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Importação de gás natural aumenta 111,5% em 2024, indica MDIC

A importação de gás natural no país cresceu 111,5% no acumulado do ano de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, informou a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC) nesta sexta-feira (4/10). Somente em setembro deste ano, o Brasil importou US$ 484,8 milhões em gás natural, valor 277,1% maior do que no mesmo mês do ano passado. eldquo;A gente sabe que nesse período de estiagem no Brasil, o país costuma importar mais gás natural para geração de energia. Cresceu 277% a importação de gás natural nesse mês, que vai explicar o aumento da importação, sobretudo, dos Estados Unidoserdquo;, disse o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Alves Brandão. As exportações de petróleo em 2024 registraram um aumento de 14,3% comparado ao mesmo período do ano passado, enquanto a importação caiu 2,1%. Na comparação entre meses, a exportação do insumo movimentou US$ 3,1 bilhões em setembro de 2024, 25,8% a menos do que o mesmo período do ano passado. Já a importação cresceu 5,1%. eldquo;Ao longo do ano, o petróleo (ehellip;) foi um grande destaque, um grande crescimento de volume [de exportação]. Agora, observamos uma queda, mas oscila muito, né? O petróleo, quando sobe muito, sempre ressalto a característica de ser muito volátil esse movimentoerdquo;, afirmou Brandão. Energia elétrica A exportação de energia elétrica, por sua vez, movimentou US$ 67,1 milhões, um crescimento de 27,5% em relação a setembro de 2023. Já a importação registrou uma redução de 6,3%. De modo geral, a exportação total do país em setembro de 2024 foi a maior já registrada para o mês, segundo o MDIC: US$ 28,7 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 23,4 bilhões endash; saldo positivo de US$ 5,3 bilhões. No acumulado do ano, as exportações (US$ 255,5 bilhões) também superam as importações (US$ 196,3 bilhões), com saldo positivo de US$ 59,1 bilhões.

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Brasil adere a iniciativa internacional de captura de CO2

O Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou a adesão do Brasil à iniciativa de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), promovida pela Clean Energy Ministerial (CEM). O anúncio ocorreu nesta quinta (3/10), em Foz do Iguaçu (PR), que recebe os debates do G20 sobre transição energética. A iniciativa integra 15 países que lideram esforços globais para acelerar o desenvolvimento e a implementação da tecnologia de CCUS no mundo. Criada em 2018, ela busca, em fóruns globais, atrair governos, indústria e financiadores para investimentos em CCUS. Estimativas da Wood Mackenzie indicam que, até 2034, haverá uma capacidade instalada para capturar 440 milhões de toneladas ano (Mtpa), quase 10 vezes a capacidade atual, mas abaixo do que se espera de demanda (546 Mtpa). Na visão do MME, a participação brasileira na iniciativa possibilita parcerias estratégicas no setor de petróleo, uma das principais indústrias em que a captura de CO2 é aplicada. A atividade de CCS foi regulamentada pelo programa Combustível do Futuro, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado e aguarda a sanção do presidente Lula. Colaboração internacional Nathália Weber, co-fundadora e diretora da CCS Brasil, explica que a adesão à iniciativa é uma maneira de o Brasil estreitar a colaboração internacional para viabilizar projetos de armazenamento de carbono tanto aqui, quanto lá fora. eldquo;Essa é uma novidade importante. O Brasil tem um potencial significativo para o desenvolvimento de tecnologia de CCS e, agora, entrando neste ambiente colaborativo, tende a ter um desempenho ainda mais expressivo, não só para dentro do país, como também para os demais. Nós temos muito a contribuir com o mundoerdquo;, comenta. À agência eixos, ela afirma que os projetos de CCS que vêm sendo desenhados no Brasil para a indústria de etanol são uma experiência importante a ser compartilhada com o restante do mundo. eldquo;São emissões negativas fundamentais que a gente pode também ajudar no desenvolvimento internacionalerdquo;. Em termos práticos, Weber explica que essa adesão ao CEM CCUS permite colaborações em diferentes áreas: regulatória, financeira e tecnológica. eldquo;Estamos a poucos dias de ter um marco regulatório para CCS, finalmente, um passo importantíssimo para que possamos avançar com projetos, mas a regulação não se encerra nesse marco. Ainda tem um caminho de regulação a ser desenvolvido e contar com a experiência internacional é muito importanteerdquo;. Outro aspecto relevante da colaboração é o licenciamento ambiental, avalia a diretora da CCS Brasil. eldquo;Temos diversas experiências no mundo, experiências melhores e piores. Podemos contar com essas lições aprendidas para acelerar nosso desenvolvimento de um processo que garanta segurança e o sucesso do desenvolvimento de um projeto de CCS no Brasilerdquo;, completa.

