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Postos de 'abastecimento' ou salas VIP: como será o futuro do carregamento de carros elétr

O desenho do que será carregar um veículo elétrico no futuro está se tornando cada vez mais parecido com algo entre uma parada de caminhão e uma sala VIP de aeroporto. A maioria dos carregadores públicos hoje está localizada em estacionamentos, muitas vezes com apenas três ou quatro máquinas ao lado de um hotel ou supermercado. Os motoristas ficam expostos às condições climáticas, e, a menos que precisem fazer compras, acabam presos dentro dos carros enquanto esperam que as baterias carreguem. No entanto, empresas de carregamento e montadoras estão reconhecendo a necessidade de estações com melhores comodidades: restaurantes, banheiros limpos e modernos, assentos confortáveis e coberturas que protejam da chuva, neve e sol. Afinal, mesmo os carregadores mais rápidos demoram pelo menos 30 minutos para recarregar totalmente um veículo, então os motoristas podem muito bem aproveitar a espera. Essas conveniências podem atrair motoristas em potencial para fazer a mudança para veículos elétricos, impulsionando ainda mais a transição. eldquo;A mudança no carregamento de veículos elétricos é uma oportunidade para reinventar completamente a experiência de reabastecimentoerdquo;, disse Christopher Hawthorne, crítico sênior da Escola de Arquitetura de Yale. O design dos postos de gasolina permaneceu amplamente inalterado por décadas, mas as instalações de carregamento de veículos elétricos não precisam seguir o mesmo caminho. Café gratuito, bar de snacks e biblioteca Neste verão, a Rivian Automotive Inc. transformou uma antiga oficina de ferreiro perto do Parque Nacional de Yosemite, nos EUA, em uma sala de carregamento, onde os motoristas podem tomar café gratuito e comer em um bar de snacks. Eles também podem relaxar em móveis feitos de sacos de dormir reciclados ou folhear livros em uma biblioteca no local. Há até uma exposição de rotas de escalada da famosa El Capitan de Yosemite em uma parede. No ambiente urbano denso de São Francisco, a Electrify America LLC abriu uma estação drive-in com 20 carregadores de alta velocidade instalados em um grande espaço similar a uma garagem, que inclui salas climatizadas, Wi-Fi gratuito e banheiros com trocadores de fraldas. A estação representa uma parte significativa dos postos de carregamento rápido da cidade. Esses são apenas dois exemplos de um número crescente de esforços para encontrar modelos de carregamento público que funcionem. Alguns motoristas ainda estão céticos quanto à conveniência e confiabilidade de encontrar opções de carregamento fora de suas garagens domésticas. Na verdade, ainda levará cerca de oito anos até que os carregadores de veículos elétricos se tornem tão comuns quanto os postos de gasolina. Para muitos, a ideia de procurar carregadores em lojas não é atraente. Salas de espera combinadas com conjuntos de carregadores são uma solução potencial. Outra opção são estações que imitam postos de gasolina tradicionais, com pistas de passagem, iluminação brilhante e grandes coberturas visíveis da rua. Barista e espaço para cães A EVgo Inc., em parceria com a General Motors Co., planeja instalar 400 carregadores rápidos em instalações desse tipo. eldquo;Não queremos que as pessoas pensem na infraestrutura de carregamento como algo que as impede. Queremos que fiquem empolgadas com o que têm à disposiçãoerdquo;, disse Dennis Kish, presidente da EVgo. eldquo;Investir nesses locais de maneira diferenciada é uma forma de garantir que alcançaremos esse objetivo.erdquo; Ele também observou que a empresa está vendo maior utilização e satisfação dos clientes em seus postos de carregamento mais desenvolvidos. Estações com comodidades também aumentam a segurança dos clientes e reduzem o risco de vandalismo dos carregadores, acrescentou. Gabriel Daoud, analista da TD Cowen, acredita que oferecer produtos como refrigerantes e chicletes atrairá operadores de estações de carregamento, à medida que a competição pelos clientes se intensifica. eldquo;Com o tempo, o carregamento deve seguir o modelo dos postos de gasolina, onde se ganha pouca margem com o combustível, mas se lucra com outros serviçoserdquo;, disse Daoud. eldquo;Eventualmente, precisará ser combinado com uma loja de conveniência para melhorar a economia.erdquo; A