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Jean Paul Prates: Carbono Oculto expõe fraudes e abre caminho para "posto do futuro"

A Operação Carbono Oculto expôs práticas que fragilizavam a concorrência no mercado de combustíveis e deve marcar uma eldquo;refundaçãoerdquo; da distribuição e revenda no país, na visão de Jean Paul Prates, chairman do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) e ex-presidente da Petrobras. O executivo acompanhou de perto o setor de combustíveis como presidente da Petrobras e como autor de um dos projetos que tratam do devedor contumaz. eldquo;A operação, eu acredito que é um marco de quase que refundação desses dois segmentos, tanto a distribuição de combustíveis quanto a revendaerdquo;, disse em entrevista ao estúdio eixos durante o Fórum Nacional Energético, nesta terça-feira (16/9). Assista na íntegra acima. Ele lembra que o setor terá de se adaptar também às exigências da transição energética, o que passa pela transformação dos postos de combustíveis. Segundo Prates, essa nova base de concorrência tende a acelerar a reconfiguração do setor diante da transição energética. Para ele, o posto de combustíveis precisará se reinventar. eldquo;O posto de serviço não será assim se essa refundação, como eu estou dizendo, ocorrer. Ele vai ser um ponto de referência da cidade, do bairro, vai continuar sendo assim, independente de ser combustível, eletricidade, produto de conveniência, o que for que estiver ali ao alcance do cidadãoerdquo;, afirmou. O chamado eldquo;posto do futuroerdquo;, explica, deverá responder diretamente às demandas do consumidor final por produtos menos emissores e mais acessíveis. Desenvolvimento Sobre exploração de petróleo na região da Margem Equatorial, Prates ponderou que atividade ocorrerá em um momento distinto da era do petróleo e da eldquo;pujança da riqueza e do volume de recursoserdquo; das bacias de Campos e Santos e do pré-sal. Para ele, isso que deve modular a curva de produção, as participações governamentais e os efeitos sobre o desenvolvimento regional. Ele lembrou que o Congresso já discute a destinação de parte dos royalties para investimentos na Amazônia, em iniciativas voltadas à economia da floresta em pé e à população ribeirinha. Crise no Nordeste Ao comentar a crise de escoamento da energia renovável no Nordeste, Prates disse que o problema era eldquo;perfeitamente previsívelerdquo; e que a falta de planejamento levou aos atuais cortes de geração (o curtailment, no jargão do setor). Ele ressaltou que a capacidade de geração distribuída (GD) já equivale a eldquo;três usinas de Itaipu nos telhadoserdquo; e defendeu soluções de curto, médio e longo prazo para evitar que a situação resulte no acionamento de térmicas, mais caras. eldquo;Você vai pagar muito mais caro se ligar um monte de térmicas a gás ou, pior, a óleo. Você vai pagar 15, 16, 20 vezes mais caro por ligar isso ao invés de manter seguro esse ambiente de investimento pro futuro pra você ter eólica solar funcionando junto com as hidrelétricas, junto com as termoelétricas, junto com toda a matrizerdquo;, alertou. Principais pontos da entrevista com Jean Paul Prates Operação Carbono Oculto: marco de refundação da distribuição e revenda de combustíveis; Posto do futuro: espaços multifuncionais, conectados à transição energética. Margem Equatorial: exploração ocorrerá em nova fase da era do petróleo; Desenvolvimento da Amazônia sustentável com recursos da produção fóssil; eldquo;Economia da floresta em péerdquo;: bem-estar das populações ribeirinhas e originárias; Crise no Nordeste: curtailment, avanço desenfreado da GD e intermitência eram previsíveis; Soluções com digitalização das redes, armazenamento de energia e compensação de fontes.

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Quase metade dos combustíveis analisados no Paraná apresenta adulteração, aponta levantamento

Um levantamento do Instituto Combustível Legal (ICL) revelou que quase metade dos combustíveis analisados no Paraná apresentaram adulterações. Das mais de 600 amostras coletadas em cidades como Curitiba, Colombo, Fazenda Rio Grande, Ponta Grossa e Umuarama, além de postos nas principais rodovias, 49% estavam fora do padrão. No total, foram analisadas 2.229 amostras em 13 estados brasileiros. Em média, 25% delas tinham irregularidades. No Paraná, o combustível mais fraudado foi a gasolina, com 62% das amostras adulteradas, seguida pelo etanol (46%) e pelo diesel (26%). Como foi feita a investigação O levantamento foi mostrado pelo Jornal Nacional e utilizou a metodologia do chamado eldquo;cliente misteriosoerdquo;. A equipe do ICL se passava por consumidores comuns e abastecia veículos, mas o combustível não ia para o motor. Em vez disso, era armazenado em tanques escondidos no porta-malas e encaminhado para análise em laboratório. "Ele é gerenciado em cima de notícias de fatos que surgem aí de redes sociais e até mesmo de denúncias que acabam criando um banco de dados no ICL. Desse banco de dados é feito depois o monitoramento das regiões", afirmou Carlo Faccio, diretor executivo do ICL. O combustível adulterado pode conter água ou substâncias que danificam a estrutura do veículo. Entre os problemas mais comuns estão falhas na bomba de combustível, entupimento de filtros e injetores, desgaste de velas e até risco de fundir o motor. O instituto recomenda que motoristas fiquem atentos a sinais de possível fraude, como preços muito abaixo da média da região, promoções que aceitam apenas dinheiro ou abastecimento em postos desconhecidos são alguns alertas. "Adote sempre o costume de abastecer no mesmo posto e sempre exija a nossa nota fiscal, porque ela é garantia para você fazer uma denúncia estruturada para o órgão que vai fazer a fiscalização", finalizou Carlo.

