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Projeto dos combustíveis do futuro tem novo relatório na Comissão de Infraestrutura

O novo relatório de Veneziano Vital do Rego, do MDB da Paraíba, à proposta que cria programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano, foi lido na semana passada na Comissão de Infraestrutura e teve um pedido de vista coletivo. O texto também cria ou amplia as adições obrigatórias de combustíveis verdes, como o biodiesel e o álcool etílico anidro e regulamenta as atividades da indústria de captura e estocagem geológica de CO2, buscando uma integração de todos esses programas. O objetivo é promover a mobilidade sustentável de baixo carbono em todo o país. Mais de 30 convidados já foram ouvidos pelos senadores nas quatro audiências públicas realizadas este ano para discutir a matéria, o que motivou a apresentação de 17 emendas ao texto original. Entre as sugestões adotadas pelo relator, está a do senador Fernando Farias, do MDB de Alagoas, criando incentivos para o uso de matérias-primas produzidas pela agricultura familiar na fabricação dos biocombustíveis. Veneziano Vital do Rego disse que o Brasil deve estar atento às oportunidades de desenvolvimento que a nova economia do século XXI vai criar, por meio da descarbonização de setores de alta intensidade de emissão de gases do efeito estufa, da transição energética e da promoção de combustíveis modernos e e#39;e#39;aderentese#39;e#39; ao acordo do clima. (senador Veneziano Vital do Rego) e#39;e#39;O Brasil é o sexto maior emissor global de gases de efeito estufa. O setor de transporte é responsável por pouco mais de 9% do total de emissões do país, mas representa quase metade das emissões antrópicas. No mundo, o setor de transporte responde a 16,2% do total de emissões. Nesse contexto, o setor de biocombustíveis brasileiro terá potencial de contribuir para a descarbonização do mundo, trazendo também desenvolvimento e gerando emprego e distribuição de renda para o nosso país.e#39;e#39; O presidente da Comissão de Infraestrutura, Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, disse que esse assunto é extremamente importante para o país e que a matéria deve ser votada pelo colegiado na primeira semana de setembro. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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Autoprodução de hidrogênio verde é modelo mais viável no Brasil, diz CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou, nesta segunda (26/8), um estudo destacando que os investimentos anunciados em mais de 20 projetos de hidrogênio de baixo carbono no Brasil já somam R$ 188,7 bilhões. Entre os principais destinos desses recursos, o Porto de Pecém, no Ceará, se destaca, atraindo aproximadamente R$ 110,6 bilhões. O documento aponta que, apesar da maior parte desses projetos serem de larga escala e olharem a exportação, a produção descentralizada, ou autoprodução, de hidrogênio verde no Brasil, utilizando energia elétrica da rede ou geração distribuída, representa o caminho mais viável para o desenvolvimento imediato da indústria no país. Na avaliação da CNI, esses projetos podem se materializar mais rapidamente em função da menor escala de produção e da complexidade comercial. eldquo;O entusiasmo com a exportação de hidrogênio e derivados não pode ofuscar aquela que é a oportunidade mais viável no curto prazo para a cadeia de hidrogênio no Brasil: a descarbonização de setores e empresas industriais brasileiraserdquo;, diz o estudo. Produzir hidrogênio no local de consumo, utilizando a energia da rede elétrica emdash; que já é 92% renovável emdash;, ofereceria, entre outras vantagens, a eliminação de custos de transporte e a isenção de impostos associados à comercialização. Além disso, como a produção de hidrogênio verde em larga escala ainda é limitada, uma vez que os eletrolisadores comerciais têm capacidade máxima de 20 MW, os projetos de menor escala estariam em posição favorável. O estudo ainda aponta que esse modelo de negócio também possibilita o uso do oxigênio gerado no processo de eletrólise para melhorar a eficiência de combustão em fornos e aquecedores industriais, aumentando ainda mais a viabilidade econômica dos projetos. Capacidade de eletrólise A CNI também mapeou a capacidade instalada de eletrólise nos principais projetos em desenvolvimento no país. O projeto com maior capacidade está previsto para o Porto de Parnaíba, no Piauí, com uma potência de 10 GW. No entanto, quando se analisa a capacidade por estado, o Ceará lidera com 15,9 GW, seguido pelo Piauí, com 15,6 GW, e pelo Rio de Janeiro, com 2,1 GW. Incentivos devem privilegiar projetos com maior viabilidade A CNI ainda aponta que o Brasil enfrenta desafios econômicos e fiscais que dificultam a oferta de subsídios em níveis comparáveis aos oferecidos por países como os Estados Unidos e membros da União Europeia. Diante desse cenário, defende que eldquo;as políticas públicas devem priorizar aqueles projetos que têm maior potencial de viabilidadeerdquo;. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3.027/2024, que estabelece regras para concessão de R$ 18,3 bilhões em créditos fiscais dentro do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC). A proposta substitui o capítulo de créditos fiscais vetado no marco legal do hidrogênio, sancionado no início de agosto. De acordo com o novo texto, que ainda precisa passar pela aprovação do Senado, os incentivos poderão ser concedidos com base em até 100% da diferença entre o preço estimado do hidrogênio de baixa emissão de carbono e o preço dos combustíveis fósseis que ele substituirá. Além disso, o percentual de crédito concedido será inversamente proporcional à intensidade das emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas à produção do hidrogênio. Isto é, quanto menor a emissão de carbono do projeto, maior poderá ser o benefício fiscal.

