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Petróleo fecha em alta, com receios de oferta da Rússia e expectativas da China

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, 1º de setembro, enquanto o mercado acompanha a continuidade de tensões entre a Índia e os EUA endash; por conta da compra indiana pela commodity da Rússia -, e digere dados positivos da economia da China, que podem impulsionar a demanda. As negociações do óleo, no entanto, tiveram liquidez limitada por conta do feriado norte-americano Labor Day, que deixou os mercados dos Estados Unidos fechados. No pregão eletrônico na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro operava em alta de 1,02%, a US$ 64,66 o barril. Já o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,99% (US$ 0,67), a US$ 68,15 o barril. Em publicação na Truth Social, o presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a criticar o fato de a Índia comprar a maior parte de seu petróleo e equipamentos militares de Moscou, e em menor quantidade dos EUA. Nas últimas semanas, diversos integrantes da administração republicana realizaram comentários semelhantes, o que aumenta preocupações da imposição de outras sanções secundárias. eldquo;Os mercados permaneceram preocupados com os fluxos de petróleo russo, com os embarques semanais de seus portos caindo para a mínima de quatro semanas, de 2,72 milhões de barris por diaerdquo;, afirma o ANZ Research, citando dados de monitoramento de navios-tanque. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China subiu a 50,5 em julho, indicando expansão da atividade econômica no país. Para a Capital Economics, o número aponta para uma aceleração econômica chinesa à frente. Resultados positivos da economia da China costumam beneficiar o petróleo, por expectativas de maior demanda. Os preços do petróleo também receberam o suporte da continuidade das tensões entre Ucrânia e Rússia, após Trump descartar um encontro entre os líderes dos dois países. (Estadão Conteúdo)

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Gasolina recua em 20 estados em agosto, enquanto etanol e diesel ficam mais caros

