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CMA vai debater proibição de carro novo a gasolina ou diesel a partir de 2030

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou nesta quarta-feira (10) um requerimento de audiência pública para instruir o projeto de lei que institui a política de substituição dos automóveis movidos a combustíveis fósseis. O projeto (PLS 304/2017), de autoria de Ciro Nogueira (PP-PI), proíbe a venda de veículos novos a gasolina ou diesel a partir de 2030 e suspende a circulação desses veículos a partir de 2040. O pedido de debate aprovado (REQ 14/2024 - CMA) é de autoria do senador Carlos Viana (Podemos-MG), relator da proposta no colegiado. A comissão aprovou ainda outros cinco requerimentos (REQs 9/2024 - CMA, 10/2024 - CMA, 11/2024 - CMA, 12/2024 - CMA e 13/2024 - CMA) que pedem a inclusão de convidados na segunda audiência pública sobre compensação financeira à União, estados e municípios pela exploração de hidroeletricidade. Segundo a senadora Leila Barros (PDT-DF), presidente da CMA, foram convidados para a audiência: o presidente do Fórum do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico; o presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico; Malu Ribeiro, Diretora de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica; Iara Bueno Giacomini, diretora de Revitalização de Bacias Hidrográficas,no Ministério do Meio Ambiente; Mauricio Scalon, representante dos Comitês de Bacias Hidrográficas; Ângelo Lima, do Observatório de Gestão das Águas; Flávio Henrique Magalhães Lima, superintendente de Infraestrutura Hídrica do Estado da Bahia; representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). As datas das audiências ainda serão definidas pela comissão.

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Petróleo sobe após ataque israelense ofuscar negociações de cessar-fogo

Os preços do petróleo subiram cerca de 1 dólar nesta quarta-feira, depois que três filhos de um líder do Hamas foram mortos em um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza, alimentando temores de que as negociações de cessar-fogo possam estagnar. Os futuros do petróleo Brent avançaram 1,06 dólar, ou 1,2%, a 90,48 dólares o barril, enquanto os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos Estados Unidos subiram 0,98 dólar, ou 1,2%, a 86,21 dólares. "O mercado petrolífero tem sido e continua sendo muito reativo às notícias de Gaza", disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York. O Exército de Israel confirmou a execução do ataque, descrevendo os três filhos como agentes do braço armado do Hamas. Na terça-feira, o Hamas disse que estava estudando uma proposta israelense de cessar-fogo na guerra de Gaza, que já dura mais de seis meses, mas a considerou "intransigente" e disse que ela não atendia a nenhuma das exigências palestinas. A decisão do México de restringir as exportações de petróleo bruto, a fim de abastecer as refinarias nacionais, também apoiou os preços e levou as importações norte-americanas de petróleo mexicano a uma mínima recorde no início deste mês. Nas primeiras negociações, os preços do petróleo chegaram a cair após dados do governo dos EUA mostrarem que os estoques de petróleo bruto e de combustíveis subiram bem acima do esperado devido à fraca demanda e a exportações de petróleo mais baixas. Dados da Administração de Informação de Energia (AIE) dos EUA também mostraram uma queda de cerca de 2,1 milhões de barris por dia (bpd) na oferta de produtos derivados do petróleo, um indicador da demanda por combustível, e um recuo de 2,7 milhões de bpd nas exportações de petróleo bruto. (Reuters)

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Conta de luz subirá até 7% com subsídio previsto em MP do governo Lula

