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Defasagem de preços da gasolina já está em 17%

Em meio à discussão sobre o comando da Petrobras, os reajustes nos preços dos combustíveis continuam a ser um desafio para a cúpula da empresa. A alta do petróleo na semana passada jogou mais pressão por altas nos preços da gasolina e do diesel para recompor defasagens em relação ao mercado internacional. Média das projeções de três consultorias e entidades de classe ouvidas pelo Valor aponta que a gasolina era vendida nas refinarias da estatal, na sexta-feira, por preços 17% abaixo da paridade internacional, enquanto no diesel essa diferença era de 13%. Se a Petrobras mantiver os combustíveis sem reajuste por mais tempo - no atual cenário de escalada do petróleo -, corre risco de reduzir a rentabilidade como ocorreu no passado. Para continuar a leitura, clique aqui.

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Petrobras nega ter discutido dividendos após Prates faltar a reunião do conselho

A Petrobras negou, neste sábado (6), que o pagamento de dividendos extraordinários tenha sido tema de pauta de reunião do conselho de administração da companhia. O encontro ocorreu nesta sexta (5). Alvo de processo de fritura, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, não participou da reunião. Um conselheiro disse à Folha que foram tratados apenas assuntos formais, sem importância estratégica. No turbilhão de notícias sobre Prates pela qual atravessa a empresa, a Petrobras emitiu um comunicado ao mercado. "Fatos julgados relevantes serão tempestivamente divulgados", afirmou a petroleira. Procurada, a assessoria de imprensa da Petrobras disse que não comenta a participação de nenhum conselheiro da estatal em reuniões. Segundo a empresa, Prates tinha reuniões no horário do encontro. A estatal passa por uma crise de imagem que afeta o preço das ações desde que a empresa divulgou os resultados financeiros de 2023. Na ocasião, anunciou a retenção de 100% dos dividendos extraordinários. No início de março, a Petrobras destinou R$ 43,9 bilhões do lucro remanescente do exercício de 2023 para suas reservas, distribuindo apenas os dividendos ordinários no quatro trimestre. Com isso, a companhia paga dividendos totais de R$ 72,4 bilhões, sendo que o mercado esperava um valor na casa dos R$ 90 bilhões. Desde o dia 7 de março, a ação preferencial (que dá preferência na distribuição dos dividendos) da estatal caiu 52%, com acionistas desconfiados de uma intervenção do governo nas decisões da petroleira, e de uma mudança de estatuto para redirecionar os dividendos para investir em projetos de expansão que fogem da finalidade atual da companhia. A Folha mostrou que a cúpula da petroleira vê hoje uma crise fabricada por uma ala do governo para minar a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Prates, na disputa pelo controle da maior empresa brasileira. A avaliação na Petrobras é que o recuo na retenção dos dividendos emdash;agora o governo estuda pagá-losemdash; em meio à queda das ações após rumores da saída de Prates comprova a tese da fabricação deliberada de uma crise. Prates não está disposto a entregar o cargo e, em sua defesa, assessores destacam mudanças promovidas pelo executivo na política de preços dos combustíveis e na política de dividendos, que atenderam a anseios do governo sem grandes impactos nas ações. Agora, com o mercado desconfiado das intenções do governo na Petrobras, houve uma forte reação com impacto sobre o preço das ações. A fritura de Prates ganhou força nesta semana após entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à Folha, com críticas à abstenção do presidente da Petrobras na proposta de retenção dos dividendos extraordinários sobre o lucro de 2023. Uma pessoa próxima do ministro disse à reportagem que tem aliados de Lula no Planalto e pessoas próximas do governo que quer ver Prates fora do comando da Petrobras, inclusive o próprio Silveira. Na quinta-feira (4), começaram a circular em Brasília rumores sobre troca no comando da estatal, com a substituição de Prates pelo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante. O chefe do banco ligou para Prates para dizer que foi sondado por Lula para assumir a presidência da petroleira e prestou-lhe solidariedade. O presidente Lula deixou seus ministros que têm relação com a pauta de sobreaviso para uma possível reunião neste fim de semana. A sucessão no comando da estatal pode estar na pauta do encontro. Já em outro comunicado ao mercado divulgado nesta sexta, a Petrobras disse que "não tem conhecimento de qualquer decisão de substituição do atual CEO da companhia, Jean Paul Prates".

