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Raízen fecha acordo para vender duas usinas no MS por R$ 1,54 bi

A Raízen (RAIZ4), maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, que lida para reduzir seu endividamento, anunciou nesta sexta-feira acordo para vender as usinas Rio Brilhante e Passa Tempo por R$ 1,54 bilhão, segundo comunicado ao mercado. As usinas, ambas localizadas no município de Rio Brilhante (MS) e com capacidade instalada de aproximadamente 6 milhões de toneladas por safra, foram vendidas para a Cocal Agroindústria. O acordo envolve R$ 1,325 bilhão pelos ativos e cerca de R$ 218 milhões relativos a investimentos em manutenção de entressafra deste ano, que serão integralmente assumidos pelo comprador, segundo a companhia. eldquo;Essa transação está alinhada à estratégia da companhia de otimização do portfólio de ativos, simplificação das operações e captura de eficiências, com foco na melhoria da rentabilidade de seu portfólio agroindustrialerdquo;, disse a Raízen. Ao divulgar seu último resultado trimestral, um prejuízo de R$1,8 bilhão, a Raízen informou que sua dívida líquida saltou para R$49,2 bilhões. Após a conclusão da venda das duas usinas e das demais já anunciadas, a Raízen passará a operar um portfólio de 25 usinas, com capacidade instalada de moagem de aproximadamente 75 milhões de toneladas por safra, segundo comunicado. A conclusão da operação anunciada nesta sexta-feira está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), acrescentou a Raízen. O pagamento será realizado à vista na conclusão da operação, sujeito a eventuais ajustes usuais para negócios desta natureza. (Reuters)

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Petróleo fecha em queda com apreensão sobre oferta da Opep; baixa mensal é de 6%

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta sexta-feira, 29, pressionados pela perspectiva de aumento da oferta com novos barris da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Mercado monitora ainda riscos potenciais para as exportações russas, diante da possibilidade de tarifas dos EUA sobre importações da China, maior compradora do óleo russo, enquanto a guerra entre Rússia e Ucrânia se prolonga. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em queda de 0,91% (US$ 0,59), a US$ 64,01 o barril. O WTI avançou 0,55% na semana e recuou 7,58% no mês. Já o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,73% (US$ 0,50), a US$ 67,48 o barril endash; com avanço semanal de 0,39% e recuo mensal de 5,89%. As tarifas secundárias impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, à Índia tiveram efeito limitado sobre os fundamentos do mercado global de petróleo e não devem provocar grandes mudanças nos preços daqui para frente, avalia a Capital Economics. O risco maior, segundo a consultoria, é que medidas semelhantes venham a ser aplicadas à China, maior importadora de petróleo bruto russo, o que poderia eldquo;desorganizar significativamente os fluxos globaiserdquo;. eldquo;Os embarques marítimos da Rússia para a Índia caíram um pouco nas últimas semanas, mas as exportações para a China aumentaram um pouco neste mês e o total das exportações marítimas russas permanece bem dentro da faixa dos últimos 18 meseserdquo;, disse Lily Millard, da Capital. Do lado das projeções de preços, Alex Hodes, da StoneX, observa: eldquo;Os participantes do mercado ainda esperam um mercado com excesso de oferta até o fim do ano, mas ainda podemos ver preços mais altos do que os atuais. Setembro tende a ser um mês de alta historicamente, mas os barris adicionais da Opep entrando no mercado serão um obstáculo difícil de superar.erdquo; Investidores também monitoraram os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Nesta sexta, o Kremlin afirmou que o presidente Vladimir Putin não descartou um encontro com o líder ucraniano, Volodimir Zelenski, mas ressaltou que qualquer reunião em nível de cúpula precisa ser eldquo;bem preparadaerdquo;. A declaração respondeu a comentários feitos na quinta-feira pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, que disse ser eldquo;óbvioerdquo; que a reunião entre os dois líderes não ocorreria. (Estadão Conteúdo)

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Vendas de diesel e gasolina crescem no Brasil em julho, etanol tem recuo