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Revista Combustíveis & Conveniência traz cobertura da ExpoPostos & Conveniência 2024

Edição especial da revista Combustíveis eamp; Conveniência traz os principais momentos da 21a ExpoPostos eamp; Conveniência, que foi considerada a melhor de todos os tempos. Com área de exposições 60% maior do que o evento anterior e participação de 250 marcas, o evento recebeu mais de 24 mil visitantes. Confira a edição completa, que trouxe as novidades da feira e cobertura dos principais painéis do Fórum Internacional. Clique aqui e confira.

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Acelen anuncia redução no preço da gasolina na Bahia

A Acelen, empresa que administra a Refinaria de Mataripe, informou que os preços da gasolina vendida para os distribuidores na Bahia terão redução de 2,5%. O diesel não vai sofrer alteração. O anúncio foi feito na quinta-feira (3). Nesta sexta-feira (4), é possível encontrar o litro a partir de R$ 5,94, em Salvador. Há um dia, a média era de R$ 6,31. O valor consta nos registros do aplicativo Preço da Hora. Questionado se o preço será repassado nos postos, o Sindicombustiveis declarou que o "mercado é livre para praticar seus preços", não interfere nas decisões e respeita a livre concorrência. Segundo a Acelen, os preços dos produtos seguem critérios de mercado que levam em consideração variáveis, como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo.

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RenovaBio pode gerar impacto de R$ 3 bi no preço dos combustíveis em 2025

Uma consulta pública do Ministério de Minas e Energia está aberta até esta sexta-feira (4) para discutir as metas de CBIOs, créditos de descarbonização que as distribuidoras de combustíveis líquidos são obrigadas a adquirir e repassar para o preço das bombas. Com um prazo de apenas dez dias úteis (20/9 a 4/10) para que distribuidoras e sociedade civil participem, o programa pode resultar em um aumento de mais de R$ 3 bilhões no preço dos combustíveis, gerando um impacto significativo no bolso dos consumidores em 2025, podendo chegar a R$ 5 bilhões até 2034, segundo relatório do MME. O RenovaBio foi criado em 2017 como parte do esforço do país em cumprir o Acordo de Paris, que, entre outros pontos, prevê a redução da emissão de gases de efeito estufa provenientes de combustíveis fósseis e a ampliação do uso de combustíveis renováveis. Contudo, o programa tem gerado divergências no setor e distorções que penalizam o consumidor, por isso seria necessário um debate mais amplo. Longe de cumprir seu propósito original, o programa, na prática, impõe obrigações que não refletem a realidade atual do mercado. Um exemplo de distorção é a análise econômica usada para gerar as metas de intensidade de carbono para 2025-2034, que está desatualizada em pelo menos 24 meses, ignorando mudanças significativas no mundo, na economia e no setor de combustíveis. A proposta da consulta pública em discussão baseia-se no Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que levanta alguns pontos de atenção. O primeiro é não levar em consideração o aumento de vendas de veículos elétricos e híbridos. Em sequência, elenca-se as variações no PIB, renda familiar, e nos setores agrícola e industrial, além de mudanças nas emissões devido à seca e queimadas, que afetam as áreas agrícolas como as destinadas ao plantio de cana-de-açúcar, influenciando diretamente as exigências do modelo de certificação para adequação ao programa. Ainda houve avanços na eficiência energética de motores e modificações no mercado de combustíveis, como a política de preços e o aumento do biodiesel no diesel comercializado nacionalmente, que também não foram considerados. Apesar dos inúmeros conflitos judiciais movidos pelas distribuidoras nos últimos anos, o cenário pode se agravar ainda mais com a nova meta compulsória anual de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para a comercialização de combustíveis, passando para 40,39 milhões de CBIOs em 2025, um aumento de 4% em relação aos 38,78 milhões exigidos em 2024. O valor estimado para cada CBIO é R$ 77 por título, o que representa o total de R$ 3 bilhões, que, inevitavelmente, serão repassados ao consumidor final no próximo ano. O resultado é a sustentação de um programa em desequilíbrio econômico, com graves distorções em princípios e exigências. O que fica claro é que a proposta de metas compulsórias anuais para o período de 2025 a 2034 é inadequada e desalinhada com o desenvolvimento sustentável do mercado de combustíveis. Para que essas metas realmente reflitam as necessidades do setor, é urgente que os principais afetados endash; consumidores, revendedores e distribuidores endash; participem ativamente da consulta pública em andamento, com prazo justo para discussões e adequações necessárias. O Brasil pode e deve debater seu futuro sustentável. Apenas com essa colaboração será possível ajustar as metas de CBIOs às diretrizes governamentais de uma transição energética que seja inclusiva, justa e equilibrada. Maria Hortência Nascimento - advogada graduada na UFBA, com atuação no Direito Público e no segmento de energia

