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Mercado de lubrificantes: ANP divulga nova tabela com códigos de produtos

A ANP publicou em seu site a nova tabela de apoio com códigos de produtos que deve ser adotada pelos agentes regulados do segmento de lubrificantes (produtores, coletores, rerrefinadores e agentes de comércio exterior que movimentem óleos lubrificantes). Os novos códigos devem ser utilizados já nas declarações de movimentações do mês de outubro, a serem enviadas pelo Sistema de Informações de Movimentações de Produtos (SIMP) até 15 de novembro, nos termos da Resolução ANP nº 729/2018. A nova tabela, anunciada no Workshop de Lubrificantes 2024, reduz o número de códigos, agregando produtos similares, de forma a simplificar as declarações e reduzir as inconsistências nos reportes, melhorando a qualidade das informações recebidas e disponibilizadas pelos painéis dinâmicos da Agência. A nova tabela pode ser baixada na Central de Sistemas da ANP, item "Clique aqui para fazer o download das tabelas de apoio ao I-SIMP" e, em seguida, abrindo o arquivo "T012-Codigos_de_produtos_20241001.xls". A ANP preparou ainda uma planilha com o "de/para" entre códigos novos e antigos, de forma a simplificar a transição de estoques e das informações de comercialização.

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Setor de óleo e gás vai receber investimentos de US$ 182 bi até 2030, diz estudo