Tesla Inc. foi pioneira no conceito de sala de espera para carregamento em 2017, abrindo uma na principal rodovia entre Los Angeles e São Francisco. A sala apresenta mercadorias com a marca Tesla, uma barista que faz bebidas espresso, e até um espaço designado para cães. Mas instalações de carregamento centralizadas como esta continuam sendo exceções, e não a regra. eldquo;Conexão com os clienteserdquo; Muitos na indústria ainda apostam em instalar carregadores em destinos onde as pessoas já querem ir, como restaurantes, lojas e atrações turísticas, permitindo que façam suas tarefas enquanto carregam seus veículos. Rick Wilmer, CEO da ChargePoint Holdings Inc., diz que o desafio é garantir que os motoristas possam encontrar carregadores com antecedência para viagens a lugares como lojas ou praias, e garantir que um carregador estará disponível quando eles chegarem. Ainda assim, estações principais oferecem benefícios tanto para motoristas quanto para empresas de veículos elétricos. O eldquo;Yosemite Outposterdquo; da Rivian apela diretamente ao público-alvo de entusiastas do ar livre que dirigem as caminhonetes e SUVs elétricos da empresa. A Rivian planeja construir mais estações como essa, embora a empresa não tenha revelado quantas ou onde serão localizadas. eldquo;Não se trata apenas de receitaerdquo;, disse Paul Frey, vice-presidente de baterias, carregamento e produtos de aventura da Rivian. eldquo;Trata-se de definir quem somos como marca e construir uma conexão com nossos clientes.erdquo; eldquo;Não vejo os postos de gasolina desaparecendo tão cedoerdquo; A Electrify America, por outro lado, está focada exclusivamente em carregamento. Sua instalação em São Francisco, localizada no bairro central de SoMa, resolve um problema que há muito dificulta a adoção de veículos elétricos em cidades. eldquo;É difícil encontrar carregamento em áreas urbanas densas, como o centro de São Franciscoerdquo;, disse Anthony Lambkin, vice-presidente de operações da Electrify America. eldquo;Muitos motoristas de veículos elétricos vivem em condomínios, então essa estação atende a uma necessidade real.erdquo; Instalações centralizadas fornecem aos motoristas um local confiável para carregar. Atualmente, há cerca de 40 estações com mais de 170 carregadores em toda São Francisco, de acordo com dados do Departamento de Energia dos EUA. A sala de espera da Electrify America é a segunda maior estação da cidade, e a empresa planeja construir instalações semelhantes em outros centros urbanos. No entanto, essas estações centralizadas não são o único modelo de carregamento que a empresa está apostando. Elas são mais caras e complicadas de instalar do que carregadores individuais, exigindo mais eletricidade e espaço. De acordo com um relatório da BloombergNEF de 2022, um carregador rápido de 350 quilowatts custa em média cerca de US$ 77 mil, com custos mais altos nos EUA do que na Europa e na Ásia. A Electrify America não divulgou o custo de suas estações. A empresa também está instalando carregadores em postos de gasolina tradicionais, cujos proprietários querem fazer a transição para a era dos veículos elétricos. eldquo;Não vejo os postos de gasolina desaparecendo tão cedoerdquo;, disse Lambkin. eldquo;Só começaremos a chamá-los de elsquo;postos de abastecimentoersquo;.erdquo; eldquo;Desafio únicoerdquo; A utilização de carregadores públicos quase triplica quando eles estão localizados perto de serviços de alimentação, de acordo com uma pesquisa do think tank climático Next 10 e do Instituto de Estudos de Transporte da Universidade da Califórnia Davis. Motoristas na Califórnia são 37% mais propensos a escolher locais de carregamento com comodidades do que locais isolados. Ao mesmo tempo, as empresas e planejadores urbanos que estão projetando as estações de carregamento de hoje devem antecipar que os tempos de carregamento provavelmente diminuirão à medida que a tecnologia melhorar. Então, embora a abordagem de sala VIP de aeroporto seja popular hoje, as empresas ainda precisam olhar para o futuro. eldquo;Como podemos projetar uma estação de carregamento que funcione quando leva 45 minutos para carregar um veículo, mas também quando leva apenas cinco ou 10 minutos?erdquo; questiona Hawthorne, crítico de Yale e ex-diretor de design da cidade de Los Angeles. eldquo;Isso torna o desafio único.erdquo; / BLOOMBERG/WP

