleiro, Ubá e Visconde do Rio Branco. Um posto de combustível sofreu auto de infração e interdição em Contagem por comercializar etanol aditivado fora das especificações. Foram ainda lavrados autos de infração, sem interdições, em outros dez postos, nos municípios de Contagem, Prudente de Morais, Sete Lagoas, Muriaé e Ubá (em ação conjunta com o Procon municipal), por motivos como: desatualização cadastral; não possuir os equipamentos para o teste de qualidade dos combustíveis (que pode ser exigido pelo consumidor); romper os lacres e faixas de interdição anterior; não manter em perfeito estado de funcionamento o termodensímetro (equipamento acoplado à bomba de etanol para verificar aspectos de qualidade); não possuir em perfeito estado de funcionamento medida-padrão de 20 litros (equipamento para o teste de volume); não identificar corretamente os fornecedores dos combustíveis nas bombas; e não observar as regras de segurança. Não foram encontradas irregularidades nas demais cidades. No estado, foram coletadas 12 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Rio de Janeiro A ANP fiscalizou 21 postos de combustíveis e quatro revendas de GLP. As ações ocorreram nas cidades do Rio de Janeiro, Cabo Frio e Rio das Ostras. Na capital, foram lavrados autos de infração em dois postos de combustíveis por não efetuarem o controle de drenagem dos tanques de óleo diesel B. Não foram encontradas irregularidades nas demais cidades. No estado, foram coletadas oito amostras de combustíveis para análise em laboratório. Rio Grande do Sul No estado, foram fiscalizados sete postos de combustíveis, uma distribuidora de combustíveis, três revendas de GLP, uma distribuidora de GLP, um produtor de biodiesel, um revendedor de óleo lubrificante e quatro transportadores-revendedores-retalhistas (TRR). As ações foram realizadas nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Cachoeira do Sul, Caçapava do Sul, Gravataí, Dom Pedrito e Bagé. Em Porto Alegre, foram apreendidos 2.546 litros de óleo lubrificante sem registro da ANP. Uma revenda de GLP em Canoas foi interditada por não atender às normas de segurança da legislação vigente. Ainda no município, foi lavrado auto de infração em um posto de combustíveis por não apresentar os registros de drenagem dos tanques de óleo diesel B e três revendas de GLP sofreram autos de infração por: exibir painel de preços com irregularidades, comercializar botijão de GLP com peso inferior ao indicado e armazenar botijões em quantidade superior à permitida para a classe autorizada na ANP. Um posto de combustíveis sofreu auto de infração em Gravataí por não possuir adesivo com CNPJ e endereço do estabelecimento nas bombas, não identificar na bomba o combustível comercializado e utilizar bomba medidora com problemas de funcionamento ou má conservação. Em Dom Pedrito, foi lavrado auto de infração em um posto de combustíveis por não manter em perfeito estado de funcionamento o termodensímetro instalado na bomba de etanol. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 20 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Santa Catarina No período, foram fiscalizados um posto de combustíveis e quatro transportadores-revendedores-retalhistas (TRR). Os fiscais estiveram nas cidades de Abelardo Luz, São Domingos, Maravilha, Itapiranga e Descanso. Não foram encontradas irregularidades. No estado, foram coletadas oito amostras de combustíveis para análise em laboratório. São Paulo A ANP fiscalizou 39 postos de combustíveis, uma revenda de GLP, um revendedor de lubrificantes e um ponto de abastecimento em São Paulo. As ações foram realizadas na capital e em outras 11 cidades: Guarulhos, São José do Rio Pardo, São Carlos, Mogi das Cruzes, Santo André, Pirassununga, Americana, Osasco, São Bernardo do Campo, Dois Córregos e Boa Esperança do Sul. Em São Paulo, um posto recebeu auto de infração e foi interditado totalmente por comercializar combustível fora da especificação, dificultar a ação de fiscalização ao tentar impedir o acesso da equipe às instalações e não possuir equipamento metrológico que permita a verificação dos estoques de combustíveis. Foram ainda lavrados autos de infração, sem interdições, em outros 13 postos, nos municípios de São Paulo, Dois Córregos, São Bernardo do Campo, Osasco, Pirassununga, Santo André, Mogi das Cruzes e São Carlos, por motivos como: não efetuar a drenagem e o registro regular dos resultados em seus tanques de óleo diesel; não possuir os equipamentos para o teste de qualidade dos combustíveis (que pode ser exigido pelo consumidor); não exibir corretamente os preços de todos os combustíveis em painel de preços; romper os lacres e faixas de interdição anterior; não apresentar documentos obrigatórios; não funcionar no horário mínimo; não exibir corretamente o fornecedor do combustível na bomba; e ostentar marca de distribuidora estando cadastrado como bandeira branca. Não foram encontradas irregularidades nas demais cidades. Em todo o estado, foram coletadas oito amostras de combustíveis para análise em laboratório. Sergipe Em Aracaju, foram fiscalizados 14 postos de combustíveis, em força-tarefa com Ministério Público Estadual, Procon-SE e Polícia Civil. Não foram encontradas irregularidades. Foi coletada uma amostra de combustível para análise em laboratório. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, além de penas de suspensão e revogação de sua autorização. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Já a interdição é uma medida cautelar, aplicada para proteger o consumidor, evitando a comercialização de combustíveis fora das especificações, fornecimento de combustível em quantidade diferente da marcada na bomba, entre outras irregularidades. Caso o posto comprove à ANP que o problema foi sanado, a Agência realiza a desinterdição, sem prejuízo do processo administrativo e possíveis penalidades. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco ou do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita).

