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Etanol: demanda aquecida com entressafra prolongada e vendas no período de festas sustentam cotações

A demanda por biocombustível se mostrou aquecida no início de 2025 e a reposição das vendas do etanol durante as festividades de Natal e Réveillon tiveram papel importante para o cenário positivo, aponta levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), o campus da USP em Piracicaba (SP). "Além da expectativa de preços firmes nos próximos meses com a entressafra mais prolongada no Centro-Sul, a reposição das vendas do período de festividades do ano passado também deu suporte às cotações", analisam os pesquisadores do setor para o Cepea. O estudo aponta que, de 30 de dezembro/24 a 3 de janeiro/25, o volume de etanol hidratado negociado no mercado Spot do estado de São Paulo quase dobrou frente na comparação com o período anterior. Entre 30 de dezembro e 3 de janeiro: o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado fechou em R$ 2,6712/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), avanço de 0,99% frente ao período anterior. No caso do anidro, o indicador subiu 0,82%, a R$ 3,0339/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins). Cadeia A cadeia da soja e do biodiesel desbancou a estimativa de queda, recuperou os preços com a demanda aquecida nos mercados doméstico e externo e poderá atingir R$ 598,4 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O desempenho equivale representando a 23,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio do Brasil. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o setor apresentou de melhora na renda e superou o nível pré-pandemia. A marca também equivale 5,1% do PIB nacional em 2024. Chuvas O professor e pesquisador Fábio Marin, do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), afirmou em análise enviada ao g1, que o período de crescimento das lavouras e pastagens, incluindo também a soja, milho e a cana, vem sendo beneficiado pelo volume de chuvas.

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Importação de diesel pelo Brasil deve continuar alta em 2025, diz consultoria

As importações de diesel pelo Brasil em 2025 devem se manter em patamares historicamente elevados, diante das expectativas de crescimento da demanda no país, afirmou o analista de Inteligência de Mercado da StoneX Bruno Cordeiro. "Em 2025, a tendência se mantém de importações aquecidas do combustível. Apesar de mais um avanço da mistura do biodiesel, em 1 ponto percentual emdash; indo de B14 para o B15 emdash;, o crescimento do consumo de diesel B estimado pela StoneX, em 3,2%, deve garantir que a demanda pelo diesel A (puro) também avance no comparativo anual, em 1,9%", disse Cordeiro. O especialista adicionou ainda que há uma baixa capacidade ociosa de refino no país, o que deverá desacelerar o crescimento da produção de derivados. Em 2024, as importações de diesel recuaram 1,1% ante o ano anterior, para 14,5 bilhões de litros, principalmente devido a uma corrida por internalizações do produto no fim de 2023, antes que houvesse uma reoneração do combustível fóssil em janeiro de 2024, segundo Cordeiro. Em dezembro passado, as importações de diesel totalizaram 988,6 milhões de litros, recuo de 48% ante o mesmo mês de 2023. "Essa diferença das internalizações ao final do ano contribuiu para uma queda do indicador no agregado anual", afirmou o analista da StoneX. Cordeiro destacou ainda que outros fatores contribuíram com a redução das compras externas, como o avanço da produção do derivado pelas refinarias brasileiras emdash; que cresceu 3,1% entre janeiro e novembro emdash; e o aumento da mistura do biodiesel no diesel B, do B12 para o B14, acarretando menor participação do diesel A nas vendas ao consumidor final. A Rússia se manteve como principal fornecedor externo, ampliando sua participação para 65,4% das importações do país em 2024, ante 50,4% em 2023. Para ler esta notícia, clique aqui.