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Lula sanciona a Lei do Combustível do Futuro durante a feira Liderança Verde Brasil Expo

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sanciona a Lei do Combustível do Futuro (PL 528/202), nesta terça-feira (8), às 9h, na Base Aérea de Brasília. No mesmo local, o presidente visita a exposição da feira Liderança Verde Brasil Expo, que terá demonstrações das principais tecnologias de descarbonização em atividade no país. O presidente estará acompanhado do ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira. O Combustível do Futuro é o maior e mais inovador programa de descarbonização da matriz de transportes e mobilidade do planeta. O Brasil já é um dos líderes na produção de biocombustíveis no mundo, e o programa posiciona o país na liderança para uma transição energética justa, equilibrada e inclusiva. A cerimônia de sanção será realizada durante a Liderança Verde Brasil Expo, feira que reunirá as maiores empresas públicas e privadas do setor de biocombustíveis, gás e energia elétrica. Além disso, haverá uma grande exposição de equipamentos e veículos que utilizarão tecnologias lideradas pela indústria brasileira na área de transportes e mobilidade, como o SAF e o BioGLP, produzido a partir de matérias-primas renováveis. CREDENCIAMENTO endash; Os profissionais dos veículos de imprensa interessados devem realizar o credenciamento diário no sistema do Palácio do Planalto. A credencial anual também será válida. O acesso da imprensa será pelo prédio do Comando, na entrada da Base, com o deslocamento de ônibus até o local do evento. Recomenda-se que os jornalistas cheguem entre 7h30 e 8h30.

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Bandeira vermelha e alimentos reforçam cenário de estouro da meta de inflação em 2024

A adoção da bandeira tarifária vermelha nas contas de energia elétrica e os efeitos da estiagem e do clima seco sobre o preço de alguns alimentos devem fazer com que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estoure o teto da meta, de 4,5%, em 2024. A previsão é de economistas consultados pelo Estadão/Broadcast. Se o cenário de estouro da meta for confirmado, seria a oitava vez desde a adoção do regime, em 1999, em que a inflação fica fora do intervalo de tolerância, e a terceira só nos últimos quatro anos (2021, 2022 e 2024), período em que o Banco Central foi comandado por Roberto Campos Neto. Quando a inflação fica acima do teto ou abaixo do piso estabelecido, o presidente do BC deve escrever uma carta ao Conselho Monetário Nacional (CMN) com a descrição detalhada do que levou ao rompimento do limite. O ano de 2024 é o último no qual o regime de metas considera a inflação cheia ao final do ano-calendário. A partir de 2025 o alvo para o IPCA está fixado continuamente em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos, e a meta será descumprida caso a inflação estoure o limite por seis meses consecutivos. Na manhã desta sexta-feira, 4, a XP Investimentos e o Santander Brasil elevaram suas estimativas para o IPCA de 2024, de 4,4% para 4,6% e de 4,1% para 4,4%, respectivamente. Em relatório, ambas as instituições atribuíram o cenário às condições climáticas, com efeito altista tanto no preço da energia quanto nos alimentos. eldquo;O período seco está se aproximando do fim, com chuvas abaixo da média e temperaturas mais altas, que podem durar por mais algumas semanas aindaerdquo;, escreveu o Santander. A bandeira tarifária da energia passou de verde em agosto para vermelha 1 em setembro e para vermelha 2 (o nível mais crítico possível) em outubro. À frente, tanto Santander quanto a XP preveem que a bandeira ao final do ano ficará ao menos em vermelha 1, perspectiva que também é corroborada por técnicos da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), conforme apuração do Estadão/Broadcast. O cenário dos técnicos da CCEE é que o retorno de chuvas mais significativas aconteça apenas em meados de outubro no Sul e no Sudeste, mas com grande parte do País ainda enfrentando períodos de seca. O retorno da bandeira amarela ou verde nas contas de energia, preveem, deve acontecer apenas no início de 2025. O economista da Quantitas João Fernandes também aponta a bandeira vermelha como um dos vetores que corroboram o cenário de estouro do teto da meta em 2024. Ele projeta IPCA de 4,7% no final do ano e considera um cenário em que há 70% de chance de bandeira tarifária vermelha 2 em dezembro e 30% de chance de bandeira vermelha 1. Fernandes destaca, porém, que o maior risco para a alta da inflação no curto prazo são os preços de alimentos. eldquo;A principal vilã do momento é a carne bovinaerdquo;, diz o economista, citando que a cotação da arroba do boi gordo têm subido consistentemente nas últimas semanas. eldquo;Os efeitos da seca sobre as pastagens vieram em um momento que o mercado está reduzindo o abate de fêmeas, algo que já era esperado, mas cujo efeito foi potencializado por conta da secaerdquo;, detalha. Ele não descarta a possibilidade de um IPCA abaixo dos 4,5% ao final do ano caso haja um volume de chuvas mais forte do que o esperado para este mês, trazendo alívio tanto para os reservatórios quanto para a produção agropecuária. eldquo;Mas seria um cenário onde as coisas surpreendem no sentido benigno. O base-case é estouro do tetoerdquo;, reforça. A projeção da economista do BNP Paribas para Brasil, Laiz Carvalho, é de IPCA em 4,4% em 2024. A estimativa considera a adoção da bandeira tarifária vermelha 1 para o final do ano e inflação de alimentos de 6% no acumulado do ano, mas Carvalho reconhece que o viés é de alta. eldquo;Já estamos considerando uma retomada dos preços de alimentos para os próximos meses, pelo efeito das secas recentes e pelo comportamento sazonal mais alto de alimentos no final do anoerdquo;, diz a economista. Caso a vigência para dezembro seja de bandeira tarifária vermelha 2, Carvalho calcula IPCA de 4,67%, acima do teto. O Itaú Unibanco também ainda prevê inflação abaixo do teto da meta (4,4%), mas reconhece que os riscos hoje são de alta. eldquo;O balanço de riscos é majoritariamente altista com chance de a seca pressionar ainda mais os preços de energia (via acionamento de bandeira vermelha 1 em dezembro) e de alimentoserdquo;, alerta o banco, em relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita, e divulgado nesta sexta-feira. Esses riscos relacionados com questões climáticas, porém, podem ser compensados, ainda que parcialmente, por uma redução no preço da gasolina, na esteira da defasagem entre o preço doméstico e a cotação internacional do combustível, ressalta o Itaú. Dados divulgados pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) na última semana de setembro, por exemplo, apontavam para um preço do litro da gasolina no País cerca de 4% mais caro por aqui do que no exterior.

