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Com redução de preço da gasolina, valor praticado pela Petrobras fica 10% abaixo da média

A disparidade entre o preço da gasolina no mercado internacional e os valores praticados pela Petrobras foi ampliada com a redução de 5,6% anunciada, nesta segunda-feira, pela petroleira. Até 30 de maio, o preço da empresa era 2,45% menor que a média internacional, agora a diferença chega a -10,24%, segundo os cálculos de Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). - Nesta segunda-feira, o barril do Brent chegou a alcançar alta de 4%, principalmente em função da decisão da OPEP+ de adiar o próximo incremento das metas de produção do grupo, ou seja, não há sinais expressivos de que uma baixa dos preços de combustíveis deve ocorrer no curto prazo. Considerando as reduções anunciadas pela Petrobras para o preço da gasolina, estima-se que o preço médio da gasolina vendida em refinarias da Petrobras passará a ter defasagem de -10,24% comparado ao mercado externo - explica Rodrigues. Para o diretor do CBIE, a redução do preço da gasolina anunciada pela Petrobras tem mais explicação política do que técnica. - O preço da gasolina estava ligeiramente abaixo do mercado internacional. Portanto, não haveria espaço para redução, levando em consideração a paridade internacional. Agora, a gasolina fica bem abaixo do mercado internacional e vai dificultar a importação por agentes privados, reduzindo a já pequena concorrência no mercado brasileiro. Na comparação com o mercado internacional, o preço do diesel está 0,88% acima da meta. Já o GLP é 3,51% mais alto por aqui, segundo os dados do CBIE.

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Nova política de preços da Petrobras ainda divide opiniões dois anos depois de adotada