A indústria de óleo e gás no Brasil vai receber investimentos de US$ 182 bilhões até o fim desta década, de acordo com estudo da Firjan, entidade que reúne as indústrias do Rio de Janeiro. Segundo o levantamento, o Brasil chegará a 2030 como o quinto maior produtor mundial de petróleo, atingindo 5,4 milhões de barris por dia, ficando atrás apenas de Estados Unidos, Arábia Saudita, Rússia e Canadá. Hoje, o país está na décima posição, com cerca de quatro milhões de barris por dia. Os dados foram apresentados na ROG.e (antiga Rio Oil eamp; Gas), principal feira de energia do país, realizada semana passada no Boulevard Olímpico, Zona Portuária do Rio. emdash; A maior parte desse óleo estará em águas fluminenses, nas bacias de Campos e Santos, que receberão 13 novos FPSOs até 2028. Ou seja, há um volume enorme de crescimento para fornecimento de produtos e serviços. A cadeia produtiva fluminense e brasileira não pode ficar de fora emdash; ressalta Karine Fragoso, gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Indústria Marítima da Firjan. Maior demanda global O salto em produção no país é puxado pela expansão esperada globalmente. No evento, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que reúne os maiores produtores do mundo, anunciou prever que a demanda por energia crescerá 24% até 2050. A estimativa é que o consumo suba a 374 milhões de barris de óleo equivalente diários (mboe/d), ante a 301 mboe/d em 2023. O crescimento, apontam as estimativas da Opep, será impulsionado por países em desenvolvimento que não pertencem à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as economias mais avançadas do mundo, com aumento de 73,5mboe/d. Desse total, 30% virão só da Índia. emdash; A demanda por petróleo está concentrada no mundo em desenvolvimento, impulsionada pela expansão da classe média e pela urbanização. Até 2030, mais de meio bilhão de pessoas se mudarão para as cidades em todo o mundo. O mundo vai continuar dependendo de todas as energias e de abraçar todas as tecnologias. Isso significa um investimento em toda a matriz energética emdash; disse Haithmam Al-Ghais, secretário-geral da Opep. Com o aumento da produção brasileira de petróleo, a Firjan estima um potencial de geração de 115 mil empregos diretos e indiretos apenas no estado do Rio até 2030, fruto da entrada em operação de novas unidades de produção e da retomada da indústria naval fluminense. O mapeamento constatou que há mais de dez mil itens, entre bens e serviços de áreas como construção naval, metalmecânica e química, e três mil potenciais fornecedores, a maior parte concentrada no estado do Rio. O relatório da Firjan aponta que há oportunidades onde não foram encontrados fornecedores locais, como em recolhimento de óleo produzido, consumíveis de solda e reparo de secadoras emdash; atividades ligadas à exploração e produção de petróleo. Entre os principais desafios a serem enfrentados pelo setor nessa expansão, Karine Fragoso, da Firjan, ressalta a falta de certificações por parte da indústria: emdash; Não necessariamente todos os fornecedores precisam de todas as certificações, dada a natureza dos bens e serviços demandados. Mas é importante qualificar e capacitar cada vez mais as empresas fornecedoras, garantindo o acesso delas ao mercado. Rodada de negócios Em rodadas de negócios realizadas durante o evento pela Firjan e pelo Sebrae RJ reunindo pequenos e médios fornecedores do setor, foram mapeadas 450 novas oportunidades. Há ainda a possibilidade de geração de empregos, ressalta a executiva, com o desenvolvimento de projetos de novas energias e tecnologias, como hidrogênio, produção eólica offshore e captura e armazenamento de carbono. Empresas internacionais dessa cadeia estão atentas ao potencial do mercado brasileiro e trazendo novas soluções. Desde que chegou ao Brasil, em 2008, a australiana Karoon Energy, de exploração e produção de petróleo, por exemplo, já investiu mais de US$ 1 bilhão na indústria nacional. Isso inclui US$ 665 milhões pela aquisição do campo de petróleo de Baúna, na Bacia de Santos, e aproximadamente US$ 300 milhões gastos em intervenções neste campo e no de Patola, na mesma região, atingindo uma produção de cerca de 25 mil barris por dia. Além disso, perfurou dois poços próximos ao campo de Neon, com um projeto de desenvolvimento em potencial avançando no processo de investimento da Karoon. emdash; Estamos empenhados em aumentar nossos investimentos no Brasil, visando expandir nossa capacidade de produção, já que o mercado atualmente oferece condições bastante favoráveis para receber aportes. Para continuar explorando novas oportunidades de negócios é fundamental que haja estabilidade regulatória emdash; afirma Julian Fowles, CEO da Karoon Energy. Ele frisa que, no passado, a companhia teve boas oportunidades diante da oferta de blocos exploratórios da Petrobras, e que espera participar de futuras rodadas de partilha: emdash; Nosso foco está em seguir investindo para garantir um crescimento orgânico sustentável. Além disso, se a Petrobras decidir disponibilizar novos ativos no mercado, a Karoon estará pronta para aproveitar essas oportunidades. Novos leilões A Wärtsilä, referência global em soluções tecnológicas para os setores de energia e marítimo, anunciou projetos de desenvolvimento de embarcações movidas por combustíveis mais sustentáveis, como etanol, também apontando a direção em crescimento e novos negócios adiante. emdash; Seguimos fortes no mercado offshore com muitas atividades de serviços em nossa base instalada, oferecendo suporte a clientes que operam embarcações para as principais empresas de óleo e gás emdash; disse Mário Barbosa, General Manager da Wärtsilä para a América Latina. A demanda deve aumentar nos próximos anos. Rodolfo Saboia, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), disse no ROG.e que a perspectiva é lançar novos editais de oferta permanente de blocos de petróleo entre o fim deste ano e o início de 2025: emdash; Vamos retirar blocos que estavam em oferta há muito tempo. Estamos fazendo uma limpeza, um filtro nesses blocos e trabalhando para adicionar novos blocos com novos critérios. A ANP vai trazer ofertas mais atraentes, e esse processo se dará na virada do ano, com novos editais disponíveis para as áreas em oferta permanente. Patrick Pouyanné, CEO global da Total Energies, disse que a companhia francesa está aberta a novas parcerias com a Petrobras em oportunidades de exploração e produção de petróleo e gás no Atlântico. emdash; Estamos interessados em explorar no Atlântico. Temos um projeto no Suriname, com mais de dois mil barris por dia. E a Petrobras pode bater na porta da Total. Em Angola, temos parceria com a Petrobras. Estamos também na Namíbia, que é uma nova fronteira emdash; disse o executivo.

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Petrobras anuncia descoberta de gás que pode dobrar reservas na Colômbia