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Petróleo registra maior alta semanal em quase dois anos com conflitos no Oriente Médio

Os preços do petróleo subiram mais uma vez nesta sexta-feira (4) e fecharam com a maior alta semanal em mais de um ano devido à crescente escalada da guerra no Oriente Médio. Os ganhos foram limitados porque o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desencorajou Israel de atacar instalações iranianas de petróleo. Os futuros do petróleo Brent subiram US$ 0,43, ou 0,6%, a US$ 78,05 por barril, enquanto os futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA subiram US$ 0,67, ou 0,9%, a US$ 74,38 por barril. Na base semanal, o petróleo Brent ganhou mais de 8%, a maior alta em uma semana desde janeiro de 2023. O WTI ganhou 9,1% na semana, o maior ganho desde março de 2023. Israel jurou atacar o Irã em resposta aos mísseis lançados em terras israelenses na terça-feira (1º), depois que Israel assassinou o líder do Hezbollah apoiado pelo Irã há uma semana. Os eventos fizeram analistas de petróleo alertarem clientes sobre o potencial de uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Os preços do petróleo saltaram quase 2% mais cedo na sessão, mas reduziram ganhos depois que Biden disse nesta sexta que, se estivesse no lugar de Israel, consideraria outras alternativas para não atacar os campos de petróleo iranianos. Biden, já havia falado sobre o assunto na quinta-feira (3), quando afirmou que havia discutido o tema com Israel. "O mercado estava muito confortável ignorando os riscos geopolíticos", disse Ben Luckock, chefe global de petróleo da Trafigura. "Para onde o preço vai a partir daqui será determinado pelo que Israel especificamente almeja dentro do Irã. Todos estamos observando e esperando." Um ataque às instalações de energia iranianas não seria o curso de ação preferido de Israel, escreveram analistas de commodities do JPMorgan nesta sexta. Ainda assim, os baixos níveis de estoques globais de petróleo sugerem que os preços devem ser elevados até que o conflito seja resolvido, eles acrescentaram. A república islâmica exporta 1,7 milhões de barris de petróleo por dia, principalmente de um terminal na Ilha de Kharg, cerca de 25 km da costa sul do país. Os exportadores de petróleo da Opep juntos têm mais de 5 milhões de barris por dia de capacidade de produção ociosa, principalmente na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, que poderiam ser ativados em caso de interrupção dos suprimentos iranianos. Com informações Financial Times (Reuters)