A decisão de eldquo;abrasileirarerdquo; os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras completa dois anos e ainda divide opiniões. Um apelo do então recém-eleito presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a mudança em uma das principais mudanças na rotina da empresa foi adotada durante o comando de Jean Paul Prates na estatal. Com isso, a petroleira substituiu a política de paridade de importação (PPI), implantada no governo Temer, por uma nova estratégia comercial. A ideia seria priorizar o eldquo;custo alternativo do clienteerdquo; e o eldquo;valor marginal para a Petrobraserdquo; na formação dos preços dos combustíveis. Foi com a nova política que a estatal definiu que, a partir desta terça-feira, 3, reduzirá seus preços de venda de gasolina para as distribuidoras em 5,6%. O dia do anúncio da nova política de preços foi de muita tensão no mercado financeiro. Após conhecer as mudanças, no entanto, as ações da petroleira subiram mais de 5% com a percepção de que a solução encontrada foi melhor do que se esperava. Afinal, durante a campanha à presidência, Lula acenava com preços mais baixos para o consumidor, um sinal de que os ganhos da empresa poderiam minguar, e com eles a distribuição dos bilionários dividendos dos anos anteriores. eldquo;Conseguimos implementar uma nova política e explicá-la a todos: preços que levam em conta as vantagens de se produzir todo o petróleo no Brasil e retirar a grande maior parte também no País. Ou seja, um preço de mercado, mas de mercado brasileiro, como qualquer país que luta para diminuir e conquistar sua autonomia em relação à dependência de importaçõeserdquo;, disse Prates ao Estadão/Broadcast. Para o executivo, a mudança permitiu atender ao mesmo tempo Lula e os acionistas privados, além de fazer a empresa conquistar fatias de mercado e eficiências comerciais desperdiçadas nos anos anteriores. Uma análise do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) mostra que a política conseguiu atingir o objetivo de evitar o repasse da volatilidade do mercado internacional de petróleo para o consumidor brasileiro. eldquo;Até aqui, (a estratégia comercial) cumpriu seu objetivo de mitigar o repasse da volatilidade dos preços internacionais para o mercado interno, moderar as pressões sobre os preços dos derivados, em especial do diesel, e contribuir para geração de valor e bom desempenho financeiro da companhiaerdquo;, diz o Ineep. Em 2023, foram efetuados quatro reajustes no preço do diesel, sendo três para baixo e um para cima, em contraste com as 18 alterações em 2021 e 10 em 2022. De acordo com o instituto, as mudanças comerciais e operacionais da Petrobras resultaram em uma redução dos preços do diesel e da gasolina nas refinarias da estatal de, respectivamente, 20,9% e 4,0%, entre janeiro de 2023 e abril de 2025. No entanto, a redução foi menor nos preços aos consumidores finais. eldquo;No caso do diesel, houve uma estabilização dos preços de revenda, com queda de 0,3% no período analisado, saindo de R$ 6,44 por litro, em janeiro de 2023, para R$ 6,42, em abril de 2025. No caso da gasolina, o efeito foi um aumento dos preços de revenda de 25,5%, que saltaram de R$5,05 por litro para R$ 6,34 no mesmo períodoerdquo;, avaliou o Ineep. O efeito não foi mais efetivo, ressaltou, devido a fatores conjunturais, como choques geopolíticos e desvalorização cambial, assim como estruturais da indústria nacional de produção, distribuição e comercialização de combustíveis, como a trajetória da tributação federal e estadual e as dinâmicas de propriedade das empresas desse segmento. Como é visto o acompanhamento de preços Para o analista da Genial Vitor Sousa, o que se observa desde a adoção da nova política é um razoável acompanhamento em relação ao que é estimado como preço da paridade e a execução dos preços da empresa emdash; exceto em um ou dois momentos muito pontuais", observou. eldquo;Fora isso, o que eu posso dizer é que, apesar dos discursos, a empresa tem sido muito razoável no acompanhamento de preços dos derivadoserdquo;, disse. A Genial chegou a criar uma espécie de eldquo;termômetroerdquo; da percepção de risco político em relação à Petrobras, em 2023, comparando os reajustes da estatal com o PPI, mas já deixou de publicar, segundo Vitor. Perda de interesse por investir no refino Já Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, considera que toda política de preços tem seus prós e contras, inclusive o PPI. Mas avalia que a mudança eldquo;colocou uma pá de calerdquo; no interesse de qualquer empresa do setor de refino em se instalar no País, movimento que poderia levar à maior concorrência e, por consequência, à tão almejada redução de preços para o consumidor. eldquo;O principal ponto é que, quando você foge da lógica do mercado, você sempre deixa alguém insatisfeito. O PPI não era perfeito, você tinha de fato períodos que precisava fazer bastante alteração nos preços. Mas a política era mais transparente, hoje ela é opaca. Isso do ponto de vista do planejamento das companhias, e até numa lógica de investimentos, para ter mais racionalidade, é complicadoerdquo;, avaliou. Ele explica que, quando o preço está mais baixo do que o mercado internacional, as janelas de importação são fechadas e prejudica importadores e regiões que não tem acesso fácil aos combustíveis. Já quando os preços estão mais altos que o PPI, isso facilita a importação, mas prejudica as distribuidoras que alegam perda de competitividade, além dos consumidores, que pagam mais caro. Além disso, afirmou, só este ano já foram realizados quatro reajustes no diesel, três para baixo e um para cima, trazendo a volatilidade de fora para o mercado interno. Também o presidente da Associação dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, reclama da falta de transparência na nova política e disse que, após a sua implantação, as distribuidoras de combustíveis tiveram de passar a trabalhar com um eldquo;mixerdquo; entre as refinarias da Petrobras, a importação e das refinarias privatizadas, para conseguir um custo médio e viabilizar a operação. eldquo;Nesses últimos dois anos, a estatal não teve uma política de preços muito clara, ela considera parâmetros que não são bem acompanhados ou medidoserdquo;, disse Araújo. eldquo;As distribuidoras aprenderam a trabalhar com esse mix no fornecimento. O que ainda atrapalha na parte da previsibilidade das distribuidoras são os leilões que a Petrobras tem feito regularmente, em que ela não acata os pedidos das distribuidoras, que então recorrem aos agentes privados. Nesse meio-tempo, a estatal oferece o produto em leilões, atrapalha.erdquo;