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Cúpula da Petrobras vê crise fabricada para minar confiança de Lula em Prates

A cúpula da Petrobras vê hoje uma crise fabricada por ala do governo para minar a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no presidente da estatal, Jean Paul Prates, em uma disputa de controle sobre a maior empresa brasileira. A Folha apurou que Prates não está disposto a entregar o cargo e, em sua defesa, assessores destacam mudanças promovidas pelo executivo na política de preços dos combustíveis e na política de dividendos, que atenderam a anseios do governo sem grandes impactos nas ações. A fritura de Prates ganhou força esta semana após entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à Folha, com críticas à abstenção do presidente da Petrobras na proposta de retenção dos dividendos extraordinários sobre o lucro de 2023. Nesta quinta-feira (4), começaram a circular em Brasília rumores sobre troca no comando da estatal, com a substituição de Prates pelo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante. A avaliação na Petrobras é que o recuo na retenção dos dividendos em meio à queda das ações após rumores da saída de Prates comprova a tese da fabricação deliberada de uma crise. Segundo essa tese, ao defender a retenção do dinheiro, em março, os ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil ofuscaram a divulgação do balanço de 2023 da Petrobras, no qual a empresa registrou o segundo maior lucro da sua história. Agora, argumentam as fontes, o recuo suaviza os impactos no mercado da crise de imagem provocada pelas discussões sobre a troca no comando. Prates vai se encontrar com Lula para debater seu futuro em reunião ainda não agendada. Ele negou a interlocutores que tenha dado um ultimato ao presidente da República, mas reclamou das frequentes críticas públicas de Silveira. Assessores defendem que o saldo de sua gestão, até agora, é positivo, já que a empresa não enfrentou grandes percalços quando decidiu "abrasileirar" os preços dos combustíveis nem quando cortou os dividendos pagos a acionistas, duas promessas de campanha de Lula. Mas há também questionamentos sobre a velocidade das obras da empresa, que ainda não conseguiu deslanchar programa de apoio à indústria naval e não deve entregar grandes projetos de refino ainda no primeiro mandato da nova gestão petista Ainda assim, a cúpula da Petrobras vê nas frequentes crises uma disputa pelo comando da companhia. Os atritos entre Prates e Silveira vêm desde o início da gestão, quando o ministro venceu a primeira batalha ao nomear três aliados ao conselho de administração. Passaram por críticas públicas de Silveira a dificuldades para ampliar a oferta de gás natural, que depende da conclusão de novo gasoduto do pré-sal, e divergências em relação ao volume de investimentos direcionado à nova área de energias renováveis da empresa. Ganharam tração no início do ano, com esforço de Prates para retirar da presidência do conselho o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, nomeado ao ministério ainda no governo Jair Bolsonaro emdash;a quem a cúpula da empresa acusa de segurar pautas relevantes. Mais uma vez, o presidente da Petrobras perdeu a batalha: a lista de indicados do governo para renovação do conselho, que será avaliada em assembleia no fim do mês, traz Mendes como candidato à presidência. Os frequentes conflitos vêm atropelando a governança da empresa, ao criar "grave ruído" na sua comunicação com o mercado, nas palavras do presidente do presidente da Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais), Fabio Coelho. Nesta quinta, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu um processo administrativo para investigar a comunicação da companhia, diante dos vazamentos de informações relevantes por Brasília, e não em comunicados ao mercado, como exige a legislação.

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Petrobras vê internacionalização como alternativa à Margem Equatorial