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RodOil compra Ravato e mira faturamento de R$ 10 bilhões em 2025

A RodOil, uma das principais distribuidoras de combustíveis do Brasil, anunciou a aquisição estratégica da Ravato, considerada a terceira maior empresa de distribuição de óleo combustível do Brasil e consolidada há 25 anos no mercado de óleos combustíveis. Atualmente, a Ravato possui duas unidades de atuação, uma em Rio Grande (RS) e outra em São Mateus do Sul (PR). Com forte atuação nacional e presença nos mercados do Paraguai e Uruguai, a Ravato traz para a RodOil produtos que complementam o portfólio da companhia, incluindo o óleo de xisto, um combustível diferenciado pelo seu alto poder calorífico e menor composição de enxofre. A transação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e condições precedentes usuais nesse tipo de transação. A RodOil projeta um crescimento de 20% em seu faturamento em 2025, com a meta de alcançar R$ 10 bilhões, ampliando sua participação no segmento de óleos combustíveis e expandindo sua atuação para os mercados de celulose, química, mineração e infraestrutura, até então não explorados pela companhia. Expansão e integração Além de expandir o portfólio, a aquisição da Ravato e Cargopetro oferecem sinergias operacionais e logísticas. A robusta infraestrutura das empresas adquiridas, que incluem certificações como ISO 9001, ISO 14001 e SASSMAQ, reforça a competitividade da RodOil e sua capacidade de atender novos mercados com eficiência e segurança. A integração será conduzida gradualmente, com preservação inicial da marca Ravato, que continuará atuando de forma independente durante o período de transição. A Ravato e a Cargopetro continuam existindo e vão crescer exponencialmente de tamanho. "Estamos ampliando nossa atuação de maneira estratégica, com um produto que vem complementar nosso portfólio, alinhado às demandas de mercadoerdquo;, destacou Roberto Tonietto, presidente da RodOil. Esse movimento estratégico representa um marco significativo no mercado de combustíveis no Brasil, cujo negócio vai impulsionar o crescimento no segmento B2B, além de diversificar mercados e usufruir de todo o potencial estratégico da operação. A sinergia, a complementaridade e os valores compartilhados entre as empresas atuarão como catalisadores para um crescimento acelerado, alinhado às exigências e oportunidades do mercado.

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Preços do petróleo sobem com queda na oferta da OPEP e queda nos estoques de petróleo bruto dos EUA

Os preços do petróleo subiram na quarta-feira, com a oferta da Rússia e dos membros da Opep diminuindo, enquanto os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram na semana passada, disseram fontes do mercado, citando dados do Instituto Americano de Petróleo. Também apoiando os preços estava um aumento inesperado nas vagas de emprego nos EUA, o que indicava a expansão da atividade econômica e o consequente crescimento na demanda por petróleo. O petróleo Brent subiu 69 centavos, ou 0,90%, para US$ 77,74 o barril às 09h54 GMT. O petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA subiu 87 centavos, ou 1,17%, para US$ 75,12. A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo caiu em dezembro após dois meses de aumentos, mostrou uma pesquisa da Reuters . A manutenção de campos nos Emirados Árabes Unidos compensou um aumento na produção nigeriana e ganhos em outras partes do grupo. Na Rússia, a produção média de petróleo foi de 8,971 milhões de barris por dia em dezembro, abaixo da meta do país, informou a Bloomberg citando o Ministério da Energia. "A alta nos preços do petróleo ocorre em um contexto de exportações de petróleo bruto supostamente menores da Rússia, à medida que as exportações marítimas de portos ocidentais diminuem ainda mais em relação ao pico de outubro de 2024", disse Harry Tchilinguirian, chefe de pesquisa do Onyx Capital Group. Além disso, Tchilinguirian disse que o aumento nos preços provavelmente foi alimentado por números construtivos da API mostrando um declínio de cerca de 4 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto dos EUA, apesar dos aumentos consideráveis e#8203;e#8203;nos estoques de gasolina e destilados. "O clima otimista parece persistir, já que os preços do petróleo continuam subindo devido a uma combinação de suporte relacionado ao clima, possíveis sanções à Rússia e esperanças de uma retomada da demanda chinesa", disse Tamas Varga, analista da corretora de petróleo PVM. No futuro, os analistas esperam que os preços do petróleo caiam, em média, neste ano em relação a 2024, devido em parte aos aumentos de produção de países não pertencentes à OPEP. "Estamos mantendo nossa previsão de que o petróleo Brent terá uma média de US$ 76/bbl em 2025, abaixo da média de US$ 80/bbl em 2024", disse a BMI, uma divisão do Fitch Group, em nota ao cliente. (Reuters)