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Grandes empresas veem risco em projeto de lei que facilita licenças ambientais

Embora o setor privado defenda a desburocratização das licenças ambientais, boa parte do empresariado brasileiro vê riscos de aumento de judicialização, perda de investimentos e consequências ambientais e sociais negativas no projeto de lei que simplifica o licenciamento pela forma como ele tramitou no Congresso. eldquo;O projeto existe há anos, mas, em poucos dias, foram feitas alterações sem a gente nem saber do que as emendas tratamerdquo;, diz Fernando Sampaio, diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes e integrante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne empresas como JBS, Marfrig, Suzano e Bayer. Para Candido Bracher, ex-presidente do Itaú Unibanco, eldquo;houve exagero de flexibilizaçãoerdquo;. Aprovado no Senado, o projeto passará por nova votação na Câmara. Uma simplificação do processo de licenciamento ambiental é necessária, mas, da forma como o projeto que institui a Lei Geral do Licenciamento Ambiental está, há riscos de aumento de judicialização, perda de investimentos e consequências ambientais e sociais negativas. Essa é a visão de grande parte do empresariado brasileiro. eldquo;No setor privado, o projeto tem um apoio grande. A visão é de que é preciso dar celeridade e desburocratizar. Agora, tem pontos que precisam de maior debate com a sociedadeerdquo;, diz Fernando Sampaio, cofacilitador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e diretor de sustentabilidade da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes). eldquo;Uma das principais críticas que fazemos é em relação ao processo de tramitação. O projeto existe há anos, mas, em poucos dias, foram feitas alterações no texto sem a gente nem saber do que as emendas tratamerdquo;, diz Sampaio. A proposta foi aprovada na semana passada pelo Senado e agora precisa passar de novo pela Câmara, onde o texto tramitou por 17 anos até chegar aos sena Coalizão para o clima formada por grandes empresas do País vê exagero em flexibilização dores em 2021. A nova avaliação dos deputados é necessária porque houve mudanças no projeto. A Coalizão Brasil reúne 482 representantes dos setores privado e financeiro, da academia e da sociedade civil. Entre esses representantes estão companhias como Bayer, JBS, Basf, Unilever, Suzano, Bradesco, Itaú e Marfrig, entre outras, além de associações empresariais e ONGs. Ex-presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher endash; que tem se aprofundado nas discussões sobre meio ambiente desde que deixou o comando da instituição financeira, em 2021 endash; vai na mesma linha da coalizão. eldquo;É inegável que necessitamos de uma lei para modernizar e tornar eficiente esse processo ( de licenciamento). Mas está claro que houve exagero de flexibilização, o que coloca em risco nosso meio ambiente e pode comprometer nossas perspectivas no ciclo econômico de baixo carbonoerdquo;, disse ao Estadão. Ontem, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o texto como está vai levar a uma eldquo;judicialização em massaerdquo;. eldquo;Em lugar de acelerar, como eles dizem, vai atravancar ( liberação de empreendimentos)erdquo;, disse à coluna semanal de Márcio Astrini na Rádio Eldorado, do Grupo Estado ( mais informações na pág. B2). A principal crítica do setor privado é a mesma dos ambientalistas: o fato de o PL não definir objetivamente os critérios de quem terá direito ao autolicenciamento (chamado de Licença por Adesão e Compromisso, ou LAC) nem como esse processo será controlado. O texto autoriza o mecanismo para projetos de médio porte. ebull;

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Etanol cai em 18 estados e é competitivo em seis