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Queda na gasolina e passagens aéreas puxam deflação em setembro, diz FGV

A queda nos preços da gasolina, das passagens aéreas e de itens de transporte e alimentação puxaram a deflação ao consumidor medida pelo Índice Geral de Preços endash; 10 (IGP-10) em setembro, informou nesta quarta-feira (17/9) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) passou de alta de 0,18% em agosto para queda de 0,13% neste mês. No ranking de principais alívios em agosto figuraram passagem aérea (-5,59%), tomate (-13,09%), cinema (-13,53%), gasolina (-0,41%) e protetores para a pele (-5,58%). Na direção oposta, houve pressão de refeições em bares e restaurantes (0,84%), plano de saúde (0,46%), banana prata (4,78%), ônibus urbano (1,07%) e licenciamento-IPVA (0,42%). Em relação ao mês anterior, cinco das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas: Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,78% em agosto para 0,02% em setembro), Habitação (de 0,49% para 0,07%), Despesas Diversas (de 1,3% para -0,14%), Educação, Leitura e Recreação (de -0,09% para -0,7%) e Alimentação (de -0,26% para -0,37%). As taxas foram mais elevadas nos grupos Transportes (de -0,27% para -0,03%), Vestuário (de 0,04% para 0,21%) e Comunicação (de -0,01% para 0,05%). Com informações do Estadão Conteúdo.

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Estoques de petróleo dos EUA caem 9,285 milhões de barris, diz DoE

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram 9,285 milhões de barris, a 415,361 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas consultados pelo The Wall Street Journal projetavam estabilidade do indicador. Os estoques de gasolina caíram 2,347 milhões de barris, a 217,65 milhões de barris, enquanto a projeção também era de estabilidade. Já os estoques de destilados (que incluem diesel, óleo combustível e querosene de aviação) subiram 4,046 milhão de barris, a 124,684 milhões de barris. A previsão era de alta de 500 mil barris. A taxa de utilização da capacidade das refinarias caiu de 94,9% para 93,3%, enquanto a projeção era de queda a 94,4%. Os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing tiveram queda de 296 mil barris, a 23,561 milhões de barris. A produção média diária de petróleo caiu a 13,482 milhões de barris na semana. Com informações da Dow Jones Newswires. (Estadão Conteúdo)

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Abicom defende monofasia da nafta e investimentos em infraestrutura de combustíveis

O Congresso precisa avançar no debate sobre a tributação da nafta, insumo usado na produção de gasolina, afirmou Sérgio Araújo, presidente da Abicom emdash; entidade que representa importadores de combustíveis emdash;, em entrevista ao estúdio eixos durante o Fórum Nacional Energético, nesta quarta-feira (17/9). Assista na íntegra acima. Segundo Araújo, a cobrança inadequada desse produto cria distorções de mercado e afeta a concorrência. eldquo;A nafta, eu diria que é um produto concorrente da gasolina (ehellip;) e se ele tem uma tributação inadequada ou um uso inadequado, ele acaba impactando nas operações de comercializaçãoerdquo;, disse. Ele defendeu que a legislação avance na implementação da monofasia e em mecanismos de controle mais rigorosos sobre as importações. eldquo;Fico torcendo para que de fato entre aí a monofasia e que tenha um controle mais efetivo dos ingressos aí das importações de naftaerdquo;, afirmou. Araújo alertou que a combinação de impostos elevados e margens estreitas no setor de combustíveis estimula fraudes, sonegação e adulteração de produtos. Ao citar a operação Carbono Oculto, que identificou irregularidades com metanol e nafta, ele defendeu que ANP, Polícia Federal e secretarias de Fazenda intensifiquem a fiscalização para garantir concorrência justa. Investimentos em infraestrutura Apesar das dificuldades, Araújo avalia que o cenário atual também abre espaço para aportes. Ele citou custos elevados com filas de navios e demurrages (taxas por sobre-estadia) nos portos, que podem chegar a US$ 45 mil por dia. eldquo;São custos elevadíssimos que, no final do dia, eles são repassados na cadeia e o consumidor, no final, pagaerdquo;, afirmou. Confira os destaques da conversa com o presidente da Abicom: Tributação da nafta como fator de distorção no mercado de combustíveis; Defesa da monofasia e de controles mais rígidos sobre importações; Relação entre carga tributária elevada, margens estreitas e incentivo a fraudes; Relevância das operações da PF e ANP contra adulterações e sonegação; Gargalos logísticos e custos com longas filas de espera em portos brasileiros; Perspectivas de novos investimentos para ampliação da infraestrutura de combustíveis.

