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Petrobras bate novo recorde de processamento de petróleo do pré-sal

A Petrobras atingiu um novo recorde no processamento de petróleo do pré-sal em suas refinarias em agosto, alcançando 76% da carga, superando o recorde anterior de 73% registrada em junho de 2023, segundo informou a estatal nesta terça-feira, 10. De janeiro a agosto, o processamento de petróleo do pré-sal também atingiu um recorde de 69%, ultrapassando os 66% do mesmo período no ano passado. Em nota, o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, destacou que o petróleo do pré-sal permite produzir mais querosene de aviação e diesel por volume, graças ao seu alto rendimento de derivados médios. Ele também mencionou a aplicação de tecnologias inovadoras e a otimização dos ativos, mantendo o compromisso com a segurança e o meio ambiente. O petróleo do pré-sal, devido à sua alta parafinicidade (característica química que faz com que o diesel produzido tenha qualidade superior) e baixo teor de enxofre, contribui para a produção de derivados de baixo teor de enxofre, como o diesel S-10 e o bunker. Em agosto, a Petrobras também registrou o melhor resultado do ano no Fator de Utilização das refinarias (FUT), com 95%, refletindo o alto desempenho operacional do parque de refino e a eficiente integração com as áreas de logística e comercialização. Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados, ressaltou a contribuição da empresa para o crescimento dos clientes no mercado interno, mantendo competitividade, segurança, rentabilidade e sustentabilidade financeira.

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Liminar concedida pelo TRF-3 beneficia postos de combustíveis associados ao Recap

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) concedeu liminar no processo nº 5020216-32.2024.4.03.0000, para garantir o afastamento da Portaria 260/2023, que majorou a TFCA (Taxa de Fiscalização e Controle Ambiental), beneficiando diretamente os postos de combustíveis associados ao Recap (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região). Rememorando o assunto, a TFCA é taxa cobrada pelo IBAMA, com valores previamente estabelecidos de acordo com a classificação do estabelecimento fiscalizado. No entanto, a classificação anterior considerava, até 2023, a renda bruta anual do estabelecimento, de forma individualizada; e, a partir de 2024, determinou que seria utilizado o somatório da renda bruta anual de todos os seus estabelecimentos (matriz e filiais), ou seja, a renda bruta anual da pessoa jurídica como um todo. Essa portaria, que alterou a forma de cobrança da TFCA, foi questionada através de mandado de segurança impetrado pelo RECAP e, agora, com a decisão favorável, é possível pagar a taxa considerando o estabelecimento individualizado, sem a majoração imposta pela Portaria 260/2023. Importante frisar que a decisão ainda é provisória, pois se trata de antecipação de tutela/liminar, que poderá ser revertida. No caso de reversão, será necessário depositar ou recolher a diferença, atualizada, no prazo de 30 (trinta) dias. De todo modo, a jurisprudência está se consolidando de forma favorável e, em qualquer modificação do cenário, o RECAP comunicará a todos para que tenham orientação em tempo hábil para tomar as medidas necessárias. Confira a íntegra da decisão.

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ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 11 unidades da Federação (2 a 5/9)

Entre os dias 2 e 5/9, a ANP fiscalizou o mercado de combustíveis em 11 unidades da Federação, em todas as regiões do país. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis. Na semana, destacou-se a participação da ANP em força-tarefa no Piauí, com a Polícia Civil, o Procon Estadual e a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-PI), gerando autuações em cinco postos. Veja abaixo mais informações sobre essa operação, bem como sobre as principais ações nas demais unidades federativas do país: Piauí Ao longo da semana, a ANP participou de força-tarefa com a Polícia Civil, o Procon Estadual e a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-PI) nos municípios de Teresina, Lagoa do Piauí e União. Foram fiscalizados dez postos de combustíveis, três bases de distribuição de combustíveis e um transportador-revendedor-retalhista (TRR). Cinco postos foram autuados em Teresina por irregularidades como: termodensímetro (equipamento acoplado à bomba de etanol para verificar aspectos de qualidade) em desacordo com a legislação; não funcionar no horário mínimo obrigatório; ausência de instrumento para teste da qualidade dos combustíveis; instalações e equipamentos em desacordo com as normas; e