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Petróleo sobe mais de 3% após exportação suspensa por Líbia e com atenção a Israel

Os contratos mais líquidos do petróleo fecharam o pregão em alta robusta hoje, de olho no recrudescimento das tensões no Oriente Médio e após uma interrupção da produção e exportação da commodity na Líbia, que injetou preocupações sobre um possível choque de oferta. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 3,46% (US$ 2,56), a US$ 77,42 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), teve ganhos de 3,04% (US$ 2,41), a US$ 81,43 o barril. Hoje pela manhã, o governo baseado no leste da Líbia determinou a suspensão de toda a produção e exportação de petróleo no país, em resposta às disputas políticas com um grupo político rival sediado em Tripoli, no oeste da nação. Ambos os grupos disputam o poder no país. Com isso, a subsidiária da petrolífera nacional da Líbia, conhecida como NOC, anunciou que planeja reduzir gradualmente sua produção, mas alertou que, com as pressões internas para a interrupção, uma paralisação repentina na exportação pode acontecer. Os preços também já vinham em alta do fim de semana, depois que Israel conduziu um ataque forte ao Hezbollah no Líbano e diluiu as oportunidades de um avanço nos tratados de paz em Gaza. Durante o domingo, o Hezbollah conduziu uma investida com drones contra Israel, o que levou o país a decretar estado de emergência. eldquo;A percepção de risco de possíveis interrupções na produção e transporte de petróleo no Oriente Médio intensifica as pressões inflacionárias globais, particularmente em economias dependentes da importação de energiaerdquo;, e mantém os preços em alta, escreve o CEO da Anova Research, Paulo Martins. O Julius Baer concorda com essa visão, e alerta que a eldquo;geopolítica escaldanteerdquo; e as preocupações relacionadas com a oferta até agora sustentaram os preços em alta, mas que a previsão para o médio e longo prazo é de queda dos preços do óleo. Segundo a ExxonMobil, porém, o mundo não está caminhando para uma economia mais verde e os seres humanos usarão aproximadamente a mesma quantidade de petróleo bruto que usam hoje por volta de 2050, o que tende a estabilizar o preço do óleo no médio prazo. Impacto para petroleiras brasileiras As altas dos preços são positivas para algumas companhias brasileiras, como Petrobras (PETR4), PRIO (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3), segundo a Genial. A casa de research destaca, contudo, o movimento altista pode atrapalhar alguns esforços de cortes de juros esperados pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos). Na sexta-feira, os contratos da commodity já fecharam em alta, atribuída à sinalização de Jerome Powell, presidente do Fed, sobre o início iminente dos cortes nas taxas de juros. eldquo;A perspectiva de uma flexibilização da política monetária impulsionou o sentimento em todo o complexo de commoditieserdquo;, disseram analistas do ANZ em nota, de acordo com a CNBC. Analistas destacaram também, contudo, que as perspectivas econômicas mais fracas também pesa na demanda por combustível e fizeram os preços caírem na semana passada. Ainda assim, os preços do petróleo caíram na semana passada, já que as perspectivas econômicas fracas para as principais economias pesaram na demanda por combustível, acrescentou o banco. (com Reuters e Estadão Conteúdo)