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G20 endossa combustíveis sustentáveis em carta de energia, e governo Lula comemora

Os ministros de energia do G20 aprovaram nesta sexta-feira (4), por unanimidade, a declaração final dos trabalhos conduzidos durante a semana em Foz do Iguaçu. No texto, prometem, entre outros pontos, apoiar o desenvolvimento de sistemas padrão para medir emissões de combustíveis sustentáveis endash;ponto de interesse do Brasil. O tema vem recebendo atenção prioritária da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As reuniões do G20 durante a semana tiveram em sua abertura uma apresentação da AIE (Agência Internacional de Energia) propondo justamente um sistema padrão que permita identificar o quão sustentável o combustível é, facilitando a aceitação e a comercialização em nível global. A forma sobre como essas metodologias serão unificadas ainda não é um consenso e diversos pontos ainda enfrentam resistência. Mas a mera menção a esse esforço na carta já é considerada uma vitória pelo lado brasileiro endash;inclusive porque é a primeira vez que um texto de energia do G20 é aprovado por unanimidade desde 2021. Na carta, os ministros dizem encorajar o desenvolvimento de metodologias e padrões com o objetivo de "aumentar a consistência nas abordagens para avaliar as emissões de gases de efeito estufa de combustíveis sustentáveis". Também preveem que isso contribuirá com procedimentos "mutuamente reconhecidos, interoperáveis, transparentes, comparáveis e verificáveis". A carta também ressalta a importância de "uma variedade de combustíveis e tecnologias sustentáveis", incluindo a redução e remoção de carbono, com vistas à criação de escala e mercados globais para acelerar a transição. O avanço no tema pode ajudar a minar a tese de determinados países de que os biocombustíveis não são tão benéficos para a descarbonização, e que alguns deles levariam a mais emissões devido ao que chamam de mudança no uso da terra (o exemplo mais usado é que a expansão do plantio para produzir etanol, por exemplo, roubaria espaço dos alimentos e pressionaria pelo desmatamento). Para a AIE, embora a mudança no uso da terra possa ser um fator importante, ela deve ser gerida por meio de políticas separadas emdash;e não analisada junto com as emissões diretas. O objetivo é evitar colocar todo o ônus da transição sobre aqueles que estão investindo em tecnologias limpas. André Correia do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, considerou o texto final como muito importante. "Acho que é dar uma cara brasileira ao tratamento de energia hoje no mundo. Principalmente por causa da inserção para os combustíveis", afirmou. "É extremamente importante você tentar unificar, padronizar. Esse foi um parágrafo inacreditavelmente difícil", disse ele, fazendo referência às resistências de outros países. "Foi um pontapé [para a padronização pelos biocombustíveis] e também não foi uma marcha-ré, como muitos achavam que seria", afirmou. Além disso, os ministros prometem apoiar a tarefa de triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a taxa média global anual de melhorias na eficiência energética até 2030, além de acelerar os esforços para alcançar o acesso universal a métodos de cozimento limpos nesse prazo. O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) comemorou o texto. "É um presente para o Brasil. É um momento que o Brasil recebe um gesto de reconhecimento à sua mais vigorosa defesa do diálogo global para que alcancemos a paz e nós sabemos que ela só se dará de forma efetiva e sólida com prosperidade. E não há prosperidade sem justiça energética", disse. Mariana Espécie, assessora especial do Ministério de Minas Energia, afirmou que a transição para longe dos fósseis está próxima do resultado final da carta. "Para a gente pensar em substituir combustíveis fósseis, a gente precisa pensar em novos combustíveis que possam substituí-los, pensar em modelos de negócios que são adequados, quais são as tecnologias, se elas são maduras, se há espaços para acompanhamento", disse. Na carta, os ministros também endossam uma lista de princípios, que incluem tópicos como uma transição energética justa e inclusiva, além de se comprometerem com a erradicação da pobreza energética. Princípios endossados pelos ministros de energia do G20 Planejamento energético para transições energéticas justas e inclusivas Erradicação da pobreza energética Diálogo social e participação das partes interessadas Proteção social Inclusividade nas políticas Respeito aos direitos Investir em soluções acessíveis e confiáveis para transições energéticas justas e inclusivas Implementar soluções seguras e sustentáveis Crescimento econômico sustentável e inclusivo para todos Empregos de qualidade e desenvolvimento da força de trabalho