utilizar elementos visuais de marca comercial, mesmo cadastrado como bandeira branca na Agência. Não foram encontradas irregularidades em Lagoa do Piauí e União. Ao todo, foram coletadas 20 amostras para análise em laboratório. Bahia Foram fiscalizadas 12 revendas de GLP, nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas e Camaçari. Uma delas, na capital baiana, foi autuada pelo uso de motocicletas no transporte de botijões em desacordo com as normas. Distrito Federal Em Brasília, a ANP esteve em 25 postos de combustíveis e duas revendas de GLP. Em dois postos, foram apreendidos 127 frascos de óleo lubrificante automotivo sem o registro do produto na ANP. Houve coleta de amostras dos produtos para análises de qualidade no Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT), laboratório da Agência em Brasília. Um terceiro posto foi autuado e sofreu interdição por comercializar gasolina aditivada não conforme quanto ao teor de etanol. Outro posto foi autuado por não possuir certificados de calibração dos equipamentos utilizados nas análises de qualidade dos combustíveis, uma vez que já havia sido aplicada medida reparadora de conduta (MRC). Por este mecanismo, a ANP fornece um prazo para o posto regularizar a situação e, caso não o faça, é autuado. A MRC somente é aplicada em situações de baixo potencial lesivo ao consumidor. Duas revendas de GLP foram autuadas: uma por não dispor de balança decimal devidamente aferida para pesagem dos botijões comercializados quando solicitado pelo consumidor e outra por não possuir a quantidade mínima exigida de extintores de incêndio. Goiás Foi fiscalizado um posto de combustíveis em Rio Verde, em parceria com o Procon Municipal, não sendo encontradas irregularidades. Mato Grosso A ANP esteve em oito produtores de biodiesel em Cuiabá, Rondonópolis, Nova Marilândia, Campo Verde e Várzea Grande, sendo dois deles autuados. Em Rondonópolis, um produtor estava com dados incorretos constantes do Certificado de Análise da Qualidade. Já em Nova Marilândia, o agente econômico não mantinha os registros da drenagem do fundo de tanque de armazenamento, da avaliação do produto após o processo de drenagem e de eventuais limpezas de tanque. Em Várzea Grande, a ANP também fiscalizou um posto de combustíveis em parceria com o Procon Municipal, não sendo encontradas irregularidades. No estado, foram coletadas seis amostras de combustíveis para análises em laboratório. Minas Gerais No Estado, foram fiscalizados, no período, 30 agentes econômicos, sendo 28 postos revendedores de combustíveis, um posto revendedor de combustíveis de aviação e uma revenda de GLP. Os fiscais estiveram em Antônio Carlos, Carandaí, Conselheiro Lafaiete, Dores de Campos, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Santana do Garambéu, São João del Rei, Araçaí, Conceição do Mato Dentro, Itambé do Mato Dentro, Maravilhas, Morro da Garça, Papagaios, Pequi, Santo Hipólito e Sete Lagoas. Foram feitas autuações, sem interdições, por falta de medida-padrão de 20 litros (equipamento para o teste de volume) aferida e lacrada pelo Inmetro e por termodensímetro (equipamento acoplado à bomba de etanol para verificar aspectos de qualidade) em desacordo com as regras, em Carandaí, Resende Costa e São João del Rei. Não foram registradas irregularidades nos demais municípios. Os fiscais também coletaram 21 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Rio de Janeiro A ANP fiscalizou 34 postos de combustíveis e cinco agentes não regulados no período. Os fiscais estiveram nas cidades de Rio de Janeiro, Araruama, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Itaboraí, Silva Jardim, Niterói, Duque de Caxias, São Gonçalo, Macaé e São João de Meriti. Um posto no Rio de Janeiro foi autuado e sofreu interdição por comercializar gasolina comum com teor de etanol fora das especificações da ANP. Ainda na capital fluminense e em Niterói, dois postos foram autuados: um por não disponibilizar equipamentos em perfeito estado de funcionamento para o teste da qualidade dos combustíveis e o outro por exibir a marca comercial de um distribuidor, estando cadastrado na ANP como bandeira branca. Em Niterói, onde a ANP atuou em parceria com o Procon-RJ, foram apreendidos, em uma loja, 30 litros de lubrificantes sem registro do produto na Agência. Importante destacar que qualquer agente econômico ou cidadão pode verificar os registros de lubrificantes que estão ativos na Agência. Basta acessar a Ferramenta de Pesquisa de Registro de Produtos ou, alternativamente, o Painel Dinâmico do Registro e Óleos e Graxas Lubrificantes. Essa simples consulta evita a aquisição e a comercialização de óleos clandestinos, que podem acarretar a diminuição da vida útil do