Texto de difícil compreensão e ações incoerentes. Foram com essas palavras que especialistas de energia definiram a MP (medida provisória) que o governo assinou nesta terça-feira (9) em cerimônia no Palácio do Planalto. Anunciada como alternativa para reduzir a tarifa e promover energia verde. O resultado prático é um alívio momentâneo no preço, entre 3,5% e 5%, segundo a gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas que vai gerar a prorrogação de subsídios para empresas que não precisam e o aumento da conta de luz, a partir de 2029, em no mínimo 7%, segundo cálculos privados. "É preciso uma pedra de roseta para decifrar a MP", afirmou Jerson Kelman, ex-diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em uma referência ao fragmento arqueológico que possibilitou a tradução dos hieróglifos egípcios. "Qual será o aporte para a modicidade tarifária, quem fará o cálculo? Suponho que a Aneel. Talvez esteja dito na MP, mas é preciso um trabalho de detetive para decifrar", disse Kelman, que também é colunista da Folha. Na cerimônia, não se falou em detalhes técnicos, muito menos sobre números, mas a dinâmica proposta na MP para a redução do preço da energia, vista no conjunto, não tem vantagem para o consumidor no longo prazo, afirmam especialistas. O ponto que causou mais descontentamento foi a prorrogação do prazo dos subsídios dado ao setor de energia renovável no uso das linhas de transmissão. Já há uma lei determinando o fim desse benefício, porque as empresas são lucrativas e não precisam dele. No entanto, há mais de um ano, há forte pressão dos estados do Nordeste, onde se concentram parques solares e eólicos, pela prorrogação do benefício. O desconto foi incluído em projetos de lei no Congresso, mas terminaram não avançando. Agora, ressurge por orientação do governo federal. Um estudo sobre o efeito dos subsídios, realizado pela consultoria PSR, avaliou que, se a extensão do desconto na transmissão fosse autorizada para 63,8 GW de renováveis, o custo anual, a partir da entrega dos projetos em 2029, elevaria o custo da conta de luz em R$ 4,5 bilhões ao ano pelo prazo que durasse a concessão emdash;isso representaria um aumento de 2,3% na conta de luz. O ex-diretor da Aneel Edvaldo Santana buscou os dados e identificou que ao menos 90 GW em projetos de renováveis estariam aptos a reivindicar a prorrogação do subsídio. Nesse caso, pelas suas estimativas, o adicional ficaria entre R$ 17 bilhões e R$ 19 bilhões. Esse montante, por baixo, elevaria a conta de luz em 7% ao ano. "Até vão conseguir agora uma redução pequena com as medidas, mas eu fico chateado porque estão contratando um aumento, e é logo ali, em 2029", afirmou à Folha após a cerimônia de assinatura da MP. Os números foram adiantados em sua coluna no jornal Valor Econômico. A queda viria da antecipação dos recursos da Eletrobras, que também está prevista na MP. A lei de privatização estabeleceu que a empresa terá de fazer repasses para fundos regionais (da Amazônia Legal, das bacias do São Francisco e Parnaíba e da área de influência de Furnas). Seriam R$ 8,8 bilhões em dez anos. Também ficaram acertados repasses para reduzir, ao longo de 25 anos, a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), na qual se concentram os subsídios e custos adicionais repartidos com os consumidores. Foram R$ 5 bilhões em 2022 e, a seguir, cerca de R$ 1 bilhão ao ano. A MP viabiliza a busca de uma solução de mercado. Espera-se a securitização desses pagamentos futuros com um grupo de bancos para quitar especificamente a despesa com dois empréstimos, o da Conta Covid, que socorreu as distribuidoras na pandemia, e o da Conta de Escassez Hídrica, que na seca de 2021 bancou energia mais cara das térmicas. Na prática, as instituições financeiras antecipariam os valores a receber da Eletrobras, cobrando pela operação taxas de administração e juros, avaliam os especialistas. O governo ainda não deu detalhes. Ou seja, trata-se de uma operação de crédito, não de uma mudança estrutural, e os seus custos serão pegos pelo consumidor. "Não sei se fizeram todas as contas, mas não detalharam os valores e o racional não faz sentido", afirmou o presidente da Frente Nacional dos Consumidores, Luiz Eduardo Barata. Em nota divulgada ao mercado, a entidade deixou claro o posicionamento: "No momento em que o setor elétrico e a sociedade brasileira buscam caminhos para diminuir o preço da conta de luz dos brasileiros emdash;uma das mais caras do mundoemdash; este não deveria se o caminho". "A Frente Nacional dos Consumidores de Energia avalia como incoerente e prejudicial a proposição de regras que aumentam os encargos que compõem a tarifa e ainda antecipam recursos futuros criando uma despesa adicional que acabará recaindo sobre os consumidores nos próximos anos." A avaliação da frente é que, ao contrário do que o todo o setor elétrico tem defendido, o MME (Ministério de Minas e Energia) persiste em apresentar medidas isoladas e paliativas, sem ouvir a sociedade e o setor.

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Petroleiras 3R e Enauta encaminham acordo de fusão

As petroleiras 3R e Enauta assinaram um memorando de entendimentos que encaminha a fusão entre as duas empresas. O acordo inclui a participação da Maha Energy Offshore. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a 3R explica que a proposta celebrada prevê a incorporação da totalidade das ações da Enauta, com os acionistas da Enauta recebendo ações da 3R em troca. Como resultado, a empresa combinada terá 53% na mão dos acionistas da 3R e 47% com os acionistas da Enauta, sujeita a ajustes decorrentes de diligência confirmatória e de métricas usuais de mercado. O direito de exclusividade acertado entre Enauta e 3R para análise da potencial operação tem prazo de 30 dias, prorrogável de forma automática por período adicional de 30 dias. As partes terão o direito de realizar diligência confirmatória com prazo estimado de conclusão de até 21 dias. O banco Itaú BBA e o BTG Pactual estão atuando como assessores financeiros da 3R e os escritórios Spinelli Advogados e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados estão atuando como seus assessores jurídicos.