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A caminho da vice-liderança: MS avança para ser segundo maior produtor de etanol do país

Com crescimento acima da média nacional entre os estados e investimentos significativos a caminho para gerar mais expansão, é apenas questão de tempo para que o Mato Grosso do Sul dispute a vice-liderança entre os principais produtores do setor sucroenergético da região Centro-Sul. Essa foi uma das conclusões da apresentação levada à reunião do Conselho da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) pelo CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, na última quinta-feira (22/08). Na presença de executivos das empresas associadas, do Secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Jaime Verruck, que representou o governador Eduardo Riedel (PSDB), e do deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis, Márcio Fernandes, e do presidente da BioSul, Amaury Pekelman, Ono apontou os motivos que levam a expectativas otimistas para a produção do estado. eldquo;O Mato Grosso do Sul já tem moagem superior a 50 milhões de toneladas ano, com grandes investimentos programados para alavancar esses números inclusive na produção de etanol de milho, com 2 usinas já em operação, da Inpasa e da Cerradinho, com uma segunda unidade da Inpasa a caminho,erdquo; explicou. O executivo lembrou ainda que o potencial do estado para a produção do etanol de milho é muito grande e isso, em breve, vai fazer a diferença na produção total do biocombustível. eldquo;O governo do estado fez mudanças tributárias importantes que favorecem a venda do etanol hidratado no mercado interno, e o crescimento já está acontecendo, o que também vai contribuir para o aumento esperado para a produçãoerdquo;, frisou Ono, elogiando o recém-conquistado ganho de competitividade para o etanol no estado. Citando os principais programas governamentais em fase de aprovação, que devem incentivar ainda mais a produção e uso dos biocombustíveis, Ono apontou os projetos elsquo;Combustível do Futuroersquo; e o Mover, aprovado recentemente endash; ambos importantes por garantir maior segurança jurídica para os investidores. Apoiado em projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Governo Federal, Ono enfatizou que o crescimento na produção e consumo do etanol e do biodiesel ao longo dos próximos 10 anos é factível e serve de estímulo para novos investimentos. Sem deixar de lado aspectos ainda preocupantes para o setor sucroenergético como um todo, Ono abordou as dificuldades que o programa RenovaBio vem enfrentando, em especial o descumprimento de normas essenciais por distribuidoras de combustíveis: eldquo;O RenovaBio carece de mais atenção por parte do Governo, do Ministério Público e do Ministério de Minas e Energia, que precisam agir para punir as distribuidoras que não adquirem os CBios nos volumes definidos por leierdquo;. Em relação ao Mato Grosso do Sul especificamente, Martinho Ono concluiu lembrando que a grande maioria da produção de etanol é consumida fora do estado e depende de uma logística essencialmente rodoviária, que é cara e menos eficiente. eldquo;Com o nível de investimento na produção que o estado vem recebendo, essa é uma área que precisa de melhorias importantes, para atingir o que já se observa em estados do Centro-Oeste como Goiás e Mato Grosso, onde já existem dutos e transporte ferroviário, agilizando o escoamento com custos menoreserdquo;. Aproveitando a presença do Secretário Jaime Verruck, que representou o Governador do Estado, o presidente da BioSul agradeceu pela política de incentivo ao etanol hidratado: eldquo;Com a redução no ICMS, melhorou a paridade e isto já se reflete nas vendas, beneficiando o consumidor. As oportunidades em nosso setor seguem crescendo, o que justifica plenamente a continuidade dessa postura com investimentos que contribuam para reduzir os custos com logísticaerdquo;, completou Amaury Pekelman. (SCA BRASIL)

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Com foco na transição energética, CNPE aprova diretrizes estratégicas para mercado de combustíveis