motor, gerando grande prejuízo econômico ao consumidor. Em Rio das Ostras, a ANP realizou as ações em parceria com o Procon Municipal, não sendo encontradas irregularidades. Tampouco houve autuações nas demais cidades visitadas. No estado, foram coletadas 42 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Rio Grande do Sul No Estado, a ANP fiscalizou oito postos de combustíveis, uma revenda de GLP e uma distribuidora de combustíveis, nas cidades de Porto Alegre, Marau, Água Santa, Santo Antônio do Planalto, Passo Fundo, Coronel Ramos, Cruz Alta, Canoas e Esteio. Seis postos foram autuados, em Marau, Água Santa, Santo Antônio do Planalto, Passo Fundo, Cruz Alta e Esteio. As irregularidades encontradas foram: não realizar drenagem nos tanques; comercializar combustível em recipiente não aprovado pelo Inmetro; não possuir os equipamentos para o teste da qualidade dos combustíveis; exibir painel de preços com irregularidades; e violar faixas ou lacres aplicados em fiscalização anterior pela ANP. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas nove amostras de combustíveis para análises em laboratório. Roraima No âmbito das operações de desintrusão das Terras Yanomami, a ANP atuou em ação conjunta com outros órgãos integrantes da Casa de Governo. Foram fiscalizados seis postos revendedores de combustíveis, uma distribuidora de combustíveis e três pontos de abastecimento, nas cidades de Boa Vista, Mucajaí e Cantá. Um posto em Cantá foi autuado por comercializar combustíveis em recipientes não homologados pelo Inmetro. Uma distribuidora na cidade de Boa Vista foi autuada por não entregar amostra-testemunha do combustível comercializado no momento do fornecimento ao posto revendedor e teve coletadas amostras dos combustíveis para análise laboratorial. Santa Catarina Quatro postos de combustíveis, duas revendas de GLP e uma distribuidora de combustíveis foram fiscalizados no período. Os fiscais estiveram em Treviso, São João do Sul, Araranguá, Içara, Balneário Rincão e Criciúma. Em Araranguá, um posto foi autuado e sofreu interdições por comercializar óleo diesel S500 comum fora das especificações da ANP. Outros três postos foram autuados em Treviso, São João do Sul e Criciúma, por problemas como: não exibir painel de preços; não exibir adesivo contendo CNPJ e endereço do posto; não informar ao consumidor o fornecedor do combustível; não possuir os equipamentos para o teste da qualidade dos combustíveis; e não realizar drenagem nos tanques de óleo diesel. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas cinco amostras de combustíveis para análises em laboratório. São Paulo Mogi das Cruzes, São Paulo, Embu das Artes, Guarulhos, Osasco, São Joaquim da Barra, Jardinópolis, Ribeirão Preto, Santo André, Jaboticabal e Barretos foram os municípios vistoriados na semana. Foram fiscalizados 43 agentes econômicos: 35 postos revendedores de combustíveis, quatro distribuidoras de combustíveis, uma de asfalto e uma de solventes, além de dois terminais de armazenamento. Em Guarulhos, a ANP atuou em conjunto com a Polícia Militar e, na capital paulista, com a Polícia Civil e o Ipem-SP. Na semana, houve somente uma autuação seguida de interdição em um posto revendedor de combustíveis de Ribeirão Preto. O estabelecimento teve um bico de etanol hidratado interditado por fornecer volume de combustível diferente do registrado. Foram feitas outras nove autuações, sem interdições, por motivos como: falta de equipamento para realização de testes de qualidade; não fornecimento de amostras de combustíveis para o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis da ANP (PMQC); desatualização cadastral; não cumprimento de notificação; falta de instrumentos para medição de volume dos tanques; não realização do controle de drenagem no tanque de armazenamento; e dificultar a fiscalização ao não permitir o livre acesso a instalações e combustíveis. Essas autuações ocorreram em Mogi Das Cruzes, Embu das Artes, Guarulhos, Santo André, Jaboticabal, São Paulo e Barretos. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios fiscalizados. Ao todo, foram coletadas 23 amostras para análise em laboratório. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Boletim Fiscalização do Abastecimento em Notícias ou o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. O Boletim sintetiza os principais resultados das ações de fiscalização realizadas. Já o Painel tem sua base de dados atualizada mensalmente, com prazo de dois meses entre o mês da fiscalização e o mês da publicação, devido ao atendimento de exigências legais e aspectos operacionais. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco ou do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita).