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Silveira pede paz e acena a Prates após fritura do presidente da Petrobras

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta terça-feira (9) ter carinho, respeito e admiração pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, após ter reconhecido à Folha haver um conflito "salutar" entre a atuação dos dois. Desde o início da crise, a empresa oscilou bilhões de reais em valor de mercado, aumentando a insegurança dos investidores. O ministro afirmou que a possibilidade de Prates deixar seu cargo é especulação, e pediu que a estatal tenha paz para crescer. "Que a Petrobras tenha um pouco de paz para continuar ganhando valor de mercado, aumentando seu potencial para poder gerar emprego renda", afirmou. A saída de Prates do comando da Petrobras é ventilada há meses, mas foi intensificada principalmente após entrevista de Silveira à Folha. O titular da pasta reconheceu haver conflito entre seu papel e o do presidente da Petrobras emdash;embora tenha acrescentado que vê a divergência como salutar, não pessoalemdash;, disse não abrir mão de sua autoridade nas discussões, evitou avaliar o trabalho do presidente da empresa e culpou o executivo pelo ruído no caso dos dividendos. "Fiz minha manifestação espontânea sobre minhas posições", disse nesta terça, sobre a entrevista à Folha. "De lá para cá, foram todas especulações. Cargo de presidente da Petrobras é do [guarda-chuva] presidente da República. Tenho o mais profundo respeito e e admiração pelo trabalho que desenvolveu como parlamentar o Jean Paul [Prates], profundo carinho e respeito pelo ser humano que ele é", concluiu. Os dois foram colegas no Senado. A declaração aconteceu após evento no qual o presidente Lula (PT) assinou uma medida provisória para antecipar recursos da privatização da Eletrobras com objetivo de reduzir a conta de luz. A medida também atendeu, de última hora, alterações pedidas pelo Congresso para manter os investimentos de fundos regionais, mas manter a proteção ao Amapá, estado que seria mais atingido pelo reajuste da tarifa. A iniciativa, porém, ainda pode levar o consumidor a arcar com custo ainda maior no futuro. Após as declarações de Silveira à Folha, a coluna Mônica Bergamo noticiou que Prates pediu audiência com Lula para conversar sobre o bombardeio disparado contra ele. O presidente da estatal, que já não estava com a melhor imagem dentro do governo, ficou ainda mais desgastado com o movimento. Segundo aliados, Lula já teria demonstrado incômodo com Prates em ao menos um episódio anterior e mencionado em conversas no mês passado uma potencial troca de Prates por Mercadante. O presidente teria ficado contrariado com tuítes disparados por Prates na rede social X (antigo Twitter), em meados de março, declarando que a orientação para reter os dividendos extraordinários da Petrobras partiu do governo Lula emdash;o que aumentou a polêmica em torno dos dividendos.

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Sob pressão, presidente da Petrobras dá última cartada para exploração no Amazonas

Sob pressão pelo cargo, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tenta convencer a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) a interferir junto ao Ibama pela liberação da licença ambiental de um bloco no litoral do Amapá, na foz do rio Amazonas. A petroleira decidiu deslocar a sonda de perfuração a ser utilizada na área para o Sudeste endash;provavelmente São Pauloendash; para evitar que os gastos diários com o aluguel do equipamento sejam em vão. O custo diário é de R$ 1 milhão, segundo pessoas que participam das discussões no governo. Segundo os relatos, não será possível retornar com a sonda para o bloco no Amapá, caso a licença ambiental seja aprovada posteriormente. Marina Silva foi cobrada por Prates sobre esse impasse no fim de março. A conversa ocorreu durante o almoço oferecido pelo governo ao presidente da França, Emmanuel Macron. A ministra se mostrou solícita, mas, segundo assessores do Planalto, sua inércia é avaliada como um engajamento contra a exploração de petróleo na região amazônica. No almoço, Prates reclamou ainda que o Ibama insiste em exigir um amplo estudo prévio, conhecido AAAS (Avaliação Ambiental de Área Sedimentar) para a concessão da licença. No entanto, esse bloco já tinha sido concedido antes de passar para a Petrobras. Ou seja: essa exigência já tinha sido superada. Nesta terça (9), a Petrobras informou que encontrou uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas na bacia Potiguar, na margem equatorial brasileira. Como noticiou a Folha, é a segunda descoberta feita em 2024 na região, o que serve de argumento para Prates nesse embate. IBAMA TEM AUTONOMIA, DIZ MEIO AMBIENTE Consultado, o ministério de Meio Ambiente disse que a AAAS é um instrumento de análise estratégica, necessário para a região, mas que os resultados não incidem sobre blocos já outorgados. "A área em questão seguiu rito normal de licenciamento, que não exige AAAS", disse a pasta. "O processo de licenciamento ambiental em curso é competência do Ibama, que atua de forma independente." Em janeiro, o Ibama se manifestou em um relatório. Nele, afirmou que os licenciamentos para produção de óleo e gás se dão quando a descoberta já é uma realidade, sendo muitas vezes tratados como e#39;fato consumadoe#39;, no que tange à percepção da sociedade civil sobre a possibilidade de instalação da indústria do petróleo.

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