Os preços médios do etanol hidratado caíram em 18 estados, subiram em 6 e obtiveram resultados em 2 estados e no Distrito Federal na semana de 25 a 31 de maio. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pela AE-Taxas. Nos postos pesquisados e#8203;e#8203;pela agência em todo o país, o preço médio do etanol cedeu 0,23% na comparação com a semana anterior, para R$ 4,27 o litro. Em São Paulo, principal estado produtor, consumidor e com mais posições avaliadas, a cotação média caiu 0,25%, de R$ 4,08 para R$ 4,07 o litro. A maior queda percentual na semana, de 1,31%, foi registrada no Ceará, onde o litro passou de R$ 5,35 para R$ 5,28. A maior alta no período, na Bahia, foi de 1,04%, para R$ 4,87 o litro. O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,38 o litro, em São Paulo. O maior preço, de R$ 6,49, foi distribuído em Pernambuco. Já o menor preço médio estadual, de R$ 3,89, foi registrado em Mato Grosso, enquanto o maior preço médio foi verificado no Amazonas, de R$ 5,49 o litro. Etanol é mais competitivo que a gasolina em 6 estados O etanol mostrou-se mais competitivo em relação à gasolina em seis estados na semana de 25 a 31 de maio. Na média das pesquisas postadas no país, o etanol tinha paridade de 68,1% ante a gasolina no período, portanto favorável em comparação com o derivado do petróleo, conforme levantamento da ANP elaborado pela AE-Taxas. Executivos do setor observam que o biocombustível pode ser competitivo mesmo com paridade maior que 70%, a depender do veículo em que é utilizado. O etanol é mais competitivo em relação à gasolina nos seguintes estados: Acre (69,56%); Mato Grosso (63,25%); Mato Grosso do Sul (65,29%); Minas Gerais (69,67%); Paraná (68,09%) e São Paulo (66,29%). (Estadão Conteúdo)

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Para compensar IOF, Lula e Silveira estudam receita extra de R$ 35 bi com petróleo até 2026

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) estudam receitas extras com petróleo de forma a dar alívio ao cenário de restrição orçamentária. Caso as medidas sigam adiante, a previsão é que seja possível elevar os ganhos para os cofres públicos em R$ 35 bilhões até o ano eleitoral de 2026. As medidas são estudadas em meio ao impasse surgido entre governo e Congresso a respeito do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Depois que o governo elevou o tributo para tentar fechar as contas do ano, parlamentares reagiram ameaçando derrubar a medida endash;o que forçou o Executivo a estudar outras iniciativas. O governo alinhou com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), uma resolução para o problema até esta terça (3). O prazo, anunciado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), foi estabelecido para que o tema seja resolvido antes da viagem de Lula à França, onde terá uma série de compromissos. A urgência para resolver o assunto fez Lula chamar de última hora Silveira para falar sobre o assunto nesta segunda. O ministro falaria em um evento no Rio de Janeiro e cancelou a participação, deixando o compromisso público a cargo do secretário de Petróleo e Gás, Pietro Mendes. Conforme publicou a Folha, seria necessário cerca de R$ 20 bilhões em receitas extras em 2025. Um projeto de lei para garantir esse montante foi enviado pelo Executivo ao Congresso na semana passada. O governo planeja inserir o valor no relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas a ser divulgado em 22 de julho. Com isso, tem a chance de aliviar o cenário para o cumprimento da meta fiscal endash;já que, quando há risco para a tarefa de alcançar o objetivo do ano, é preciso contingenciar recursos (e receitas extras fazem o movimento contrário, de liberação de verbas). A lista apresentada por Silveira tem uma série de receitas já esperadas ou anunciadas, como a venda de R$ 15 bilhões em óleo não contratado das áreas de Tupi, Mero e Atapu e a arrecadação com leilão de áreas de concessão de petróleo já agendada para junho (R$ 150 milhões). O governo espera também que a ANP (Agência Nacional de Petróleo) conclua acordo de individualização da produção no campo de Jubarte (R$ 2 bilhões), que daria mais receita para a União, e revise até o fim de julho os preços de referência do petróleo para o cálculo dos royalties (R$ 1 bilhão). A agência terá a missão ainda de revisar as participações no campo de Sapinhoá, no pré-sal (R$ 100 milhões), e o próprio governo espera concluir até o fim de junho alteração do decreto de participação especial sobre a produção (R$ 4 bilhões, sendo metade para a União e outra metade para estados e municípios). Para 2026, seriam mais R$ 15 bilhões em arrecadação extra. Entre as medidas apresentadas por Silveira, está o já esperado aumento da arrecadação com a venda de óleo da União pela estatal PPSA (de R$ 17 bilhões para R$ 25 bilhões) e a alteração do decreto de participação especial que pode gerar R$ 9 bilhões com o campo de Tupi (sendo metade para a União). Também estão na lista para 2026, a aprovação pela ANP da revisão dos preços de referência do petróleo, com potencial de R$ 3 bilhões (sendo metade para a União), e a assinatura das manifestações conjuntos dos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia para licitar novos blocos exploratórios nas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo e Pelotas (R$ 1 bilhão).