A gasolina ficou um pouco mais barata em agosto em 20 estados, segundo levantamento da empresa especializada em soluções de mobilidade ValeCard. Ainda que leve, a redução já refletiu o efeito do aumento da proporção de etanol no combustível. A análise considerou os pagamentos realizados nos postos da rede credenciada da Vale Card entre 1º e 26 de agosto em mais de 25 mil postos de combustíveis em todo o país. O preço médio da gasolina foi de R$ 6,375 em agosto, uma queda de R$ 0,013 (-0,20%) em relação a julho, quando custava R$ 6,388. O litro mais barato do combustível foi encontrado em São Paulo e o mais caro, em Roraima. Para Marcelo Braga, diretor de Mobilidade e Operações da companhia, a ampliação da mistura de etanol anidro na gasolina emdash; que passou de 27% para 30% a partir de 1º de agosto emdash; já pode estar refletindo na redução dos preços do combustível. O complemento foi aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em junho. eldquo;O aumento da participação de biocombustíveis na gasolina pode estar impactando os preços, pois a produção de cana-de-açúcar está em pleno pico de safra, garantindo maior oferta de etanol no mercado. Essa abundância contribui para reduzir custos e, consequentemente, pressiona os preços da gasolina para baixoerdquo;, explica Braga. Sudeste Na região Sudeste, São Paulo manteve o menor preço médio da gasolina do país, com o litro custando R$ 6,153 em agosto, uma leve queda de 0,05% em relação a julho (R$ 6,156). Minas Gerais registrou a maior retração da região, de 0,42%, com o preço médio passando de R$ 6,397 para R$ 6,370. Já no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a redução foi de 0,26%, com os valores chegando a R$ 6,239 e R$ 6,491, respectivamente. Região Norte Roraima registrou o litro da gasolina mais caro do país, com preço médio de R$ 7,582, apresentando alta de 0,41% em relação ao mês anterior (R$ 7,551). Outros destaques da região: o Acre, que em julho tinha a gasolina mais cara do Brasil (R$ 7,575), registrou leve redução de 0,09%, chegando a R$ 7,568. O estado que apresentou a maior variação percentual de combustível no país foi o Amapá, com alta de 1,47%, passando de R$ 7,061 em julho para R$ 7,165 em agosto. Região Nordeste O Maranhão registrou a maior queda mensal do preço da gasolina no país (-1,20%), saindo de R$ 6,394 em julho para R$ 6,317 em agosto. Dos nove estados da região Nordeste, apenas o Rio Grande do Norte apresentou aumento em agosto (+0,37%), passando de R$ 6,253 em julho para R$ 6,276 em agosto. Etanol mais caro Já o etanol registrou alta em todas as regiões do país, mais precisamente em 12 estados. Na média, o preço do litro do combustível subiu R$ 0,005 (+0,11%), a R$ 4,409. O litro mais barato do combustível foi encontrado em São Paulo e o mais caro, no Amazonas. Sudeste No Sudeste, São Paulo manteve o menor preço médio do etanol do país, com o litro custando R$ 4,113 em agosto, mas registrou aumento de 0,27% em relação a julho (R$ 4,102), sendo o único estado da região a apresentar alta. O Espírito Santo teve a maior queda, com o preço passando de R$ 4,726 para R$ 4,690 (-0,76%), seguido pelo Rio de Janeiro, de R$ 4,606 para R$ 4,581 (-0,54%), e Minas Gerais, que caiu 0,44%, de R$ 4,535 para R$ 4,515. Região Norte O Amapá registrou a maior alta percentual do país, com o etanol passando de R$ 4,390 em julho para R$ 5,311 em agosto, uma elevação de 20,98%. A região Norte também concentra os preços mais altos do combustível: o Amazonas, apesar de ter caído 1,13%, manteve a média de R$ 5,413 por litro em agosto (era R$ 5,475 em julho). Já o Pará apresentou redução de 1,96%, de R$ 4,990 para R$ 4,892, enquanto Rondônia teve leve queda de 0,04%, de R$ 4,881 para R$ 4,879. O Acre manteve o preço estável em R$ 5,290. Quedas No país, o Ceará registrou a maior retração do etanol (-2,46%), com o litro caindo de R$ 5,167 para R$ 5,040, seguido pelo Piauí (-2,32%), Rio Grande do Sul (-1,46%) e Distrito Federal (-0,80%). Diesel: a maior alta O preço do diesel registrou alta em 17 estados, com destaque para a região Centro-Oeste. Na média geral o aumento foi de R$ 0,029 (+0,46%), a R$ 6,307. O litro mais barato do combustível foi encontrado em São Paulo e o mais caro, no Acre. No Rio Grande do Sul, que nos últimos sete meses ocupava o posto de combustível mais barato do país segundo levantamento da ValeCard, o diesel S-10 perdeu a posição e registrou o maior aumento percentual do país (+1,84%), passando de R$ 5,993 para R$ 6,103. Apesar disso, o Acre manteve o litro mais caro do Brasil, com média de R$ 7,565, alta de 0,63% em relação a julho (R$ 7,518). Os outros dois estados da região Sul também tiveram aumento: Santa Catarina subiu 1,20% e Paraná, 0,92%. Centro-Oeste Todos os estados do Centro-Oeste registraram alta no preço do diesel S-10. Mato Grosso encabeça a lista, com aumento de 1,39%, de R$ 6,457 em julho para R$ 6,547 em agosto. Em Goiás, a alta foi de 1,20%, seguida por Mato Grosso do Sul (0,44%) e Distrito Federal, com a menor elevação da região (0,03%). Sudeste No Sudeste, São Paulo manteve o diesel S-10 mais barato da região, a R$ 6,214, apesar de ter registrado alta de 0,70% em relação a julho (R$ 6,171). Minas Gerais também teve aumento (0,25%), enquanto Espírito Santo e Rio de Janeiro apresentaram queda, de 0,34% e 0,17%, respectivamente. Quedas A Paraíba registrou o litro de diesel mais barato do país, com leve recuo de 0,27%, de R$ 6,020 em julho para R$ 6,004 em agosto. As maiores quedas ocorreram na região Norte: Amazonas (-1,36%), Amapá (-1,12%), Rondônia (-1,07%), Pará (-0,27%) e Tocantins (-0,09%).

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Novo PAC investirá R$ 30,5 bi em projetos de combustíveis de baixo carbono até 2030