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Acelen e Mubadala apostam na macaúba para desenvolver até 5 polos de combustíveis renováveis

A busca por alternativas aos combustíveis fósseis para reduzir as emissões de gases poluentes é uma obsessão global. E o agronegócio brasileiro, em sinergia com a indústria de biorrefino, parece ter encontrado uma solução viável para a produção de óleos vegetais que serão a matéria prima para fabricação de diesel renovável e de combustível sustentável de aviação. Se engana quem acha que essa solução passa pela cultura da soja. É na macaúba, uma planta nativa do cerrado, que a Acelen aposta as fichas, investirá US$ 3 bilhões em uma bioferrinaria na Bahia para produzir 1 bilhão de litros e avalia investir em até cinco polos para o desenvolvimento da cultura em todo o Brasil, com a construção de outras biorrefinarias. Em entrevista exclusiva à EXAME, o CEO da Acelen, Luiz Mendonça, afirmou que o projeto de biorrefino é a prioridade da empresa, que foi criada em 2021 quando o Mubadala - o fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos endash; comprou a refinaria de Mataripe da Petrobras. Agora, a estatal negocia a recompra do ativo. A planta industrial que completou 74 anos em 17 de setembro recebeu $ 600 milhões de investimentos. Mendonça não fez comentários sobre a negociação em curso entre as duas partes. Entretanto, avalia que o Brasil é o país com mais oportunidades para a produção de energia. eldquo;Tenho 30 e poucos anos nas indústrias química, petroquímica, de energia, de óleo e gás. Esse dinamismo brasileiro sempre foi presente, faz parte. Esse dinamismo, por vezes, é ruim porque reduz a capacidade de previsão de um investidor, mas traz oportunidades. O Mubadala não enxergou apenas a refinaria de Mataripe, mas viu no Brasil um país com enorme potencial no setor de energiaerdquo;, disse. Mataripe completa 74 anos renovada Com os investimentos da Acelen, a refinaria de Mataripe aumentou a capacidade diária de produção, que passou de 207 mil barris em 2021 para 250 mil barris, atualmente. Com isso, a produção de diesel aumentou 33% e a de querosene de aviação outros 181%. Além disso, de dezembro de 2021 a agosto de 2024, a empresa reduziu em 26% o consumo total de água da refinaria, uma economia de 4,7 bilhões de litros, equivalente ao volume usado em uma cidade de 109 mil habitantes. eldquo;Se todas as refinarias do Brasil fizessem isso, nós não precisaríamos importar dieselerdquo;, disse. No mesmo período, houve economia de 9% no consumo de energia, o equivalente ao consumo residencial de eletricidade de todo o estado de Roraima. Também foram reduzidas as emissões de gases poluentes em 46% e, de enxofre, em 87%, além de ter gerado menos 30% de resíduos em 2023, uma redução de mais de 7 mil toneladas. eldquo;Eu te diria que fizemos a nossa parte, honramos todos os compromissos e ultrapassamos nossos objetivos em termos operacionais. É uma refinaria diferente da que a gente comprou. Também criamos empregos. Quando compramos a refinaria, tinha 800 pessoas e hoje temos mais de 1.100erdquo;, afirmou Mendonca. Além disso, a companhia investirá outros R$ 530 milhões em Irecê (BA) para construir uma usina de energia solar que terá capacidade instalada de 161MW. A geração de energia renovável e limpa levará a empresa a abater 128 mil toneladas de CO2 por ano. Biorrefino já é realidade Em paralelo ao