A dificuldade em obter aval para exploração da Foz do Amazonas levou a Petrobras a intensificar a internacionalização da empresa, com conversas avançadas com países africanos e previsão de investimento de US$ 4 bilhões na Colômbia. O Plano Estratégico 2024-2028 da empresa contém um investimento de US$ 3,1 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) na Margem Equatorial até 2028, com perfuração de 16 poços. A prioridade era explorar a área, mas a mudança de rota se fez necessária diante dos entraves envolvendo a autorização para atuar na região, segundo um integrante da companhia. No final de março, o presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), Rodrigo Agostinho, afirmou que o presidente Lula (PT) publicaria em breve um decreto sobre a necessidade de realizar a AAAS (Avaliação Ambiental de Área Sedimentar) em locais ambientalmente sensíveis para a exploração de petróleo, como a bacia Foz do Amazonas. Há negociações em curso com São Tomé e Príncipe, Angola e Namíbia. É um caminho que a petrolífera volta a percorrer emdash;ela encerrou a atuação no continente em 2020 após 40 anos. Um parceiro considerado interessante, mas que enfrenta muita resistência é a Venezuela. O país tem muito óleo, o que geraria receitas elevadas, mas o risco é tido como excessivo emdash;regulatório e para a própria imagem da Petrobras, diante das notícias negativas que cercam o país vizinho. Ainda na América do Sul, a Petrobras prevê investir US$ 4 bilhões na Colômbia para exploração e desenvolvimento da produção de gás. Serão perfurados poços no bloco de Tayrona.

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Helder Barbalho diz que Pará fará 1ª emissão de créditos de carbono e critica Petrobras

O Pará deve anunciar a conclusão de sua primeira emissão de créditos de carbono no final de junho, durante a Semana da Ação do Clima em Londres, afirmou à Folha o governador Helder Barbalho (MDB). Segundo ele, a operação envolve 1 milhão de créditos de carbono. O valor e a empresa parceira ainda não podem ser divulgados. O estado calcula possuir uma carteira total de 156 milhões de certificados do tipo. O potencial financeiro é calculado acima dos R$ 10 bilhões, o que colocaria a fonte de recursos no mesmo nível de importância dos setores de mineração e agronegócio na economia paraense, disse Barbalho no sábado (6) em Cambridge (EUA), onde participa da Brazil Conference. A ideia é que essa primeira emissão funcione como um chamariz para a atração de novos interesses do setor privado. "Quando a gente pega o estoque florestal e transforma isso em uma receita, obviamente que isso traz uma cadeia de atividades oriundas da floresta, e aí eu estou falando de financiamento em bioeconomia, de outras atividades produtivas que já compõem a nossa estratégia dos sistemas agroflorestais, da migração de atividades de pecuária, por exemplo, para atividades de cultivo que restauram", afirmou. Em sua visão, o estoque florestal é o diferencial da agenda brasileira de transição ecológica em face da competição com outras economias, seja o programa trilionário adotado pelos EUA durante o governo Biden, sejam outros países do Sul global que sofrem com instabilidade institucional. "Isso não nos exime da responsabilidade de combater o desmatamento, de reduzir emissões. Pelo contrário, nós temos que fazer cada vez mais, porque nós estamos falando de um ativo que precisa parar de ser destruído para continuar sendo um ativo", disse. Ao mesmo tempo, ele diz que o Brasil não pode ser responsável sozinho pela preservação da floresta e cobra que "o mundo seja responsável por fazer com a que a floresta seja a solução econômica e social do Brasil". "Se não, nós ficamos só com o ônus, mas e como ficam as pessoas? Temos 29 milhões de brasileiros que vivem na região, e nosso IDH [índice de desenvolvimento humano] é um dos piores do Brasil", apontou. Questionado se a preponderância da mineração e do agronegócio da economia estadual poderia ser um problema para a atração de investidores, Barbalho afirma que o estado tem combatido atividades ilegais e que está implementando um processo de rastreabilidade individual da pecuária. O governador defende que minérios também sejam rastreados endash;algo que ele admite não conhecer um modelo do tipo no mundo. "Mas entendo que não é algo complexo, porque quando você tem uma autorização de exploração de lavra, uma licença ambiental, uma nota fiscal, você cruza as informações e você obriga que haja rastreabilidade", diz. elsquo;MINISTRO FALA DE ÂNGULO SETORIAL E PETROBRAS ERRA NO DEBATE SOBRE A MARGEM EQUATORIALersquo; O governador do Pará minimizou a declaração recente do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que disse em entrevista à Folha que o país deve explorar petróleo e gás até conseguir ter o mesmo nível de países desenvolvidos. Questionado se a visão não contraria o discurso que o Brasil tem feito como sede da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), que acontece em Belém no próximo ano, e como presidente do G20, Barbalho diz que Silveira fez a análise "de um ângulo setorial" e que "certamente a ministra do Meio Ambiente terá outra fala". Ao mesmo tempo, ele afirma que "qualquer proposta que vise só a segurança energética sem responsabilidade ambiental está equivocada". Nesse sentido, o governador criticou a Petrobras no debate envolvendo a exploração de petróleo na margem equatorial, especialmente na foz do Amazonas endash;alvo de oposição de ambientalistas. Na última segunda (1º), a empresa anunciou uma expedição científica para pesquisar a região, que vai do litoral do Rio Grande do Norte até o Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa. "Acho que a Petrobras erra quando não apresenta uma participação ativa e de liderança na construção das soluções para esse novo olhar sobre a Amazônia", disse. elsquo;TODAS AS CIDADES GOSTARIAM DE TER A OPORTUNIDADE DE BELÉM DE SEDIAR UMA COPersquo; Nas últimas semanas, o governo Lula vem avaliando nos bastidores desidratar a COP30, com a realização de parte dos eventos em outras cidades, como Rio e São Paulo. O temor é que Belém não csoniga oferecer até novembro do próximo ano uma estrutura suficiente para acomodar o encontro, que deve reunir milhares de delgados e outros participantes de 195 países. Questionado sobre essa possibilidade, Barbalho é categórico: "o governo federal já se manifestou. A COP está decidida". Ele afirmou que o formato do evento será o mesmo que ocorreu em outros locais que o receberam: "a cidade sede acomoda todos os eventos". "Em entendo aqueles que especulam. Todos gostariam de ter a oportunidade que Belém está tendo", disse. elsquo;REELEIÇÃO DE LULA É PROFUNDAMENTE FAVORÁVELersquo; Apontado como possível vice de Lula em uma disputa pela reeleição, Barbalho afirmou que o Brasil continua dividido ideologicamente e que não acredita em uma mudança desse cenário em 2026. No entanto, ele vê possibilidades de atenuação. "Isso depende muito da economia", disse, elencando redução da inflação, da taxa de juros e do desemprego, e aumento da taxa de crescimento do PIB. "Estamos falando de índices e números, alguns tangíveis e outros menos, uns já chegam e outros demoram mais para serem perceptíveis", afirmou, ecoando avaliação de parte do governo que atribui o elevado percentual de insatisfação a uma dificuldade da população perceber no dia a dia a melhora de indicadores econômicos. Ainda assim, Barbalho avalia que "o cenário de reeleição do presidente Lula é profundamente favorável". Sobre a oposição, ele afirma que citar qualquer potencial candidato nesse momento é especulação, mas diz que, independente de quem for, será um nome competitivo.