Gerar pesquisa, inovação e tecnologia para o desenvolvimento da macaúba, uma matéria-prima brasileira de alto poder energético que será usada para produzir Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) e Diesel Verde (HVO). Essa é a principal missão da Acelen Renováveis, projeto que integra o Novo PAC e cujo centro de tecnologia foi inaugurado na última sexta-feira (29/8), em Montes Claros (MG). O maior centro agroindustrial do mundo dedicado à macaúba será responsável pela pesquisa para viabilizar a futura biorrefinaria de combustíveis da Acelen, a ser construída em São Francisco do Conde (BA). A construção do Acelen Agripark teve investimento de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). O complexo integra o projeto de biocombustíveis da empresa, e prevê investimentos iniciais de US$ 3 bilhões na construção da primeira planta integrada, que incluem, além do parque em Minas e da biorrefinaria na Bahia, o plantio de macaúba em terras degradadas e outras infraestruturas, nos dois estados. A expectativa é de que seja produzido 1 bilhão de litros de SAF por ano a partir de 2028, com previsão de gerar 85 mil empregos em toda a cadeia produtiva, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). eldquo;Nós temos mais de 40 milhões de hectares de terra degradadas que a gente pode recuperar produzindo outras coisas que não aquilo que a gente já planta. Por isso, o dia de hoje é muito especial para mim, é a concretização de um sonho que está se transformando, definitivamente, em realidade. E eu vi a cara das jovens e dos jovens que trabalham nessa fábrica e eu, sinceramente, vi os olhos de pessoas que sonhamerdquo;, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o evento. LEI DO COMBUSTÍVEL DO FUTURO - Segundo o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), o Acelen Agripark vai impulsionar a descarbonização dos setores aéreo e de transportes, um dos principais objetivos da Lei do Combustível do Futuro, enviada pelo governo e sancionada pelo presidente Lula em 2024. Essa norma é decisiva para estruturar o mercado de SAF no Brasil, ao estabelecer metas obrigatórias de redução das emissões do setor aéreo a partir de 2027 e criar previsibilidade para novos investimentos. eldquo;Por que nós somos imbatíveis? Porque produzir macaúba no Brasil é mais barato do que produzir em qualquer outra parte do mundo e o presidente Lula já enxergava isso. E, no projeto Combustível do Futuro, nós criamos mandato para o diesel verde, que é para onde vai a macaúba desses 180 mil hectares que plantaremos no norte de Minas e no sul da Bahiaerdquo;, disse Silveira. A legislação, portanto, impulsiona a atração de capital privado, o desenvolvimento de tecnologias a partir de diferentes matérias-primas, como soja, palma, macaúba e etanol, posicionando o Brasil como protagonista na transição energética da aviação. Os biocombustíveis, como o SAF, têm potencial de redução de até 80% das emissões de CO2. eldquo;Tenho muito orgulho do Combustível do Futuroerdquo;, declarou Lula. NOVO PAC - O Novo PAC prevê um investimento total de R$ 30,5 bilhões em 22 projetos de combustíveis de baixo carbono. Desse montante, R$ 17,8 bilhões serão aplicados entre 2023 e 2026 e R$ 12,8 bilhões serão investidos após 2026. A execução financeira da carteira até agora foi de R$ 7,3 bilhões, o que corresponde a 40,8% do valor previsto até o final de 2026. Já a execução física está em 29,4%. O setor é central para a neoindustrialização verde do Brasil, englobando a produção de biocombustíveis (biodiesel, etanol 2G, biometano e diesel verde), captura de carbono, biorefinarias e estudos de viabilidade de novos empreendimentos relacionados à transição energética. Dentre os empreendimentos de combustíveis de baixo carbono já concluídos dentro do Novo PAC, destacam-se a maior planta de biometano do Brasil em Piracicaba (SP), que já fornece o gás para produção de fertilizante de baixo carbono, além da entrega de 3 plantas de usinas para a produção de etanol de segunda geração e a conclusão, com resultados exitosos, de estudos para conversão de uma refinaria de petróleo em biorrefinaria. Combustíveis de baixo carbono são fontes de energia que, quando em combustão, emitem menos gases do efeito estufa (como o dióxido de carbono) na atmosfera em comparação com os combustíveis fósseis tradicionais, como gasolina, diesel e carvão. Esses combustíveis podem ser produzidos a partir de diferentes fontes, e a redução de emissões pode ocorrer em todo o ciclo de vida, desde a produção até o uso final. Exemplos de combustíveis de baixo carbono importantes para o Brasil são o etanol, o etanol de segunda geração (obtido a partir de bagaço e palha da cana), biodiesel, biometano, SAF, diesel verde, hidrogênio de baixo carbono, dentre vários outros. (Via Casa Civil)

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Após operação, governo planeja criar do Operador Nacional do Sistema de Combustíveis

Na esteira da operação Carbono Oculto, que desarticulou um esquema bilionário de fraudes, sonegação e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, o o governo prepara o envio ao Congresso de um projeto de lei em regime de urgência para criar o Operador Nacional do Sistema de Combustíveis (ONSC). A proposta também inclui a estruturação do Operador Nacional do Sistema de Mineração (ONSM). O modelo tem nome inspirado no Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que há mais de duas décadas garante previsibilidade e estabilidade ao setor elétrico. A ideia é que os novos operadores atuem como entidades técnicas, responsáveis por planejar, monitorar e fiscalizar as cadeias de combustíveis e de mineração, com foco em segurança, transparência e combate ao crime organizado.