A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (3), uma "enorme descoberta" de gás natural no Caribe colombiano, que pode duplicar as reservas do país, onde uma seca severa ameaça o abastecimento de energia. Realizada pela Petrobras em parceria com a estatal colombiana Ecopetrol, esta é a maior descoberta desde a década de 1990, com reservas por seis terapés cúbicos de gás, e "tem o potencial de duplicar as reservas da Colômbia", informou o gerente-geral de Ativos Exploratórios da Petrobras, Rogério Soares, durante um evento em Cartagena. O tamanho do reservatório é comparável ao do Campo Cuchupa em Ríohacha, que forneceu gás ao país nos últimos 45 anos. "É uma grande conquista na história da exploração da Colômbia", acrescentou Soares na VIII Cúpula de Petróleo, Gás e Energia, o evento mais importante da indústria no país. O processo de exploração ocorre há vários anos na área, mas agora é confirmado o tamanho da jazida que faz parte do projeto "Sirius". O anúncio foi feito após o governo de Gustavo Petro lançar um plano para buscar investimentos de US$ 40 bilhões (R$ 226 bilhões na cotação atual) com o objetivo de financiar a transição energética do país. Ferrenho defensor do meio ambiente, o presidente colombiano aposta na substituição da indústria ligada aos hidrocarbonetos, um setor que representa 52% das exportações nacionais. O ministro de Minas e Energia, Andrés Camacho, comemorou a "descoberta de gás" em mensagem na rede social X. "Nossa política de eficiência na gestão de hidrocarbonetos avança com sucesso", acrescentou. A Colômbia atravessa uma temporada de calor incomum, que aumentou o risco de escassez de energia e apagões, alertam especialistas. Petro freou a exploração de hidrocarbonetos para priorizar fontes renováveis como a energia solar e eólica. Contudo, a oposição e um setor da indústria consideram que esta decisão poderia colocar em risco a autossuficiência energética do país. Segundo dados da Naturgas, sindicato nacional das empresas de gás, em 2025 o país terá um déficit deste hidrocarboneto equivalente a 7,5% da demanda total e, em 2026, aumentará para 16%. Em meio à crise hídrica gerada pelo fenômeno climático El Niño, a Colômbia aumentou suas importações de gás em 2.500% entre 2022 e 2023. O gás natural representa entre 25% e 30% da demanda nacional por energia, segundo números do setor. Em 2023, as reservas comprovadas de gás do país eram de 2.373 gigapés cúbicos (Gpc), segundo dados oficiais. A Colômbia sediará em outubro a COP16 sobre biodiversidade, onde o governo pretende dar destaque internacional ao seu projeto de transição energética. "O mundo deve compreender que a nossa resolução de cuidar deste território gera serviços ambientais estratégicos" para o planeta em meio à crise climática, disse nesta quarta-feira a ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, durante um evento na cidade de Barranquilla chamado "Feira de Economias para a Vida". (AFP)

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Vendas no setor de serviços têm melhor desempenho em mais de dois anos, mostra PMI

O crescimento do setor de serviços no Brasil acelerou em setembro, quando a atividade de vendas atingiu um pico em mais de dois anos em meio a uma melhora da perspectiva, mostrou a pesquisa PMI (Índice de Gerentes de Compras) nesta quinta-feira (3). O PMI de serviços do Brasil da Seamp;P Global subiu a 55,8 em setembro, de 54,2 em agosto, completando um ano de crescimento e sinalizando um maior aumento da produção. A marca de 50 separa expansão de contração. "Setembro registrou uma recuperação no crescimento da atividade de serviços, compensando a desaceleração de agosto e marcando o trimestre mais forte para o setor desde o segundo trimestre de 2022", disse Pollyanna de Lima, diretora associada de economia da Seamp;P Global Market Intelligence. A pesquisa apontou que os participantes citaram esforços de marketing, tendência positiva da demanda e aumento sustentado na entrada de novos negócios como fatores por trás do resultado. O subíndice de novas encomendas recebidas por fornecedores de serviços aumentou no ritmo mais forte desde julho de 2022. Os fornecedores de serviços seguiram abrindo vagas de trabalho em setembro, dando sequência à tendência iniciada em outubro de 2023. No entanto, o ritmo de expansão foi o mais fraco em sete meses. O levantamento mostrou ainda que os preços de insumos continuaram a aumentar no final do terceiro trimestre, com citações de custos mais elevados de alimentos, combustíveis e serviços públicos, embora a taxa de inflação tenha diminuído em relação a agosto. (Reuters)

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Shell, Raízen e Senai investem R$ 120 milhões em centro de bioenergia para etanol de 2ª geração