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Mercado de biometano avança de olho em edital da Petrobras e mandato do Combustível do Futuro

Empresas do mercado de biometano se preparam para participar do primeiro edital de compra da Petrobras, lançado nesta segunda-feira (6/1), e para atender à demanda gerada pelo mandato de 1% para a descarbonização do setor de gás natural, previsto no programa Combustível do Futuro. Para a presidente-executiva da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), Renata Isfer, o edital representa um marco para o crescimento do mercado de biometano, com boas perspectivas de longo prazo e importante para a viabilidade de projetos. O programa visa descarbonizar o setor de gás natural, a partir de 2026, com a adição de 1% de biometano ao gás produzido ou importado. O percentual será acrescido, de forma gradativa, até atingir os 10% de volume. Segundo a executiva, os projetos programados para entrar em operação até 2026, somados à produção nacional atual, são capazes de atender à demanda criada pelo mandato. eldquo;Nas nossas projeções, temos 32 pedidos de autorização de empresas querendo investir no setor, apenas em 2025. Tem mais um volume relevante vindo em 2025. Se olharmos até 2032, chegaremos a 200 plantas e uma produção de 8 milhões de m³ por diaerdquo;, disse Isfer à agência eixos. Esses 32 projetos que aguardam autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) devem somar mais 1,3 milhões de m³/dia de capacidade, com forte participação do setor sucroalcooleiro. A maior parte dessa produção endash; cerca de 70% endash; virá do agronegócio, mas aterros sanitários e outros modais de produção seguirão relevantes, de acordo com projeções da ABiogás. Certificados de biometano Os certificados de garantia de origem do biometano (CGOBs), um dos pontos acrescentados ao programa Combustível do Futuro, permitiram que produtores de todas as regiões do país possam participar desse mercado, por meio da venda dos certificados. A comercialização do CGOB, com o atributo ambiental para a parte obrigada, é uma das formas de cumprimento do mandato. O CGOB é um dos pontos-chave para o edital de aquisição da Petrobras e para a Política Nacional do Biometano, pois permite que produtores distantes dos grandes centros de distribuição tenham acesso ao mercado a partir da comercialização dos certificados. eldquo;Apesar de a Petrobras ter colocado vários pontos de entrega, desde termelétricas, refinarias, passando pela própria rede de gasodutos, seja no transporte ou na distribuição, ainda existem projetos que estão distantes de tudo issoerdquo;, pontuou. Edital da Petrobras A Petrobras lançou, na segunda (6/1), o primeiro edital para a compra de biometano em contratos de longo prazo. Esta é a primeira chamada desde a sanção do Combustível do Futuro. Os contratos poderão variar de ofertas mínimas de 20 mil a 90 mil m³/dia, para injeção nas malhas da TAG, TBG e NTS, além das distribuidoras ou diretamente a algumas térmicas e refinarias, o que inclui entregas por caminhão por meio de GNC e GNL. As entregas deverão começar em 2026, quando o mandato se inicia, com contratos de até 11 anos. A Petrobras estima que o mandato de 1% demandará cerca de 700 mil m³/dia de biometano. Será aceito tanto a entrega da molécula quanto o certificado de garantia de origem, com o atributo ambiental 100% para a Petrobras e suas subsidiárias, sem a possibilidade de negociação em separado dos CGOBs. Outras produtoras de gás natural também estão de olho no mandato. O CEO da Shell no Brasil, Cristiano Pinto, disse na terça (7/1) que a companhia mantém conversas com agentes do setor para cumprir o mandato e não tem planos, no momento, para produzir o biocombustível. eldquo;Somos uma das maiores comercializadoras de gás no Brasil. A Shell Brasil hoje não está olhando nenhum projeto de investimento na produção de biogás. A Raízen sim, tem um braço lá dentro que olha [para o biometano]. Como eles já estão na área do biocombustível, é natural. A Shell está se preparando, conversando com diferentes atores para eventualmente comprar e inserir o biometano no gáserdquo;, disse o CEO. A Raízen é uma parceria entre a Shell e a Cosan. Projetos de biometano Desde 2022, o Ministério de Minas e Energia (MME) incluiu 19 projetos de biometano no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento (Reidi). O benefício fiscal suspende a cobrança do PIS/Pasep e da Cofins sobre determinadas aquisições e prestações de serviços. Entre esses projetos estão a planta de biogás da Raízen em Piracicaba e o projeto da Gás Verde em Seropédica (RJ), além de aterros em Paulínia (SP), Feira de Santana (BA) e Minas do Leão (RS). Esta semana, a Biometano Sul anunciou a contratação da AFRY endash; empresa europeia de serviços de engenharia e projetos endash; para o projeto de construção de uma planta de purificação de biogás para a produção de biometano em Minas do Leão (RS). A planta da Biometano Sul está com cerca de 85% do empreendimento concluído, e a previsão é de que comece a operar no primeiro trimestre de 2025. Com a inauguração, o aterro Minas do Leão, que recebe resíduos provenientes de 123 municípios, incluindo a região metropolitana de Porto Alegre, deixará de emitir o equivalente a 50 mil toneladas anuais de CO2 equivalentes.