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Empresário acusado de ligação com PCC comprou usinas em difiduldades financeiras

A megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (28/8) por uma força-tarefa de diversos órgãos de investigação federais e estaduais acusou o empresário Mohamad Hussein Mourad, que teria relações com o PCC, de ter comprado as usinas de cana-de-açúcar Itajobi e Carolo, que estavam em dificuldades financeiras, para usá-las como peça central de um esquema de eldquo;fraudes fiscais estruturadaserdquo; lavagem de dinheiro. As informações constam no processo do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), ao qual a reportagem teve acesso. Segundo Márcia Meng, superintendente da 8° região fiscal da Receita Federal, nas usinas que não foram adquiridas pela facção, os atuais sócios foram eldquo;sequestradoserdquo; e são eldquo;refénserdquo; da facção. O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) disse que há indícios de que o empresário também pode ter comprado outras empresas do setor, como as usinas Rio Pardo, Furlan e Comanche. Em comum, todas essas usinas passaram por dificuldades financeiras durante a crise do setor da década passada. A primeira usina adquirida foi a Itajobi. Mourad comprou a usina por meio do FIDC Mabruk II, gerido pela Reag, comprometendo-se a quitar as dívidas da empresa e indenizar as propriedades arrendadas para assumir 100% de suas ações. A reportagem apurou que a empresa estava prestes a pedir recuperação judicial quando foi adquirida pelo fundo. Já a Carolo foi comprada pelo Fiagro Participation, também de Mourad, mesmo após ter saído de uma recuperação judicial. Ele teria utilizado os fundos para ocultar sua participação nos negócios. Porém, o empresário era visto nos escritórios das usinas com frequência, afirmou à reportagem uma fonte próxima a uma das empresas. A investigação apontou que as usinas adquiridas por Mourad teriam praticado sobrepreço na compra de cana, o que pode indicar um esquema de fraude fiscal, em que os eldquo;preços dos insumos são inflados artificialmente para sonegar impostos e obter créditos indevidoserdquo;, explicou o Gaeco. Também há eldquo;suspeita de movimentação financeira sem lastroerdquo; nas contas das usinas Itajobi e Carolo. Pela denúncia, outras usinas da região de Catanduva (SP) podem ter sido compradas pelo empresário e foram usadas no esquema de ocultação de patrimônio e fraudes. Segundo o Gaeco, a Usina Rio Pardo eldquo;foi aparentemente recentemente adquiridaerdquo; por Mourad. Duas pessoas ligadas ao empresário passaram a figurar no quadro societário da Usina Rio Pardo: Henrique Dalkirane Filho e Jomar Maurício Fornielis das Chagas, que também aparecem ligados à Usina Itajobi. Outro indício de que Mourad poderia ser sócio oculto da Usina Rio Pardo é a identificação de sobrepreço na aquisição de cana-de-açúcar a partir de 2022. eldquo;Isso reforça os indícios da assunção da usina pelo grupo investigadoerdquo;, afirma a denúncia. Quanto à Usina Furlan, o Gaeco afirma que eldquo;embora não tenha tido sua aquisição direta pelo grupo Mohamad inicialmente identificada, apresenta diversos elementos que sugerem uma forte associação ou um processo de aquisição/controle em andamento por parte da organização criminosaerdquo;. A distribuidora de combustíveis Duvale e a fintech BK, que fariam parte do esquema de Mourad, teriam enviado valores eldquo;significativoserdquo; à Usina Furlan, como uma transferência de R$ 3.667.000,00, e outra de R$ 4.919.900,00. Segundo a denúncia, essas transferências são eldquo;um forte indicativo de lavagem de capitaiserdquo;. Outro indício a respeito da Usina Furlan é a prática de compra de cana-de-açúcar com sobrepreço a partir de 2022. Mais uma usina que o Gaeco suspeita que possa ter sido adquirida pelo grupo de Mourad ou que possa estar em processo de aquisição é a usina Comanche. Ela foi a maior destinatária de etanol produzido pela Usina Itajobi e pela Usina Carolo, e teria vendido etanol para várias distribuidoras do grupo de Mourad. A última empresa que estaria dominada pelo esquema criminoso é a Goiás Bioenergia, que segundo a denúncia é registrada como uma produtora de etanol, mas é uma empresa de fachada. Segundo a denúncia, a Goiás Bioenergia está no nome de duas laranjas: Maria Edenize Gomes e Ellen Bianca de Franca Santana Resende. Investida sobre a GVO O empresário ainda estaria em uma investida para tomar o controle das usinas do Grupo Virgolino de Oliveira (GVO), que está em recuperação judicial e com duas usinas em leilão. Segundo a denúncia, Mourad já teria adquirido, por meio do fundo Mabruk II, créditos bancários da GVO com garantia real para se colocar no polo credor. O empresário também utilizou o fundo Celebration para acertar um contrato de parceria agrícola com a GVO, eldquo;apossando-se de propriedades ruraiserdquo; de cana nas regiões de Catanduva e Itapira. A reportagem apurou que a Usina Itajobi arrendou a usina da GVO de Catanduva na safra passada (2024/25), operando-a após anos parada, e devolvendo-a ao fim do ciclo. A reportagem tentou contato com representantes das usinas Itajobi, Carolo, Furlan, Comanche e GVO, sem sucesso. A reportagem não conseguiu contato de representantes das Usinas Rio Pardo e Goiás Bioenergia. Com base nas informações coletadas, Meng, da Receita Federal acredita que há possibilidade de desdobramentos da operação em breve e com chance de mais usinas nas investigações. eldquo;Eu acredito que com a quantidade de documentos que apreendemos nesses locais, em breve, eu diria antes do final do ano, vamos ter outras operações nesse mesmo sentidoerdquo;, estimou. Mourad e PCC Ainda segundo a denúncia, Mourad e o PCC eldquo;se beneficiam do ecossistema de lavagem de capitais facilitado pela atuação nas usinas e no setor de combustíveiserdquo;. Todas essas usinas passaram a estabelecer relações de venda de combustível com distribuidoras que foram identificadas como agentes do esquema de lavagem de dinheiro, além de passaram a utilizar a fintech BK para movimentar recursos financeiros. A denúncia aponta ainda que há outras eldquo;pessoas chaveerdquo; que estão envolvidas na compra e gestão dessas usinas: Walter Martins Ferreira III, Henrique Dalkirane Filho, Ramon Pessoa Dantas, Silvano Gersztel e João Carlos Falbo Mansur. Mansur é sócio da gestora Reag, que administrava alguns fundos de Mourad, e que foi alvo das operações de busca e apreensão desta quinta-feira.