Shell, Raízen e Senai vão investir R$ 120 milhões na construção de um Centro de Bioenergia, em Piracicaba (SP), para o desenvolvimento de soluções de descarbonização a partir da cana-de-açúcar. O objetivo é acelerar os projetos voltados para transição energética e escalar a produção de etanol de segunda geração (E2G), tecnologia brasileira que tem um mercado imenso, segundo disseram executivos envolvidos no projeto ao Estadão/Broadcast. Nos cinco anos iniciais, as pesquisas do Centro focarão em ganhos de eficiência e sustentabilidade no processo de produção do E2G, atualmente já produzido em escala comercial no País em duas plantas da Raízen. Outras sete unidades estão em estágio de construção: Univalem (Valparaíso/SP); Barra (Barra Bonita/SP); Vale do Rosário (Morro Agudo/SP); Gasa (Andradina/SP); Caarapó (Caarapó/MS); Tarumã (Tarumã/SP); Jataí (Jataí/GO). A previsão é de que o Centro fique pronto em 2026, e vai contar com laboratório e plantas piloto projetados para mimetizar operações industriais. Do total investido, R$ 72 milhões virão da Shell, pela cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDeamp;I) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Para o presidente da Raízen, empresa fruto de uma joint-venture entre Shell e Cosan, Ricardo Mussa, a decisão da construção do Centro visa avançar na produção de E2G e demais produtos que serão utilizados no futuro, atrás da maior eficiência e redução de emissões. eldquo;Quando eu tenho de fazer esse tipo de teste em uma planta de escala industrial, é muito complexo. Então, aqui (o Centro) é um marco muito importante para o Brasil manter a liderança nessa tecnologiaerdquo;, disse Mussa, citando o potencial para avançar em pesquisas para reduzir o consumo de enzimas, reaproveitar subprodutos, entre outras soluções. Liderança brasileira O etanol de segunda geração é produzido a partir do bagaço da cana de açúcar após a produção do etanol, por isso é considerado um combustível ainda mais sustentável do que o original. Segundo Mussa, a demanda já ultrapassa a produção de E2G da Raízen. O novo combustível emite 30% a menos Gases de Efeito Estufa (GEE) do que o Etanol de Primeira Geração (E1G) e 80% menos do que a gasolina. eldquo;Quando você põe o etanol de segunda geração numa planta de cana-de-açúcar, você aumenta em 50% a sua produção de etanol, sem precisar de um pé de cana a mais. Então, não tem nada mais sustentável que você fazer de um resíduo (bagaço da cana) um produto que tem uma pegada de carbono muito baixaerdquo;, explicou Mussa, acrescentando que o Brasil já é hoje o maior produtor mundial de etanol de segunda geração e vai se firmar na liderança. eldquo;Vai ser um grande exportador, e não só do produto, mas espera também exportar a tecnologiaerdquo;. Mussa ressaltou que boa parte da biomassa proveniente da cana-de-açúcar é destinada para gerar vapor para as usinas. eldquo;Então, se a gente encontrar uma maneira de eletrificar as usinas, por exemplo, e sobrar mais biomassa, você pode aumentar muito a produção de etanol de segunda geraçãoerdquo;. O papel do Senai será organizar a complexidade do desenvolvimento tecnológico das pesquisas, investir e organizar a infraestrutura, além de orquestrar as diversas disciplinas e tecnologias necessárias para desenvolver esse eldquo;gaperdquo; tecnológico, informou o gerente do Distrito Tecnológico do Senai-SP, Fabricio Lopes. eldquo;Há uma complexidade em desenvolver o etanol de segunda geração. Exige múltiplos conhecimentos, não só no pré-processamento da biomassa, mas também na parte da fermentação, conhecimento em materiaiserdquo;, disse Lopes. elsquo;Etanol é o carro elétrico do Brasilersquo; Para o vice-presidente Shell para América Latina, Lauran Wetemans, eldquo;o carro elétrico do Brasil se chama etanolerdquo;. Ele elogiou a cláusula de PDeamp;I da ANP como um incentivo eficiente para a evolução tecnológica do País, e aposta não apenas na exportação do etanol segunda geração, como ocorre atualmente, mas também no mercado brasileiro para consumir o biocombustível e demais futuros produtos decorrentes das pesquisas do Centro. Além do setor automotivo, o executivo vê espaço para o uso do etanol nos setores bioquímico, de bebidas, do bioplástico e para o Sustainable Aviation Fuel (SAF). eldquo;A gente gosta muito de hidrogênio, mas é um produto muito caro. É fácil falar sobre produtos de baixo carbono, mas se eles não são acessíveis, ou estão muito caros, ou não existem no mercado, ou não são escaláveis, você tem um problemaerdquo;, avaliou Wetemans, informando que o E2G é apenas um pouco mais caro que o etanol original. Wetemans afirmou ainda, que o Brasil tem um potencial enorme para desenvolver biocombustíveis do futuro, e disse aguardar para a próxima semana o anúncio do governo sobre aumento da mistura de etanol na gasolina e do biodiesel no diesel, com a promulgação da Lei do Combustível do Futuro, marcada para o dia 8. eldquo;A gente está contribuindo com essa agenda de transição energética do governo do Brasil com produtos que são acessíveis para todos os brasileiros, e também vão ajudar o Brasil a estar á frente no desenvolvimento de biocombustíveis no mundo inteiroerdquo;, concluiu.