Em reunião realizada nesta segunda-feira (26/8), o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou resolução que visa atualizar as diretrizes estratégicas para o desenvolvimento do mercado de combustíveis, biocombustíveis e derivados de petróleo no Brasil. O documento prevê o fortalecimento da capacidade de processamento nacional, que atualmente enfrenta desafios com importações significativas de derivados. eldquo;Nosso atual parque de refino tem capacidade de processamento de 2,4 milhões de barris por dia, que ainda é insuficiente para atender integralmente à demanda brasileira. Por isso, nossa expectativa é que a medida aprovada hoje leve o Brasil a reduzir a dependência externa de combustíveis, ajudando no desenvolvimento econômico, mantendo o foco na geração de empregos e renda, e aumentando a competitividade no setorerdquo;, disse o ministro. Entre as diretrizes estratégicas listadas pela resolução, estão a busca pelo aumento da produção de biocombustíveis, a ampliação e modernização do parque de refino e a promoção da transição energética. GT de combustíveis O CNPE também aprovou a criação de Grupo de Trabalho (GT) para elaborar estudos especializados sobre os mercados de combustíveis aquaviários, combustíveis de aviação e gás liquefeito de petróleo (GLP). O GT, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), será composto por 17 instituições e deve estabelecer diretrizes de interesse da Política Energética Nacional relacionadas ao tema. Para o ministro Alexandre Silveira, a medida vem em momento apropriado: eldquo;O grupo de trabalho tem como objetivo buscar soluções para reduzir a pobreza energética em nosso país, além de estimular a produção de GLP Renovável (BioGLP). São algumas medidas que buscam alcançar benefícios reais para as vidas de brasileiras e brasileiros, dentro daquilo que defendemos, que é uma transição energética justa, inclusiva e equilibradaerdquo;, destacou Silveira. eldquo;A constituição do GT de combustível aquaviário é fundamental nesse momento de discussão de estratégias para descarbonização desse modal de transporte. O Brasil precisa de uma estratégia bem definida de como descarbonizar o transporte marítimo, e esse é o resultado esperado desse grupo de trabalhouerdquo;, pontuou. O grupo apresentará, ao final dos estudos, relatório para subsidiar o CNPE na proposição de medidas e diretrizes de políticas públicas voltadas aos mercados nacionais desses combustíveis. A resolução ainda reforça a necessidade da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concluir as ações regulatórias relacionadas aos segmentos de combustíveis de aviação, que tiveram início em 2019, e de GLP, iniciadas em 2017. A norma trata ainda da viabilização da venda direta de combustíveis de aviação pelos fornecedores primários aos operadores aéreos. Leia sobre outras resoluções aprovadas no CNPE desta segunda-feira aqui.

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'Transição energética só vai acontecer a partir do fóssil', diz CEO da Vibra