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Cenário de intervenção na Petrobras só será eliminado com privatização, diz ex-presidente da estatal

O ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco afirmou nesta sexta-feira, 5, que os ruídos e tentativas de intervenção na estatal são negativos e que esse cenário só será eliminado com a privatização da companhia. eldquo;Seja o governo A, B ou C, existe uma tentação enorme em se intervir na Petrobraserdquo;, disse o executivo, que comandou a empresa no governo de Jair Bolsonaro, em entrevista à GloboNews. eldquo;Existem muitas falácias e mitos do Estado empresário. Mito que já faliu há muito tempoerdquo;, disse, ao defender a eficiência das empresas privadas usando o exemplo da SpaceX, do bilionário Elon Musk, em contrapartida à eficiência da Nasa - empresa estatal - na exploração espacial. O ex-presidente da Petrobras também afirmou que a atual política de preços da petroleira já se mostrou prejudicial à companhia. eldquo;Ela não é uma boa para a sociedade brasileira, porque a empresa perde sua capacidade de investimento, perde sua capacidade de distribuir dividendos, e não vamos esquecer que 37% destes dividendos vão para o tesouro nacional.erdquo; Em abril do ano passado, a Petrobras deixou de usar a política de paridade de preço internacional (PPI), implantada durante a gestão de Pedro Parente na empresa (no governo Michel Temer). Por essa política, os preços dos combustíveis no Brasil seguiam basicamente os preços do mercado internacional, já que o petróleo é uma commodity global. Sobre a troca de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras, Castello Branco afirmou que não especularia sobre a mudança, sustentando seu argumento de que essa não é uma questão tão relevante assim. eldquo;O problema não é com pessoas, mas no sistema. E o sistema é ruim.erdquo;

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