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Híbridos plug-in lideram vendas de carros eletrificados no Brasil

Carros eletrificados têm ganhado espaço entre os consumidores brasileiros. Apesar de uma leve retração em relação a julho, que teve 15.312 emplacamentos, o mês de agosto registrou 14.667 vendas de veículos dessa categoria, entre elétricos e híbridos de todos os tipos. Em relação ao mesmo mês de 2023 (9.351), contudo, o crescimento foi de 57%. O destaque fica para o segmento de híbridos plug-in, ou seja, os que são abastecidos por uma tomada externa. Foram 5.781 unidades emplacadas, o que garantiu a liderança do segmento pelo 12o mês consecutivo. Em seguida ficaram os elétricos (5.115), os híbridos flex (1.604), os híbridos a gasolina (1.323) e, fechando a lista, os híbridos leves (844). Já no acumulado entre janeiro a agosto de 2024, as vendas chegaram a 109.283 carros eletrificados, aumento de 123%, sobre o mesmo período do ano anterior (49.052). Assim, desde o início das operações da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), que reúne os dados desse mercado, já são 329.714 eletrificados leves em circulação de todas as tecnologias no Brasil. Híbridos e elétricos mais vendidos Com 1.474 emplacamentos, o BYD Song Plus foi o híbrido plug-in (PHEV) mais vendido de agosto. Na segunda posição aparece o GWM Haval H6 PHEV19 (910), versão mais em conta que estreou há cerca de três meses no mercado brasileiro. Completa o pódio outro novato, o BYD Song Pro (865), lançado em julho como o SUV híbrido plug-in mais barato do País. Entre os elétricos (EVs), não tem para ninguém: a BYD conquistou as três primeiras colocações com Dolphin Mini GS (1.182), Dolphin Mini GS5 (1.114) endash; a nova configuração de cinco lugares endash; e Dolphin GS (787). E se a chinesa domina entre os elétricos, quando se fala em híbrido flex (HEV flex) a Toyota é a campeã. Corolla Cross XRX (1.065), Corolla Premium (249) e Corolla Cross XRV (167) são os mais vendidos. Já entre os híbridos sem recarga externa (HEV) estão o GWM Haval H6 HEV2 (484), o Toyota RAV4 (179) e a Ford Maverick (178). Fechando o ranking de eletrificados ficam os híbridos leves (MHEV), que trazem um pequeno motor elétrico atrelado ao propulsor a combustão para melhorar a eficiência do conjunto. Nessa categoria, as três primeiras posições trazem o Kia Sportage (111) e os Mercedes-Benz C300 AMG Line (78) e GLA 200 AMG Line (77).

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O combustível do futuro é verde ? e amarelo; País dá passo importante na busca pela sustentabilidade

O Brasil deu um importante passo no início de agosto, com a sanção da lei que regulamenta o chamado hidrogênio verde no País. A Lei 14.949/24 institui a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, que regulamenta sua produção, propõe uma certificação voluntária e prevê incentivos fiscais para este que tem sido considerado o eldquo;combustível do futuroerdquo; emdash; dada a sua multiplicidade de usos possíveis, na indústria, na produção de energia e no agronegócio. O texto aprovado traz as definições de hidrogênio verde (He#8322;V), obtido a partir da eletrólise da água com o uso de fontes renováveis, e de hidrogênio renovável, que resulta de outros processos produtivos além da eletrólise, como as rotas de reforma de metano ou de etanol. O He#8322;V representa uma nova fronteira na busca pela sustentabilidade e é importante para a construção de uma matriz energética mais limpa. Seu potencial alinha-se à transição para uma economia de baixo carbono, posto que ele pode ser uma importante alternativa para a substituição dos combustíveis fósseis. Também pode ser uma grande oportunidade para a reindustrialização do Brasil em bases sustentáveis: além da produção do combustível em si, que pode ser exportado e armazenado por longos períodos, ele pode mover indústrias intensivas em energia e carbono, além de ser insumo para a produção de fertilizantes, hoje baseada em matéria-prima fóssil. O He#8322;V é também uma peça-chave para o fortalecimento de uma agricultura de baixo carbono. O mundo já utiliza muito hidrogênio, majoritariamente produzido a partir de carvão ou gás natural, o chamado hidrogênio cinza emdash; a demanda pelo combustível em 2020 foi de 90 milhões de toneladas. Por esse motivo, a produção de hidrogênio é responsável pela emissão