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Petróleo dispara 5% após Biden afirmar que discute ataques a instalações iranianas

O preço do petróleo disparou mais de 5% nesta quinta-feira (3) e a cotação do barril superou os US$ 77, depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mencionou a possibilidade de Israel atacar refinarias de petróleo do Irã. Nas últimas semanas, os bombardeios de Israel ao Líbano já deixaram quase 2 mil pessoas mortas, e na terça-feira o Irã lançou ataque contra os israelenses em resposta às recentes mortes de chefes do Hezbollah. Biden foi questionado se apoiaria um ataque israelense às instalações petrolíferas iranianas em conversa com repórteres nesta quinta. "Estamos discutindo isso. Acho que seria um pouco...", respondeu. Após a fala do presidente, o preço do barril de petróleo, que já estava em alta, passou a subir ainda mais. No dia, o petróleo tipo Brent avançou 5,18% e o barril fechou negociado a US$ 77,73. Desde a última sexta-feira (27), a commodity já disparou cerca de 8%, com a intensificação dos conflitos. Entenda, abaixo, como a participação do Irã na guerra faz o preço da commodity subir. Qual o tamanho e o papel do Irã no mercado de petróleo? O novo capítulo da guerra no Oriente Médio, com o Irã atacando Israel, fez com que uma preocupação para além da tragédia humanitária também tomasse conta do mundo: a produção e o preço do petróleo. O petróleo subiu 3,85% após o Irã disparar centenas de mísseis contra o território israelense na terça-feira (1°). O preço continua avançando nesta quarta-feira (2), conforme seguem as ameaças de retaliação que chegam de Israel e dos Estados Unidos, seu maior aliado. O Oriente Médio é uma das regiões mais importantes para a produção da commodity no mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, o Irã era o sétimo maior produtor de petróleo no mundo em 2023, com uma produção de 3,9 milhões de barris por dia. Com esse número, o país respondeu por quase 5% de toda a produção mundial, que foi de 82,8 milhões de barris por dia. Embora sozinho pareça não ter tanta relevância na produção mundial, o Irã tem um papel-chave como membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+). Esse é o cartel de petróleo mais importante do mundo, e é quem determina na prática os rumos do preço da commodity. Entre os países membros e aliados da Opep+ estão Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Rússia, por exemplo. Como membro da Opep+, o Irã pode influenciar e receber o apoio dos demais países do grupo caso a guerra escale ainda mais, explica Celso Grisi, professor especialista em macroeconomia da FIA Business School. O cartel pode escolher reduzir sua produção diária de barris de petróleo para diminuir a oferta da commodity no mundo. Se a opção for pela redução, os preços do barril de petróleo no mercado internacional podem subir ainda mais. O Irã também tem como trunfo uma das maiores reservas de petróleo do mundo, responsável por 10% de toda a disponibilidade global conhecida até aqui. "O Irã tem um papel extremamente importante na produção de petróleo de todo o mundo e isso deriva naturalmente de uma reserva de petróleo muito grande com localização geográfica bastante estratégica", diz Grisi. Cristian Pelizza, economista-chefe da Nippur, explica que o poder de barganha dos países do Oriente Médio vem do excedente de petróleo que produzem. Como são economias pequenas em relação aos gigantes como EUA e China, podem reduzir a produção sem medo de desabastecimento. Economias desenvolvidas consomem muito petróleo, mesmo que também sejam grandes produtores. Assim, ainda dependem de importação para completar a demanda, em especial por combustíveis. Outro ponto sensível é se forem aplicadas novas sanções econômicas aos países da região, como já aconteceu outras vezes. Os especialistas ouvidos pelo g1 concordam que isso poderia ser um fator de piora expressiva do preço do petróleo, por problemas de distribuição. Estreito de Ormuz Um aspecto final que faz do Irã uma região estratégica para o mercado de petróleo é sua localização. O Estreito de Ormuz, uma passagem que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico, é uma das principais rotas do petróleo do Oriente Médio para o resto do mundo. Pelo Estreito de Ormuz passam cerca de 20 a 30 milhões de barris de petróleo todos os dias, comenta Roberto Ardenghy, presidente do IBP. Em outras oportunidades, como nas tensões entre Israel e Irã ocorridas em abril, o país árabe ameaçou fechar o estreito, impedindo a circulação da commodity. As ameaças nunca se concretizaram, principalmente porque colocariam o Irã em uma posição vulnerável também com os países aliados da Opep+. O que o Irã pode fazer emdash; e já fez emdash; é interceptar embarcações específicas de países inimigos. De todo modo, Ardenghy destaca que essa é "uma região crítica para o escoamento do produto e qualquer tipo de problema no acesso a ao estreito pode causar problema de abastecimento global".

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