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Petrobras reduz em 5,6% o preço da gasolina nas refinarias

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2) corte de 5,6%, ou R$ 0,17 por litro, no preço da gasolina vendida por suas refinarias. O novo valor, de R$ 2,85 por litro, passa a vigorar nesta terça (3). Foi o primeiro corte no preço do combustível desde julho de 2024. Considerando que a mistura vendida nos postos tem 27% de etanol, a estatal espera um repasse ao consumidor final de R$ 0,12 por litro. "Com o reajuste anunciado, a Petrobras reduziu, desde dezembro de 2022, os preços da gasolina para as distribuidoras em R$ 0,22 por litro, uma redução de 7,3%. Considerando a inflação do período, esta redução é de R$ 0,60 por litro ou 17,5%", afirmou a empresa, em nota. A redução do preço da gasolina tem grande impacto na inflação, já que o combustível é o produto com maior peso no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), referência para a definição da política monetária do país. Segundo o economista André Braz, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), caso o repasse estimado pela Petrobras for atingido, a queda da gasolina terá um impacto negativo de 0,10 ponto percentual no IPCA. "Considerando que a inflação de junho poderá ficar próxima 0,30% esse reajuste encolheria a inflação que inicia o mês pressionada pelo aumento da conta de luz pressionada pela prática da bandeira vermelha", afirmou ele. O corte era esperado pelo mercado, diante da queda das cotações internacionais do petróleo, principalmente após o início da guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos Donald Trump e de aumento da produção por países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Nesta segunda, por exemplo, o preço médio da gasolina nas refinarias da Petrobras estava R$ 0,08 por litro acima da paridade de importação medida pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). A estatal, porém, vinha afirmando que aguardava a estabilização dos preços às vésperas do verão no Hemisfério Norte, quando o mercado de gasolina fica mais aquecido, pressionando as cotações internacionais. "A redução deixa o preço em linha com as cotações internacionais, e não chega a inviabilizar a importação de cargas estrangeiras", afirmou Amance Boutin, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria especializada Argus. Segundo ele, a Petrobras vinha praticando na região Nordeste preços superiores aos concorrentes. "A redução de preços permite que a Petrobras defenda a participação de mercado com seus concorrentes diretos, mas também com o etanol hidratado, em um momento de ampla oferta na região do Centro-Sul, onde a safra de cana-de-açúcar está em curso", completou. Em 2025, a Petrobras já promoveu quatro reajustes no preço do diesel, um aumento no início do ano e depois três cortes. Na abertura do mercado desta segunda, o preço do combustível nas refinarias da Petrobras estava R$ 0,04 por litro acima das cotações internacionais. A empresa tem reclamado, porém, que as quedas não estão sendo totalmente repassadas ao consumidor. Em entrevistas recentes, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, pediu ao motorista que cobre do seu posto a queda dos preços. Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), porém, o preço do diesel S-10 tem queda acumulada de R$ 0,39 por litro nas bombas desde o pico de R$ 6,47 atingido no fim de fevereiro.

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