de mais de 900 milhões de toneladas de COe#8322; por ano, valor equivalente às emissões conjuntas do Reino Unido e da Indonésia. O ponto nevrálgico é que hoje é muito mais barato produzir o combustível a partir dessas fontes do que pelas renováveis: o custo de produção do hidrogênio cinza gira em torno de US$ 1/kg, enquanto o do He#8322;V é hoje acima de US$ 5/kg. A expectativa é de que, nos próximos anos, com expansão das fontes renováveis, haja uma redução do custo do He#8322;V, de modo que seja atingida a paridade de preço com o He#8322; cinza até 2030. O Brasil pode ser um ator chave para reduzir o custo da produção. Não à toa, a BloombergNEF definiu o Brasil como um dos países que devem ter menor custo para produzir hidrogênio verde em 2030, devido à diversidade de fontes de geração renovável complementares entre si emdash; tais como eólica, fotovoltaica, biomassa e hidrelétrica. As oportunidades do hidrogênio verde brasileiro podem gerar negócios entre US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões até 2040, segundo a consultoria McKinsey. O interesse pelo hidrogênio verde já foi mapeado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Em nosso estudo Roadmap: Os Caminhos do Setor Empresarial Brasileiro na Transição Energética Nacional, lançado em 2023, avaliamos a percepção das empresas em relação aos desafios e oportunidades da transição para a economia de baixo carbono, e notamos um crescente interesse na produção de He#8322;V. Na ocasião, identificamos mais de 24 Memorandos de Entendimento (MoU) envolvendo empresas de diversos setores interessadas em implementar plantas piloto, nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Hoje, são 66 projetos em todo o País, que somam investimentos de R$ 188,7 bilhões, de acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A maior parte dos projetos se localiza próximo de portos, devido ao foco na exportação. Liderar a produção e o fornecimento global do hidrogênio de baixo carbono é uma posição que podemos galgar. É preciso querer alcançar esse patamar, e o novo marco regulatório é um passo nessa direção. Mas é necessária uma estratégia bem fundamentada para esse novo mercado que se abre, de forma que não nos tornemos apenas um exportador de energia limpa na forma de hidrogênio, que acabará se tornando mais uma commodity. O He#8322;V precisa ser visto, sobretudo, como um vetor de aceleração da reindustrialização do País, a chamada neo-industrialização. Podemos utilizar nosso hidrogênio verde e renovável para produzir aço, minério de ferro, alumínio e combustíveis de aviação com baixas emissões, nos posicionando como fornecedores globais de produtos de baixo carbono. Transicionar para uma nova matriz energética global é uma necessidade que se impõe, face à crise climática que já causa tantos impactos e ameaça a vida na Terra. O Brasil é dotado de muitos ingredientes que nos beneficiam nesse cenário, desde a abundância de recursos naturais fundamentais para a produção de energia, como sol, água, vento e biomassa, até a inovação presente em nossas universidades, empresas e centros de pesquisa. Temos um know-how imbatível na produção de etanol de cana-de-açúcar desde a década de 1970, e na agricultura tropical, com a Embrapa, que tornou o País um exportador global de alimentos. Podemos fazer o mesmo com o hidrogênio de baixo carbono e prosperar a partir das novas demandas do mercado, ocupando o papel de destaque que merecemos na transição energética justa. (Por Marina Grossi)

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Petrobras: antigo Comperj, símbolo da Lava Jato, inicia 1ª operação com gás do pré-sal após 18 anos

Dezoito anos após o lançamento de sua pedra fundamental pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e 16 anos após o início das obras, o antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), atual Gaslub, vai iniciar a primeira operação comercial com o processamento de gás natural vindo do pré-sal na próxima quarta-feira, 11. O projeto agora é uma versão que une a produção de gás natural e lubrificantes. Ao Estadão/Broadcast, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, informou que a nova data para que todo o projeto entre em operação é 2029. A expectativa é a de que o presidente Lula, que em 2006 colocou a pedra fundamental da obra, participe na sexta-feira, 13, de uma cerimônia