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Carros antigos estão em risco com a nova lei do 'combustível do futuro'?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei que visa reestruturar o setor de biocombustíveis no Brasil. A medida busca aumentar a proporção de etanol na gasolina e de biodiesel no óleo diesel, em prol de uma matriz energética mais limpa. Contudo, a decisão tem gerado críticas de especialistas, que alertam sobre eventuais danos a veículos mais antigos. Atualmente, a mistura de etanol na gasolina varia entre 18% e 27,5%. O novo projeto mantém a proporção mínima em 22% e possibilita aumento para até 35%, uma mudança que é vista como potencialmente prejudicial para carros movidos exclusivamente a gasolina, especialmente os fabricados há mais tempo. Efeitos mecânicos em veículos antigos O diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Rogério Gonçalves, ressalta que os motores flex sofrerão impacto no consumo. Já os veículos somente a gasolina poderão enfrentar falhas mecânicas, como desgaste no motor e corrosão de peças, devido à alta concentração de etanol. Diego Receputi, do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado (Sindirepa ES), alerta sobre os danos causados pelo aumento de etanol. Mais corrosivo que a gasolina, o produto pode deteriorar mangueiras, sistema de injeção e até o módulo de funcionamento dos motores. Veículos mais antigos, calibrados para uma mistura com 22% de etanol, são especialmente suscetíveis a esses problemas. A introdução de uma proporção maior pode causar ataques a materiais como borrachas e elastômeros, e até mesmo falhas nos sensores de reconhecimento de combustível. Desgaste do motor. Corrosão de peças. Danos no sistema de injeção. Comprometimento da bomba de combustível. Soluções e perspectivas Para mitigar os efeitos negativos, uma solução proposta é disponibilizar combustíveis com maior concentração de gasolina. Contudo, isso poderia elevar os custos, já que a gasolina premium, que possui menor proporção de etanol, é mais cara. Apesar dos benefícios ambientais almejados com a descarbonização, os desafios técnicos e financeiros para proprietários de veículos mais antigos ainda precisam ser cuidadosamente avaliados. Mesmo com as críticas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende que eldquo;os avanços que teremos em razão dessa lei são inéditoserdquo;. Segundo ele, o projeto irá descarbonizar eldquo;setores que contribuem significativamente para a poluição do planetaerdquo;. eldquo;O Combustível do Futuro é transição energética com desenvolvimento social e responsabilidade ambientalerdquo;, declarou o ministro.

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