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Empresas investigadas dominam 3% do mercado de combustíveis

As empresas sob investigação na operação eldquo;Carbono Ocultoerdquo;, deflagrada na semana passada, tinham cerca de 3% de participação no mercado brasileiro de combustíveis, apontam estimativas do BTG Pactual com base em dados de 2024. A operação é considerada a maior ofensiva do país até hoje contra a infiltração do crime organizado na economia formal e buscou desmantelar a cadeia completa: a importação, adulteração de produtos, sonegação de impostos e as ligações com o mercado financeiro. A participação das companhias investigadas era maior no etanol: ao todo, tinham uma fatia de quase 10% do mercado. No diesel, a participação era de 1,1%, enquanto na gasolina era de 2,6%. A retirada dessas empresas do mercado abre, assim, espaço para uma retomada das grandes companhias, que vinham perdendo espaço justamente pela dificuldade de competir com os esquemas fraudulentos. Vibra, Raízen e Ipiranga emdash; as três maiores distribuidoras de combustíveis do país emdash; perderam mercado em 2024, cenário que se manteve no primeiro semestre de 2025. A fatia de mercado de distribuidoras independentes no volume total comercializado de combustíveis saltou de aproximadamente 33% há cerca de três anos para 43% em abril de 2025, conforme mostrou a agência eixos. Especialistas já vinham apontando que parte dessa perda de mercado estava ligada justamente às práticas ilegais que o governo agora busca combater, como o eldquo;devedor contumazerdquo;. Como o segmento trabalha com margens muito apertadas, as distorções têm grande impacto sobre a rentabilidade. O BTG aponta que a operação é um eldquo;momento decisivo para o setor de downstreamerdquo; no Brasil, pois as fraudes vinham distorcendo a concorrência e comprimindo ainda mais as margens. Ao desmantelar esquemas que passavam pelas importações, refino, distribuição, redes de varejo e ocultação financeira, as autoridades estão lidando diretamente com distorções estruturais que há muito corroem a concorrência e as receitas tributáriaserdquo;, afirmam os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha. Mas os analistas ressaltam que combater os crimes nesse setor vai ser um trabalho de longo prazo: eldquo;Embora os desafios de fiscalização persistam, essa operação pode acelerar a formalização e desbloquear ganhos estruturais de margem mais cedo do que o previstoerdquo;, acrescentam. O Instituto Combustível Legal (ICL), que representa as grandes empresas, pediu que o governo continue a buscar regulamentar as fintechs: eldquo;Brechas no sistema financeiro digital têm sido exploradas por organizações criminosas para a lavagem de dinheiro, corrupção e sonegação fiscal em escala bilionáriaerdquo;, afirmou em nota.

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