Desde que assumiu a liderança da Vibra (ex-BR Distribuidora) em fevereiro de 2023, Ernesto Pousada vem equilibrando o desafio de investir em combustíveis fósseis e em fontes renováveis. De um lado, mira no agronegócio, destinando R$ 250 milhões ao reforço de infraestrutura para as regiões Centro-Oeste e Norte, além da ampliação da fábrica de lubrificantes em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Em paralelo, foca em fontes renováveis, como o combustível sustentável de aviação (SAF), hidrogênio e biometano, enquanto estuda novos projetos por meio da Comerc, empresa de energia solar na qual a Vibra acabou de chegar a 100% das ações após comprar fatia remanescente de 50% da empresa. emdash; A transição energética só vai acontecer a partir do crescimento e da geração de valor no nosso negócio fóssil enquanto ele existir emdash; afirma Pousada. Mas novos desafios se aproximam: a partir de 2029, a Vibra terá que iniciar o processo de mudança de nome nos postos devido a um acordo com a Petrobras, desvinculando-se da marca que historicamente esteve atrelada à estatal. emdash; Hoje, temos uma ótima relação emdash; diz Pousada. A Vibra tem 8 mil postos no país. Qual é a estratégia de crescimento? O negócio de distribuição de combustíveis ainda vai existir por muitos e muitos anos no Brasil. É o que move o país e nós vamos continuar investindo. Temos algumas estratégias de investimento, como no agronegócio. Essa é uma vertical importante, e o consumo de energia vai crescer muito em direção ao Centro-Oeste e ao Norte do país. Estamos fazendo investimentos em infraestrutura e logística da ordem de R$ 150 milhões nessas regiões. Com a seca do Amazonas, há três meses estamos desenvolvendo um plano detalhado de como levar energia. O que a empresa está fazendo para crescer no agronegócio? Acabamos de inaugurar uma base em Santarém, no Pará, para receber navios de importação de diesel e abastecer o agronegócio de maneira bem competitiva. Estamos investindo no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso. Queremos ter uma presença cada vez mais relevante no agronegócio. Estamos lançando novos produtos, como um lubrificante que melhora a performance dos equipamentos agrícolas. Temos um novo diretor que tem 22 anos de atuação no agronegócio. Esses novos produtos estão recebendo investimentos? Lubrificantes (a Vibra é dona da Lubrax) são fundamentais. Até o fim do ano vamos aumentar em 50% a produção na unidade em Duque de Caxias. É um investimento superior a R$ 100 milhões. Quando estiver completa, será a quinta maior do mundo. Vai produzir cerca de 500 milhões de litros. E isso é para que possamos crescer. Além da fábrica de lubrificantes, há outros projetos? Estamos ampliando as nossas bases. Estamos olhando também para a América do Sul. Temos uma exportação muito pequena. Vamos crescer na Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia e Peru. Temos cerca de 18% de participação de mercado em lubrificantes. Quando falamos dos combustíveis, há hoje uma discussão sobre o peso das importações e a segurança no abastecimento. Como é feito esse trabalho na Vibra? Nossa principal parceira e fornecedora de produtos é a Petrobras. Se você me perguntar qual é a nossa estratégia, a resposta é Petrobras. Temos um relacionamento de longa data com eles. Somos o maior cliente da Petrobras e entendemos que essa é uma relação de sucesso para os dois lados. Queremos continuar expandindo essa parceria com a Petrobras. Eventuais novos produtos que eles lançarem na transição energética, nós queremos ser um dos canais de distribuição. Somos ainda os maiores em termos de infraestrutura logística para importação de produtos. Como a Vibra trabalha para equilibrar a relação entre a Petrobras, com sua nova política de preços, e os importadores? Procuramos nos manter competitivos no mercado e fazer uma equalização de preços entre a Petrobras e a importação. Em diferentes momentos, essas variáveis estão em situações diferentes, mas não muito. Como está a conversa com a Petrobras sobre o uso da marca BR nos postos? Temos um contrato que é válido até 2029 com a Petrobras, e, a partir de 2029, temos seis anos para fazer o debranding completo. Hoje, temos uma ótima relação com a Petrobras. Essas empresas eram unidas umbilicalmente até pouco tempo atrás. Hoje não há muita discussão sobre esse assunto. Por que a Vibra vem investindo em projetos de energia renovável? A Comerc possui hoje um parque de geração de energia de cerca de 2,1 gigawatts. Queremos continuar crescendo na área de energia renovável e estamos trabalhando para buscar novos projetos. Estamos analisando internamente possibilidades em hidrogênio. Em 2030 ou 2035, o hidrogênio começará a ter um lugar na matriz energética brasileira, sem dúvida alguma. Estamos fazendo apostas e buscando parcerias estratégicas no SAF, que é o combustível sustentável de aviação. Ninguém domina totalmente a tecnologia. Temos 50% da Zeg Biogás, que opera planta em São Paulo, está finalizando unidade em Minas Gerais e está com um projeto no Nordeste. E qual é o desafio para buscar essas oportunidades em renováveis? A transição energética só vai acontecer a partir do crescimento e geração de valor no nosso negócio fóssil enquanto ele existir. Só vamos crescer em energia renovável com projetos que tragam retornos para os nossos acionistas. Não é crescimento pelo crescimento. Como o Brasil ainda vai crescer bastante em energia fóssil, continuaremos direcionando a maior parte dos nossos investimentos para o nosso negócio atual, e a transição acontecerá gradualmente.

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