para marcar o início da operação. Nos corredores da empresa, também vem sendo comentado que a intenção da estatal é mudar novamente o nome do polo, mas que a presidente, Magda Chambriard, ainda não havia batido o martelo. Quando as obras foram iniciadas em 2008, no segundo mandato de Lula, o Comperj tinha previsão para entrar em operação em 2012. O complexo chegou a ser um dos símbolos da corrupção que originou a Operação Lava Jato na Petrobras, em 2014. Ao ser lançado, o investimento girava em torno dos US$ 6 bilhões, valor que foi sendo escalonado até cerca de US$ 14 bilhões, apesar do projeto não ter saído do papel. Atualmente, a empresa não informa quanto já investiu ou planeja investir no Gaslub. Inicialmente, o projeto foi idealizado com objetivo de atrair o setor petroquímico para Itaboraí, um município pobre do Estado do Rio de Janeiro. Após interromper as obras por suspeitas de corrupção, o empreendimento ficou resumido à Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), e agora ganha uma nova configuração com unidades de produção de combustíveis e lubrificantes, além de duas térmicas que aguardam o leilão de reserva de capacidade do governo, sendo uma de 600 megawatts e outra de 1.200 megawatts. Com o início das operações, serão processados 10,5 milhões de metros cúbicos diários (m3/d) de gás natural, volume que sobe para 21 milhões quando o segundo trem da UPGN ficar pronto, o que deve ocorrer no próximo mês, segundo Baruzzi. O volume produzido ajudará a substituir importações da estatal para atender seus clientes, mas terá sobra para o mercado, garantiu a diretora. Desse total, 18 milhões de metros cúbicos por dia virão do pré-sal, e mais 3 milhões de m³/d do Terminal de Cabiúnas, também da Petrobras, unidade que forneceu o gás para o comissionamento, uma etapa antes da operação comercial. Afastada há dez anos do setor de engenharia, a diretora foi convocada em junho pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, para acelerar as obras da estatal. Ela conta que, para conseguir entregar a UPGN, o canteiro de obras trabalhou praticamente 24 horas por dia nos últimos meses. Ao todo, são 3.500 pessoas envolvidas. Quando todas as unidades estiverem sendo construídas, a expectativa é que esse número chegue a 10 mil trabalhadores. eldquo;E sempre com muita conformidade, sem atropelar nada. Esse é um mantra nosso. Vamos fazer rápido, mas dentro da conformidadeerdquo;, ressaltou. Segundo Baruzzi, ainda não é possível estimar o valor total do Gaslub, já que terá que desfazer parte do que já foi construído. eldquo;Você imagina uma obra que está parada há dez anos. O que eu vou ter que desfazer para depois fazer, né? É mais do que qualquer valor que eu vá falarerdquo;, explicou. Operação Depois do comissionamento para fazer os últimos ajustes necessários e vistoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a concessão da autorização, a UPGN foi liberada para operar e vai processar o gás extraído no pré-sal, escoado pela Rota 3, um gasoduto de cerca de 355 quilômetros de extensão total, sendo 307 km referentes ao trecho marítimo e 48 km referentes ao trecho terrestre. A obra da UPGN, interrompida pela primeira vez em 2014, foi retomada em 2020 por um consórcio formado pela chinesa Kerui e a brasileira Método, mas desentendimentos com a Petrobras levaram ao rompimento do contrato em julho de 2022, e a obra foi suspensa novamente. Em março do ano passado, com a nova gestão, a Petrobras assinou contrato com a empresa japonesa Toyo Setal, que concluiu a UPGN. eldquo;Hoje, a Petrobras atende o gás que ela vende com produção interna, Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil), e eventualmente precisa se suprir com alguma coisa de importação. Então, a Petrobras compõe esse pool e entrega para os clientes. Quando o Rota 3 entrar, vai entrar também nesse pool de vendaerdquo;, informou a diretora. eldquo;Como a Petrobras não importa os 21 milhões que a unidade vai processar, haverá adição de gás para o mercadoerdquo;, explicou. A UPGN é apenas parte do Gaslub, destaca Baruzzi. Outras licitações já estão na rua, como as unidades de produção de diesel, querosene de aviação (QAV) e lubrificantes. A nova configuração do empreendimento prevê unidades de Hidrocraqueamento Catalítico (HCC), de Hidrotratamento (HDT), de Desparafinação por Isomerização por Hidrogênio (HIDW), unidades auxiliares, utilidades e off-sites (extramuros). Uma biorrefinaria, porém, ainda está sendo estudada. Os planos são de produzir 12 mil barris por dia de óleos lubrificantes grupo II; 75 mil barris por dia de diesel S10 e 20 mil barris por dia de querosene de aviação de baixo teor de enxofre. eldquo;As obras da parte de refino começam no segundo semestre de 2025eamp;Prime;, informou Baruzzi, explicando que a unidade de biorrefino ainda não chegou à sua diretoria porque está sendo avaliada pelas áreas de negócio, eldquo;que são as áreas que realmente produzem, desenvolvem os projetos iniciais, e quando já tem alguma coisa um pouco mais firme eles passam para a gente construirerdquo;, informou Baruzzi, que além do Gaslub é responsável pela retomada da expansão da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. Obras nas áreas de refino e lubrificantes Com a operação da UPGN garantida no Polo Gaslub, a Petrobras prevê iniciar as obras da parte de refino e lubrificantes no primeiro semestre de 2025, segundo o gerente geral do Gaslub, Candido Queiroz. Previsto para ser concluído em 2029, quando entrar em produção, o empreendimento vai adicionar no mercado o equivalente a 80 mil caminhões com tanque de 150 litros de diesel S10, ou 12 mil metros cúbicos diários, e o suficiente para encher 380 mil botijões de gás de cozinha por dia, entre outros produtos. eldquo;É um marco superimportante o início da UPGN, porque já está trazendo desenvolvimento para toda a região do Sudeste do Rio. Começa a gerar receita também para os municípios e está totalmente aderente ao que está estabelecido no nosso planejamento estratégicoerdquo;, afirmou Queiroz, ressaltando a importância do empreendimento que ocupa 10% de todo o município de Itaboraí, no Rio de Janeiro, o equivalente a 5.455 campos do Maracanã. A geração de energia elétrica do polo também vai beneficiar a região, representando oito vezes do consumo do município, e a produção de lubrificante do grupo II (OB G-II), um produto mais complexo e com baixo teor de enxofre, vai representar 80% da produção nacional, ou 1.846 metros cúbicos por dia (m³/d), informou Queiroz. Também está prevista a produção de 3.270 m³/d de querosene de aviação (QAV), o correspondente a 1.500 idas e voltas do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, além de 3.260 m³/d de Nafta. Queiroz informa que boa parte das obras das unidades de refino está adiantada, remanescentes do projeto original do Comperj, como é o caso da unidade de hidrocraqueamento catalítico (HCC) e para a produção de diesel, que estão 80% prontas. As duas plantas de hidrogênio cinza (a partir do gás natural), com capacidade para 3 milhões de m³/d cada, também estão sendo licitadas, assim como outras unidades auxiliares. Já a produção de lubrificantes vai partir do zero, eldquo;mas já está com a licitação na ruaerdquo;, ressaltou Queiroz. Ele destacou que a unidade de biorrefino, ainda em estudo, depende das plantas de hidrogênio, mas terá capacidade de processar 1 milhão de toneladas por ano de gordura animal ou óleo vegetal, e deverá produzir biodiesel no futuro, segundo o executivo. eldquo;Uma das coisas fundamentais para essa planta do biorrefino, assim como para a de Hidrotratamento (HDT) e a de Hidrocraqueamento Catalitico (HCC) é que precisa de muito hidrogênioerdquo;, explicou. Para ajudar na sustentabilidade do projeto, Queiroz informa que a Petrobras fechou um contrato com a Reuso Itaboraí, uma subsidiária da Águas do Rio, que vai garantir, a partir de 2026, o reuso de 100% da água utilizada no polo para produzir vapor e resfriamento das plantas. A expectativa é de que, em pleno funcionamento, o consumo de água chegue a 1.900 metros cúbicos por hora. No momento, o Gaslub recebe água da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), que também fornecerá a matéria-prima (gasóleo) para a produção do Gaslub, e receberá os produtos prontos de volta para comercializar. eldquo;Vamos aproveitar a estrutura que eles (Reduc) têm, para não ter que criar aqui, o que poderia prejudicar também a movimentação na região. Pode até ser que no futuro tenha, porque a gente tem uma área de entorno bem grande aqui. Então, pode ser que no futuro alguma distribuidora queira vir se instalar aqui para facilitar a logísticaerdquo;, avaliou Queiroz.

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