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Petrobras faz planos para reviver campo do pré-sal que fez Brasil gigante do petróleo

A Petrobras (PETR3; PETR4) avalia estar próxima de um acordo com o órgão regulador do setor que lhe permitirá avançar com os planos de revitalização de um enorme campo de águas profundas que poderia revigorar a produção de petróleo do país. A estatal espera resolver uma longa disputa tributária com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até o final de 2024, disse a diretora executiva de exploração e produção da empresa, Sylvia dos Anjos, em uma entrevista. Um acordo com a ANP permitirá que a Petrobras prossiga com um plano para perfurar novos poços e realizar novas pesquisas sísmicas no campo de Tupi, na bacia de Santos, disse ela, que definiu o campo como a eldquo;vaca leiteiraerdquo; da Petrobras. A empresa também considera adicionar outro navio-plataforma do tipo FPSO ao campo, de acordo com o gerente executivo para águas ultra-profundas da empresa, Cesar Cunha de Souza. Essas plataformas podem custar até US$ 4 bilhões e levam anos para serem construídas. eldquo;Esperamos resolver esse passivo ainda este anoerdquo;, disse Anjos. O campo de Tupi teve extrema relevância para a Petrobras e para o Brasil. Ele tornou o país um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo na década de 2010 e gerou centenas de bilhões de dólares em tributos. O campo motivou outras grandes petrolíferas a gastar bilhões explorando a chamada região do pré-sal em um esforço que continua até hoje. Em 2023, o campo de Tupi sozinho ultrapassou a produção de petróleo de países como Colômbia, Venezuela, Reino Unido e Argentina. A Petrobras busca deter o declínio natural em Tupi. Países produtores de petróleo em todo o mundo enfrentam desafios semelhantes que podem causar traumas econômicos. A produção de petróleo do México entrou em queda livre depois que o gigantesco campo offshore de Cantarell atingiu seu pico nos anos 2000, removendo uma importante fonte de receita do governo. eldquo;Vamos fazer um processo para tirar muito mais de Tupierdquo;, disse Anjos. eldquo;É um campo gigante.erdquo; Planejamento A data de início da operação da nova unidade de produção em Tupi deve ser ajustada no próximo plano estratégico, de acordo com Souza. A Petrobras planeja iniciar uma campanha de instalação de poços complementares para melhorar as taxas de extração de um campo que já passou por mais de uma década de produção, acrescentou. A Petrobras precisa resolver a disputa com a ANP antes de poder estender o contrato de operação em Tupi por mais 27 anos, ou seja, até 2064, uma etapa necessária para justificar todos os investimentos no novo plano de desenvolvimento que a companhia está elaborando para o campo. No Brasil, as compensações financeiras pela produção de petróleo e gás são mais altas para campos maiores, e a Petrobras alega que Tupi é composto, na verdade, de dois depósitos separados endash; Tupi e Cernambi endash; enquanto a ANP argumenta que se trata de um único campo. A Petrobras iniciou um processo de arbitragem, e ambas as partes estão dispostas a negociar um acordo. A Petrobras e seus parceiros em Tupi têm um total de R$ 14 bilhões em depósitos judiciais por supostas participações especiais não pagas, como resultado da disputa com o órgão regulador, de acordo com dados da ANP. O consórcio contestou o valor e vinha tentando reduzi-lo. Anjos disse que a Petrobras concordou em suspender a arbitragem, mas espera que a Shell e a Galp Energia SGPS, que têm participações de 25% e 10%, respectivamente, aprovem a medida. Ambas as empresas não comentaram. Tupi foi o primeiro campo de petróleo do Brasil a entrar em produção na chamada área offshore do pré-sal emdash; nome dado em razão das espessas camadas de sal sobre o petróleo bruto. A Petrobras descobriu um grupo de campos gigantes em águas ultra-profundas que atualmente representam cerca de 80% da produção de petróleo do Brasil. Somente Tupi produziu uma média de 764.000 barris de petróleo por dia nos primeiros oito meses de 2024, ainda superando Búzios, campo que é a grande aposta da Petrobras para expandir sua produção. A produção diária de petróleo bruto em Tupi voltou ao nível do ano passado em agosto, atingindo 830.000 barris por dia, após o fim de uma manutenção planejada em uma plataforma. (Bloomberg)

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