trabalho na refinaria de Mataripe, Mendonça afirmou que sempre foi provocado pelo Mubadala sobre como diversificar a produção de combustíveis no país. eldquo;O refino de combustíveis fósseis ainda será importante por décadas. Garante segurança energética. Por outro lado, vislumbramos a possiblidade de construir uma unidade adicional de biorrefinoerdquo;, disse. Os planos da companhia preveem o aporte de US$ 3 bilhões, dos quais US$ 1 bilhão na construção da fábrica de combustíveis e outros US$ 2 bilhões no desenvolvimento da cultura da macaúba em 180 mil hectares de pastagens degradadas em Minas Gerais e na Bahia. A empresa deve concluir o projeto de engenharia da biorrefinaria até o fim deste ano, começar a obra no início de 2025 e terminar o empreendimento em 2027. Para desenvolver o cultivo da planta nativa brasileira de alto valor energético a empresa iniciou um investimento de R$ 250 milhões em pesquisa e inovação, que prevê a construção do Acelen Agripark, um centro tecnológico, em Montes Claros, em Minas Gerais. No local serão desenvolvidos projetos pilotos de plantio, manejo, pesquisa genética, além do aprimoramento industrial para o esmagamento da macaúba para transformação em óleo vegetal. Para 2025, o planejamento prevê a criação de uma fazenda piloto, com 5 mil hectares de macaúba. A planta é de sete a dez vezes mais produtiva por hectare plantado em comparação à soja. A meta é chegar em 2031 ou em 2032 com 180 mil hectares em áreas de pastagem degradadas. Brasil contribui para segurança energética do mundo Segundo o executivo, o Brasil é o único país do mundo em que há integração entre o agronegócio e a indústria para a produção de óleos vegetais. A soja seria uma escolha natural diante da abundância de lavouras, mas a Acelen preferiu apostar na macaúba como material primária. Mendonça afirmou que existem pesquisas há 40 anos sobre a planta do cerrado. No setor das energias e combustíveis renováveis, disse o executivo, não há problema para construir uma biorrefinaria. Entretanto há dúvidas sobre qual a matéria prima que abastecerá a produção global de combustíveis renováveis. eldquo;Não há matéria prima disponível para isso. A tecnologia para transformar a matéria prima em óleo existe. O desafio é encontrar a matéria prima competitiva. Foi no agronegócio brasileiro que encontramos esse espaço para inovação abertaerdquo;, disse. Para Mendonça, as oportunidades são inúmeras no biorrefino e o projeto é ambicioso ao ponto de ser possível criar, a partir de uma planta brasileira, matéria prima para a indústria mundial de combustíveis renováveis. Segundo ele, só os mandatos assinados para uso de combustível sustentável de aviação na Europa preveem uma demanda de 17 bilhões de litros até 2030. E as expectativas com o sucesso do projeto são altas. Nas conversas internas com o Mubadala já há expectativa de que outros quatro ou cinco polos de produção de macaúba sejam desenvolvidas em outras regiões do Brasil, com a construção de novas biorrefinarias. eldquo;Podemos ter mais quatro ou cinco hubs [de plantação de macaúba com novas biorrefinarias]. Na medida que melhorar a produtividade, nós vamos produzir mais macaúba com menos área. A vantagem é que a macaúba não compete com outra cultura. É uma planta resiliente que demanda menos água. É uma floresta permanente. Não corto e replantoerdquo;, disse.

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