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Até 24% do diesel usado em caminhões é adulterado em estados; ação do crime organizado é investigado

Em alguns estados brasileiros até 24% do diesel utilizado em caminhões teve algum tipo de adulteração em 2024. A prática se tornou frequente no mercado de combustíveis, gerando impactos significativos na economia, no meio ambiente e na segurança dos veículos. O problema tem sido alvo de investigações por parte das autoridades, que apuram a atuação de organizações criminosas em esquemas de adulteração de combustíveis. O levantamento foi organizado pelo ICL (Instituto Combustíveis Legal) com base nos dados do PMQC (Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis) da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O PMQC verifica a qualidade dos combustíveis (gasolina, etanol e diesel) comercializados nos postos por meio de laboratórios especializados e credenciados, que realizam coletas aleatórias de amostras nos postos. Segundo os dados, Alagoas (24%), Mato Grosso do Sul (18%), Amapá (15%), Rio Grande do Sul (15%), Bahia (13%) e São Paulo (11%) registraram os maiores índices de adulteração do diesel. No caso da gasolina, os estados com maior incidência de irregularidades foram Alagoas (12%), Paraíba (6%), Pernambuco (4%), Rio de Janeiro (4%), Goiás (4%) e Maranhão (3%). A adulteração afeta um volume estimado de 5,42 bilhões de litros de combustível, o que, segundo cálculo do ICL, representa um impacto equivalente a 72,1 mil abastecimentos, considerando veículos de passeio com tanques de 30 litros e caminhões com tanques de 100 litros. Apesar desses números, o programa aponta que, em média, o índice de conformidade no mercado nacional alcançou 98,1% em 2024, superando os 97,4% registrados em 2023. A adulteração de combustíveis geralmente envolve a adição ou retirada de componentes com valor comercial diferente, com o objetivo de obter vantagem financeira por meio da manipulação do preço final do produto. No caso da gasolina, a prática mais comum é a adição de etanol. Isso permite ao fraudador vender uma quantidade maior de etanol ao preço da gasolina, gerando lucro. Outra forma de adulteração é a adição de metanol, um tipo de solvente cujo uso como combustível é proibido no Brasil, devido à sua alta toxicidade e aos riscos à saúde humana e ao meio ambiente. No caso do diesel, a adulteração mais frequente é a redução do percentual de biodiesel na mistura. Atualmente, o diesel comercializado no país deve conter 14% de biodiesel. No entanto, geralmente há a diminuição da proporção, o que reduz os custos e aumenta o ganho financeiro. "A adulteração no setor ocorre hoje em diferentes etapas da cadeia, desde as usinas até os postos de combustíveis. Ela causa danos e perda de eficiência nos veículos dos consumidores, gera impacto no meio ambiente e favorece a concorrência desleal no setor. Inclusive, isso tem atraído o crime organizado, que atua em toda a cadeia", afirmou Carlo Faccio, diretor do Instituto Combustível Legal. Como revelou a Folha, autoridades federais e estaduais investigam a infiltração do crime organizado em 941 postos de combustíveis localizados em ao menos 22 estados. O mapeamento revela indícios de domínio em parte desses postos por parte de facções como PCC, Comando Vermelho e Família do Norte. Milícias também atuariam no setor. O mapa, produzido a partir de informações do setor, está no Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, coordenado pelo Ministério da Justiça. O grupo conta com representantes da Polícia Federal, Receita Federal, Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e Ministério de Minas e Energia. Marivaldo Pereira, secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública e membro do núcleo, afirmou que a pasta tem avaliado medidas para estabelecer um melhor fluxo de informações entre os agentes da cadeia de combustíveis e os órgãos reguladores, com o objetivo de aumentar a transparência e coibir a adulteração. Entre as propostas, ele citou o cruzamento de dados sobre a entrada e saída de combustíveis nos postos como forma de identificar possíveis irregularidades. Também mencionou que está em avaliação apoiar os projetos de lei do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), que tratam do controle e monitoramento do setor. "Temos mantido um diálogo com o Ministério de Minas e Energia para avaliar, do ponto de vista legislativo, medidas que ampliem a transparência na cadeia de combustíveis. Há diversas propostas normativas em discussão que preveem a criação de um fluxo estruturado de informações entre os agentes do setor e os órgãos reguladores", disse. Estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que o crime organizado lucra mais com combustível do que com cocaína. A receita gerada pelo crime na área de combustíveis e lubrificantes equivale a R$ 61,5 bilhões, segundo o estudo. O lucro com cocaína é estimado em R$ 15 bilhões. Investigações recentes também apontam a atuação de organizações criminosas na adulteração de combustíveis, como revelou a Operação Boyle emdash;deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo, em parceria com a Polícia Federal. A segunda fase da operação identificou a presença de grupos ligados à facção PCC envolvidos na adulteração de etanol e gasolina com metanol. O esquema incluía ainda a criação de empresas de fachada para lavagem de dinheiro e a corrupção de agentes públicos, com o objetivo de garantir a continuidade das atividades ilícitas no setor.

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