As vendas de diesel B por distribuidoras no Brasil cresceram 3% em julho versus o mesmo período de 2024, para seu maior patamar em nove meses, apontaram dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira. A comercialização do diesel B (já com mistura de biodiesel) no sétimo mês do ano somou 6,25 bilhões de litros, maior volume desde outubro de 2024, quando as vendas estabeleceram um recorde mensal de 6,27 bilhões de litros. O volume de julho é ainda 11,4% maior que o registrado em junho. "Trata-se de mais um mês forte em vendas..., com o dinamismo envolvendo exportações e demanda por fretes -- especialmente pelo setor agropecuário --, e maior circulação de veículos pesados em geral influenciando positivamente as vendas", disse o analista de Inteligência de Mercado da StoneX Bruno Cordeiro, em nota enviada à Reuters. O crescimento "expressivo" do consumo do combustível, segundo Cordeiro, justifica o avanço das importações de diesel A (puro) no período, que alcançaram 1,8 bilhão de litros, segundo dados compilados pela StoneX. No acumulado do ano até julho, a ANP apurou uma alta de 2,5% na comercialização do combustível mais vendido no país ante o mesmo período de 2024, a 39,55 bilhões de litros, acompanhando previsões da StoneX, que apontavam para uma recuperação do indicador em meio à aceleração da colheita do milho. Para todo 2025, a StoneX projeta um avanço de 2,7% nas vendas de diesel ante o ano passado, totalizando 69,1 bilhões de litros. GASOLINA X ETANOL As vendas de gasolina C (já com mistura de etanol anidro), por sua vez, somaram 3,8 bilhões de litros, alta de 1,1% ante o mesmo período do ano passado e avanço de 3,3% na comparação com junho, em meio a uma maior vantagem competitiva frente ao etanol hidratado, seu concorrente nas bombas. Já as vendas de etanol hidratado em julho somaram 1,67 bilhão de litros, queda de quase 4,9% na comparação com o mesmo mês de 2024 e alta de 1% ante junho. "Em geral, mesmo com o avanço da produção do biocombustível com a safra 2025/26 e paridade abaixo de 70% em diversas praças consumidoras importantes (como São Paulo, Minas Gerais e Paraná), entende-se que a queda dos preços da gasolina C frente o início do ano contribuiu para uma preferência ao fóssil no período", disse a analista de Inteligência de Mercado da StoneX Isabela Garcia, em nota. No acumulado do ano até julho, as vendas do biocombustível somaram 12,25 bilhões de litros, queda de 2%. (Reuters)

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Quem deveria fiscalizar o combustível adulterado pelo PCC?

A qualidade dos combustíveis vendidos nos postos de abastecimento é fiscalizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Como se explica que milhares de postos tivessem os combustíveis adulterados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), fato lamentável identificado pela megaoperação da força-tarefa do Ministério Público-SP, do Ministério Público Federal, das Polícias Federal, Civil e Militar, da ANP e da Receita Federal? Foi descoberto que o PCC importava irregularmente produtos químicos para adulterar os combustíveis. O metanol, tóxico e inflamável, era misturado ao álcool e à gasolina. Como a projeção é de que o esquema atinja 30% dos postos de São Paulo - sem contar os do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina -, como isso não foi identificado pela fiscalização? Talvez seja uma questão de quantidade de profissionais. Nesse caso, que mais pessoal seja contratado, treinado e colocado em equipes de fiscalização. Espero que jamais o consumidor corra riscos provocados pelo combustível pelo qual pagou caro. E no qual confiava. Entendo que, eventualmente, possa ser detectada fraude de combustível em um ou outro posto. Mas na dimensão que foi descoberta pela força-tarefa, não é aceitável nem compreensível. Também espero que os responsáveis sejam punidos exemplarmente, pois o crime organizado, além de lesar os cofres públicos - ao não recolher impostos - e ameaçar o meio ambiente e o consumidor, utiliza recursos financeiros advindos dessas atividades para crimes ainda mais graves. Cabe, além disso, enfatizar que o porte do PCC, sua força financeira, é inadmissível. Configura um descaso público que permitiu a expansão dessas atividades criminosas. Que essa força-tarefa continue em ação. Que não leve alguns anos para voltar a campo, pois os cidadãos e cidadãs brasileiros não suportam mais se sentir inseguros e passíveis de golpes, inclusive a adulteração dos combustíveis. Sabemos que o desafio de lutar contra as facções criminosas é monumental. Exige infraestrutura financeira, tecnológica, de pessoal e vontade política. Mas é daquelas missões que não podem ser relegadas a um segundo plano. É prioritária, urgente e importantíssima para que tenhamos um futuro com menos criminalidade e mais segurança. Cláudio Considera - é ex-presidente do conselho da Proteste Associação de Consumidores e professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi titular da Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), chefe de Contas Nacionais do IBGE e diretor de Pesquisa do Ipea.