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FPA trabalha pela aprovação de medidas de combate à fraude em combustíveis

A bancada do agro realizou reunião nesta terça-feira (16), na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), sobre a pauta em discussão no Congresso Nacional de combate à fraude e adulteração de combustíveis no Brasil, em razão da Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal. Foram identificados crimes de lavagem de dinheiro, fraude e sonegação fiscal no setor de combustíveis, com envolvimento de fintechs, postos, distribuidoras, propriedades rurais e usinas. Participou da reunião o diretor da Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Pietro Mendes. O vice-presidente da FPA na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), disse que o objetivo é fortalecer a fiscalização do mercado de combustíveis, com apoio da Frente Parlamentar do Etanol e da Frente Parlamentar do Biodiesel, presididas pelos deputados Zé Vitor (PL-MG) e Alceu Moreira (MDB-RS), respectivamente. eldquo;É um comum acordo que vem desencadeando uma série de atividades para combater a fraude e a adulteração de combustíveis. Isso, desde a aprovação do Combustível do Futuro, tem sido feito de forma relevante. Na mesma esteira, temos o trabalho da ANP, que restabeleceu o monitoramento de combustíveis e tem nos ajudado sobremaneira na fiscalizaçãoerdquo;, disse. Jardim enfatizou que o Congresso precisa atuar para reforçar a estrutura da ANP e, consequentemente, ampliar a fiscalização em todo o país. eldquo;Temos um pacote de medidas essenciais que vão na linha do que foi descoberto na operação Carbono Oculto e já enviamos a relação de projetos para que a urgência seja votada. Estamos confiantes de que os textos irão tramitarerdquo;, afirmou. Pietro Mendes destacou que a agência colaborou com as investigações e subsidiou eldquo;boa parteerdquo; da operação realizada pela polícia. Segundo ele, a ANP teve participação ativa na identificação dos esquemas envolvendo metanol que entravam pelo Porto de Paranaguá. eldquo;É uma operação que exige articulação com diversas entidades e nós temos como colaborar com o apoio, por exemplo, da FPA. Apesar disso, estamos preocupados com o orçamento do ano que vem e precisamos aumentar esses valores. Recebemos R$ 35 milhões este ano com o trabalho realizado pela bancada do agro, que impediu esse contingenciamento, mas o reforço em 2026 precisa acontecer para mantermos a fiscalização.erdquo; Tramitam no Congresso Nacional diversos projetos que fortalecem a capacidade de fiscalização da ANP e combatem práticas ilícitas no setor. Entre eles estão o PLP 125/2022, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que trata dos direitos e deveres dos contribuintes e pode coibir a atuação de devedores contumazes; o PLP 109/2025, do deputado Alceu Moreira, que autoriza o acesso da ANP a dados da Receita Federal, como número da nota fiscal, quantidade, preço, produto, transportador, emitente e destinatário, para ampliar a assertividade da fiscalização; e o PL 399/2025, relatado pelo deputado Arnaldo Jardim, que prevê penalidades mais severas para a comercialização de combustíveis e biocombustíveis fora das especificações e para o descumprimento das metas do Renovabio. Também se destacam o PL 1482/2019, do deputado Juninho do Pneu (União-RJ), que tipifica os crimes de furto e roubo de combustíveis, já aprovado na Câmara dos Deputados, e o PLP 108/2025, sob relatoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM), que trata da tributação monofásica da nafta para evitar a evasão fiscal. MP 1303/2025 Os parlamentares também debateram pontos centrais da Medida Provisória (MP) 1303/2025, sobre a tributação de aplicações financeiras e redefine alíquotas do Imposto de Renda para diferentes tipos de investidores emdash; pessoas físicas, jurídicas e estrangeiros. O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), reforçou que a bancada é contrária a qualquer tipo de tributação, mas avaliou que a votação em plenário será determinante para definir os pontos em debate. A MP perde a validade no dia 10 de outubro de 2025. eldquo;Estamos cientes do nosso papel, mas certos de fazer uma contenção de danos, caso seja necessário. Seremos contra as taxações e seguiremos trabalhando nisso. Agora, precisamos ter a certeza de quando a MP será votada para colocar a estratégia em prática. Apresentamos diversos pontos ao Ministério da Fazenda para que não se perca a atratividade das Letras de Créditoerdquo;, disse. Jardim reafirmou o posicionamento da FPA contrário às taxações e ressaltou que o governo se mostra aberto ao diálogo. A medida deve ser analisada na próxima semana no plenário da Câmara dos Deputados.

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