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Dois em cada 10 litros de gasolina e etanol vendidos em SP passaram por investigadas

Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) indicam que cerca de dois a cada dez litros de gasolina e etanol hidratado vendidos em São Paulo em 2024 passaram por distribuidoras investigadas na megaoperação contra a presença do PCC nos setores financeiro e de combustíveis. A decisão que autorizou a operação cita 16 empresas. Segundo o Painel do Mercado de Combustíveis Líquidos da ANP, elas foram responsáveis por 18% das vendas de gasolina e 20% das vendas de etanol no mercado paulista no ano passado. As investigações apontam que a organização cometeu crimes como adulteração de combustíveis e sonegação fiscal. Os lucros teriam sido lavados em aplicações em fundos de investimentos, por meio de estruturas sofisticadas que dificultavam a identificação dos proprietários. A atuação no setor de etanol envolveu o controle completo da cadeia do combustível, diz a força-tarefa. Além de distribuidoras e postos, o esquema comandado por Mohamad Houssein Mourad adquiriu usinas de cana-de-açúcar, que foram registradas em nomes de laranjas. "A investigação aponta que a organização criminosa multiplica seus postos de combustíveis, os quais são e#39;regados por combustíveis fornecidos pelas usinas sucroalcooleiras e distribuidoras pertencentes ao grupoe#39;", afirma a decisão judicial que autorizou a operação. Dona da maior fatia do mercado paulista entre as distribuidoras do grupo, a Duvale, por exemplo, "é apontada como a maior destinatária de etanol hidratado das Usinas Itajobi e Carolo (Grupo Itajobi) após a assunção do grupo de Mohamad", diz a força-tarefa. A organização atuava também no transporte do combustível, verticalizando suas operações, por meio da G8.Log Transportes, "elo vital na logística que conecta a produção da usinas à rede de distribuição". "Embora sua função principal seja o transporte, suas operações estão intrinsecamente ligadas e servem diretamente ao ecossistema das distribuidoras de combustíveis e às usinas sucroalcooleiras controladas pelo grupo", afirmam os investigadores. No caso da gasolina, o fornecimento era feito pela Copape emdash;empresa do grupo de Mohamad, que produzia o combustível por meio da mistura de correntes de petróleo, em um processo conhecido como formulação emdash;até que seu registro foi cassado pela ANP, em julho de 2024. As investigações apontam que, depois disso, as distribuidoras do grupo passaram a ser abastecida pela Rodopetro, que comprava o combustível na Refinaria de Manguinhos, do grupo Refit. No Rio de Janeiro. A empresa diz que não é investigada e não tem relação com o crime organizado. Os dados da ANP indicam que as empresas tinham foco no mercado paulista, que concentrou quase a totalidade de suas vendas de gasolina (95%) e de etanol (85%). Na média nacional, responderam por 4% do mercado nacional de gasolina e 12% do de etanol. O Itaú BBA diz em relatório que, em 2025, os números equivalem a 6% e 13%, respectivamente. Para o banco, o esquema proporcionou o crescimento de distribuidoras não tradicionais, roubando mercado das maiores companhias do setor. Para os analistas, a ofensiva contra o mercado ilegal pode ajudar essas companhias a recuperar vendas mantendo margens saudáveis.

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Nota da Federação Brasilcom - Operação contra o crime organizado

A BRASILCOM, em seu papel de defensora da manutenção de um ambiente concorrencial competitivo, saudável e sem desequilíbrios e transtornos que venham a onerar e prejudicar toda a sociedade civil e a economia nacional, vem manifestar seu integral apoio à Operação Carbono Oculto. Aplaudimos a união das instituições de estado que atuaram em conjunto, de foma integrada e com medidas de amplo alcance e equilíbrio que eram necessário para desarticular esse gigantesco esquema no setor de combustíveis. Fica claro o desejo das autoridades de, efetivamente, reparar o que vem ocorrendo no segmento, com envolvimento de distribuidoras, postos de abastecimento, usinas de álcool, transportadores, importadores e de instituições financeiras. Todas essas entidades agiam em consonância, burlando o consumidor e as autoridades fiscais e regulatórias, em busca do lucro fácil. As distribuidoras regionais que operam com seriedade e total repeito às leis e normas do setor e que sofriam a concorrência desse grande esquema, anteveem com esperança e alívio a chegada de tempos melhores.

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